sábado, 27 de julho de 2013

Capítulo 4


  * Duas semanas depois.


  A revista foi um sucesso, as fotos do Bruno ficaram ótimas! Sobre nós, estamos na mesma, ele agora me chama de Ivi, trocamos mensagens todos os dias e fiquei triste com a notícia que ele me deu de que sua mãe estava doente, e claro preocupada já que eu sei da ligação forte que eles têm. Pensei em ir vê-lo, mas achei o momento delicado de mais.

  Hoje é sábado finalmente, irei ficar por casa, como os outros dias, não estou a fim de sair, ainda mais sozinha. Eu e Bruno não nos falamos desde ontem pela manha, sua última mensagem foi dizendo que estava com medo de algo pior acontecer com sua mãe, eu disse para não pensar nisso e que logo ela ficaria bem...

  Levantei da cama, abri a janela e um tempo nublado e feio apareceu, a fechei imediatamente, odeio tempo assim, me deixa triste, desanimada! Fui para o banheiro, fiz minha higiene, fiquei pensando no que poderia fazer para passar o tempo e decidi ler, faz tempo que não faço isso. Peguei meu livro, “Entre o amor e a amizade”, que já tinha começado lê-lo, mas abandonei por falta de tempo, voltei para cama, mas meu celular toca, o Bruno.

- Alô? – Disse.

- Lívia? Aqui é o amigo do Bruno, Philip. Pode falar? – Ele disse calmo, mas já achei estranho.

- Oi Philip, posso sim. Aconteceu alguma coisa? – Perguntei em seguida.

- Phil, por favor. Sim... É sobre a mãe do Bruno, ela não resistiu. – Falou calmo e eu senti meus olhos encherem de lágrimas junto com o aperto no coração.

- Não acredito... – Falei triste.

- Pois é... O Bruno tá arrasado, então queria te pedir para vim para casa dele. Sei da amizade de vocês e acho que seria bom pra ele conversar com outras pessoas, porque nós ele já nem quer mais ouvir. – Ele explicou.

- Claro, irei sim! Obrigada por avisar, chego em meia hora! - Respondi

- Ok, até logo! – Ele disse e desliguei.

  Não acredito, não pode ser verdade! Sei bastante sobre a mãe dele, a Dona Bernie, todas as vezes que conversávamos sobre ela ele contava o quão incrível ela era, que seria capaz de fazer tudo por ela, e sempre deixou bem claro que nunca se veria longe dela... Tadinho do Bruno!

  Levantei da cama às pressas, vesti uma calça jeans branca, camiseta azul, casaco jeans e uma sapatilha azul, não fiz questão de maquiagem, apenas um colar. Fui para o banheiro e penteei meus cabelos, os deixando soltos mesmo.



  Peguei minha bolsa e desci correndo, meu pai estava na sala assistindo algum programa na tv.

- Pai, aconteceu uma coisa horrível... A mãe do Bruno faleceu! – Falei e senti meus olhos se encherem de lágrimas.

- Oh filha! – Ele levantou para me abraçar.

- O amigo dele me ligou pedindo para ir para lá ficar com ele, ele tá arrasado! – Falei durante o abraço.

- Tudo bem. Admiro essa amizade de vocês! Se acontecer alguma coisa me liga! – Falou ele com sua mão esquerda no meu rosto, fazendo-me um carinho.

- Ligo sim. Se cuida! Te amo! – Falei e sai.

  Entrei no carro, não fiz questão nenhuma de ligar a rádio, só queria chegar lá o mais rápido possível, abraçar o Bruno e dizer que tudo vai passar... Cheguei estacionei na frente da casa e tinham alguns carros, provavelmente dos amigos e familiares. Desci e vi um homem na frente do portão, ele deve ser o famoso Philip Lawrence, segui em sua direção.

- Lívia? – Ele sorriu.

- Phil? – Rimos.

- Vamos lá dentro... – Entramos.

  Tinham vários homens na sala e uma mulher, não sei ao certo quem são. Sorri para eles em forma de cumprimento e Phil me guiou até o quarto.

- Depois eu te explico melhor o que aconteceu e lhe apresento a banda e a irmã dele. Tudo bem? – Ele perguntou.

- Claro! – Sorri e senti um nó na garganta e olhos marejados.

- Seja forte por ele! – Ele disse e eu abri a porta do quarto de leve.


