sábado, 27 de junho de 2015

Capítulo 80

[...] Três meses depois.

Minha vida já estava de volta ao normal novamente. Depois de idas e vindas, aqui estava eu em Los Angeles de novo. O apartamento da Tory de dois quartos, sala, cozinha, banheiro e lavanderia este totalmente arrumado e com a minha cara. Foi difícil, mas com algumas ajudinhas aqui e ali eu consegui.

Eu e Bruno estávamos indo bem, inclusive numa das várias vezes que ele veio dormir aqui o seu filhinho lhe chutou, como? Fui recebê-lo com um abraço e quando nossos corpos se tocaram, nosso querido chutou.

Hoje, faltando três semanas para o nascimento do bebê e consequentemente três semanas para o casamento da Tory, irei fazer algumas fotos. Quem vai bater é a Tiara, irmã de Bruno. Tiara criou um cenário na casa dele bem bonito e também iremos a praia bater algumas fotos.

Flashback:

Eram três horas da madrugada e eu me revirava de todas as formas possíveis na cama. Havia visto um programa aleatório que falava sobre o cultivo de melancias, que é nas épocas mais chuvosas, que certamente não é no Outono. Hm, que água na boca!

- Aconteceu alguma coisa? - Bruno atende rapidamente.

- Estou com desejo!

- Em plena madrugada? - ele suspira.


- Pergunte ao seu filho! - abro um sorriso. - Quero uma melancia e um iogurte de morango.

- Como é que é? Não vai dar isso ao nosso filho! - eu amava quando ele falava "nosso", nós estávamos melhorando muito.

- Você conhece o ditado, Bruno! Boa noite! - desligo o celular.

Levantei da cama, e tomei um copo de água, não era exatamente o que eu queria, mas era o que tinha. Fui ao banheiro, deixei a banheira enchendo e coloquei umas músicas para tocar baixinho no celular, afinal são três da madrugada.

Relaxei meu corpo na água morna. Fiz uma massagem na barriga, conforme eu havia aprendido e rapidamente meu filho estava bem mais calmo. Não demorei muito, vesti meu pijama e fiquei deitada no sofá com um edredom por cima, fico de olhos fechados esperando pelo Bruno.

- Que lindo! Enquanto eu corro atrás disso ela dorme! - ouço Bruno resmungar baixo enquanto trancava a porta com a sua chave e ia até a cozinha.

- Ei, não estou dormindo e ainda escuto muito bem! - sigo até a cozinha.

- Que susto, porra! - ele coloca mão no peito e eu dou risada. - Porra!

- Filho, seu papai não está legal, vamos dormir sem a nossa melancia! - viro as costas.

- Não! Apesar de ser muito nojento você vai comer, não dirigi quarenta minutos por nada! - ele tentava cortar a melancia. - Aghrr!

- Me deixa cortar! - tento pegar a faca da sua mão.

- Vai se machucar! - ele fala e continua. Sem sucesso ele levanta a melancia e joga em cima da bancada de mármore da cozinha.

- BRUNO!

- Pronto! - Bruno havia feito pedacinhos da melancia.

- Você vai limpar tudo isso! - digo. Pego o meu iogurte e alguns pedacinhos da melancia e vou me sentar na sala.

Sem demora Bruno senta-se ao meu lado com um pedaço de melancia também, mas sem o iogurte. Ele estava perdendo a melhor parte.

- Ah, isso é nojento Lívia! - Bruno revira os olhos.

- Isso é gostoso! - passo a língua pelos meus lábios e ele respira fundo.

Ele pega o controle e fica pulando os canais e para no seriado SCI Miami. Olho para toda parte da sala menos para televisão e respiro fundo quando aparece David Caruso, ele era o personagem favorito do meu pai. Largo metade da melancia e do iogurte na mesa de centro e escorrego meu corpo no sofá para deitar.

- Só vai comer isso? - Bruno pergunta.

- Aham!

- O que foi? Ficou enjoada? Quer por para fora? - ele larga a sua parte na mesa também.

- Dá para tirar desse programa?

- Por quê? É CSI Miami e o Horatio tá no caso! - diz ele.

- Era o seriado favorito do meu pai, e esse cara aí. - aponto para tv. - O David Caruso era o ator favorito dele.

- Eu... Ah! - ele desliga a televisão rapidamente.

Meus olhos ficam cheios de lágrimas. Los Angeles me faz sentir muito mais a falta dele do que eu imaginava e CSI, nós assistíamos juntos, é bem pior. Bruno levante e estica a sua mão e puxa meu corpo, ele senta-se e eu me encosto-me a ele.

- Nós poderíamos colocar o nome do bebê de David, em homenagem ao seu pai. - enquanto fazia um leve carinho no meu cabelo, Bruno diz.

Eu não espera por isso, virei meu rosto para tocar o corpo de Bruno e deixei às lágrimas escorrer livremente. Esse foi o soco mais lindo que eu recebi no coração.

- Ou não... Esquece essa ideia! Podemos colocar de, hm...

- Obriga por essa ideia, ela é incrível, eu que não esperava por essa sugestão. - digo abafada.

- Desde que toda vez que chamarmos o nome do nosso filho você não chore... - abro um sorriso.

- Obrigada! - continuo encostada em seu corpo quente. Ouço Bruno fazer um baralho com a gargante e logo em seguida o silêncio é tomado por sua voz, agora mais rouca do que de costume.
Não quero nunca te decepcionar (I don’t ever want to let you down)
Não quero nunca deixar essa cidade (I don’t ever want to leave this town)
Porque, no final das contas (‘Cause after all)
Esta cidade nunca dorme à noite (This city never sleeps at night)

Não demorei a reconhecer a música e entender do que se tratava para começar a chorar de novo.

