segunda-feira, 28 de abril de 2014

Capítulo 48


  Lívia POV’S

  E parece que é dia oito de Outubro? Não, é claro que não, ainda mais que hoje é aniversário “dele”, aquele meu melhor amigo que é famoso e nem lembra mim, eu acho. Eu queria ligar para ele, ou apenas mandar um sms lhe desejando os parabéns, mas depois de dez meses sem qualquer sinal de vida, não acredito que tenhamos mais aquela intimidade toda para recadinhos assim. Deixei esses pensamentos de lado e mandei um sms para a Mel avisando que estava a esperando de carro na frente da casa dela.

- Desculpa a demora Liv, eu estava no twitter e nem vi a hora! – Ela se explicou e em seguida me deu um beijo na bochecha, retribui nela.

- Eu imaginava... – Respondo dando de ombros.

- Eu acho que você deveria mandar um recado pra ele, eu mandaria! – Diz ela, eu sabia que ela tocaria nesse assunto.

- É complicado Mel, muita coisa mudou e não acho que temos mais tanta intimidade ou amizade. Passou! – Falo prestando atenção no trânsito.

- Vocês complicam, aliás, o que custava ele ter mandado um simples “oi” no seu aniversário? Poxa, isso não mata. Ai, o Bruno é um idiota e você também é! – Ela diz bufando. Vê se eu posso com isso!

- Ei mocinha, isso não é da sua conta, cada um sabe o que faz! – Ou não, pensei comigo mesma ao respondê-la.

- Eu quero ser uma adulta direta, ou sim ou não, eu não aguento essa amolação de querer e não ir. – Mel responde cheia de certeza e eu a olho com as sobrancelhas erguidas. Quanta petulância dessa menina.

- Okay, então quando você for adulta e ver que nem tudo é como queremos, nós conversamos! – Digo.

- Aff, o que o amor não faz... – Ela fala baixo o suficiente para eu ouvir.

- Melody! – Repreendo-a. Isso realmente não é da conta dela.

- Desculpa! – Diz ela olhando para janela. Adolescentes com poder de querer mudar o mundo!

   Não tocamos mais no assunto, na verdade em assunto nenhum. Estacionei no shopping e nós descemos. Hoje teríamos um dia de amiguinhas, eu estava disposta a mudar meus cabelos e ela com a autorização da mãe, também.

  Chegamos ao salão uns cinco minutos atrasadas, mas não foi problema. Logo fomos atendidas.

- Boa tarde meninas. Já decidiram o que querem? – Joy, como se apresentou, perguntou.

- Quero isso aqui! – Diz Mel mostrando a ele uma foto de uma ruiva com o cabelo bem mais curto que o atual dela.

- Que menina corajosa! Vamos á então, ficará linda! – Joy fala e chama um assistente dar um jeito nos cabelos dela.

- E você minha linda! – Ele pergunta para mim.

- Aqui! – Abri a foto no celular e mostrei para ele.

-  Outra corajosa! Mãos a obra que o seu dará trabalho.

  Conforme o corte que fazia, ele ia perguntando se estava bom ou se eu queria outra coisa. Na verdade estava ótimo, de corte eu só iria repicá-lo mais, e tirar umas pontinhas antes que meu cabelo chegue a minha bunda. Depois do corte finalmente o processo mais complicado, o qual eu havia demorado meses para decidir, eu namorei essa foto por tempos.

- Agora é surpresa mocinha! Vou trabalhar em seu cabelo e você só verá no final. Confiará mesmo esses lindos cabelos loiros em minhas mãos? – Ele pergunta fazendo uma voz maléfica, na hora eu até pensei em mudar de ideia, mas depois de ver a foto pela milésima vez e me imaginar com aquele cabelo eu apenas respondi um sim bem confiante. – Obrigada! – Diz ele e me vira de costas para o espelho.

  Meus cabelos estavam num tom de “loiro velho”, meio sem vida, ou talvez eu tenha dado um pequena enjoada do estilo reto com franja e liso ou ondulações....

  Eram puxões de um lado, puxões de outro, enxágua, seca e escova, pode parecer que eu esteja sendo mal agradecida, mas que eu já estava com dor de cabeça estava.  Eu só queria ver como estava ficando e comer, é, além de tudo eu ainda estava com fome, maravilha não é?

- E aí? Cansou? – Joy pergunta.

- Pior que sim! – Digo soltando uma risadinha.

- Sossega garota, seu esforço valeu apena, porque você ficou ainda mais linda! – Ele disse e foi virando minha cadeira aos poucos em direção ao espelho.