  Bruno estava deitado, virado para janela então não tinha visão da porta. Entrei silenciosamente e ele se virou, seus olhos estavam vermelho, cabelo bagunçado, rosto inchado. Apressei meus passos até a cama, ele sentou-se eu sentei-me escorada na cabeceira, ele se encostou a mim abraçando minha cintura. Dói vê-lo desse jeito!

- Ela... ela se foi! – Ele disse chorosamente.

- Bru... Olha, meu pai sempre me disse que as pessoas vem a para a Terra em uma missão, e quando essa missão acaba elas voltam para sua origem. – Falei calma enquando sua cabeça repousava a mim.

- Queria ter sido um filho melhor... – Ele disse baixo me abraçando pouco mais forte.

- Não diga isso Bruno! Você é um homem perfeito, todos se orgulham de você! – Falei e ele ergueu a cabeça para me olhar. – Você é um bom filho, amigo, cantor, irmão, tio... É normal se arrepender de certas atitudes, mas esteja ciente do quando você é incrível! – Falei calma. – Cade o cara forte que sempre faz os outros rir? – Falei e ele sorriu.

  Inclinei-me e dei um forte e estalado beijo em sua testa. Ele voltou repousar sua cabeça a mim, dessa vez as melhores palavras eram vindas do silêncio. Fiquei olhando para ele e caiu uma lágrima fujona. Sou amiga, mas devo ser forte por ele, não são isso que os amigos fazem? Então. Sequei-a imediatamente.

- Você já conheceu o pessoal? Tomou café? – Ele perguntou baixo sem me olhar.

- Não e não! Não se preocupe com isso! Descanse! – Respondi.

  Viu porque eu disse que ele é um homem perfeito? Mesmo com toda sua dor ele se preocupou comigo. Lembrei-me do que diz a letra da música:

“Pretty pretty please don’t you ever ever feel”
(Querido, querido nunca nunca se sinta)

“Like you’re less than fucking perfect”
(Como se fosse menos perfeito pra caralho )

 “Pretty pretty please if you ever ever feel”
                                           (Querido,querido, por favor, se em algum momento você se sentir)

“Like you’re nothing you’re fucking perfect, to me”
(Como se fosse nada, você é perfeito pra caralho para mim)

  Bruno dormiu, e eu acabei fazendo o mesmo, dormi sentada com ele em meus braços. Acordei tempo depois com barulho da porta se abrindo, era uma mulher.

- Como ele tá? – Perguntou baixo.

- Descansando! – Sorri.

- Desculpe, nem perguntamos. Você quer comer alguma coisa? – Ela perguntou.

- Agora não! Obrigada, mas acho que ele sim... – Falei olhando para o Bruno.

- Irei trazer algo para vocês! – Ela disse sorrindo e saiu do quarto.

  Essa moça, acredito que seja a irmã quem o Phil comentou, não sei exatamente o nome, mas tenho certeza de que ela seja uma das Lylas, o grupo musical que as irmãs dele formaram. Realmente, toda família dele é talentosa. Perdida em pensamentos nem vi que Bruno havia despertado, e estava chorando silenciosamente.

- Bruno... – Falei.

- Desculpa... não dá! Não aguento saber que nunca mais irei vê-la! – Ele disse.

- Dá sim, ela estará com você para sempre, e não deve estar feliz vendo você assim.

  Ele sentou-se virado para mim e me abraçou, um abraço forte, buscando refúgio. Passei minhas mãos em seu pescoço e acariciei seus cabelos, ele entrelaçou a mão em minha cintura e depositou sua cabeça no meu ombro. Nos soltamos e eu sequei algumas das lágrimas que caiam.

- Não quer descer um pouco? Dar uma caminhada, pegar um ar? – Perguntei e ele respondeu positivamente.

  Levantei e ele também, foi para o banheiro lavar o rosto e nós descemos. Ele desceu e foi direto para o pátio sem falar com ninguém, e eu segui na direção da irmã dele que estava preparando um suco.

- Vou ali falar com ele. – Disse o Phil.

- Phil, não! Deixa ele respirar um pouco sozinho. É melhor assim! – Falei e ele voltou a sentar-se no sofá.

  Todos estavam em silêncio, então um homem veio falar comigo.

- Oi Lívia! – Ele disse.

- Oi... Ryan? – Perguntei na dúvida.

