sábado, 30 de maio de 2015

Capítulo 76

Los Angeles. Estar aqui é mexer no passado literalmente, mas eu não posso faltar com os detalhes do casamento da minha melhor amiga. Cheguei ontem a noite (sexta) e vou embora amanhã. E hoje será o "Dia".

- Bom dia flores do dia! – ela fala quando eu saio do quarto, já arrumada. – Você vai ir de salto? – continua.


- Quer calar a boca? – puxo seu braço e a carrego até a cozinha rapidamente. - O Ryan está aqui, e sim, vou de salto porque já estou inchada o suficiente e se eu não agir normalmente vai ficar na cara!

- Não está aqui quem falou, desculpa! – Tory joga as mãos para o alto.

Tomamos café no caminho, eu comi só frutas picadas porque abusar de manhã é pedir para por para fora e isso era o que eu menos queria que acontecesse!

- Até mais tarde meninas, vou encontrar os caras no segundo piso! – Ryan despede-se quando entramos na loja dos vestidos, à frente do elevador.

- Se escolher merda, já sabe o vai acontecer não é?

- Eu te amo também Tory! – ele sorri sarcasticamente para ela e entra no elevador.

Tory já tinha um vestido em mente, porém vários modelos impressos numa folha e outros milhares para experimentar, sem contar o das madrinhas e mãe.

- Você vai gerenciar as madrinhas, quando eu estiver mais ou menos decida mando te chamar, ok? – ela pede, seguro suas mãos tremulas e beijo sua testa, saindo em seguida para a ala dois.

Deixei Madson, Cher e Jenifer escolherem vestidos primeiro e apenas sorria com cada escolha. Mad e Cher são primas da Tory e Jenifer uma amiga, a qual eu amava apesar de não manter contato. E não, não estava dando certo, pois uma escolhia um, uma amarelo, outra azul e a outra rosa, tava uma bagunça e um falatório que deixava qualquer pessoa tonta. Cheguei à atendente que estava ficando doida e a levei para um canto.

- Desculpe por isso. – sorrimos. – Bom, sou a melhor amiga da noiva e ela pediu para que os vestidos além de serem iguais, serem em tom de bege com pedrinhas ou lantejoulas. – explico mais ou menos o que eu havia entendido.

- Certo, vamos ali naquelas araras. Espero que elas não se matem! – brincou a moça.

Eu não sei quantos vestidos eu peguei na mão, mas apenas três agradou cem por cento e eles que eu iria levar para as meninas decidirem e depois passar para a aprovação da Tory.

- Ei, gente! – falo alto. – As opções são essas e estão de acordo com o pedido da Tory. – mostro os três e a decisão vem à tartaruga.

- Cada uma experimenta um e no corpo de vocês a gente decide o que acham? – a atendente sugere.

- E você Lívia? – Cher pergunta.

- Eu, hm, experimento o escolhido, por enquanto vou deixando a noiva a par das escolhas! – mostro o celular e em fim elas entram nas cabines.

[...]

Era a minha vez, entrei na cabine com o vestido e avisei a atendente que provavelmente ele iria precisar de muitas alterações porque eu estarei uma baleia no dia do casamento, ela achou graça.

- Se não falasse eu nunca iria imaginar! – ela ri. – Parabéns, sua barriga está linda!

- Shiiu!!! Elas não sabem ainda, só a noiva e você!

- Oh, me desculpe! Vejamos...

O vestido era lindo, ele delineará a minha pança e também a cintura fininha das meninas, ele era perfeito e acredito que para todas. Era ele, sem dúvidas.

Voltei para a ala das noivas com sensação de missão cumprida e agora o trabalho número dois, ajudar a noiva em apuros.

- Eu... Eu não sei! Eu amei os dois! – ela estava com a voz tremula.

Tentei fazer votação por tópicos com ela e não deu certo, era a mesma nota aos dois, mas um detalhe muito importante, um tinha renda e o outro não, e renda foi um pedido do Ryan.

- E sobre o pedido do Ryan? – aponto para linda renda que tinha no vestido.

- Tinha esquecido. Agora eu me vejo mais linda nesse, é o modelo que eu escolhi e a renda que ele disse que achava lindo e homenageia sua avó. – e suas lágrimas começam a escorrer.

- Viu? Não foi tão difícil! – abraço ela e não consigo conter as minhas lágrimas também. - Você tá uma princesa! - abro um sorriso e ela também.

Agora quem estava tremula era eu. Já passava da uma hora da tarde e o Ryan disse almoçaríamos todos juntos, e todos inclui o Bruno, que é um dos padrinhos do casamento. Até então, eu ainda não tinha visto ele.

Num carro foi a Tory e o Ryan, Cher, Jenifer e eu, e em outro sobrou  Bruno, Phil, Matt e Madson. O restaurante era próximo ao apartamento da Tory e eu com certeza daria uma desculpa para sair antes e não ter que dar de cara com o Bruno.

