segunda-feira, 31 de março de 2014

Capítulo 43


  Acordei aquele dia bem mais disposto, na verdade, a cada dia me sinto melhor. Isso é ótimo. Tenho falado com a Tory todos os dias, ela me liga sempre de noite e passamos cerca de meia hora trovando. Sobre o Bruno, apenas sei que o show em Las Vegas foi um sucesso como todos os outros e ele está se preparando para o Super Bowl e Grammy’s, na premiação ele teve cinco indicações. Como eu sei? Porque além de ser atualizada eu tenho uma prima Hooligan, então...

  Hoje primeira segunda-feira do ano, dia seis, e meu primeiro dia de trabalho. Foi bem fácil encontrar, porque como a Marie trabalha num canal de televisão perguntei se ela não sabia de um lugar que precisassem de pessoas, e então ela descobriu a rádio local da cidade por meio de um colega.

  Levantei da cama às seis e meia, tomei um banho rápido e comecei a me arrumar. Vesti uma calça jeans escura, uma bota de cano curto, blusa preta de manga comprida e gola, casaco com detalhe em pelo de algum animal e um cachecol grande. Fiz um coque nos cabelos e deixei umas mechinhas soltas.  Batom cor de boca, blush rosado, rimel e delineador. 

  Ao descer encontrei a Mel preparando torradas. Dei um beijo em sua bochecha e me juntei com ela ao café. Terminamos, eu recolhi as coisas, voltei ao quarto para escovar os dentes e desci de novo.

- Minha linda, eu vou trabalhar! – Sorri.

- Tudo bem Liv, ainda lembra as coordenadas? Quer pegar o GPS? – Ela pergunta preocupada.

- Não, eu aprendi direitinho, obrigada meu amor. Até mais tarde, se cuida! – Beijei sua bochecha, peguei as chaves do carro da Marie e saí.

  Meu carro não chegou ainda, então Marie me emprestou o seu provisoriamente, mesmo eu tendo dito que não era necessário, a rádio não era tão longe da casa delas, mas tudo bem. Em dez minutos eu cheguei ao prédio da rádio e na hora lembrei-me da revista em Los Angeles, é o mesmo modelo de prédio.

- Olá. Sou Lívia Kendrick e estou aqui a pedido do Pierre, para a vaga na rádio. – Falei para a recepcionista.

- Ah, a senhora pode pegar o elevador e ir no quarto andar, sala três, o senhor Pierre está lhe esperando. – Responde ela e sorri. Agradeço e subo.

  Percorri o caminho todo e já sentia minhas mãos soando e tremando. Dei duas batidinhas na porta e entrei.  Fiquei cerca de quarenta minutos conversando com o Pierre, um homem de quarenta e quatro anos que só está realizando o próprio sonho e agora está a procura de um novo funcionário. Ele leu meu currículo e fez-me várias perguntas do motivo deu ter saído de uma empresa tão reconhecida em Los Angeles para vir para cá, na hora eu fiquei meio sem saber o que responder, ainda é recente e me choco toda vez que tenho que relembrar, mas fui obrigada a deixa tudo de lado ou caso contrário esse emprego não seria meu. 
E até que nem foi tão mal conversar com ele, que parece ser um cara legal.

- Bom, sei que chegou a pouco na cidade, então libero você para conhecer as coisas por aqui e se adaptar melhor, eu sei como é ruim sair de um lugar onde morou a vida inteira. Vamos combinar assim: Eu lhe apresento sua sala e colegas, eles te explicam tudo que deve ser feito e na segunda-feira que vem você começa como locutora junto com eles. O que acha? – Pergunta ele e eu sorrio de orelha a orelha.

- Ótimo! Muito obrigada mesmo senhor Pierre. – Respondo-o.

- Não há de que. Acho que vamos nos dar muito bem, pelo que vi você é muito competente e faz mais que o seu trabalho. A propósito, senhor está no céu, me chame apenas de Pierre, okay Lívia? – Ele sorriu.

- Claro Pierre. Eu faço tudo que eu posso! – Concordo com ele e seguimos até a minha mais nova sala.

  Conforme íamos indo, ele me dizia o que era cada sala e quem estava nela, eu achei complicado, mas ele disse que com o tempo eu aprendo tudo.  Finalmente entrei na minha futura sala, ele me apresentou os novos colegas, Ben e a Fay que não estava no momento.