- Sim, posso te apresentar o pessoal? – Ele perguntou e eu acedi positivamente com a cabeça.

- Então. Phil, Ari, Jam, Phred, Kam, Dwyne, Jay, John e Eric, irmão do Bruno. – Ele disse apontando para cada um dos meninos que acenaram.

- Prazer! Lívia! – Sorri para eles.

- Ah, e essa é a Jaime, irmã mais velha do Bruno! – Ele disse olhando para ela.

- Imaginei! – Sorri para ela.

- Leva para ele? – Perguntou Jaime com o suco na mão.

- Sim. – Peguei o copo e segui na direção do pátio.

  Não sei se mencionei, mas o pátio é enorme, lindo e muito bem cuidado. Andei e parei frente a piscina, meus olhos passaram pelo local atrás do Bruno, achei-o, estava sentado abaixo de uma arvorezinha. Caminhei até ele e sentei-me ao seu lado, fazendo pernas de ‘borboleta’.

- Como tá? – Perguntei entregando-lhe o suco.

- Com dor! – Respondeu.

  Não falei nada, ele bebeu um pouco do suco, largou-o na grama e se ajeitou para deitar, usando minhas pernas de travesseiro. Coloquei minhas mãos em seu peito, acariciando-o. Fiquei olhando para o céu nublado, ameaçando chuva, desvivei meus olhos ao Bruno que se encontraram, ele me fitava e parecia estar afundado em pensamentos.

- O que foi? – Perguntei.

- Você... Obrigada pelo apoio, carinho! Por estar cuidando de mim novamente, por se preocupar comigo, deixar de fazer suas coisas para vir aqui me ver chorar. – Ele disse com um sorriso sem mostrar os dentes.

- Não precisa agradecer... É isso que os amigos devem fazer... You can on me like one, two, three. I’ll be there! – Citei sua música.

- And I know when I need it can count on you like four, three, two. And you’ll be there! – Ele continuou.

  Meu telefone toca tirando o momento “declaração de amizade”. Olhei era o Fred.

- Anjo o que vai fazer na hora do almoço? – Ele perguntou.

- Oi Fred, desculpa. Mas eu tô bem ocupada! – Respondi.

- Posso saber com o que, moça? – Ele perguntou.

- Depois eu te explico melhor! – Respondi.

- Então tá bom... Beijos! - Ele disse.

- Beijos. – Falei e desliguei, Bruno me olhou com cara de interrogação.

- Se você tiver compromisso não se prenda aqui! – Bruno falou.

- Não! Eu tô aqui para ajudar um amigo, e só irei embora quando ele melhorar! – Respondi sorrindo.

- Obrigada! – Respondeu.

  Ficamos em silêncio por longos minutos até Phil aparecer.

- Lívia, posso falar com ele um pouco? – Ele perguntou.

- Claro! – Falei, fiz um carinho rápido no rosto do Bruno e lavantei.

  Saí de perto para deixá-los conversando a sós. Fui na direção das espreguiçares, me sentei em umas delas e fiquei fitando o chão, pensando em porque tá acontecendo tudo isso? A um mês atrás não nos conhecíamos, e hoje estamos próximos assim. Como isso? Enquanto me perguntava isso mentalmente senti uma mão leve tocar meu ombro, olhei era Jaime. Sorri e ela sentou-se ao meu lado.

- Gosta dele não é? – Ela perguntou olhando na direção do Bruno.

- Como amigo! – Falei olhando para ela.

- Ele diz o mesmo!

- Então! – A olhei e ela riu baixinho negando com a cabeça.

- Me ajuda a fazer a fazer o almoço? – Perguntou.

- Claro! – Sorri.

  Bruno e Phil ficaram lá conversando e nós entramos para fazer o almoço, o clima não estava dos melhores, mas ele se esforçavam para melhorar. Jaime decidiu fazer apenas macarrão com carne, por ser simples e rápido.

  Almoçamos, Phil tentava animar o pessoal as vezes Bruno entrava na onda mas logo se calava, ao menos me deixou tranquila por ter se alimentado bem, afinal estava uma delícia, e não estou sendo convencida porque eu quase não ajudei, os créditos são todos da Jaime. Recolhemos a mesa e organizamos a cozinha, quando terminamos Bruno me chamou, disse que precisa conversar comigo de novo então o segui até seu quarto. Ele queria que eu fosse para o Hawaii com ele hoje de madrugada e é claro que eu não vou, não pega bem, é um momento delicado e mais família, uma coisa é os meninos da banda que conhecem ele a alguns anos irem e outra bem diferente é uma amiga que conheceu a um mês. E tem mais, a mídia vai ficar encima dele por causa de tudo isso, as fãs vão ficar loucas, imagina se verem nós juntos? Justo comigo que recém fiz uma entrevista com ele. Não, não quero confusão!

