quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Capítulo 37

  Às semanas passaram rapidamente, e por quê? Porque a Lívia aqui está de “folga”, aí tudo passa de pressa! Nos últimos dias conversei e me encontrei com o Bruno normalmente, mas ele estava meio desanimado, distante, talvez por causa do frio, sei lá, não quis invadir a privacidade dele, até porque ele sabe que quando precisar pode conversar comigo então não há necessidade deu correr arás dele, enfim.

   Ontem jantamos eu, a retardada da Tory e o Scott. Foi super divertido, nos aquecemos com um vinho e lareira no restaurante de tacos mexicanos, nada a ver uma coisa com a outra, mas foi o lugar mais quentinho e com comida diferente que achamos além de nossas próprias casas.

  Já hoje é dia quinze de Dezembro e significa o que?! Que meu pai chega hoje! É eu estou morrendo de saudades dele, mesmo que tenhamos nos falado por telefone todo esse tempo, nunca é a mesma coisa.  Falei com ele há uns minutos atrás, ele chegará por volta de uma hora da tarde, finalmente!

  Eu estava animada, porém atrasada, eu tinha que preparar um almoço para esperar o Bruno, ele disse que viria aqui, e já são onze horas! Corri para a cozinha e fiquei fuçando nos armários até decidir o que fazer. Optei por frango grelhado ao molho, torradinhas e salada. Eu não sou uma boa cozinheira, mas frango grelhado é fácil de mais. Grelhei os bifes de frango e preparei o molho, na verdade uma mistura de tomate, cebola, maionese, pimentão e alho batido. É só bater tudo e pronto. O frango já estava pronto e coberto com o molho, só faltava o requeijão nas torradas. Quando fui passar o requeijão na primeira torrada a campainha tocou.

- Oi! – Eu disse assim que abri a porta.

- Oi! Que cheiro bom! – Ele respondeu entrando.

- Frango grelhado, torradas e salada! Gosta? – Perguntei enquanto voltava para a cozinha.

- Se for tão bom quanto o cheiro é bem provável que sim! – Diz ele e se escora na bancada. – Trouxe panquecas de morango com chocolate do Mc Donald’s. – Ergueu a sacola. – Tem que aquecer depois. – Continuou.

    Agradeci e foquei no que estava fazendo, como disse não sou muito boa na cozinha então se eu não prestar atenção em tudo que estou fazendo vou esquecer do frango aquecendo no forno. Terminei as torradinhas e o frango. Arrumei tudo nos determinados pratos e coloquei na bancada, peguei o refrigerante e me sentei na frente do Bruno.

- E aí? Aprovou? – Sorri.

- Wow! Uma delícia! – Ele disse de boca cheia e eu ri.

- Bruno, a salada! – Bati a mão na testa, esqueci-me de lavar as coisas.

- Não vai fazer falta! – Continuou comento.

  Bruno POV’S

   Eu tinha decidido, seria hoje depois do almoço, tinha tudo em mente, ou quase tudo. Depois do dia que ela dormiu lá em casa e disse que era melhor não nos aproximarmos mais eu senti meu coração estremecer e nós cada vez mais distantes um do outro, por isso fiquei mais na minha durante esses dias, tentei esquecer os ”porquês” e os “mas” para tomar uma atitude decente.


  Nós almoçamos tranquilamente, o frango grelhado ao molho com torradas havia ficado muito bom e combinava com um bom vinho, mas refrigerante também é bom, talvez nem seja por combinação e sim por nervosismo da minha parte!  Minhas mãos estão suando e eu estou meio apavorado, todos meus outros namoros não foram assim, digo, nunca me senti uma vara fina prestes a cair com o vento! É idiota, eu sei, mas é verdade carai!

  Fomos para sala assistir televisão e Lívia puxou assunto:

- Tá tão misterioso, o que anda aprontando? – Como é que essa mulher sabe das coisas? Como? Expliquem-me pelo amor de Deus, isso realmente não esta facilitando!

- Eu? – Ri. – Nada! E então, hora de doce não? – Mudei de assunto.

- Uma vez formiga, sempre formiga! – Resmungou e eu ri.

  Ela foi para cozinha e eu fiquei mexendo nos canais da TV como quem não quer nada, acabei deixando no noticiário, mas nem prestei atenção no que estava passando, minha mente girava em torno do que eu falaria que eu ainda não sabia! Peguei a caixinha do anel e escondi do meu lado, assim quando ela voltasse não o veria antes da hora. Sequei a testa pela milésima vez e esperei ela voltar.