- Bem, sabe o que fazer não é? – Pierre pergunta e ele concorda. – Boa sorte Lívia, tenha um bom dia. – Continua ele e saí da sala.

  Ben começou a me explicar algumas coisas, como por exemplo, os horários que o programa musical vai ao ar, das 09:00 às 10:00, depois das 16:00 às 17:00 horas, e como funciona, que é basicamente como na revista, ficamos um determinado tempo fazendo pesquisas e escolhendo as músicas para o programa ir ao ar, e no final da tarde podemos ir embora assim que acabar. Nada mal.

- Quem você pensa que é para estar aqui na minha sala garota? – Uma mulher alta e loira entrou feito furacão na sala e eu pulei da cadeira. Ela começou a falar grossamente comigo e eu mal sabia o que responder, olhei para o Ben e ele me olhava como se aquilo fosse normal.

- Eu... Ah... Ham... – Não consegui pronunciar se quer ma palavra e os dois caíram na gargalhada. Olhei séria para o Bem e ele continuava rindo.

- É brincadeira Lívia! Prazer eu sou Fay! Seja muito bem vinda! Acho que te assustei um pouco não é? – Ela pergunta rindo.

- É, sim... Um pouco! – Digo.

- Desculpa Lívia, ela tem um senso de humor ótimo, eu a aguento a dois anos, então se prepare! – Diz Ben e Fay da uma risada e em seguida oferece a ele o dedo do meio.

  Conversei mais um pouco com eles e fui embora. Pelo pouco de tempo que fiquei ali foi muito fácil de notar o quão forte é a conexão deles, os são muito amigos e isso me lembrou eu a Tory e o Fred, éramos iguais e de certa forma deu um aperto no coração e vontade de chorar, mas logo espantei esse desânimo com uma música bem animada e alta dentro do carro.

  [...]

  Esses meus dois primeiros meses aqui passaram muito rápido e foi incrível, não tenho do que reclamar, a não ser da falta que a Tory faz, mas isso matamos por telefone quase todos os dias. Já os outros, eu não tenho mais nenhuma notícia, não sei do Bruno, nem dos meninos da banda e muito menos das meninas, eu perdi contato com todos, na verdade não tenho corajem de tentar contato, então fico só eu e a minha falta deles aqui, até porque a Tory nem toca no assunto, acho que ela acha que é melhor eu ficar sem notícias, o que é mentira, mas tudo bem coisas da vida.

  Fay e Ben são uns amores, eu tenho me tornado cada dia mais amiga deles, somos chamados da gangue de trio. Porque sempre almoçamos juntos e sempre que dá nos encontramos então alguns conhecidos da rádio nos apelidaram de gangue de trio.

  Hoje é sábado e vou com a Fay e a Mel (que se adoraram, e eu senti ciúmes, claro) a procura de um apartamento.  Já estou bem estabilizada então é hora deu ter o meu primeiro cantinho, algo só meu, que eu possa mandar e desmandar, arrumar ou bagunçar, sabe, fazer o que eu quiser. Ou seja, acordei muito animada, espero achar algum lugar logo, espero que o que eu vi pela internet seja realmente perfeito. Aww!

- Bom dia! – Eu disse no primeiro piso da casa.

- Bom dia pessoa que vai me abandonar! – Mel disse fazendo bico.

- Meu amor, eu apenas vou sair daqui para um lugar próximo daqui e você vai ter livre acesso lá, mas está na hora deu ter meu cantinho! – Falei sentando ao lado dela no sofá.

- Eu sei, mas eu queria que ficasse aqui. – Ela disse deitando no meu colo.

- Pensa que agora você terá duas casas! Quando enjoar daqui, corre para lá, prometo deixar uma chave com você! Agora desarma esse bico e vai se arrumar, a Fay está nos esperando! – Falei e ela subiu sorrindo.

  Desde que eu toquei no assunto de “sair” daqui ela anda meio jururu comigo, ela é o tipo de pessoa que se apega rápido de mais, mas longe disso ser uma separação, mas é bem provável que iremos nos ver bem menos, enfim, não vem ao caso, ainda iremos conversar mais sobr o caso.

