[...] Três meses depois.
Minha vida já estava de volta ao normal novamente. Depois de
idas e vindas, aqui estava eu em Los Angeles de novo. O apartamento da Tory de
dois quartos, sala, cozinha, banheiro e lavanderia este totalmente arrumado e
com a minha cara. Foi difícil, mas com algumas ajudinhas aqui e ali eu
consegui.
Eu e Bruno estávamos indo bem, inclusive numa das várias
vezes que ele veio dormir aqui o seu filhinho lhe chutou, como? Fui recebê-lo
com um abraço e quando nossos corpos se tocaram, nosso querido chutou.
Hoje, faltando três semanas para o nascimento do bebê e
consequentemente três semanas para o casamento da Tory, irei fazer algumas
fotos. Quem vai bater é a Tiara, irmã de Bruno. Tiara criou um cenário na casa
dele bem bonito e também iremos a praia bater algumas fotos.
Flashback:
Eram três horas da
madrugada e eu me revirava de todas as formas possíveis na cama. Havia visto um
programa aleatório que falava sobre o cultivo de melancias, que é nas épocas
mais chuvosas, que certamente não é no Outono. Hm, que água na boca!
- Aconteceu alguma
coisa? - Bruno atende rapidamente.
- Estou com desejo!
- Em plena madrugada?
- ele suspira.
- Pergunte ao seu
filho! - abro um sorriso. - Quero uma melancia e um iogurte de morango.
- Como é que é? Não
vai dar isso ao nosso filho! - eu amava quando ele falava "nosso",
nós estávamos melhorando muito.
- Você conhece o
ditado, Bruno! Boa noite! - desligo o celular.
Levantei da cama, e
tomei um copo de água, não era exatamente o que eu queria, mas era o que tinha.
Fui ao banheiro, deixei a banheira enchendo e coloquei umas músicas para tocar
baixinho no celular, afinal são três da madrugada.
Relaxei meu corpo na
água morna. Fiz uma massagem na barriga, conforme eu havia aprendido e
rapidamente meu filho estava bem mais calmo. Não demorei muito, vesti meu
pijama e fiquei deitada no sofá com um edredom por cima, fico de olhos fechados
esperando pelo Bruno.
- Que lindo! Enquanto
eu corro atrás disso ela dorme! - ouço Bruno resmungar baixo enquanto trancava
a porta com a sua chave e ia até a cozinha.
- Ei, não estou
dormindo e ainda escuto muito bem! - sigo até a cozinha.
- Que susto, porra! -
ele coloca mão no peito e eu dou risada. - Porra!
- Filho, seu papai não
está legal, vamos dormir sem a nossa melancia! - viro as costas.
- Não! Apesar de ser
muito nojento você vai comer, não dirigi quarenta minutos por nada! - ele
tentava cortar a melancia. - Aghrr!
- Me deixa cortar! -
tento pegar a faca da sua mão.
- Vai se machucar! -
ele fala e continua. Sem sucesso ele levanta a melancia e joga em cima da
bancada de mármore da cozinha.
- BRUNO!
- Pronto! - Bruno
havia feito pedacinhos da melancia.
- Você vai limpar tudo
isso! - digo. Pego o meu iogurte e alguns pedacinhos da melancia e vou me
sentar na sala.
Sem demora Bruno
senta-se ao meu lado com um pedaço de melancia também, mas sem o iogurte. Ele
estava perdendo a melhor parte.
- Ah, isso é nojento
Lívia! - Bruno revira os olhos.
- Isso é gostoso! -
passo a língua pelos meus lábios e ele respira fundo.
Ele pega o controle e
fica pulando os canais e para no seriado SCI Miami. Olho para toda parte da
sala menos para televisão e respiro fundo quando aparece David Caruso, ele era
o personagem favorito do meu pai. Largo metade da melancia e do iogurte na mesa
de centro e escorrego meu corpo no sofá para deitar.
- Só vai comer isso? -
Bruno pergunta.
- Aham!
- O que foi? Ficou
enjoada? Quer por para fora? - ele larga a sua parte na mesa também.
- Dá para tirar desse
programa?
- Por quê? É CSI Miami
e o Horatio tá no caso! - diz ele.
- Era o seriado
favorito do meu pai, e esse cara aí. - aponto para tv. - O David Caruso era o
ator favorito dele.
- Eu... Ah! - ele
desliga a televisão rapidamente.
Meus olhos ficam
cheios de lágrimas. Los Angeles me faz sentir muito mais a falta dele do que eu
imaginava e CSI, nós assistíamos juntos, é bem pior. Bruno levante e estica a
sua mão e puxa meu corpo, ele senta-se e eu me encosto-me a ele.
- Nós poderíamos colocar
o nome do bebê de David, em homenagem ao seu pai. - enquanto fazia um leve
carinho no meu cabelo, Bruno diz.
Eu não espera por
isso, virei meu rosto para tocar o corpo de Bruno e deixei às lágrimas escorrer
livremente. Esse foi o soco mais lindo que eu recebi no coração.