É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am)

Fico na mesma posição, apenas mexe os meus olhos na direção dos de Bruno, quais estão fechados. Ele não faz questão de cantar alto ou movimentar-se, é como uma fala e eu entendo-o.

Então, este é o lugar onde você caiu (So this is where you fell)
E fui deixado à venda (And I am left to sell)
O caminho até o Paraíso passa por milhas de inferno nublado (The path to heaven runs through miles of clouded hell)
Direto ao topo (Right to the top)
Não olhe para trás (Don’t look back)
Virando trapos, as vantagens ficam para uma próxima (Turning to rags and giving the commodities a rain check)

Eu entendia tudo, eu concordava com tudo a tanto tempo, e as provas foram completamente difíceis de acreditar, ainda são. Se eu não o queria? Não queria ver a nossa pequena família em formação unida e feliz? Sempre foi tudo o que eu quis. 

Não quero nunca te decepcionar (I don’t ever want to let you down)
Não quero nunca deixar essa cidade (I don’t ever want to leave this town)
Porque, no final das contas (‘Cause after all)
Esta cidade nunca dorme à noite (This city never sleeps at night)

É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am)

É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am)

Esta estrada nunca pareceu tão solitária (This road never looked so lonely)
Esta casa não queima lentamente (This house doesn’t burn down slowly)
Em cinzas, em cinzas (To ashes, to ashes)

É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am) 

Sinto seu abraço mais forte sobre o meu corpo e um longo suspiro. Aperto minhas mãos em seus braços retribuindo e então ele olha-me. Eu estava sendo levada por esses hormônios misturados em todos os meus sentimentos até ele e não tinha escape, eu já estava aqui.

Flashback Off

- Está pronta? - era Tiara quem me ligava.

- Sim! - afirmo e coloco a bolsa no ombro.

- Estamos dobrando a esquina!

- Manda ela esperar lá em cima, vou ajudar a descer com as roupas!- ouço Bruno falar.

- Bom você ouviu o meu irmão! - Tiara ri.

Desde as minhas consulta no quarto e quinto mês de gestação fui avisada de possíveis complicações no parto por que o bebê não estava se posicionando como deveria e isso se arrastou pelo sexto, sétimo, oitavo e agora no último mês todos estão mais apreensíveis.

Por isso tivemos o chá de fralda tão tarde, eu disse que só iria organizar isso depois que todo o meu novo apartamento estivesse pronto e por depender da ajuda do Bruno que se dividia entre o estúdio e eu, as irmãs dele e da Tory que estava na preparação casamento, demorou tanto. Foi uma grande bagunça estressante.

Antes mesmo de saber que Bruno entraria no apartamento eu senti seu perfume, meu nariz ficou muito apurado com a gestação. Nos cumprimentamos e ele pegou a mala que já estava sobre o sofá e saímos.


Não sei o nome da praia que eles escolheram, mas não era muito longe dali.



Pat, lembra da surpresa? Sei que o seu bebê vai se chamar Davi, mas para ser mais americano o bebê na fic se chamará David. Espero que tenha gostado disso!
E gente, faltam dois capítulos, e COMO ASSIM JULIA? Pois é, apenas dois! Chega de encheção de linguiça e enrolação porque quero começar a próxima fanfic logo! 
Espero que estejam gostando, até daqui uns dias amora! <3 
Não esqueça de deixar-me um comentário! 

terça-feira, 16 de junho de 2015

Capítulo 79

Lívia POV’S

Dormi no apartamento da Tory, que na verdade é a minha futura casa, e acordei toda dolorida. Depois que fizemos o ensaio eu vim para cá e já arrumei algumas coisas minhas aqui e também esvaziei o quarto que será do bebê. Fiquei até tarde tendo ideias para o quarto e até decidi algumas coisas. Foi uma péssima noite de sono.

No meu peito um arrependimento me preenchia e isso me faz ficar acelerada. Tomei suco com bolachas de sal que tinha guardadas e me entreguei ao notebook ainda de manhã cedo, de novo.

Fui acordada desse transe, horas depois, por barulhos na porta, me virei e olhei por cima do sofá alguém entrando, Bruno, ele largou umas sacolas algumas chão e encontrou-me sentada no tapete grosso da sala.

- Eu decidi que o quarto terá tons de azul, amarelo e cinza. Coisas mais alegres e claras. – começo a falar.

Bruno aproxima-se mais do sofá e senta ao meu lado empurrando o notebook das minhas pernas em seguida.

- Não precisa disso! – ele diz e puxa meu tronco para um reconhecido abraço forte. Meu corpo amolece aí.

- Sei que deve querer saber, você terá um menino lindo e forte! – solto dele e pego o envelope da última ultrassonografia que estava ao meu lado, eu havia levado para a Tory ver.

- Estou feliz por você estar cuidando tão bem dele! – Bruno sorri vendo o papel e logo depois suspira. - Eu sinto tanto pela forma que aconteceu e como piorou depois. Errei tão feio que até a vontade de socar a minha já passou, sei que não resolve, eu... Eu descobri quando a Tory mandou uma foto a sua barriga amarrada com um laço azul para o Ryan, não deveria também, mas ele deixou o celular na minha mesa e de repente eu fui verificar as horas e tudo o que vi foi à conversa dele com a Tory. – Bruno fala e eu penso no quanto o Ryan falou convicto no café da manhã, eu nem percebi.