  Permaneci na sala vendo TV até a Mel se arrumar e então finalmente saímos. Busquei a Fay na casa dela e seguimos para onde as anotações e anúncios nos levavam. Passamos a manhã inteira vendo casas e apartamentos, vimos ao total seis, três de cada e no geral nenhum me agradou. Uns eram caros, feinhos e mal localizados, outros bem localizados, porém casas, e eu não quero casa, estou atrás de apartamentos. Resumindo, me desanimei muito.

- Gente, eu apoio uma pausa para o almoço! – Diz Fay e Mel concorda de cara.

- Suas gordas! – Eu digo e elas riem. – Tudo bem, onde vamos gordas?

- Posso escolher? – Mel pede empolgada com as palmas das mãos unidas.

- Pode. – Eu e Fay dizemos juntas e rimos na hora.

- Vamos comer Yakisoba! – Ela fala e ao mesmo tempo lambe os lábios e fecha os olhos como se já estivesse comendo.

- Menina, você é de mais! Isso aí! – Fay toca a mão dela.

  Mudamos o caminho de imobiliárias para o shopping bem no centro a cidade e fomos para o restaurante de comida chinesa. Nos acomodamos, fizemos os pedidos e ficamos discutindo sobre os lugares que visitamos até meu celular interromper a conversa. Olho no visor era um número restrito. Penso em não atender, mas desisto.

- Alô? – Eu disse. – Alô? – Repeti. – Tem alguém aí? Alô... Alô... Alô! – Falo diversas vezes e de repende desligam. Fico olhando para o nada com o celular no ouvido.

- Tá tudo bem? Quem era? – Mel pergunta.

- Restrito, acho que era engano. – Respondo e ela dá de ombros.

  Voltamos a conversar, nossos pedidos chegaram e eu dei uma aula de como segurar nashi, o palito de madeira, para a Fay. Ela disse que nunca havia comido com palito, só com garfo, totalmente sem graça. De novo meu celular toca, olho e é a Tory.

- EU TÔ COM SAUDADE! – Assim que eu atendo Tory fala gritando, e eu começo a rir.

- Eu também! – Concordo com ela.

- Eu sei que não, sei que me trocou pela Fay, eu stalkeio teu instagram! – Diz ela. Imagino a Tory fazendo um bico.

- Eu só tenho duas fotos com ela, aliás, estou almoçando com ela.

- Eu não falei, eu já sabia! Você me troca na cara de pau. Lívia, isso é feio sabia? – Ela parece indignada, mas sei que é brincadeira. Fay toma o celular da minha mão e diz: Eu adoro a Lívia, mas você ainda é a melhor amiga dela. Tory diz alguma coisa e faz Fay rir então pego meu celular de volta.

- E então? – Pergunto e ela ri.

- Que amorzinho. Só liguei para saber como está mesmo e dizer que eu não aguento de saudade! – Fala a Tory.

- Eu também e aqui tudo bem. – Respondo.

- Que bom... Vou deixar você almoçar, um beijo, amo você.

- Beijo, te amo também. – Falo e desligo.

  Continuei almoçando, fechamos a conta e seguimos a direção de outra imobiliária. Olhamos mais três apartamentos e para falar a verdade, eu estava bem desanimada, não havia olhado nada que eu realmente tenha gostado, sabe, aquele lugar que você se vê morando, pois é, não senti  isso. Já passava das três da tarde quando eu recebi mensagem de um aluguel direto com o dono, retornei avisando-o que estava indo olhá-la. Era um apartamento muito bem localizado e mobilhado, até então perfeito para mim.

  Estacionei na frente do prédio e de cara me apaixonei pela fachada, ele era lindo, parecia bem novo.

- Olá, boa tarde. Dona Lívia? – Um homem muito bonito fala.

- Isso, boa tarde! – Cumprimento-o com um aperto de mão.

- Sou o Cilas, prazer! Então, vamos ver o apartamento?  - Ele pergunta e eu concordo com a cabeça.

  Era no nono andar, tinha elevador, estacionamento, salões de festa e piscina, como disse era bem localizado e parecia ser um prédio novo. Adentramos ao apartamento e eu mal acreditei, ele era lindo. Entramos pela sala, do lado uma varanda e logo atrás a cozinha. Num quadrado tinham três portas para dois quartos e um banheiro, era lindo. Eu realmente tinha amando, era esse.

  Conversamos sobre valores e de fato era meio caro, mas eu sei quem melhor que isso eu não vou achar por mais barato. O senhor Cilas disse que ele estava totalmente mobilhado, e algumas coisas seriam levadas com a família, como a fronhas, vasos de flor, louças, quadros e cortinas.  