  Aproveitando que estávamos no quarto dei a ideia do Bruno dormir um pouco, descansar. Ele deitou abraçado a mim e logo pegou no sono, seu cansaço era nítido. Fiquei um tempo o olhando dormir e decidi ir embora, não quero despedida e vê-lo mais triste por eu não ir junto. Assim fiz, fui me desvencilhando aos poucos dele, dei um beijo na testa dele me levantei por completo e saí do quarto.

  Desci, conversei com a Jaime e o Phil explicando tudo e eles concordaram comigo que assim seria melhor, menos doloroso para o Bruno. Me despedi de todos os meninos e fui para casa.

  [...]

  Eram quase onze horas da noite e eu me preparava para dormir quando Bruno me mandou sms, provavelmente só acordou agora.

“Que bonito me abandonar assim Dona Lívia. Já que você não vai comigo, posso ao menos te ligar as vezes? Meu Voo é em duas horas, minha cabeça vai estourar e precisava de um abraço seu. Se já estiver dormindo... Obrigada por tudo isso que tem feito por mim, não sei como te agradecer... Uma boa noite e se cuida! Beijos.”

  É bobo né? Respondi-o.

Desculpa Bru, achei melhor assim, é claro que pode me ligar sempre que precisar. Toma algum remédio, sinta-se abraçado com um beijo na testa e com um recado de seja forte, conte comigo. Já disse que não precisa agradecer...”

  Mandei, em seguida veio a resposta.

“E quando eu tiver vontade de ouvir sua voz? E quando eu só quiser te incomodar e saber que está aí para me ouvir?”

Haha, sim Bruno, sempre que precisar, quiser ou não quiser. Bom Bruno, vou dormir, tenha uma boa viajem, tenta ver o lado bom das coisas, descansa a cabeça, e dá uma passeada porque faz bem. Boa noite, beijos.”

Agora melhorou! Tudo bem, uma boa noite, se cuida, se precisar ou quiser pode me ligar também! Beijos, até a volta”

  Larguei o celular no criado. Sentia meu coração apertado, um nó na garganta e as lágrimas prontas para cair, adormeci assim...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Capítulo 3

  Lívia POV’S

  Acordei cedo com o despertador, levantei e como de costume abri minha janela, uma leve brisa balançou meus cabelos. Segui para o banho, saí enrolada na toalha e fui decidir o que vestir. Escolhi uma camisa creme meia manga, calça de couro preta e minha ankle bootie também preta. Meus cabelos deixei solto ao natural, no rosto passei apenas o delineador e por último meu anel e colar.



  Peguei tudo que eu precisava levar para casa do Bruno, gravador, máquina, notebook, meu celular, documentos... Desci e meu pai estava todo engravatado tomando café.

- Bom dia. – Ele disse sorrindo.

- Bom dia. Onde vai senhor engravatado? – Perguntei brincando.

- Na agência, caso novo, tenho que ir buscar os documentos! – Ele disse.

- Vixe! Bom, vou indo! Iremos fotografar hoje! – Falei animada.

- Tudo bem, bom trabalho filha! – Ele disse e eu desejei igualmente.

  Entrei no carro e fui na starbucks, tinha uma pelo caminho, pouco movimentada. Cheguei estacuinei, entrei e não tinha quase ninguém, acho que recém abriram.

- Bom dia. – Uma moça disse sorrindo.

- Olá, um Choco Chip para viajem! – Pedi.

  Pedido pronto, agradeci paguei e saí. Entrei no carro e fui para casa do Bruno bebendo meu choco chip. Hoje na rádio não tocou nenhuma música dele durante o percurso, apenas Taylor Swift, Everything Has Changed ( Feat Ed Shareen ), é a minha preferida atualmente, tem uma letra linda! Cheguei na frente do portão do Bruno, estacionei e desci. Toquei o interfone demorou alguns minutos e ele atendeu, parecia sonoleto.

- Bruno? É a Lívia. – Disse.