  Ouça a música se quiser: Thriving Ivory - Flowers for a ghost

  Quando se aproximou do sofá ela deixou a bandeja toda cair no chão e suas mãos foram à boca e seus olhos lacrimejados fitavam a TV e só então eu prestei atenção no que estava acontecendo. A apresentadora dizia:

O acidente do Voo 121 com destino a Los Angeles na Califórnia com previsão de chegada à uma hora da tarde não tem causa definida, mas acredita-se que tenha sido por causa da nevada forte. Os corpos não foram identificados, mas os documentos recolhidos no local e no próprio aeroporto foram enviados para o Departamento de Polícia de Los Angeles para que os familiares possam reconhecer os documentos dos passageiros a bordo. Logo mais voltaremos com melhores informações. Californianos e Nova-iorquinos estão de luto!“.

  Pulei do sofá e agarrei-a em meus braços! A cada lágrima que eu via cair de seus olhos eu sentia todos os sentimentos em relação a minha mãe voltar, como se eu fosse apenas um jovem havaiano indefeso, mas eu não podia...

  A convenci de ficar no quarto enquanto eu ia lá ao departamento, mas antes que eu saísse ela ligou para o Antony, cada vez que chamava era mais angustiante, eu via a tristeza no silêncio em cada segundo que passava e ele não atendia, até por fim a ligação cair e o desespero da Lívia ser pior. Fiquei por mais um tempo ali a acalmando, dizendo que todo ficaria bem e saí.

  Sinto-me perdido, hoje tinha tudo para ser um dia inesquecível para nós, seria o nosso começo e agora eu já não sei o que fazer, a não ser dirigi rapidamente até o departamento de polícia. Já na recepção pedi para ver os documentos das vítimas do acidente. Eu tinha uma pontinha de esperança de não ver seu nome ali, vasculhei toda a folha e não o vi, respirei aliviado e uma moça chamou minha atenção.

- Desculpe, a lista foi atualizada! – Me entregou o papel.  Vítima 84: Antony Kendrick.

  Meu chão se abriu, larguei a folha e voltei para dentro do carro rapidamente, escorei a cabeça no volante e senti algumas lágrimas fujonas passarem por meu rosto enquanto ficava imaginando o que dizer para amenizar a dor da Lívia. Eu não queria ter que dar essa notícia a ela, não queria ter que ver seus olhos tristes me pedindo socorro, eu não queria ter que dizer que ela nunca mais verá seu pai! EU NÃO QUERO!

  Fiquei enrolando dentro do carro até tomar coragem e voltar. Minha mente buscava as melhores palavras para poder dar essa notícia, mas era em vão, nada dava certo e só o que eu queria era o fazer voltar assim como as imagens dos dois juntos em minha memória. Tá tudo errado.

  Já na casa dela, do pé da escada pude ouvir seu choro e quanto mais eu me aproximava mais alto ficava e mais meu peito doía. Ela estava deitada abraçada a um porta retrado deles que ficava sobre o criado mudo dela.

- Me ligaram do aeroporto.  – Falou enquanto eu me aproximava da porta. – Nenhum dos passageiros sobreviveu. Sento e oitenta pessoas. Meu pai. – Disse em grandes pausas.

- Vai ficar tudo bem, sei que é difícil de acreditar. Só sairei daqui quando esse sorriso voltar! – Me abaixei ao lado de sua cama e passei minha mão na lateral do seu rosto.

- Ele não vai voltar Bruno! Não vai! Eu estou sozinha daqui em diante! Sozinha! – Disse agarrando o retrato com mais força.

- Não fale uma coisa dessas, você nunca estará sozinha, porque sempre estarei por perto para lhe ajudar! Sempre! Sairemos dessa, juntos! – Afirmei e ela negou com a cabeça.

- Preciso ficar sozinha Bruno! – Me ignorou, levantou-se da cama e saiu do quarto em direção ao do pai. 

  Suspirei e me sentei na cama dela.

  Será muito pior do que tudo que eu imaginei, sei que ela não vai aceitar pelo fato de estar “sozinha” agora, e eu? Estou tão perdido quanto, não sei o que fazer, não quero sufocá-la, mas não quero ficar longe porque sei que no fundo às vezes só o que queremos é um abraço, mas com a Lívia é tudo diferente, tudo!