- Eu adorei! – Digo feliz da vida.

- Que bom... E aí? Fechamos contrato? – Pergunta ele.

- Claro! Fechadíssimo! – Falo.

  Combinamos que em duas semanas eu posso me mudar, tempo para recolherem as coisas da casa, arrumar os documentos e passar as coisas para o meu nome. Deixei meus contatos e ele concordou em organizarmos tudo por email.

- Espero que possa aproveitar aqui como eu! – Diz Cilas.

- Irei. Mas a propósito, porque está se mudando? – Pergunto, vai que tem algum problema.

- Minha esposa está grávida do nosso segundo filho, precisamos de uma casa maior, com pátio para as crianças. – Responde ele e eu concordo. Criar duas crianças num apartamento é complicado, mesmo que seja bom, tenham piscina e tudo, elas precisam de pátios para correr e brinquedos maiores.

- Parabéns! – Desejo-o.


  Tudo certo! Saí do prédio, as meninas adoraram o apartamento, principalmente porque é perto da casa dela, ela pode vir sozinha e terá um bom quarto para si. Deixei a Fay no meio do caminho e fomos para casa da Mel, já estava quase na hora da Marie chegar da emissora.


  • Não se preocupem, eu não vou deixar de postar, tá? Demorei por cauda da escola e porque saí no final de semana. Foi corrido, mas voltei com esse cap bem grade! :3 Espero que tenham gostado e que comentem! 

quinta-feira, 20 de março de 2014

Capítulo 42

  Lívia POV’S

  Usei o resto da semana para organizar as coisas da viagem, separei tudo que é realmente útil. Não é tão simples assim trocar de estado, tem toda uma burocracia e um monte de documento a ser feito.

  Enfim a parte complicada passou e agora vem a mais difícil. Deixar essa casa aqui nunca esteve nos meus planos, eu sempre imaginei meu pai numa cadeira de balanço lendo seu jornal de manhã enquanto eu não acordava pro café. Nunca imaginei ir embora da cidade dos sonhos, Los Angeles. Eu decidi assim, então sem lamentações dona Lívia!

  Desci as escadas e revisei todos os trincos e torneiras de todo primeiro piso da casa, já era a terceira vez que eu fazia isso. Tudo certo. Apaguei as luzes e saí. Coloquei todas as malas dentro do carro e me acomodei no lugar do motorista.

  Agora são seis e meia da noite do dia trinta de um de Dezembro e isso quer dizer que: Como são quatro horas de viagem passarei o ano novo dentro de uma aeronave. Começando um ano diferente na minha vida nova.

  Conforme o combinado, mandei uma mensagem para a Tory avisando-a que estou saindo de casa. Ela disse que me encontraria no aeroporto.  Liguei o aquecedor e a rádio do carro e segui meu caminho. Hoje é uma típica noite fria, porém mais comemorativa do que as outras.

  Fiz o check-in e despachei as malas, eram quatro! Depois disso fui atrás da equipe que faz a viagem de carros. Entreguei a eles minha chave junto com todos os documentos xerocados. É bem preocupante saber que seu carro irá fazer um passeio de navio, mas tudo bem.

  Peguei um chocolate quente cafeteria e fiquei esperando a Tory.

- Isso não é verdade, né? – Ouvi ela disser. Ela já chegou chorando.

- Te alivia dizer que ainda temos uma hora para conversar? – Sorri abraçando-a.

- É, um pouco! – Responde ela.

  Ficamos sentadas ali mesmo e durante todo o tempo ficamos de mãos dadas.

- Tory, por favor, não chora! – Eu pedi.

- Mas eu não sei quando vou te ver de novo! Entende? – Ela seca as lágrimas e eu a faço olhar para mim.

- Nós vamos nos falar todos os dias! Temos celular e skype! Não será assim para sempre!

- Tá, mas e se você encontrar outra melhor amiga? – Pergunta ela e eu começo a rir.

- Não existem duas melhores amigas, apenas uma única e essa é você, então deixa de besteira e facilita as coisas! – Falei.

  O relógio corria rápido e de certa forma ver que já estava na hora de eu ir deu certo alívio no coração. Não digo que estou feliz, mas quem sabe um ansioso para recomeçar? Pois é. Desde que decidi eu venho deixando minha mente aberta para tudo que possa acontecer daqui em diante. Aprendi que as coisas acontecem por algum motivo e estou disposta a aproveitá-los mais.