- Ontem eu agi sobre a pressão de algo que me tirava o sono há meses. Sabia que não passaria mais nenhum dia sem que você soubesse do nosso filho, mas o choque da realidade foi mais forte do que quando soube que estava grávida de você e olha, eu perdoo você se é isso que quer saber, não vou esquecer, mas perdoo. Eu passei a noite vendo essas coisas e lembrei-me de quanto eu passava as noites na cama do meu pai e ele dizia que iria ter um momento da vida que alguém próximo iria errar e eu como uma pessoa normal ia surtar e nunca mais querer vê-lo, mas ele disse que era errado, porque as pessoas importantes fazem coisas maravilhosas na nossa vida e nunca reconhecemos, mas aí um erro faz tudo isso, um erro acaba com todas as coisas boas, ele voltava a dizer que o que eu deveria fazer quando essa situação acontecesse era lembrar-se de todas as coisas boas e perdoar. Bruno, eu me lembro de cada coisa boa que você fez, desde quando nos conhecemos, quando o Fred morreu, quando o meu pai morreu e principalmente quando eu fugi de você e fui embora e voltei um tempo depois do nada. Reconheço que errei também, por tanto esqueça o que eu disse ontem, eu sei que magoa, mas a verdade é que quem está voltando a Los Angeles sou eu, pelo nosso filho. Para que ele tenha os familiares presentes, principalmente o pai. Mas não ache que vou voltar para a sua casa e que seremos uma família feliz, essa sim é uma ideia que não existe, porém sempre, a qualquer horário, a qualquer dia você sempre será bem vindo dentro dessa casa, por mim e pelo nosso filho! – eu não olho em seus olhos, apenas para a janela a nossa frente que mostra um tempo fechado prestes a derramar muita chuva.

- Quando disse que não teria mãe melhor para o meu filho, era a isso que eu me referia! – Bruno toca a minha barriga e eu olho. – Você igualmente sempre será bem vinda onde eu estiver.

- Eu sei que seremos ótimos pais! – falo.

O peso que me tirou muitas noites ao pouco ia saindo das minhas costas e aos poucos eu me sentia mais leve, e cansada. Aqui não estava tudo bem, ainda não, mas caminhando para os conformes sim, com o tempo as coisas iriam se ajeitar.

- O médico disse que ele é muito preguiçoso, igual a você! – abro um sorriso ao lembrar da consulta.

- Ei, eu não sou preguiçoso! – ele tenta defender-se.

- Se o bebê não for para a posição certa vamos ter problemas no nascimento. – encosto na barriga. – Ele não está onde deveria.

- Ei pequeno, de acordo com a mamãe eu sou o preguiçoso e não precisamos de mais um então vamos fazer o que deve ser feito! – Bruno fala e sinto seus chutes na lateral da barriga.

- Bruno, me da a sua mão, rápido! – seguro firme sua mão e levo onde ele chuta.

- Ele já tinha ouvido a minha voz? – ele olha para mim.

- Duas vezes enquanto andávamos de carro tocou músicas suas e eu disse que era sua, mas não sei se ele reconhece isso. – falo.

- Eu acho que sim, porque ele está bem animado! – Bruno sorri.

Bruno POV’S

Flashback

- Cara, me alcança a partitura das demos? – peço ao Ryan que estava sentado do meu lado mexendo no celular.

Fico olhando para o caderno e a caneta na minha frente enquanto dedilho a minha próxima música com os acordes quase prontos. Estava ficando ótima. Era só mais uma alteração aqui e ali e sei que ela seria um sucesso.

Larguei o instrumento no lugar, e peguei o celular do Ryan para ver as horas, mas o que vi não foi isso! A tela desbloqueada mostrava uma conversa dele com a Tory e uma foto. Meu coração quase saiu pela boca e minha cabeça deu voltas.

Tory: olha como está o meu meninão!
Ryan: Não acredito que é menino!
Tory: acredite meu amor! O B vai ficar doido.
Ryan: Tenho certeza que sim, se eu já estou imagina ele!
Tory: Guarda isso para quanto tivermos o nosso amor! Haha.
Ryan: Eu sei, eu sei! Haha.

Com o celular ainda na mão eu saí da sala como um furacão e fui atrás dele. Eu não sabia se tremia de raiva ou de surpresa. Entrei na sala, onde guardávamos os instrumentos e todas as partituras, e tranquei a porta.

- PORQUE NÃO ME DISSE? – joguei o celular em sua direção, ele pega rapidamente.

- Que? – seus olhos dobram de tamanho quando ele entende o que eu quero dizer. – Eu...

- VOCÊ DEVERIA TER ME CONTATO, RYAN! – coloco as mãos na cabeça e viro de costas para ele.

- Não, eu não deveria, assim como não fiz. – sua voz mantém o tom.

- Por quê?

- O filho não é meu, se eu não contei foi porque certamente alguém decidiu assim a decisão não foi 
minha não me culpe pelo seu erro! – Ryan aponta o dedo para mim.

- Minha? Ah, pelo amor de Deus! – jogo as mãos para o alto.

- Claro que sim, não fui eu que fiz esse filho e ela sozinha muito menos, então sim, se existe culpa saiba que metade dela é sua, então não exija de mim algo que eu não tenho obrigação de falar. – ele joga a pasta na mesa, destranca a porta e some.