  [...]

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Capítulo 36

- Alô?

- Lív, te acordei? – Ele disse, pude ouvir sua voz fanha.

- É, acho que sim. – Soltei uma risadinha abafada no travesseiro. – O que aconteceu? – Perguntei logo depois.

- Brinquei na neve com o Jaimo e fiquei doente! – Falou com dificuldade, provavelmente estaria com a garganta fechada.

- Eita Bruno! – Falei e ele riu. – Fica deitado aí, vou passar numa farmácia, quando chegar te dou um toque.

- Muito obrigado, te espero! – Respondeu e desligamos.

  Eu preferia que ele tivesse respondido um: “não precisa se preocupar, não saia de casa com essa nevada forte às onze e quarenta da noite, é perigoso”, mas ao invés disso ele disse um simples: “te espero”. Não estou brava ou qualquer coisa do tipo, só não queria deixar minha cama, mas ele e a Tory são as únicas pessoas que me ajudariam no meio da noite com ou sem uma nevada forte,então porque eu me negaria a ajudar? É, sem motivos legais.

  Arrumei-me de forma que não passasse frio. Separei numa mochila coisas que eu pudesse precisar no dia seguinte como roupas, produtos de higiene e coisas de trabalho. Desci e revisei todas as portas e janelas, algo esquecido aberto faria uma grande sujeira. Entrei no carro e saí. O caminho estava coberto de neve e isso atrapalhou na velocidade, toda hora eu sentia o carro dar uma patinada no gelo, é um inferno. Dirigi por longos minutos até uma farmácia 24hr, comprei analgésicos, chá e pastilhas para garganta.

  [...]

- Obrigada por ter vindo! – Ele disse com dificuldade quando me viu na porta do quarto.

- De nada! – Me aproximei de sua cama e ele deu um espaço para eu sentar, assim fiz. – O que sente? 
Trouxe uns remédios.

- Frio dor de garganta, dor de cabeça e saudade! – Disse e me puxou para deitar com ele.

- Saudade não é doença! – Eu disse enquanto ele me abraçava. – Bruno, você tá queimando em febre, me deixa pegar os remédios para você! – Falei me desvencilhando dele.

  Desci rapidamente, coloquei água para esquentar e fiquei esperando para o chá ficar pronto assim feito peguei a sacola da farmácia e subi com a caneca na mão. Fiz ele tomar o chá todo mesmo sendo amargo, era melhor para ele. Depois ele tomou os comprimidos com a água que já estava ali e se cobriu até a cabeça com o edredom.

- Bruno? Virou criança? – Perguntei rindo.

- Eu to com frio e você nem quer me esquentar! – Falou rouco e eu ri mais dele.


- Chega para o lado seu espaçoso. – Mal terminei de falar ele já tinha se ajeitado. Eu me sentei com as costas na cabeceira e ele deitou de bruços de forma que pudesse ficar meio abraçado a mim. Sorri e afaguei seus cachinhos. 

- Se eu soubesse que você viria cuidar de mim assim teria ficado doente antes! - Ele disse com os olhos fechados.

- Que horror Bruno! Não fale isso! – Falei séria e ele riu baixinho.

  A televisão estava ligada em um canal de programas de humor, mas eu nem estava prestando tanta atenção assim. Fiquei afagando os cachinhos do Bruno por um longo tempo até ver que ele já tinha adormecido. Ele ainda estava quente por causa da febre então me desvencilhei dele e o tapei decentemente para cessar seu frio. Desliguei a TV e as luzes e saí do quarto.

  Havia deixado minhas coisas na sala, busquei-as tomei liberdade fui para o quarto de hóspedes ao lado do dele, era mais confortável do que dormirmos juntos, ele teria mais liberdade. Encostei a cortina e deitei-me, dormi rapidamente...

  Bruno POV’S

  Acordei acho que eram umas três da madrugada, sentia meu corpo inteiro latejar de dor por conta dos movimentos que fiz, olhei meio atordoado para os lados e Lívia não estava mais ali. Enrolei-me no edredom e fui procurá-la, ela não pode ter ido embora ao meio da noite com toda essa tempestade. Saí do quarto e vi a porta ao lado da minha entreaberta, espiei e ali estava ela, entrei na ponta dos pés e me deitei ao seu lado em baixo das cobertas, ela se moveu um pouco mas não acordou, então abracei sua cintura e dormi de novo.