- Eu tenho que ir! – Falei me levantando e puxando Tory junto comigo.

- Me coloca dentro da sua bolsa, rápido, eles nem vão perceber! – Tory fala puxando minha bolsa e eu começo a rir.

- Presta atenção! O Scott vai cuidar de você, ele disse e eu confio nele! Se acontecer qualquer coisa, qualquer coisa mesmo me liga, ok? Se precisar, quiser ou não quiser falar comigo, tudo bem? Eu tenho ir, no momento permanecer aqui não me faz bem, preciso de novos ares, novas emoções e preciso mais ainda saber que você ficará bem acima de tudo. Promete? – Falei e estiquei meu dedo mindinho para ela.

- Eu prometo. E você, bom... Uma bao sorte, e não esqueça de mim aqui. – Respondeu e enganchou seu dedo no meu.  Sorri e a puxei para um abraço.

  Ela estava chorando de novo, eu sequei suas lágrimas e respirei fundo para finalmente entrar na sala de embarque. Não fiquei nem dez minutos esperando e já pude ir para dentro da aeronave. Coloquei o celular no modo avião e coloquei músicas no fone de ouvido.
[...]
- Senhores passageiros, desculpe incomodamos, mas vamos fazer um rápido brinde à chegada de mais um ano novo. Que todos tenham um ano repleto de saúde, realizações e alegrias. Vamos ao brinde! – Acordei com uma aeromoça falando, pensei que já tinha chego, mas não.

   Entregaram-me uma taça de champagne e a erguemos em seguida falando em couro “feliz ano novo”. O Senhor do meu lado e sua esposa me desejaram tudo de bom , agradeci e desejei-os o mesmo. Bebi um pouco daquele negócio amargo com bolinhas brilhantes que dizia ser champagne.

[...]

- Nem acredito que está aqui! Que saudade! – Mel veio correndo na minha direção e eu abri os braços. – Como você tá? Fez uma boa viagem? Hum, temos que conversar! – Ela me enchia de perguntas.

- Calma! Fiz uma boa viagem sim baixinha! – Eu disse soltando ela do meu corpo e abraçando a Marie.

  A última vez que a vi, bom, eu não lembro porque faz tantos anos. E pode abraçá-la agora é inexplicável. Seu cabelo ruivo bem tonalizado, suas sardinhas em baixo dos olhos, os próprios olhos verdes, ela não mudou nada, apenas ficou mais velha.

- Fico feliz que tenha vindo. E ah, você está linda! – Diz Marie enquanto nos abraçamos.

- Você também! – Respondo e sorrio.

  Acabamos com a melação no meio do aeroporto, pegamos um táxi ali na frente e seguimos para a casa delas. Marie estava super empolgada, mesmo com o horário. Ela me mostrava todos os pontos da cidade e dizia que iria me levar em determinados lugares. Eu, Marie e o motorista apenas ríamos. Chegamos a casa, não dava para ver muito por causa da escuridão da noite, mas ela era uma típica casa americana, na cor laranja claro, sacada no piso de cima e uma garagem na lateral e um pátio com um pouco de neve na frente.

- Melody, qual foi o nosso combinado? – Marie pergunta seriamente para ela.

- Chegar e ir dormir, mas mãe, eu quero conversar com a...

- Amanhã Melody, deixa ela descansar da viagem minha filha! – Marie fala e ela obdece.

- Tudo bem... Boa noite Liv. Fica a vontade tá? – Ela disse vindo em minha direção e me dando um beijo na bochecha.

- Bom, vai querer conhecer a casa agora ou prefere descansar? – Pergunta Marie.

- Deixamos para amanhã! – Respondo.

- Tudo bem, vem, vou te mostrar o quarto. Fica a vontade tá, se sentir fome, a cozinha é ali. – Apontou. Eu agradeci e subimos.

  Entramos num corredor com cinco portas. Ela mostrou o quarto que eu iria ficar e na ponta do corredor um banheiro que eu poderia usar a vontade, era para as vistitas. Deduzi que cada uma das duas tinha seu banheiro. Agradeci novamente e ela sorriu.

- Então é isso... Vou deixar o carro em casa caso você queira usar. Se quiser me ver, liga a televisão no canal 48 dás onze às onze e meia eu  apresento o Local News! E se precisa, a grita para a Mel! Conversamos melhor amanhã. Fica bem!  