Faço o mesmo caminho que ele, pego as minhas chaves e aviso os meninos que por hoje, estavam liberados, era pouco mais de duas da tarde, mas eu não me importava com isso. Cheguei em casa em menos de vinte minutos.

Peguei uma garrafa de whisky e fui para perto da piscina com ele embaixo do braço. Sento na borda e coloco os pés na água. Já não sentia mais raiva, só surpresa. Queria saber por que ela escondeu isso por cinco meses, eu tenho um filho de cinco meses e nem sabia.

Olho o celular do meu lado e fico pensando em ligar, pedir explicações e desisto. Eu espero que ela tenha uma ótima razão para não me contar e principalmente, que isso não demore.

Meus pensamentos voam com o passar do tempo que fico ali, imagino o quarto ao lado do meu todo decorado em tons claros, cheio de bichinhos e todas essas coisas que bebês usam. Imagino que com o tempo, um chorinho agudo no meio da noite e no futuro um pequeno eu correndo na volta da piscina.

Flashback off

Aos poucos o corpo dela foi amolecendo ali no sofá e eu me vi obrigado a levá-la para o único quarto que tinha uma cama. Peguei no colo e cuidadosamente larguei seu corpo na cama. Ela deu um suspiro longo e aconchegou-se melhor. Encostei a porta e voltei para a sala.

Coloquei o que eu tinha comprado na mesa da cozinha e organizei para ela almoçar assim que acordasse. Fiquei meio perdido no que fazer, sentei no sofá e voltei a olhar a ultrassonografia do meu filho. Ele era tão pequeno.

Tirei uma foto da ultrassonografia e coloquei no chão onde estava. Voltei ao quarto, beijei a testa da Lívia e em seguida a barriga.

- Seja lá o que for acontecer daqui para frente, quero que saiba que sempre estarei aqui, e amar você vai ser a única coisa que não irei permitir erros!  - faço um leve carinho na barriga e saio do quarto, não iria ficar aqui.

Lívia POV’S

Acordei eram quase uma hora da tarde, me assustei com a hora. Me vi deitada na cama e lembrei de quando fui trazida para cá e até da voz do Bruno conversando com o bebê. Sorri. Me espreguicei e levantei.Tomei um banho rápido e guardei o que eu levaria de volta na mala e a carreguei para perto da sala. 

O apartamento estava completamente silencioso e com um cheiro ótimo de comida. Vou até a cozinha e vejo um prato, suco e salada com um bilhete ao lado.

“Espero que ainda seja o seu prato favorito! Bom almoço, não se esqueça de aquecer! Beijos, Bruno.”

De certa forma isso tudo estava começando a me fazer bem, Bruno mostrando-se interessado em qualquer coisa que vá fazer bem ao nosso filho me deixa completamente satisfeita. Esquento a comida e devoro tudo, eu estava comendo o dobro do que comia antes, é estranho!

Troco algumas mensagens com o Bruno sobre o almoço e sobre o meu voo daqui a pouco. Não dou bola ao seu interesse. Organizo as coisas na cozinha e ligo para o taxista, eu tinha que voltar para Carolina e se eu demorar muito vou perder o voo! Desço e sou obrigada a pedir um guarda-chuva na recepção, o mundo está se acabando de tanta água.

- Esperando algo? – ouço a voz do Bruno, um pouco distante.

- Um táxi! – vou a sua direção.

- Não mais! – ele sorri. Bruno pega a mala da minha mão e vai colocando no porta malas, não iria negar uma carona, não nessa chuva.

- Muito obrigada! – agradeço quando ele abre a porta e fecha em seguida que eu entro.

Olho ele contornar o carro e acomodar-se no banco do motorista. Ficamos em silêncio durante todo o caminho. Mas dessa vez não era aquele silêncio crucial e estranho.

Tento fazer o check-in e sou impedida por motivos de voo cancelado. Que ótimo. Eles não tinham nem previsão de quando os voo seriam liberados. Era mesmo o que me faltava.

- A senhora preguiça de um Hotel para ficar, até que sejam liberados os voo? – o homem que faria meu check-in pergunta.

- Não, ela não precisa obrigada! – Bruno sorri gentilmente ao homem enquanto pega a minha mala.

- Ei, como assim não? Não posso ficar no apartamento da Tory assim, aliás, eu não posso nem ficar aqui porque amanhã eu trabalho! – passo as mãos no cabelo.

- Você vai ficar na minha casa porque realmente não tem como ficar no apartamento da Tory, e bom, você ganhou um dia de folga graças a chuva! – ele estava feliz, como pode?

- Aaah, Bruno! Não!


- Me deixa curtir o meu filho só um pouco? – abro um sorriso com aquele par de olhos cheio de brilho. Ah, o que eu mais odeio na gestação são esses hormônios! 



Eu bem que iria continuar esse capítulo, mas vi que ele tá grande e deixei as emoções para o próximo! O que estão achando? Tem bem pouquinho comentário. 
Até daqui uns dias, espero que possam comentar para eu saber o que estão achando. Beijos! 

sábado, 13 de junho de 2015

Capítulo 78

Assim que desembarquei, por volta de onze horas eu e Tory compramos comida e fomos ao seu antigo apartamento. Ela me contou que suas coisas já estavam na casa nova e ali nas caixas espalhadas pela sala só tinham coisas que ela iria doar, e o resto tudo ficaria, era muita coisa. 

Num dos quartos tinham presentes para o bebê, várias roupinhas, algumas meias e muitos sapatinhos que eu tinha vontade de usar de chaveirinho.