  Lívia POV’S

  Esse Bruno parece criança, acha que não dá para sentir quando alguém invade seu quarto no meio da noite e se deita e abraça sua cintura para dormir! De manhã levantei calmamente para não acordá-lo, fui ao banheiro do próprio quarto e fiz minhas necessidades e higiene, depois troquei de roupa. Deixei-o dormindo no quarto e fui vasculhar sua cozinha em busca de algo para o nosso café.

  Piquei algumas bananas e morangos, fiz duas torradas e duas canecas de café preto. Era simples porque eu não quis mexer de mais na cozinha dele sem permissão. Coloquei as coisas tudo numa bandeja e voltei para o quarto.

- Bru... – Fiquei mexendo em seus cachinhos bagunçados até ele acordar. – Bom dia. – Sorri. Ele coçou os olhos e sorriu depois.

- Bom dia! – Falou depois de se espreguiçar.

- Mexi na sua cozinha para preparar nosso café, desculpa! – Coloquei a bandeira no nosso meio.

- Desculpa eu tenho que pedir por fazer você sair de casa no meio da noite para cuidar do babacão aqui, aliás, muito obrigada por tudo, você é a melhor amiga que alguém pode ter. – Ele disse sorrindo e puxou meu queixo para um selinho, ele sorriu após nossos lábios terem se tocado e eu apenas pisquei várias vezes, foi rápido de mais para que eu pudesse ter impedido, mas eu já disse, isso NÃO vai mais acontecer, amizade é amizade.

  Tomamos nosso café em silêncio e ficamos assistindo televisão por um tempo, já eram dez horas da manhã e eu precisa dar uma olhada no site, atualizar algumas notícias, ou melhor, eu deveria ir embora.

- Eu tenho que ir! Preciso atualizar o site da revista. – Falei me levantando da cama.

- Ah não! Fica mais, por favor! – Fez um biquinho torto e eu ri

- Já passei a noite aqui Bruno, além do mais você já está bem melhor e eu preciso trabalhar ou você acha que só porque eu to em casa esse mês eu não preciso trabalhar? – Perguntei fazendo careta.

- Eu sei, eu sei... Já abusei muito da sua boa vontade e é só por isso que não vou ter forçar a ficar aqui comigo hoje, mas quando eu melhorar completamente te agradecerei de um forma melhor! – Sorriu maliciosamente e eu apenas neguei rindo.

- Vai descansar e repousar senhor hiperatividade nível máster! – Respondi e ele gargalhou, não sei por que, dei de ombros e saí do quarto.

  Peguei minhas coisas no sofá e dei um tchau de longe, mas ele me segurou e tentou me dar um selinho e dessa vez eu o impedi.

- Repouso Bruno! Tchau! – Ia saindo, mas ele me parou de novo.

- Hey, o que aconteceu? – Perguntou cautelosamente.

- Não vamos tentar estragar uma amizade bonita como a nossa, é melhor sem toda essa aproximação! – Soltei minha mão da dele. – Se cuida Bruno! – Saí.

  Entrei no carro e dirigi calmamente até em casa, calma só no trânsito porque minha mente estava à milhão. Sabe, nós engatamos numa amizade colorida e não deu certo então pra que vamos estragar uma amizade dessa se já sabemos o que vai acontecer no final? A última coisa que eu quero é mágoas, ainda mais depois de tudo isso que já passamos juntos. É melhor assim!


[...]

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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Capítulo 35


  Conhecia a Lívia suficientemente bem para saber que não estava bem e que ela não havia esquecido o que aconteceu, assim como eu e no final das contas eu tinha um sentimento estranho dentro de mim, na verdade acho que ele existe desde sempre, mas eu não consigo explicar... Eu preciso de conselho e ninguém melhor que a Jaime com suas palavras doces e abraço de mão.

  Dirigi por cerca de meia hora, da casa da Liv a casa de minha irmã. Estacionei ali na frente e toquei a campainha em seguida, Jaimo quem me recebeu.

- Titio Bruno, quanto tempo... Veio brincar comigo? – Ele perguntou enquanto me puxava para dentro, eu podia ver seus olhos brilharem.

- Poxa cara, hoje não vai dar. – Fiz uma careta engraçada, mas ele não riu.

- Ah Tio, você nunca mais veio nem ver a gente. – Falou triste.