  Ele havia escurecido bem minha raiz, bem mesmo, e meu loiro nas pontas foi clareado mais, formando enfim a minha tão desejada californiana. Era estranho, eu sou loira clara desde que me conheço por gente e de repente estou morena, wow.

- Eu simplesmente amei! Muito obrigada Joy! – Agradeci enquanto jogava meus novos cabelos de um lado para o outro.

- Que bom que gostou! Então minha gata, esse e o modelo de cabelo é o que mais sai aqui, mas eu não posso deixar de avisar que é complicado manter, de dois meses é preciso retocar, principalmente você que não é morena, e é bom fazer uma hidratação, porque deixar esse tom nas pontas deixa os fios bem fracos e ressecados, porque você está ainda mais loira do que antes e esse tipo de coloração é forte, o que faz ficar mais flexível a quebra e pontas duplas.  – Ele disse.

- Tudo bem,  eu me viro, já acostumei, cabelo fino e loiro dá trabalho! – Eu digo e ele sorri.

- Já que fez todo processo conosco, eu vou estar lhe dando a linha completa de hidratação em casa, com a nossa linha de produtos! Você pode retirar no balcão e se quiser já pode deixar marcado o próximo retoque.

- Obrigada, mesmo! Eu voltarei sim! – Respondi. Levantei da cadeira, dei mais uma olhada nos meus cabelos e apertei sua mão em forma de agradecimento.

  Senti-me leve e meu cabelo parecia que estava do mesmo tamanho, mas não, estava mais curto e ah, lindo! Eu não sei o que dizer, estou me achando. Peguei minha bolsa e segui até o balcão onde Mel me esperava pronta, mas, oi? Aquela não é a ruiva que eu conheço? O que essa maluca fez com os longos cabelos.


- Mel? – Chamei-a. Ela largou a revista e levantou sorrindo. – Você cortou mesmo? – Eu perguntei, ela e aquele cabelo ruivo eram uma paixão infinita.

- Ah, ele cresce de novo! – Ela disse dando de ombros. – Já você, tá abandonando o loiro aos poucos? – Pergunta rindo.

- Só para mudar, sempre loira! – Digo rindo e levanto a mão em sinal de juramento e ela gargalhou.

  Paguei as contas e peguei os produtos. Agora era a parte dois, a comida, não que isso faça parte do dia de meninas, mas é questão de sobrevivência.

- E aí, o que vai querer? – Pergunto olhando toda a praça de alimentação.

- Hum... Subway? – Ela pergunta de volta.

- Eu vou ao Starbucks! – Digo olhando para ele e a pequena fila.

- Ah, é... Mas isso nem tinha aqui! – Diz ela procurando. – Ah, Starbucks com certeza! – Ela diz e sai caminhando na minha frente, solto uma risada e acompanho-a.

- Psiu! Psiu! – Ouço alguém chamar, mas ignoro, não deve ser comigo. – Líviaa! – Uma voz masculina fala mais alto e eu me viro automaticamente. Era o Sean.

- Desculpe! Olá! – Digo e ele levanta para me cumprimentar.

- Olá, hum... Que lindo esse cabelo! – Ele disse sorrindo. – Quer sentar aqui? – Direto como uma bola.

- Pode ser! Eu já volto, vou ali fazer o pedido! – Respondi, larguei as sacolas na mesa e alcancei a Mel.

  Sua cara de emburra era vista a metros de distância, será possível isso gente? Que menina chata!

- Pode desamarrar essa cara e ser simpática com ele, eu sou simpática com seus amigos e você será com os meus! – Afirmo e ela se quer me olha. – Melody!

- Tá okay! – Ela responde e vira-se para frente e faz seu pedido.

  Não demorou muito os pedidos ficaram prontos e fomos para a mesa com o Sean, ele abriu um enorme sorriso quando nos viu, eu sorri de volta e Mel fez que nem viu.

- Sean, essa é Melody, minha prima! E Mel, esse é Sean, um amigo! – Falo, ele estende a mão para ela e ela só solta um “oi” amargo enquanto toma seu café. Reviro os olhos e sento ao lado dele.

- E então, dando uma repaginada? – Sean puxa assunto.

- Faz parte mudar às vezes! – Sorrio.

   Eu e ele ficamos conversando por algum tempo, Mel já havia finalizado seu lanche e estava com cara de tédio olhando para as pessoas, vezes ou outra ela mexia no celular.

- Desculpa só um minuto Sean! – Pedi. Peguei meu celular e mandei uma mensagem no whats para ela.
  “Custa ser simpática uma vez? Coloca um sorriso nessa cara te tédio e haja normalmente. Ele não morde e para sua surpresa ele é super divertido, deveria largar o beiço e o conhecer melhor, é bom fazer amizades novas.”