- Quero dizer que essas roupinhas não vão sair daqui a não ser que você m...

- Elas não vão precisar sair, outras vão vir! – eu olhava ao redor do quarto enquanto estava de costas a ela. 

- Eu não quero pressionar, eu sei que é errado, só que...

- Você fala de mais, Tory!  Eu decidi não se preocupe com isso! Nós viremos antes do seu casamento! – viro para ela. 

- Você de volta é o melhor presente de casamento que eu poderia ganhar! – ela solta um suspiro de alívio e eu abraço-a da melhor forma possível. 

- Obrigada por ser a amiga mais insistente que existe! Por fazer mais o que deve, por ser mais do que parece ser! – olho em seus olhos brilhantes. 

- É por isso que o Tio Tony sempre disse que eu era a filha adotiva dele! – ela fala do meu pai e eu fico emocionada, a gravidez é um saco por causa dos hormônios.

- Eu estive pensando, o bebê terá apenas um Vovô! – fomos para a sala e sentamos-nos no tapete.  

- Aqui ele terá um, mas sempre será lembrado de duas Vovós, um Vovô e outro Tio! – ela cita o Fred. 

Parei no tempo com a frase. O Fred. Ninguém imagina o quanto ele me faz falta, ele e o meu pai claro, foram acontecimentos tão rápidos que quando eu lembro sinto uma dor inexplicável. Penso em como seria se eles estivessem aqui no nascimento do meu filho, no quanto o Fred seria presente e o quanto o meu pai seria babão. 

[...]

Acordei no dia seguinte com uma chata dor de cabeça e não tive muito tempo, tínhamos que estar na Igreja o mais cedo possível e agora eu não tinha como esconder a barriga de ninguém, as roupas não deixavam mais. Eu não tinha mais chances de ter qualquer pensamento rápido antes de ver o Bruno.  

Saí do quarto, pronta e os dois tomavam café da manha juntos na cozinha. 

- Bom dia amor da Titia! – Tory manifesta sua animação logo de cara. Contorno a mesa e dou beijo no Ryan, em seguida nela. – Posso? – diz colocando a mão na barra da minha blusa e puxa um pouco para cima. 

- Se concentra Victoria! – eu falo séria. 

- Um dia ele descobre Liv! – Ryan se manifesta. Abaixo minha roupa e sento para tomar café com eles. 

- Se você abrir a boca eu corto seu reprodutor fora! – aponto uma faca na direção dele. 

- Se toca garota, se você engravidou a culpa não foi do meu noivo! – Tory o abraça e lhe dá um beijinho, começo a rir.

Tomamos café sem demorar muito, eu comi uma fatia de pão de forma com pasta de amendoim e um copo de leite e definitivamente aquela foi a minha pior ideia. Pasta de amendoim? Merda! 

Na Igreja, conforme nós nos aproximávamos da entrada eu ouvia a voz dos meninos, perguntei aonde era o banheiro assim que parei na porta e voei para lá sem dar-lhes oi. Senti o café da manhã voltar de novo, tranquei a respiração por alguns segundo e depois respirei fundo, passando a mão tremula na testa. 

Minha cabeça latejava e meu café da manhã estava em modo roda gigante dentro de mim. Passei a mão pela barriga e respirei fundo várias vezes, mas não funcionava até que num rápido gesto eu me abaixei e coloquei tudo para fora, sentindo um alivio instantâneo. Isso só aconteceu uma vez desde que os vômitos pararam de acontecer e isso é devido a nervosismo. 

Não levou segundos para sua voz aparecer do outro lado da porta e milhares de coisas serem ditas sem parar.

- Quando eu descobri que a grávida era você eu pesquisei muito sobre essas coisas de semanas e meses e gestação, e então fiquei feliz. Meu cálculo não estava errado, o filho é meu, é nosso Lívia! Eu não poderia cometer um erro melhor, eu não poderia ter sido um filho da puta melhor, porque eu nunca faria isso se não você com você! O que eu quero dizer é que eu não escolheria mãe melhor para essa criança que não fosse você, apesar dos pesares. Só fiquei chateado que conforme os dias iam passando eu continua sem receber um sinal seu.  – a cada palavra era mais difícil eu conseguir segurar as lágrimas. – Quando eu olhei para você hoje, ah, eu não sei explicar a sensação. Porra, eu vou ser pai. Eu queria ter sido o primeiro a ficar sabendo, eu tinha esse direito, mas eu entendo o seu lado, infelizmente. – ouço uma batida leve na porta e logo depois suspiros do Bruno. 

Lavo a minha boca e fico numa briga interna de abrir ou mandá-lo embora e no fundo eu sabia que eu tinha perdido a briga a partir do momento que ele me viu, ele tinha todos os direitos e eu não tinha como fugir, e nem queria a essa altura. Destranco a porta e ele toca a maçaneta, a segurando e logo 
depois empurrando a porta. Seus olhos param por um tempo na barriga.

- Eu... Eu posso? – ele troca olhar entre os meus olhos e barriga. Levanto a camiseta e seu toque quente me faz arrepiar, Bruno se abaixa e deixa sua boca próxima a minha barriga. – Eu estou tão feliz por você estar bem aí dentro, você tem uma mamãe muito boa e olha bebê, o papai e a mamãe erraram, mas quero que saiba que a partir de agora eu quero as coisas certas para você. Eu... Eu amo você! – fecho os olhos com força e mordo os lábios ao sentir a boca dele tocar minha pele. 