- Ah, já abro! – Ele disse.

  Assim feito, abriu e eu entrei, ele estava na porta da casa vestindo um roby e calça de moletom cinza. Antes de falar qualquer coisa espirrou duas vezes, e resmungou algo que não intendi.

- Bom dia! – Falei.

- Bom dia, entra! Desculpa acho que... Athin... Fiquei doente! – Ele disse entre espirro.

- Eita, o que você fez? Ontem estava bem! – Afirmei.

- Fique com os pés na água da piscina. – Falou com carinha de cão.

- É uma criança grande, né! – Falei rindo.

- Vou me trocar, me ajuda? – Ele disse coçando o nariz.

- Ajudar? – Ergui a sobrancelha.

- Me fazer campainha! – Corrigiu-se.

  Achei estranho esse “me ajuda” dele, mas como se corrigiu resolvi subir com ele. Não irei deixar nada acontecer entre a gente que não seja amizade.

- Odeio ficar doente... – Ele resmungou.

- O que você sente? – Perguntei quando chegamos ao imenso quarto.

- Frio dor de garganta e dor de cabeça. – Ele diz triste.

- Será que não tá com febre? Deixa-me ver, vem cá! – Falei sentindo-me uma mãe.

  Coloquei minha mão na testa dele, fechou os olhos para acompanhar meu toque, passei da testa ao pescoço e ele se arrepiou, e sim está com febre, não é muita pelo pouco que sei.

- Tá com febre... – Falei após examiná-lo.

- Que.. Athin... Merda! – Disse e eu ri.

- É melhor cancelar as coisas hoje senhor Mars, e descansar! – Falei séria.

- Ah não! Eu estava empolgado com as fotos! – Ele disse cabisbaixo indo ao closet.

- Sem manha! – Rimos.

- Não vou ficar entediado e sozinho aqui o dia todo. – Resmungou.

- Chama seus amigos! – Sugestionei.

- Estão de folga!

- Uma amiga... – Falei.

- A Lívia Ken... A Lívia, será que ela ficaria aqui? – Perguntou engraçadinho.

- Não, ela tem que digitar a entrevista do Bruno Mars. – Respondi.

- Pode fazer isso aqui, eu não mordo e sou obediente! Fico quietinho. – Ele respondeu voltando do closet, vestido adequadamente.

- Vai ter que ouvir sua voz gravada algumas vezes! – Falei e ele ri

- Sem problemas! Vamos tomar café? – Perguntou ele.

- Já tomei... Passei no Starbucks. – Respondi.

- Não acredito que você não me trouxe um! Poxa vida! – Disse fingindo chateação.

- Como ia adivinhar que você gostava? – Perguntei.

- Quem não gosta? – Respondeu.

- Meu pai!

- Cara de Marte! – Rimos.

- E a febre? – Perguntei.

- Não sei... – Riu.

- Tem remédio?

- Lá em baixo, vamos lá? – Perguntou e eu concordei.

  Descemos, tenho vontade de cuidar dele, na verdade já estou fazendo isso, porém não sei se é certo, porque estou aqui a trabalho, mas também se dane, ele está sozinho e doente, precisa de cuidado. Qualquer um no estado dele precisaria de ajuda, porque eu serei mal educada em deixa-lo sozinho?

- Desculpa a pergunta... Mas você tem namorado? – Ele tirou o silêncio.

- Não! – Respondi.

- Ah... Somos dois alones! – Riu.

  Indireta? Não, claro que não! É Nóia da minha cabeça! Eu e o Bruno Mara juntos? Há há que viagem e ideia sem sentido.

- Tem apelidos? – Bruno perguntou do nada.

- Sim, Ivi e Liv! E você? – Falei e perguntei depois.

- Bru e meu amor! – Ele disse cheio de si.

- Anda injetando palhacisse na veia Bruno? – perguntei e ele gargalhou.

- Essa é boa Ivi! – Ele disse mais calmo.

  [...]

  Ele ficou tomando café e eu editando a matéria, vez ou outra ele se metia, opinava em algo que não era chamado, mas acabou que toda às vezes foi aceito, eram boas ideias. Almoçamos e eu disse que teria que ir embora.

- Fica aqui... – Ele pediu pela terceira vez.

- Eu não posso Bruno, eu tenho que trabalhar, eu sei que estou trabalhando aqui, mas não o que deveria. – Argumentei.