Fui apresentada a Matt, um amigo do Ryan, e cumprimentei Phil e Bruno rapidamente, sem muitos toques. Assim que escolherem a mesa, fomos avisados que os pratos eram apenas massa, e isso quer dizer qualquer tipo de massa que possamos imaginar, e bem, comecei a pensar em um prato com muito creme branco e fui obrigada a arrastar a Tory para o banheiro comigo.

Não tive de tempo nem de trancar a porta, isso é horrível, saí da cabine e lavei a boca, enquanto a Tory ficava de braços cruzados me olhando com cara de brava.

- Você tem que contar a ele! – ela repete a frase pela quinta vez desde que lhe contei da gravidez.

- Eu vou contar, mas não agora, não hoje! Certo? Agora vamos voltar, e agir naturalmente como se nada tivesse acontecido.

- Mas aconteceu. – diz Tory quando saímos do banheiro.

- Para de ser irritante, garota! – digo rindo.

- Ai, como eu senti falta desse mau humor natural! – sua mão se entrelaça na minha.

- Ei, não sou lésbica e seu noivo está ali. – ela gargalha e solta nossas mãos.

- Idiota! – mostra língua.

Eu nem cruzava meu olhar com o do Bruno, apesar de sentir seus olhares bastante insistentes. Fiquei sentada ao lado da Tory e na frente de Jenifer, enquanto ele estava na outra ponta.

 - Tá tão quieta, Lívia! – Phil afirma.

- Eu te disse, estou muito cansada, trabalhei até tarde e peguei um voo mais tarde ainda. – faço uma careta e ele ri.

- Viu, se morasse perto da gente não passaria por isso. – ele faz uns barulhos com a boca e vejo o Bruno revirar os olhos enquanto respira fundo.

- Coisas da vida, né careca!

O pessoal decidiu partir para a sobremesa e eu decidi que era a hora de eu ir.

- Me empresta a chave do seu apartamento? – cochicho para a Tory.

- Fujona filha da mãe! – ela resmunga e me entrega as chaves.

- Calada! – sorrio. – Tchau, tchau pessoal! Foi ótimo o almoço, mas eu preciso ir! – com a minha bolsa acomodada, pego a comanda e levanto.

Phil e Ryan perguntaram se eu queria carona e que eles não demorariam muito, agradeci e me desculpei, eu que estava com pressa pra comprar “umas coisas”. Paguei a minha parte e saí, no caminho a famosa confeitaria, à que sempre que dava eu Tory e Fred tomávamos café.

Na frente o cheiro dos doces já chama atenção, pedi dois cupcakes, um red velvet e outro de chocolate branco com oreo. No apartamento tirei os saltos e me atirei no sofá com os meus deliciosos cupcakes.

- Desculpa bebê, eu nem tinha notado da falta que você sente de ouvir eu conversar com você, é só que eu não estava acostumada com a ideia ainda. Vou dar o meu melhor, filho! – passeei a mão pela barriga.

-Hm, chocolate é uma delícia só que você só vai provar mesmo quando estiver bem grande, e é bem assustador isso. Você já irá completar cinco meses, eu poderei saber se é uma menininha ou menininho e então sentirei todas as suas primeiras descobertas e movimentos. Você já é grande bebê! – dou mais mordidas no meu red velvet e continuo a conversar com o bebê.

Acabo pegando no sono e sou acordada com batidas insistentes na porta.

- Já vai! – levanto com uma puta dor nas costas e abro a porta.

- Trouxe sanduíches, salada de fruta, suco  e sorvete, ah, e alguns panfletos para pedirmos o jantar mais tarde! – ela sorri balançando a bolsa.

- Que eficiência. Trouxe isso mesmo?

- É claro, acha que vai ficar dando besteiras pro meu bebê? – ela coloca as mãos na cintura como se fosse óbvio.

- Não se acostume, viu? A sua mãe não é tão eficiente assim, ela está aprendendo, ok? – passo a mão na barriga e ela ri.

- Por isso vou trazer vocês pra cá! Aliás, esse apartamento vai ficar vazio muito em breve. – vai colocando as coisas na geladeira e eu fico escorada na batente.

- Calma Tory! Eu nem se que conter para o Bruno!

- Pois deveria, quer que eu ligue para ele? – ela pega o celular.

- Não, ainda não! Eu vou vir para cá algumas vezes ainda.

- Claro, eu vou casar e você vai ganhar, poxa Lívia, ele merece saber! – ela para na minha frente.

- Eu vou contar okay? Mas não hoje! Em breve eu estarei de volta, talvez mais preparada. – minto já que esse sentimento de estar preparada quase falhou quando fui contar para a Fay, imagina para o Bruno.