- Bruno! 

- Podemos conversar em outro lugar? – ele se levanta e eu abaixo a roupa e seco o meu rosto. 

- Não Bruno! Eu sei o que você quer e eu lhe mandarei fotos da barriga toda semana e sempre lhe contarei como serão as consultas e quando o bebê nascer você pode ficar uns dias lá em casa, e quando você voltar para sua casa e o bebê estiver maior nós dois nos revezamos as viagens para você poder vê-lo. Certo?  

Bruno POV’S

- O que? – pisco várias vezes e tento assinalar suas palavras que agora eram totalmente frias. 

- Você entendeu! – Lívia fala e sem rodeios sai andando pelo corredor e eu sinto milhares de socos na barriga.

Se isso não foi uma forma de impedir que eu me aproxime da criança, eu não sei então que foi. Bem, eu não imaginava que ela voltaria correndo para os meus braços ou que sei lá, mas eu também nunca iria imaginar tamanha frieza vindo dela depois de tudo que eu falei, e pior, que ela iria virar as costas e sair andando sem mais detalhes. 

Voltei para aonde estava tento o curso, que já havia começa há tempos, e me posicionei ao lado do Phil. Não prestei atenção em nada. Às horas iam passando e às vezes eu a olhava e via concentrada em algo que não estava ali, com a mão posicionada na barriga ela olhava a um ponto fixo qualquer dali. Ao ver ela ali quem saiu fora de órbita foi eu. Uma criança com os traços da Lívia e alguns meus, correndo na minha casa na beira da piscina e ela gritando para tomar cuidado enquanto no domingo nós almoçávamos juntos na rua. 

Era hora do almoço, às mulheres foram buscar comida num restaurante próximo e nós ficamos sentados nos carros, uns dentro e outros escorados do lado de fora. 

- E aí, Bruno, você saiu com uma cara daquele banheiro que parecia que tinha comido merda! – Phil fala.

- Não comi, mas ouvi! – bufo e coloco a cabeça entre as pernas. 

- Cara, eu espera isso, na verdade conversei com a Tory e ela disse que esse dilema de contar ou não da gravidez foi grande, ela está insegura com relação a esse mundo novo então vai à calma, uma hora ela vai ser mais flexível. – Ryan fala. 

- Flexível? Ela simplesmente disse que cederia uns dias na casa dela quando o bebê nascesse e depois que eu fosse embora e ele estivesse maior nos iríamos revezar as viagens. Eu nem sei o sexo do bebê, quer dizer, eu sei, mas queria que ela me contasse! – amasso uma garrafinha de água vazia que tinha na mão. 
- Não vai ser assim, você vai ver! – Ryan se cala e as meninas voltam com as comidas compradas. 

Almoçamos daquele jeito mesmo, uns dentro do carro e outros na calçada e logo voltamos para dentro da igreja para o resto do curso, que por sinal era uma bobagem, depois de sabermos nossas posições o resto era mero detalhe. 

Eu era o par da Jenifer, uma amiga da Tory e a Lívia era fazia par com o Mett e eles trocavam sorrisos às vezes e cada vez que eu via ficava mais irritado, será de provocação? Não, da Lívia não, ela não é assim. Philip apenas observava tudo com a Madson pendurada em seu braço. Depois de várias entradas na Igreja todos acertaram os passos e finalmente poderíamos ir embora. 

Despedi-me rapidamente dos caras e fui embora logo, não por mal, mas não aguentava mais ficar ali.


Cadê os meus comentário? :'( uahsuah mentira. Sei que estavam ansiosas por esse acontecimento quase épico, então espero que tenham gostado e que comentem! :P Confesso que o próximo está bem amorzinho!

Até mais! 



terça-feira, 9 de junho de 2015

Capítulo 77

Era o meu dia de folga e outra ultrassonografia, havia passado boa parte da noite acordada pesquisando nomes de crianças, eu separei vários, mas não decidiria hoje ao saber o sexo, eu tenho que contar ao pai antes.

Se eu estou preparada? Não, acho que nunca vou estar e também acho que já passou da hora, o nosso bebê está batendo na porta e eu não fiz nada, por outro lado agora na entrada do sexto mês estarei indo a Los Angeles novamente para fazer o ensaio único do casamento.

- Olá, Lívia! Como estamos? – doutor Beijamim pergunta-me.

- Estamos muito bem, bastante grande e inchada! – aperto sua mão em forma de cumprimento.

- Pode se acomodar ali. – indica a maca. – Será que hoje veremos o sexo? – ele aproxima sua cadeira e eu ergo a blusa até a altura dos seios.

- Espero que sim! – dou um sorriso.

Minhas mãos estavam geladas e eu não sabia o que esperar, nenhum pressentimento, nenhuma preferência, nenhum palpite, nada, eu apenas quero que venha com saúda e nada mais.

- Você anda deixando sua mamãe, inchada? – ele aperta a barriga e eu sinto um incomodo. – Agora, mais do que antes eu recomento muitos cremes e óleos hidratantes, daqui para frente ele só vai dobrar de peso e tamanho, você vai ficar inchada, vai engordar e os enjoos vão começar a ficar menos constantes, e lembre-se que o cansaço faz parte e é bom que diminua os afazerem pesados. – ele relembra os avisos dos encontros anteriores. - Vejamos, o bebê pesa cento e quarenta e sete gramas com quatorze centímetros, o que ótimo então continuaremos com a nossa dieta anterior, aqui vemos o quanto uma mamãe será boa, assim como você que tem cuidado muito bem da alimentação. – sinto as lágrimas formando-se nos meus olhos e abro um grande sorriso. - Ei pequeno humano, mexa só um pouquinho! – o médico diz e aperta um pouco a minha barriga, outra vez sinto um incomodo. – Não fique com vergonha, vamos lá, a sua mamãe está ansiosa. – Beijamim diz e passando o aparelho na barriga mais vezes. – Converse com o bebê.