- Ou não... Esquece
essa ideia! Podemos colocar de, hm...
- Obriga por essa
ideia, ela é incrível, eu que não esperava por essa sugestão. - digo abafada.
- Desde que toda vez
que chamarmos o nome do nosso filho você não chore... - abro um sorriso.
- Obrigada! - continuo
encostada em seu corpo quente. Ouço Bruno fazer um baralho com a gargante e
logo em seguida o silêncio é tomado por sua voz, agora mais rouca do que de
costume.
Não quero nunca te
decepcionar (I don’t ever want to let you down)
Não quero nunca deixar
essa cidade (I don’t ever want to leave this town)
Porque, no final das
contas (‘Cause after all)
Esta cidade nunca
dorme à noite (This city never sleeps at night)
Não demorei a
reconhecer a música e entender do que se tratava para começar a chorar de novo.
É a hora de começar,
não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois,
admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era
(I’m just the same as I was)
Agora, você não
entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar
quem eu sou (That I’m never changing who I am)
Fico na mesma posição,
apenas mexe os meus olhos na direção dos de Bruno, quais estão fechados. Ele
não faz questão de cantar alto ou movimentar-se, é como uma fala e eu
entendo-o.
Então, este é o lugar
onde você caiu (So this is where you fell)
E fui deixado à venda
(And I am left to sell)
O caminho até o
Paraíso passa por milhas de inferno nublado (The path to heaven runs through miles
of clouded hell)
Direto ao topo (Right
to the top)
Não olhe para trás
(Don’t look back)
Virando trapos, as
vantagens ficam para uma próxima (Turning to rags and giving the commodities a
rain check)
Eu entendia tudo, eu
concordava com tudo a tanto tempo, e as provas foram completamente difíceis de
acreditar, ainda são. Se eu não o queria? Não queria ver a nossa pequena
família em formação unida e feliz? Sempre foi tudo o que eu quis.
Não quero nunca te
decepcionar (I don’t ever want to let you down)
Não quero nunca deixar
essa cidade (I don’t ever want to leave this town)
Porque, no final das
contas (‘Cause after all)
Esta cidade nunca
dorme à noite (This city never sleeps at night)
É a hora de começar,
não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois,
admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era
(I’m just the same as I was)
Agora, você não
entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar
quem eu sou (That I’m never changing who I am)
É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am)
Esta estrada nunca
pareceu tão solitária (This road never looked so lonely)
Esta casa não queima
lentamente (This house doesn’t burn down slowly)
Em cinzas, em cinzas
(To ashes, to ashes)
É a hora de começar, não é? Fico um pouco (It’s time to begin, isn’t it, I get a little bit)
Maior, mas depois, admitirei (Bigger, but then, I’ll admit)
Sou o mesmo que eu era (I’m just the same as I was)
Agora, você não entende (Now, don’t you understand)
Que eu nunca vou mudar quem eu sou (That I’m never changing who I am)
Sinto seu abraço mais
forte sobre o meu corpo e um longo suspiro. Aperto minhas mãos em seus braços
retribuindo e então ele olha-me. Eu estava sendo levada por esses hormônios
misturados em todos os meus sentimentos até ele e não tinha escape, eu já
estava aqui.
Flashback Off
- Está pronta? - era Tiara quem me ligava.
- Sim! - afirmo e coloco a bolsa no ombro.
- Estamos dobrando a esquina!
- Manda ela esperar lá em cima, vou ajudar a descer com as
roupas!- ouço Bruno falar.
- Bom você ouviu o meu irmão! - Tiara ri.
Desde as minhas consulta no quarto e quinto mês de gestação
fui avisada de possíveis complicações no parto por que o bebê não estava se
posicionando como deveria e isso se arrastou pelo sexto, sétimo, oitavo e agora
no último mês todos estão mais apreensíveis.
Por isso tivemos o chá de fralda tão tarde, eu disse que só
iria organizar isso depois que todo o meu novo apartamento estivesse pronto e
por depender da ajuda do Bruno que se dividia entre o estúdio e eu, as irmãs
dele e da Tory que estava na preparação casamento, demorou tanto. Foi uma
grande bagunça estressante.
Antes mesmo de saber que Bruno entraria no apartamento eu
senti seu perfume, meu nariz ficou muito apurado com a gestação. Nos
cumprimentamos e ele pegou a mala que já estava sobre o sofá e saímos.
Não sei o nome da praia que eles escolheram, mas não era
muito longe dali.
Pat, lembra da surpresa? Sei que o seu bebê vai se chamar Davi, mas para ser mais americano o bebê na fic se chamará David. Espero que tenha gostado disso!
E gente, faltam dois capítulos, e COMO ASSIM JULIA? Pois é, apenas dois! Chega de encheção de linguiça e enrolação porque quero começar a próxima fanfic logo!
Espero que estejam gostando, até daqui uns dias amora! <3
Não esqueça de deixar-me um comentário!