- Bom, isso aqui é para o bebê.

- O que? – arregalo os olhos quando ela tira uma caixinha branca da bolsa e me entrega. – É lindo, mesmo, muito lindo! Agradece a sua Titia, esse é seu primeiro presente! – retiro o par de sapatinhos brancos. – Obrigada, madrinha! – abraço ela fortemente.


- Espera aí, madrinha? – ela ergue a sobrancelha.

- Acho que estragamos a surpresa filho! – levanto os ombros e ela começa a dar gritinhos.

- Meu Deus, cala a boca mulher! – bato com o sapato nela.

- Para, sou madrinha! – seus olhos brilham igual quando ela decidiu qual seria o seu vestido.


[...]


O lado bom de estar estudando é que esse é o último ano, em breve acaba essa correria de provas. E bom, fiquei mais velha esse mês, agora é 18!!! Hahsuah, sei que não importa para vocês, mas isso me atrasa na fic, enfim, o que importa é que teve capítulo novo! :D 
Não estranhem, a fanfic está corrida mesmo, se não vai ficar tediosa. É isso, gente, espero que gostem. Beijos! 

domingo, 3 de maio de 2015

Capítulo 75


[...]

Estar em constante oscilação de humor e ter muito enjoo foram os motivos que fizeram ir ao médico. Eu senti tanta raiva do Bruno na noite que transamos que a apaguei totalmente da minha mente e tanto foi que o médico perguntou sobre a minha última relação sexual, há dois meses em Janeiro, e meu coração gelou, não poderia ser isso.

Depois de questionada sobre várias coisas uma enfermeira veio retirar meu sangue e avisou que eu poderia voltar no final da tarde e pegar os resultados que já estariam prontos. Saí do hospital e fui trabalhar, ainda tinha mais essa, milhares de coisas para editar e um puto enjoo.

- Está pálida! – Pierre fala quando entro na sala.

- Muito bom dia! – faço uma careta pra ele que ri em seguida.

Tentei ao máximo possível dispersar minha cabeça do exame e focar e tudo que eu tinha para revisar. É tão complicado tentar se concentrar quando algo toma conta de cem por cento dos seus pensamentos, parece delírio.

 Não almocei e consegui sair do trabalho mais cedo e finalmente é final de semana.

- Gostaria de pegar o resultado do exame de sangue. – falo à recepcionista.

- Ah, sim. Nome?

- Lívia Kendrick! – segundos depois ela me entrega um envelope e eu vou embora, sem coragem suficiente para abri-lo.

Entrei no carro e dirigi direto para casa, tudo que eu queria era coragem para abrir aquele envelope e nada mais tranquilizador do que um banho de banheira com espuma. Como saí mais cedo a Fay não estava em casa ainda, o que era bom.
Selecionei uma playlist lenta, me despi e entrei na banheira já cheia. Relaxei assim que meu corpo foi tomado por aquela água quente e não demorou muito tempo para às lagrimas escorrerem. Estava atormentada.

Passei na frente do espelho enrolada e parei a frente dele, retirei a toalha e parei para analisar meu corpo. Eu tinha engordado muito pouco, sei por que minhas calças estão mais apertadas do que antes, e meus seios que já são grandes estão maiores mais inchados e doloridos. Sem aguentar mais, saio nua do banheiro e pego o envelope, sento-me no vaso fechado e pouco a pouco começo a rasgar e abri-lo.

Não entendia nada do que estava escrito, mas o doutor explicou que gravidez os números de  mUI/ml são altos, 10.000 à 100.000, como o meu caso. Resultado positivo. Mais uma vez as lágrimas descem.
Eu tenho uma criança, um bebe em formação dentro de mim, o quanto surreal isso é? Eu terei um filho do Bruno. Bruno? Nós destruímos nossos próprios corações e agora a vida vem e nos presenteia com um bebê. Puta merda.

Passo pelo espelho, ainda chorando, e passo as mãos sobre minha barriga e por segundos sou levada por um sentimento novo e acabo abrindo um sorriso calmo. Meu filho. É um misto de sentimentos de raiva por ter deixado isso acontecer e amor por saber que estou gerando meu primeiro filho.

Visto um pijama e deito na cama ainda com a playlist tocando, agora mais baixo. Começo a pensar em tudo que vai mudar, porque querendo ou não vai mudar, irei ter que aprender como meu pai e quero ser tão boa quanto ele, terei que trocar minha mesa por um berço, terei que guardar parte de minhas roupas para lhe dar mais espaço, terei que pesquisar nomes, terei que escolher os padrinhos e madrinhas, meu Deus! Terei uma nova vida!

Pego no sono em meio a turbulência de pensamentos e choro, acordo apenas quando ouço  a porta do meu quarto ser aberta e um par de olhos claros me espiarem.