- Vamos tirar as fotos então! – Respondeu.

- Não, você está doente! Precisa descansar! – Afirmei.

- Okay, desisto, já que não quer minha companhia... – Disse o pobre coitado.

- Bobo! É sério, tenho que ir! – Falei após guardar as coisas. – Melhoras, até mais. – Falei.

- Remarcamos as fotos amanhã? – Perguntou.

- Claro! Te ligo! - Disse e ele me abraçou, dando do-me um beijo estalado na bochecha em seguida

- Esperarei – Ele disse sorrindo e eu saí.

  Entrei no carro e fui direto para a revista. Estacionei e subi. Dei uma batidinha de leve na porta e abri-a em seguida.

- Ué, e as fotos com o simpático? – Perguntou Tory.

- Ele ficou doente! – Falei quando entrei.

- E porque não veio mais cedo? – Perguntou Fred.

- Porque eu fiquei um pouco lá com ele e editei boa parte da matéria. – Contei e eles fizeram um coral de “hum”.

  Fui para minha mesa, liguei meu notebook e aproveitei para ligar para o Gregory.

- Fale. – Ele disse.

- Oi Gregory, é a Lívia. – Falei.

- Ué... E as fotos com o Bruno Mars? O que aconteceu? – Perguntou ele.

- Ele adoeceu, e hoje pela manha tive uns problemas pessoais com meu pai. Daí vim só agora para terminar de editar a entrevista e remarcar as fotos com o assessor dele amanhã. – Falei tudo de uma vez.

- Hum, tudo bem então! Melhoras a ele. – Ele disse e desligamos.

- Mentira!!! – Fred e Tory falaram juntos.

- Shiiiiu! – Rimos.

  Organizei minhas coisas para começar e mandei um sms pro Bruno.

Menti para o meu chefe por causa de você, seu anão!”

  Não esperei resposta, deixei o celular sobre a mesa e me concentrei no trabalho. Pretendo não alongar mais isso, quero deixa pronto até hoje à noite e depois me preocupar apenas com as fotos. Um tempo depois meu celular vibra sobre a mesa, a resposta do Bruno.

  “Haha, sério? Por quê? E ele?”

  Respondi na hora.

“Eu avisei ele que você adoeceu, e ele perguntou-me porque não vim durante a manha, tive que dizer que tive uns problemas pessoais com meu pai. Ele engoliu, mas não acreditou muito.”

  Mandei e de imediato veio sua resposta.

Mil desculpas! Não quero arrumar problema para você! Desculpa mesmo! L

  Não o respondi, me voltei ao trabalho. À tarde rendeu muito, nem acredito que finalizei toda matéria. Agora é só mandar para a outra parte da redação, tirar as fotos, trata-las no photoshop e pronto! Até agora foi mais fácil do que eu imaginei.

  Saí da revista e fui direto para casa, estou com fome e sono, não quero pensar em nada, apenas dormir. Cheguei a casa e aparentemente sou a única, meu pai deverá ficar na agência de advogados hoje até tarde. Peguei uma maçã na geladeira e fui para o quarto, ainda tinha que responder o sms do Bruno que eu ignorei. Subi, larguei as coisas na minha mesa e me atirei na cama, com celular em mãos digitei a resposta dele.

Tudo bem, já editei toda a matéria, só falta às fotos... E ah, melhorou?”

  Mandei e fui tomar banho, saí enrolada na toalha, vesti meu pijama quentinho e deitei-me, liguei a tv no canal de desenhos animados e fui ver se tinha resposta do Bruno, e sim, tem!

“Que bom! Melhorei sim, só minha garganta que tá meio irritada, mas passará. O que faz de bom?”

“ Não tem pastilha de menta? Alivia! Estou deitada assistindo desenho animado, e você?”

“ Vou comer uma! Estou fazendo o mesmo que você, Bob Esponja é legal.”

“Tá me imitando! Eu amo o Bob! Então, vou dormir. Okay? Melhoras de novo, e ah, as fotos serão amanhã, só me diz à hora que quer que eu vá aí.”

“ Que pena. A hora que quiser! (:”

“Tudo bem... Uma boa noite, vê se não apronta caso contrário não irá melhorar tão cedo. Beijos e até!”

“Okay... Obrigada por se preocupar comigo! Boa noite, beijos”

  Não o respondi mais, larguei o celular e adormeci.