- Hum, que chique! – Brinquei. – Até amanhã, boa noite! – Dei um beijo nela e encostei a porta do quarto.
  
  Ele era todo em tons de bege e branco, tinha uma cama de casal, uma mesa toda branca com três gavetas do lado, uma cadeira de rodinhas, uma poltrona abaixo da janela grande que dava para os fundos da casa e um guarda-roupa todo branco. Era lindo. Muito bem decorado, desde ao abajur, tapete, cortina e quadros.

  Não prestei atenção em mais nada, apenas revirei minhas malas até achar meu pijama, o vesti e dormi. 



  •  Bom, não costumo deixar recados por aqui, mas hoje o caso é especial, vou esclarecer as ideias da Camila. Minha querida, ninguém abandonou a fanfic aqui não, tá? E eu não sei se você percebeu, mas eu estou postando uma vez por semana que é tempo suficiente para eu conseguir escrever e dividir meu tempo com as outras coisas, mas as vezes a criatividade não ajuda como deveria, sabe como é? Já escreveu algo assim? Pois então, além de que eu também tenho a escola, e segundo ano do ensino médio não é fácil, ainda mais em meio de trimestre, são muitas provas e trabalhos. Outra coisa, se você está incomodada, me desculpa, mas eu não forço ninguém a ler e as vezes demoro sim, muito, mas eu tenho outros afazeres e nem sempre dá, mas não se preocupe, não irei abandonar e se realmente achar ruim, pare de lê, daí desse mal você não irá mais sofrer. Tudo bem? Ah, não levem na grosseria! 

  • Bom gente, não liguem muito para o que eu disse acima, foi só a resposta a querida leitora. Não vou abandonar vocês amores, só ando sem tempo e com a criatividade falha. Ok? Não esqueça dos meus comentários! (: 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Capítulo 41

  Acordei com barulhos no quarto, era o Bruno procurando não sei o que.

- Bom dia e desculpa, não era para te acordar! – Diz ele torcendo os lábios. Sorrio.

- Sem problemas. Eu preciso só de um banho, me espera? – Perguntei e ele respondeu positivamente com a cabeça. Peguei minhas roupas na mochila e caminhei até o banheiro.

  Escute essa música:  Let It Go - Demi Lovato

  A água quentinha me fazia relaxar um pouco, mas não o suficiente para retirar todo meu sufoco, nada o tira de mim e eu já não aguento mais. Finalizei meu banho. Vesti uma calça jeans preta, uma blusa de lã na cor creme, cachecol preto, casaco e botas. Saí do banheiro e Bruno estava deitado na cama com as mãos sobre a cabeça. Sentei-me nos pés e ele se levantou. Eu tinha as mãos no rosto e braços apoiados na perna.

- Você está me preocupando Lívia. O que aconteceu? – Bruno disse. Sentou em seguida do meu lado.

- Bruno, eu vou embora! – Eu disse sem ao menos conseguir olhá-lo.

- O que? Não, você não pode me deixar Lívia!

- Não dá mais. Aquela casa sozinha para mim, as lembranças. Eu não aguento assim. E minha prima me convidou para ir para Carolina do Norte. – Falei, agora olhando em seus olhos.

- Presta atenção! Em todos os momentos mais difíceis da sua vida, quem esteve do seu lado? – Ele pergunta.

- Mau pai... A Tory... Fred e... Você! – Respondi baixo e pausadamente.

- Então! Não abandona tudo que você construiu assim, não deixe a Tory e principalmente a mim. – Ele se abaixou na minha frente e segurou minhas mãos. As lágrimas já desciam livremente. – Não preciso dizer que será doloroso, porque é óbvio vai, mas passa. Pensa em tudo que você já construiu aqui, em todos que conheceu e analisa os fatos, vê se vale a pena ir embora. Pensa que agora todo o dinheiro do seu pai é seu e em quantas pessoas podem se aproximar de você por isso e quantas continuaram agindo da mesma forma. Pensa em você, na sua felicidade, e no seu pai, porque quando ele perdeu a esposa ele seguiu em frente por você, faça o mesmo pelo seu futuro, talvez um dia você tenha que batalhar por um filho assim como ele. – Ele fez uma pausa e eu jurei que ele estava tentando ler minha mente. – Você esteve do meu lado no pior momento da minha vida e nosso laço se formou assim, agora é a minha vez de te ajudar e só será possível se  você deixar.