- Bebê, quando estamos sós você me faz ter cócegas agora está com vergonha? O que é isso? Mexa-se um pouquinho, amor. – encosto na barriga e o medico me manda continuar. - Sei que agora, logo depois do almoço é a hora do soninho, e eu prometo não atrapalhar ele nas próximas, então se mexa um pouco! – continuo a tocar e falar. – Lembra que a sua Madrinha nos ameaçou se voltarmos para casa sem o seu sexo, quem vai parir um filho vai ser ela. – dou risada.

- Sua madrinha não irá precisar ter um bebê porque você terá um meninão lindo e saudável muito em breve! Parabéns mamãe, ele é um garoto! – ele sorri para a tela e eu deixo as lágrimas cair. – Mamãe, não deixe de conversar com ele nunca, pois assim ele fica calmo como agora, ouça.

Seus batimentos mesmo sendo vários por segundo continham um ritmo, mais lento do que da última vez. Enquanto o médico dava mais uma olhadas no bebê eu fiquei pensando a fundo como será daqui pra frente.

- Pode limpar-se. – diz largando os aparelhos e seguindo para a sua mesa.

- Vou lhe dar umas coisas a mais para fazer porque o bebê não está na posição certa que ele deveria estar nesse mês para ajudar no nascimento daqui quatro meses. Não quero lhe deixar preocupada, até porque ele está saudável. Por isso iremos acompanhar isso de perto ou no parto ele irá ter problemas com o cordão umbilical, por isso poucas mudanças no seu dia a dia, muita massagem na barriga, caminhadas e conversa. Ok? Veremos se ele vai deixar de preguiça e endireitar-se! – Beijamim escreve tudo e ao citar a preguiça eu me lembro do Bruno, como um bom preguiçoso terá um filho igual, acabo sorrindo.

- Nos vemos em dez dias! Até lá! – agradeço pela consulta e saio feliz com o sexo do bebê em mãos.

Saber que seu filho poderá ter complicações no parto não é algo que uma mamãe de primeira viagem queira saber, mas apesar da ideia, eu estava tranquila. Como o doutor Beijamim disse isso pode não passar de preguiça e algumas mudanças irão fazer com que ele vá para a posição certa rapidamente.

Cheguei em casa e piquei uma maça e uma pera para o lanche da tarde e fui para o quarto. Antes de 
ligar para a Tory eu peguei uma fita azul no armário e dei um laço na barriga e coloquei um top preto. Sentei com as minhas frutas e peguei meu celular para chamar a Tory no face time.

- É menina ou menino? – fala antes mesmo de me dar oi.

- Veja! – coloco a câmera do celular na frente da barriga com o laço azul e ela começa a falar coisas desconexas.

- Eu não posso falar muito e principalmente alto, mas meu afilhado vai ser lindo igual à mãe e talentoso igual ao pai! Fica aí, vou tirar print! – ela fica mais seria.

- Não vai ficar mando isso aí para os outros! – a repreendo.

- Apenas para o Ryan! – diz.

- Ele trabalha com o Bruno, ele é amigo do Bruno! – bufo e largo as frutas de lado.

- Se o Bruno descobrir ótimo né, já que é capaz dele nascer e o pai não estar sabendo. – respiro fundo, o Scott deveria estar bem na sua frente ouvindo tudo e me achando uma completa irresponsável.

- Scott está aí? – eu pergunto.

- Para a sua sorte, não, ele não está! – ela sorri.

- Certo! Não me crucifixa tá? Mas tá difícil para mim e eu vou contar a ele, eu disse que iria. – coloco pedaços de maçã e pera na boca.

- Desculpa, só quero que os direitos dos dois sejam vistos, pois assim como eu estou te incomodado, vou incomodar ele se fizer algo errado também. – diz Tory.

- Eu sei e obrigada! – abro um sorriso. – Então eu estou mesmo grávida, vou mudar coisas rosa da minha vida para azul e viver para outra pequena pessoa!

- Isso é lindo! – vejo que enquanto ela fala, seus olhos prestam atenção em algo na frente que deve ser o computador da revista.

- Eu quero que pense a respeito de morar aqui, eu acho que aqui é a sua casa e sempre será. Aqui você vai ter eu, principalmente o seu filho vai ter, muitos familiares, tios, tias, primos e o pai. Pensa nisso, eu não quero que fique sozinha ai, e eu sei que tem a Fay, mas ela está com o Ben e eu não acho que eles estejam levando a serio isso de te ajudar e nem tem obrigação, mas eu sim e eu não estou ajudando, eu não consigo ajudar como eu prometi se você estiver aí. 

- Hoje na ultrassonografia o médico disse que eu preciso de umas mudanças porque ele não está na posição que deveria, talvez por preguiça, mas isso me dará problemas no parto. – digo e ela para rapidamente o que faz e me olha.