- Que horas são? – pergunto a Fay.

- Sete da noite. – ela entra no quarto.

- Mais uma puta dor de cabeça! – passo as mãos no cabelo e sento, lhe dando espaço para sentar também.

- Quando vai ir ao médico? Isso pode ser alguma coisa na sua cab...

- Fui hoje! – corto sua fala.

- Pegou o resultado?

- Semana que vem! – minto.

- Ah, okay... Vamos assistir a um filme hoje? – ela levanta e sorri.

- Um romance bem clichê para duas mulheres na TPM! – ergo a mão esquerda e ela ri concordando.

Assistimos “Se Eu Ficar”, que é absurdamente triste e muito bonito, pelo menos eu gostei, e como a mais nova gr... Com muita oscilação de humor acabei chorando mais ainda.  Depois pedimos jantar e eu fui dormir porque além de tudo eu estava preguiçosa.

[...]
Á minha aceitação do bebê pós-choque estava cada vez melhor, não que eu tivesse o recusado em algum momento, agora sem choro durante a noite ou qualquer reação negativa. Já passava a observar mais as mamães por aí, passei a reparar em quantas lojas infantis tem pela cidade e até em quantas crianças eu vejo no trajeto ida e volta do trabalho todos os dias, mas claro, por enquanto em segredo.

Agora já na décima quarta semana de gestação, quatro meses, eu consigo reparar bem no tamanho da minha barriga e se eu não cuidar os outros podem reparar também. Tenho usado roupas mais largas, mas com o verão chegando é bem mais difícil.

- Bom dia! – Fay invade meu quarto enquanto escovo os dentes.

- Bom dia! – respondo de boca cheia.

- Vamos à piscina do Ben? Tá um dia lindo! – ela senta na ponta da minha cama e olha eu terminar de escovar os dentes.

- Não sei e vou tomar banho, mas podemos ir! – falo e respiro fundo.

- Certo, vou por meu biquíni. – diz e sai do quarto.

Vou à direção de minha cama e deito de barriga para cima. Fico numa luta mental de contar a ela sobre a gravidez ou não. Já escondi por dois meses e agora está difícil, se ela já não percebeu, não sei se consigo passar de hoje, e na verdade nem quero mais.

Respiro fundo milhares de vezes e sento na cama dobrando as pernas em forma de índio e grito por Fay, penso em desistir quando ela no quarto.

- Tenho que mostrar algo! – fecho meus olhos e sinto a cama afundar na minha frente.

Preparo para tirar a blusa e mostrar a minha pequena e redonda barriga de quatro meses, preparo meus ouvidos para o sermão, para a chuva de perguntas e depois o choro. Antes de eu desista, tiro a camiseta por completo.



- Meu Deus! – abro meus olhos e vejo que ela está com as mãos na boca. – Posso matar o Sean?

- Não!

- Ah, mas eu vou matar ele sim! – diz ela com uma careta.

- Então eu acho que deveria matar o Bruno! – falo de uma vez.

Como eu esperava fui atingida com milhares de perguntas e tom de voz várias vezes exaltados. Tudo que ouvi eu sabia muito bem, tinha consciência do que tinha feio e eu vou arcar com cada consequência, sendo elas boas ou ruins.

Sobre o Bruno eu não quando iria dizer, se iria ou como irei, não tenho pensado nele apesar da situação. Pode ser muito egoísmo, mas só tenho pensado no bebê e em eu mesma.

- Vai me prometer que ficará em silêncio? – passo as mãos na barriga.

- Farei o possível! – ela concorda e leva sua mão na minha barriga. – Não acredito que você tem um bebê aí e que me escondeu há tanto tempo.

- Nem eu acredito! – sorrimos juntas.

- Preciso dizer que você está me deixando ansiosa, você é menino ou menina? – Fay pergunta ao bebe e meus olhos enchem-se de lágrimas.

- É a primeira vez que conversam com o bebê! – digo.

- Se prepara você não vai ter mais atenção de agora em diante! – ela ri e alcança a minha barriga com os lábios.

- Não sei se vou me acostumar com pessoas tocando e beijando a minha barriga assim! – faço careta.

- Você não vai ter muita escolha, querida! – ela da uma piscadela.

Ficamos mais um pouco ali sentadas falando besteira e eu senti pela primeira vez o sentimento de amor dos outros com o bebê, o que é bem estranho, já que nem eu mesma tenho tanto costume de conversar e acariciar a minha barriga.

Oi pra quem leu! Desculpem pela demora outra vez, e é sério, sumi por um motivo bem pessoal então me desculpem mesmo, tanto pela demora como também pelo tamanho. Estou tendo que colocar passagens de tempo e isso acaba diminuindo também, mas é um mal necessário.

Então até a próxima, boa semana pessoas! Beijos! 

* Barriga talvez um pouco menor!