- Desculpa Jaimo, eu estava trabalhando, mas prometo que venho e vou passar o dia aqui até você mandar a gente parar de brincar! – Disse e ele não acreditou muito.

- Os adultos dessa família só trabalham, só trabalham... Mãe! Tio Bruno está na sala! – Saiu resmungando em direção ao quarto.

- Olá. – Jaime aparece na sala, nos cumprimentamos. – Porque ele saiu resmungando? – Perguntou olhando na direção do corredor.

- Porque eu disse que não vim para brincar com ele hoje! – Ela riu.

- Eu converso com ele depois. E então, como está? – Cruzou os braços e sorriu.

- Estranho! Podemos conversar sério? – Perguntei e ela riu, como se já soubesse de tudo.

- Claro, vamos lá ao quarto! – Disse e seguimos corredor adentro. Ela abriu a porta de seu quarto e trancou logo depois que entramos. – A palavra estranha tem outro nome: Lívia. – Disse ela, mas ignorei.

- O que é de fato o amor? – Ela deu uma risadinha e se deitou na cama, me deitei ao seu lado.

- É uma coisa estranha que você sente aqui. – Colocou a mão na minha cabeça. – Ás vezes aqui. – Colocou na minha garganta. – Aqui, aqui também e talvez aqui. – Fez os gestos para o meu coração, estômago e apontou para as minhas pernas. – Tem também vontade de estar junto, apoiar, querer ajudar sempre, querer tocar e beijar mesmo sabendo que pode estragar a amizade, mas saiba, amizades são feitas de amor! Essa coisa estranha! – Ela disse e eu fiquei encarando o teto com um sorriso em lábios.

- Dizem que eu devo correr atrás do que eu quero logo, mas não sei o eu quero e tenho medo de errar e...

- Bruno a vida é feita de erros e acertos, se você não tentar nunca saberá se daria certo e vai se arrepender de não ter tentado. – Me cortou e respondeu, talvez seja verdade.

- Eu te amo! – Falei depositando um beijo em sua bochecha, ela riu gostosamente e logo fechou a cara. – O que aconteceu? – Eu perguntei.

- Ah... Parece que as meninas estão desistindo das coisas só porque é difícil... – Me encarou.

- Quem disse que seria fácil? Todas sabiam que não seria! Vocês tem que seguir em frente, uma hora dá. – Falei.

- Tiara saiu do grupo! – Disse ela deixando escorrer uma lágrima.

- QUE? Mas...

- Ela sabia que ficaríamos longe do pai e do Havaí, mas iríamos seguir nosso sonho e agora ela simplesmente largou fora! Ela só se importou com si mesma, ela abandonou tudo e nós ficamos na mão. – Continuou com certa irritação na voz.

- Eu sei como se sentem, mas pelo bem de vocês, eu não vou ajudar! Eu quero que sejam reconhecidas e não por mim, mas por vocês! Chega daquela coisa de “irmãs do Bruno Mars” e se a Tiara está decidida, ok, mas vocês vão seguir! Era o sonho da nossa mãe Jaime! – Fui firme e ela se emocionou de novo.

- Eu sei, nós prometemos!

- Então! – Levantei da cama e dei a mão para levantar também. – Vamos Lyla,vamos Lyla! – Eu disse como a minha mãe e nos abraçamos. – No fundo, eu estarei sempre aqui quando vocês precisarem, porque faço parte do “The Lylas”, eu só quero que não desistam, se eu consegui vocês também vão!  - Disse em seu ouvido e nos soltamos.

- Eu amo você! – Ela disse secando os olhos e eu sorri.

- Então, acho que vou virar psicólogo, me acompanha? – Brinquei.

- Besta! – Levei um tapa dela.

  Saímos do quarto e ela perguntou se eu tinha um tempo para brincar com o Jaimo, respondi que sim e segui até o quarto dele, abri a porta e me joguei em sua cama o fazendo pular de susto na frente do computador.

- Que isso Tio? – Ele riu.

- Será que dá para jogar basquete? – Perguntei olhando para a janela e vendo a neve tapar cada vez mais o gramado, e ele abriu um largo sorriso e respondeu:

- Se limparmos, sim!

- Então acho bom se agasalhar, não quero ninguém doente! – Eu disse, levantei da cama e peguei a bola no canto do quarto, ele pulou da cadeira rindo e começou a bagunçar seu armário atrás de uma roupa quente o suficiente.