  Guardei o celular e ela me olhou com o sorriso mais irônico que existe, Sean me olhou e eu ri. Deixei-a de lado e conversei amigavelmente com ele, não por muito tempo, ele tinha outro compromisso e nós tínhamos que ir embora.

- Foi bom te ver Sean, obrigada pela companhia! – Digo e dou-lhe um beijo na bochecha.

- Eu que agradeço. Foi um prazer conhecer você Melody! – Ele tenta cumprimentar ela som um simples aperto de mão e foi renegado, ela só resmungou “prazer”.

  Saímos do shopping em silêncio, ela estava com a mesma cara e eu irritada, coisa que é difícil de acontecer porque olha, minha paciência é grande, mas ela conseguiu.

- Tchau Melody, e obriga por estragar a tarde divertida que tivemos! – Eu disse assim que paramos na casa dela.

- Me desculpa, mas eu não tenho obrigação de gostar de todo mundo! Tchau! – Ela respondeu e saiu do carro. Eu bufei!

  Fui direto para casa, fiz um coque nos cabelos novos e troquei de roupa, aproveitei para mandar um sms de desculpas para o Sean, coitado, isso não é culpa dele.

  “Hey Sean, me desculpe pelo clima viu? Adolescentes são assim e os ciumentos são pior ainda. Espero que não se incomode com ela, uma hora passa e você vai ver, ela é legal mesmo quando está de cara amarrada! Desculpe!”

  Logo sua resposta veio.

  “Que isso, faz parte, eu tenho uma irmã, sei como é! Foi bom tomar café com vocês! E não se preocupe com aquilo, acontece nas melhores famílias! Hahah!”

 Sorri e joguei o celular no sofá, quando eu ia levantar do sofá ele tocou, era a senhora ranzinza.

- Liiiiiiiiv! Me desculpa, por favor, me desculpa! – Ela disse, eu podia imaginar até que ela estivesse chorando e isso se chama TPM.

- Tudo bem sua chatinha, mas como me fez passar vergonha, vai ter que anotar o número dele aí e mandar uma mensagem pedindo desculpas, ok? – Eu disse.

- Não, não! Por favor, isso não Li! – Diz ela.

- Já foi? Tchau Melody! – Eu disse e desliguei.

  Mandei pelo whats o número dele, provavelmente ela enrolaria um pouco, então fui fazer as coisas da casa e ouvir música alta!



sábado, 26 de abril de 2014

Capítulo 47


  Acordei no meu horário de costume e fiquei vagando pela casa... Já fazem seis meses e tudo que eu sei é que ela alugou um apartamento e trabalha numa rádio popular da cidade e que comemorou seu aniversário com "amigos", eu vi uma foto ontem. Sei que o Phil conversa com a Lívia as vezes, mas ele e os meninos evitam falar dela na minha frente e a Tory me conta poucas coisas, eles acham que me deixar por fora alivia a dor, mas não, só piora!

  Peguei meu celular e liguei para a Tory, no terceiro toque ela atendeu.

- Oi Bruno... - Falou desanimada.

- Tory, por favor, almoça comigo? - Pedi, sei que ela vai negar.

- Não, você sabe que não Bruno. - Disse e eu suspirei.

- Poxa, por favor! Olha quanto tempo já se passou! - Implorei e ouvi-a bufar.

- Tá bom, me busca aqui na revista na hora do almoço. - Finalmente aceitou e antes mesmo deu agradecer ela desligou.

  Me arrumei rapidamente, mas não estava na hora, então fui para o patio da casa brincar com o Geronimo, ele anda bem sozinho por causa da turnê. Voltei para dentro de casa, olhei as horas e o tempo não passava, mas fui assim mesmo, peguei as chaves e carteira e saí. Quantas vezes eu já não fiz esse caminho pensando nela? Quantas vezes eu cheguei estacionar na frente da revista pegar meu celular para ligar e desistir? Eu não aguento mais ficar sem ouvir sua voz... Estacionei, algum tempo depois Tory entrou no carro.

- Obrigada por vir! Eu...

- Não me agradeça, apenas fique em silêncio! - Ela disse pegando o celular. - Liv? - Perguntou e eu senti meu coração parar por alguns segundos. Ela colocou a ligação no alto-falante e deixou o celular sobre a minha perna.

- Oi Tory, tudo bem? - Falou, seu tom era de desconfiança.

- Tudo e você? Onde está? - Tory pergunta

- Tudo certo, né.. Na rádio, e você? - Perguntou de volta.