- É disso que estou dizendo, aqui você sempre vai ter pessoas para te socorrer, pessoas que saberão lidar com esses imprevistos que podem acontecer. O Ryan está doido para que você venha para cá, ele ama crianças, eu também, o Bruno apesar de não saber nem se fala e você sabe disso, aqui tem o Scott, os meninos da banda, as irmãs do Bruno, o avô, aqui você tem tudo!

- Pode parecer que não, mas eu estou pensando sobre tudo isso, eu sei que se eu precisar e pode ser que aqui não tenha tudo. Mas eu também vejo o lado ruim das coisas, se o Bruno não aceitar? – eu 
tinha medo, só isso.

- Não acho que ele tenha essa mentalidade e se for o caso vai ser só ele, porque eu tenho certeza sem qualquer dúvida que todos vão adorar a ideia de um bebê! E você soube que o Phil será papai de novo? Imagina só, ele terá um amigo ou amiga da mesma idade! – seu sorriso se abre, eu sabia que ela estava tentando me comprar.

- Vou pensar mais, eu juro. E em duas semanas estou de volta aí!

- Okay, cuidem-se! E me mande fotos matinais ou eu serei obrigada a te ligar cedo! – ela ri e nos despedimos.

Terminei de comer e dormi uns cinquenta minutos, até a hora da Fay chegar do trabalho e eu poder dizê-la que é um menino. Ela estava contagiada, dizia que iria ajudar na decoração, que iria comprar várias coisinhas de menino para ele e eu acabei voltando ao pensamento de Los Angeles, eu poderei acabar com isso.

- Olha, eu vou jantar na casa dos pais do Ben e pedi para o Sean vir pra cá, caso precise dele. – ela sorri docemente e eu agradeço.

Eu nunca comparei pessoas, mas depois da conversa com a Tory no telefone eu coloquei a nossa amizade na balança sem querer, uma pessoa que está comigo há anos e implora para eu voltar para que ela possa me cuidar, não no sentido de ter uma babá e sim uma amiga, do outro lado uma amiga de pouco tempo a qual após saber o sexo e diz que vai sair para jantar e pediu um amigo para ficar aqui. Isso não é ruim, o Sean nunca se negaria, pelo contrário ele vem sem que seja pedido, mas isso não é certo. A Tory não tem uma responsabilidade, mas ela tem pequenas coisas que ninguém terá.

Eu não sei se serei compreendida, mas ela é a minha melhor amiga, a Fay é uma pessoa importante, mas não... Chega! Eu não vou pensar mais nisso! Estou deixando o meu filho agitado e por falar nisso a cada dia que se passa eu o sinto mais, era a partir do quinto mês que ficamos mais sensíveis aos movimentos e eu acho que é verdade, já consigo sentir mais tudo isso, às vezes até me assusto.

[...]

Terminei de fechar novamente a mala para ir a Los Angeles. Duas semanas voaram e eu me sinto com o dobro de tamanho, no meio da semana fomos ao médico e o médico disse que ele cresceu bastante e ainda anda um pouco preguiçoso, pois de cinco dedos de distância de uma posição a outra ele moveu-se apenas dois e meio, a metade do que deveria.

Despedi-me do Ben e fui para o embarque, havia pedido para ele me deixar no aeroporto e depois deixar o carro em casa, assim eu não gastaria com o valor do estacionamento.

Ao final de semana que passou eu saí para comprar algumas coisas de bebê, eu não tenho muita noção ainda, mas comprei roupas de recém nascido, meias, blusa, calças e muitos bodys. Confesso que quase fiquei louca na loja, era tanta coisa linda que eu imaginava o rostinho do meu bebê dentro de todas as peças. E em casa eu separei todas as coisas que eu comprei em uma caixa grande de plástico e coloquei no meu armário. Mal tinha comprado coisas e já estava sem espaço. Sem contar que a Tory disse que havia comprado mais coisas, eu não sei o quanto mais ela comprou, mas disse o Ryan ajudou.

No meio da viagem eu pedi uma água de coco e isso acordou meu filho. Ele começou a movimentar o que eu acho ser sua mão a cada vez que eu tomava a água, no começo fiquei com medo de fosse ruim, mas conforme eu ia tomando ele ficava mais calmo e me empurrava cada vez menos. Fiquei tocando onde ele mexia e sorrindo, tentei filmar, mas não deu para ver nada.

- Está de quanto tempo? – a senhora ao meu lado pronuncia-se.

- Vinte semanas! – abro um sorriso.

- É o primeiro filho?

- Sim, um menino! – olho para a pança de novo, o meu melhor passa tempo tem sido olha-lo e é o que me deixa mais calma.

- Parabéns, é uma barriga linda! Você verá que é a melhor coisa que aconteceu na sua vida, independente das consequências, quando ele aprender a falar e disser que você é o único amor da vida dele qualquer esforço para esse pequeno sorriso vai valer a pena. – ela estica sua mão apara alcançar onde eu apoiava a mão e sorriu.

- Eu tenho certeza que sim! Obrigada! – respondo e na mesma hora ele mexe um pouco.


A senhora sorriu e voltou a sua posição normal e manteve-se em silêncio o resto do caminho, assim como eu. E não ache que eu tirei da cabeça o que ela disse, achei que mesmo com certo pesar na sua voz a sua mensagem era de amor.


Demorei um dia a mais do que eu deveria porque aproveitei para escrever três capítulos, e sim, eu consegui! Huahsuha! Estou me adiantando para atingir uma ideia legal que tive em relação ao tempo da fanfic! :P
Espero que tenham gostado e que comentem, acho que irão gostar dos próximos capítulos! É isso, beijos e até logo!