  Fiquei esperando ele se agasalhar e seguimos para os fundos da casa, tinha uma pequena quadra de basquete coberta de neve, claro que isso não seria o problema! Cada um pegou uma vassoura grande e começamos a varrer, após isso começamos a jogar. Mesmo pequeno Jaimo é muito bom, ele conseguia me tirar à bola, driblar, sair correndo e fazer cesta.

- MÃE! PARA VOCÊ! – Ele passou correndo por mim fazendo uma bela cesta, é, estou velho.

- Parabéns filho! – Jaime o abraçou depois que finalizamos o jogo, eu estava definitivamente morto.

- O Tio é muito fraco! Ganhei fácil! – Ele contava entusiasmado.

- Eu deixei você ganhar cara! – Eu disse ele remedou me chamado de velho eu o coloquei de barriga no meu ombro e o enchi de cócegas. – Quem é o velho aqui Jaimo? QUEM? – Perguntei enquanto ele ria.

- Ninguém, ninguém! Me Poe no chão! – Pediu sem ar e assim fiz.

  [...]
  
  Cheguei em casa de noite, tomei um banho quente e fui pata baixo das cobertas, senti  espasmos de frio por todo corpo e minha garganta fechada, ótimo né? Já comecei muito bem o inverno.
  
  Lívia POV’S

  
  Sabe quando você dá aqueles cochilos e acorda com a TV? Pois é, eu estava assim até finalmente render-me a irritação e desligá-la, quando enfim me aconcheguei meu celular começou a tocar no criado mudo, mas ignorei-o e ele voltou a tocar de novo... Atendi sem ver quem era.


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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Capítulo 34

  
  Enfim eu estava feliz por não precisar mais contar os dias porque Dezembro tinha finalmente chego e com ele o frio e a liberdade de poder trabalhar em casa. Não tem nada melhor do que bebida quente a qualquer hora, cobertas e lareira, chocolate e filmes, dormir aconchegada em meios aos travesseiros... Ah, eu poderia ficar só citado coisas boas de fazer durante o inverno, mas eu tenho que trabalhar.

  Pequei o saquinho de M&M’s e o levei para sala, liguei a TV no canal musical e me acomodei em meio ao edredom com o notebook no colo.  Não pense você que só porque podemos trabalhar em casa esse mês que as coisas diminuem, pelo contrário, porém eu posso fazer tudo à hora que quiser, mas sem abusos!

  Hoje eu acordei cedo e como disse mais feliz, limpei toda casa e fiquei curtindo a preguiça e trabalhando sozinha porque fui abandonada pelo meu desnaturado pai, não, ele teve que fazer uma viagem a trabalho e volta em duas semanas. Antes que se perguntem, eu e Bruno estamos na mesma, nossa briga foi relevante e esquecida, continuamos amigos e conversamos sempre que dá, aliás, ele volta para L.A essa semana, só não avisou o dia certo.

  Na TV começou a passar o clipe Hand on Heart do meu Olly Murs. Aumentei o volume e fiquei assistindo até a campainha tocar... A essa hora só pode ser a inútil da Tory, peguei meu celular para ver se por acaso ela tinha avisado e eu não tinha visto, mas não, nenhuma ligação e sms. Fui com os olhos ainda no celular e abri a porta.

- Oi! – Ele disse sorrindo.

- Oi! – Sorri de volta e espirei uma de suas mãos escondida atrás das costas, ele soltou uma risadinha baixa e esticou a mão com um lindo buque de flores.

- Wow! – Exclamei antes de pegá-las. – Obrigada, são lindas! – Peguei e o puxei para dentro de casa. Às flores eram parecidas com girassóis, porém de vários tamanhos e cores.

- Não entendo nada de flor, mas achei-as lindas! – Falou ele me acompanhado até a cozinha. Pus num vaso com água e deixei sobre a bancada.

- São mesmo! Levarei para o meu quarto depois! – Respondi e ele abriu os braços enquanto nos aproximávamos.

    Ele lançou minha cintura e eu seu pescoço, sentia seu peito subindo e descendo conforme sua respiração, além do seu suspiro de alívio quando eu correspondi o abraço na mesma intensidade e seu ar quente sendo solto rente ao meu pescoço. 

- Eu senti muito a sua falta! – Ele disse baixinho pouco antes de nos soltarmos. Eu respondi apenas um simples “eu também”.