  Por um momento eu entrei em transe, esqueci com quem e onde estava. Minha mente foi direto para o meu futuro e se tudo que eu estou decidindo agora valerá à pena. Mais uma vez esse é o momento que eu perguntaria: “Pai, o que eu faço?”. Mas de novo quem decide sou eu e será somente assim daqui para frente, eu sei que sim.

  Pisquei várias vezes deixando mais lágrimas desabarem em meu rosto e então vi aqueles olhos amendoados que me fazem bem se dilatando, sim, ele estava nervoso e de repente saindo do quarto. Eu não quero que ele fique assim e eu sei que a culpa é minha, mas é também a minha vida, a minha escolha.

  Desci as escadas e passei os olhos por todo cômodo, ele não estava ali, mas sim ali fora na área gelada, onde a brisa forte de inverno batia com força, olhando o nada. Fui a sua direção e ouvi um suspiro e em seguida o movimento de sua mão do rosto para a perna coberta por um moletom. Parece exatamente isso que você imaginou.  

  Abracei-o pelas costas e encostei minha cabeça em seu pescoço. Essa era a nossa despedida.

- Bruno, me desculpa! Eu sei que você não merece isso, mas agora depende de mim. Eu escolhi e só acabarei com as minhas dúvidas se seguir em frente, então eu escolho seguir e deixar você seguir também! – Eu disse agora em sua frente.

- Desde quando você decidiu isso? – Ele perguntou ignorando tudo o que eu disse.

- Faz quatro dias. – Respondi.

  Bruno engoliu a saliva como um pedaço de bolo seco que fica entalado na garganta. Respirou fundo e disse:

- Espero que esteja fazendo a escolha certa. E espero seja feliz onde... Quer que prefira estar. - Sua voz era baixa e seus olhos focavam no chão.

- Você também! – Eu disse e larguei suas mãos. Ele se quer se moveu e então eu saí da sua frente.


  Fechei os olhos com força. Entrei dentro da casa e subi as escadas. Peguei minhas coisas no quarto e desci de novo. Atravessei a sala sem olhar onde ele estava e saí pela porta da frente. Enquanto caminhava pátio a fora sentia os músculos do meu corpo se contraindo de frio. Caminhei uns vinte minutos até o ponto de taxi mais próximo.

[...]


  Bruno POV’S

- Preciso falar com você! – Foi à primeira coisa que eu disse quando ele atendeu.

- Cara, o que aconteceu? – Phil perguntou.

- Pode vim para minha casa agora? – Eu perguntei.

- Posso Bruno, posso! – Ele disse e desligou.

  Talvez eu tenha atrapalhado ele, mas a culpa não é minha e ele como meu melhor amigo deve me ajudar. É isso que os amigos fazem. Larguei o celular no chão e voltei a deitar no sofá. Já estava na metade da minha garrafa de Whisky e nada do buraco no meu peito se desfazer, pelo contrário, ele só aumentava sem força nenhuma.

- Brunooooooooooooo! Abre aqui! – Quem... Ah, Ryan!

- TÁ ABERTO! – Gritei meio sem paciência.

- A fossa tá funda aí, hein! Brigou com a Lívia? – Ele pergunta. Antes deu responder ele pega a garrafa de Whisky e analisa. – Já bebeu de mais cara.

- Ai Ryan, vê se me erra! – Respondi fechando os olhos.

- Beleza, vai fundo se quer ter uma overdose! – Ryan fala largando a caixinha de cigarros sobre meu peito e a bebida do meu lado.

- Se eu quisesse morrer usaria uma faca. Bem mais rápido e menos doloroso! – Respondi e ele arregalou os olhos.

- Cara, o que aconteceu? Que assunto é esse? – Ele senta no outro sofá esperando que eu fale, mas eu não estou com vontade. – Espero que o Phil já esteja vindo, porque aguentar essa sua fossa vai ser foda! Tchau Bruno! – Ryan se levantou e foi até a cozinha. – Tinha esquecido a carteira. Até amanhã! - Bateu a porta e eu nem falei nada. É Completamente inútil gastar saliva com o Ryan, porque só dá para seguir os conselhos dele se você estiver a fim de encher a cara e comer mulheres, coisa que eu não faria agora de forma alguma.