  Eu realmente senti fala dele, mas também me senti estranha, eu não sei explicar, mas juro que vou tentar esquecer, era nosso combinado, aceitamos essas condições e vamos seguir, poxa, que amigos não discutem ou brigam?! Não somos diferentes!

- Então Mr. Mars, como se sente? – Perguntei enquanto ele se atirava no sofá e se enfiava abaixo do meu edredom.

- Com frio, vontade de hibernar ou ir para algum lugar quente! Isso aqui definitivamente não é para mim! – Disse meio emburrado.

- Como você pode dizer isso? Como pode não gostar de frio e todas essas coisas que se pode fazer agora? – Perguntei num tom de indignação e ele riu.

- Ah, eu sou havaiano e não combino com neve assim como o Havaí. – Ergueu as mãos e eu ri.

- Para Bruno, chocolate quente, filmes, tomar sol... Tem milhares de coisas legais, duvido não se encaixar com nada. –Disse e peguei uns M&M’s.

- Não sei fazer chocolate quente, posso assistir  filmes e tomar sol no verão também! Eu combino com surfe, praias, calor! – Se empolgou só em falar.

- Falou o surfista que combina com frescura.  – Retruquei comendo mais.

- E você combina academia! É bom oferecer M&M’s para as visitas– Cruzou os braços e logo pegou o pacotinho e entornou na boca.  

- Oferecendo ou não você pegou e foi quase todo. – Retruquei de novo e ele me olhou sério em seguida gargalhamos.

  Disso eu senti falta, do lado moleque sem educação e engraçado dele, das gargalhadas, birras... Ficamos conversando sobre meu trabalho, o final da turnê e os novos shows, final de ano e ideias. Bruno avisou que estava com fome, concordei, afinal M&M’s não é almoço. Peguei meu celular e fui lendo para ele as opções de comida de um restaurante aqui perto, escolhemos pizza e eu pude fazer o pedido pelo próprio celular, lavaria meia hora e seria descontado do meu cartão, tipo: praticidade nota mil.

- Já pediu? Como? E a ligação e... – Disse com os olhos arregalados.

- É um aplicativo do celular Bru. – Expliquei.

- Desculpe você não precisa ouvir essas coisas amigo! – Ele disse para o seu Black Berry e eu gargalhei.

- Ai, ai. – Eu falei.

- Ai, ai. – Ele repetiu. – Olha... Desculpa-me por...

- Bruno, eu já tinha dito, tá tudo bem! – Já sabia do que se tratava, então o cortei.

- Sim, eu sei... Mas precisava falar olhando para você... Poxa, eu errei e me senti mal, eu fiz nós brigarmos por besteira porque eu poderia ter curtido a festa de outras formas e, ah. Fui um idiota e precisava disso, precisava falar isso e afirmar que senti muito a sua falta depois. Não quero sentir aquele sentimento nunca mais. – Falou olhando diretamente nos meus olhos.

- Tudo bem, pensamos da mesma forma agora, satisfeito? – Perguntei e ele respondeu que sim. – Então esquece isso! – Sorri e ele também.

  Eu queria que ele esquecesse mesmo sabendo que eu não esqueceria, não queria ter que lembrar e falar sobre aquilo, sim são sentimentos que eu não quero nunca mais sentir e eu já falei uma vez: se for para beijá-lo e me sentir daquele jeito prefiro nunca mais tocar seus lábios e ter a melhor amizade. Uma decisão!

  Nosso almoço chegou à seguida, metade lombo com catupiri e cebola e a outra metade de morando com chocolate. Bruno devorou seus pedaços rapidamente, ainda pegou um a mais da minha parte doce, eu não aguentei comer. Ele me ajudou a organizar as coisas na cozinhar e disse que teria que ir embora, achei estranho, mas não me meti em seus compromissos.

- Toma cuidado, a neve está forte! – Eu disse. Tem muitas ruas ainda fechadas por causa da primeira nevada forte.

- Tomarei. Nos falamos mais tarde! – Sorriu e eu o acompanhei até a porta, ele me deu um beijo demorado na bochecha e saiu.

  Encostei a porta e voltei para o sofá, deitei-me e meus pensamentos foram invadidos por aqueles olhinhos amendoados, sorriso branquinho, covinhas expressivas, cabelos cacheadinhos, perfume caro... Adormeci.


 Desculpem a demora, tive alguns problemas na expressão das minhas ideias! Mas voltei e não pretendo demorar tanto! Espero que possam me entender e não deixar de comentar. 

#Até