- Tô entrando, entrei! Cadê o homem que se encontra numa puta fossa como diz o Ryan? – Phil brinca e eu reviro os olhos. Eles não entendem que hoje o dia não é para brincadeira. – O que aconteceu Bruno? – Ele finalmente entrou na sala e se atirou no sofá.

- A Lívia foi embora! – Eu disse.

- Só podia ser sobre ela, a moça que só dá for... O que? – Ele finge um engasgo. – Eu escutei direito? – Phil pergunta segurando o riso. Não sei porque, isso não tem graça.

- Melhor impossível! – Respondi tomando outro gole da minha bebida.

- Ela deve ter cansada da sua cara, aliás, ela mora a meia hora daqui! – Diz ele. Eu não acredito que ele está levando na brincadeira. Mas que merda!

- PHIL! ELA VAI PARA CAROLINA DO NORTE! Leva a sério, por favor! – Quase gritei.

- Porque bro?

- Porque simplesmente não aguenta mais viver aqui sem o pai! Tá eu intendo! MAS E EU? COMO EU FICO NESSA HISTÓRIA? – Aumento meu tom de voz, sei que não adiantará de nada.

- Olha Bruno, não posso mentir, mas eu já havia pensado sobre isso, era claro que ela iria  pensar nessa hipótese! Vivem num lugar sem a família assim é complicado e é por isso que eu teria pedido ela em namoro no Natal! – Ele falou. Eu nunca imaginei isso pelo fato dela não ter tanto contato com a família de lá, a não ser a minha fã.

- Você acha certo? Mesmo? Na maior depressão que ela tava eu deveria ter pedido em namoro? Acha que ela não ia perceber que seria para segurar ela aqui comigo? Acha que ela não ficaria mais magoada ainda? Eu fiz tudo pensando no bem para ela, aliás, em momento algum eu pensei em prendê-la comigo, na verdade eu sempre achei que ela sabia que o melhor era ficar aqui, com a Tory e eu! Mas não! Talvez eu nunca mais a veja! – Reclamei. Sempre pensei que ela pensaria em mim também antes de tomar decisões. – Ela disse que decidiu ir para seguir em frente e me deixar seguir também!

- Talvez seja bom para vocês dois. Eu entendo o lado dela, viver numa cidade onde ela só perdeu pessoas importante deve doer, ela deve ter medo de te perder também, talvez para ela não passe de amizade o que vocês sentem  e a possibilidade de te ver com um outra mulher do lado tenha feito ela decidir isso! – Phil fala. Eu nunca havia pensado por esse lado... E ela errou, porque a única que eu queria comigo era ela.

- Mas era ela quem eu queria! – Suspirei.

- Você demorou de mais! Eu te avisei Bruno! Mas tenta ir atrás dela, você sabe onde ela mora e todos os seus contatos. Tenta a impedir! Aposto que ela não vai embora agora.

- Eu não posso Phil! Eu não posso! – Eu não consigo a impedir, não consigo.

- Eu sabia, você é bom nisso Bruno! No fundo você sabe que será bom para ela e para você! Nada é para sempre, ela vai voltar, eu tenho certeza que sim! Não seja dramático. – Ele disse.

- É eu sei, mas é desse tempo que eu tenho medo! À vida passa, as coisas mudam...

- Você já sabe como as coisas funcionam! Não preciso te lembrar disso! – Ele disse se levantando. – Trate de arrumar suas coisas que a viagem será longa e o show de Las Vegas promete! – Continuou. Phil seguiu até a porta e saiu.

  Ele sabe que eu odeio lembrar de que o tempo passa e assim como eu já esqueci outras pessoas eu posso a esquecer e é isso o que eu não quero. Ele sabe que no final das contas eu escrevei uma música que fará sucesso e aterei apenas como uma lembrança boa, mas eu não quero! Não mais.

  Peguei meu celular e escrevi uma mensagem:

  “Não é o fim, não acabaremos assim”

  Não tive coragem de enviar. Esquecer: Essa palavra não soa bem, aliás, sei que não vai acontecer porque alguém como ela, com todas aquelas qualidades é difícil achar e impossível não se apaixonar, não querer a amizade, isso que eu não quero. E se... Se ela se apaixonar? Se ela tiver outra amizade melhor que a minha? E se ela simplesmente me esquecer? E se lá tiver alguém melhor? E se? 


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