- Indo almoçar...

- Com quem? - Pergunta Lívia, imaginei aquele sorriso de canto dela que eu tanto sinto falta.

- Ora com quem! Sozinha né Lívia, só liguei para saber como você tá e dizer que sinto muita, muita falta de você aqui e quero que volte! - Tory falou meio manhosa e ela suspirou do outro lado.

- Eu também sinto falta, muita na verdade, mas será melhor assim! - Falou um pouco mais baixo e eu repouse minha cabeça no volante do carro. - Sou um minuto Tory, deixa eu sair daqui.

-Tá bom! - Tory espondeu e passou a não no meu ombro, isso tá sendo mais difícil do que eu imaginava.

- Pronto, desculpa... Saí do estúdio. - Diz ela.

- Música do Bruno tocando? - Tory pergunta e eu sinto meu coração disparar.

- Uhum... E... Ele? Como tá? - Eu podia sentir sua voz meio tremula, e quando abri a boca para responder Tory fez sinal de silêncio.

- Como você acha? Não é óbvio de mais isso? - Ela responde.

- Eu sei, mas eu ficaria bem melhor se dissesse que ele está feliz, que está seguindo a vida, que está sei lá, fazendo muito sucesso! - Lívia responde.

- Não vamos mentir. Sucesso ele sempre fez! - Tory responde e ri.

- Bom... Eu tenho que voltar para o estúdio, acabou as sete melhores músicas. Eu sinto sua falta! Beijos! - Lívia diz. Sorri por saber que a minha música com quase dois anos ainda é uma das melhores.

- Beijos. Se cuida! - Tory desliga o telefone.

- Eu sei que não está com fome, então eu vou almoçar aqui na frente da revista mesmo. E coloque um sorriso nessa cara, você ouviu, ela ficará melhor se você estiver bem e porque sua música ficou em primeiro lugar na rádio. Pense que é impossível ela te esquecer! Fica bem Bruno! - Tory disse. Me deu um beijo na bochecha e destrancou a porta do carro.

- Você é um anjo! Muito obrigada! - Respondi sorrindo. Ela desceu do carro e eu arranquei sem um lugar exato para ir.

  Era um misto de sentimentos, ao mesmo tempo que eu estava feliz eu estava arrependido por não ter lado nada, assim como estava triste por saber que ela ainda achava que estar longe era o melhor para todos os problemas, mas de qualquer forma, isso me animou, eu mesmo consigo ver meu próprio sorriso.

  Da avenida principal eu dobrei a esquerda para ir ao Eric, foi do nada, apenas vi e lembrei-me dele. Manobrei o carro na frente da casa e enviei a ele um sms avisando-o que estava ali, minutos depois Liam aparece correndo na direção do carro.

- Ei garotão! - Eu disse o pegando no colo. Eric estava bem atrás dele. Sorri e o cumprimentei também.

- Que honra, há que devo a sua ilustre visita? - Eric brinca e eu rio. Liam desce do meu colo e vai correndo para casa.

- Saudade? - Ergo a sobrancelha e ele solta uma risadinha, igual a de nosso pai.

- E esse sorriso estampado aí? O que a Dona Lívia aprontou? - Ele pergunta enquanto entramos na casa.

- Ela? Infelizmente nada, mas a Tory sim! Eu ouvi uma conversa delas! - Respondo e ele nega com  cabeça.

- Vocês são uma dupla que não prestam! - Eric fala e me dá um tapa no braço e eu solto um gemido baixo, ele é forte.

- Calado! - Digo.

  Cumprimentei Cindia e meu novo ou nova sobrinha. Eu não comentei, mas ela está grávida de dois meses e tudo indica que seja uma menina, na verdade, todos torcem e acham, nada oficial, quem sabe a primeira menina para mandar nos primos? Chega de homens!

- Princesa do Tio! - Eu disse passando a mão na barriga dela, algo me dizia que era menina.

- Se você fizer meu filho mudar de sexo, vai se ver comigo seu anão! - Eric brincou.

- E se for menina mesmo eu escolho o nome! - Eu falo e os dois gargalham. Eric senta ao lado de Cindia no sofá e a beija carinhosamente, acabo suspirando sem perceber.

- Titio, vamos jogar video game? - Liam pergunta.

- Claro cara! - Eu vou com ele em direção a seu quarto, ligamos o aparelho e começamos a jogar.

  Era um jogo de corrida e não pense que eu tinha mais chances de ganhar pelo tamanho do Liam, ele é viciado, sabe todas as manhas e truques para vencer, já eu, digamos que esteja meio enferrujado, mas não perco tão, tão feio!

- GANHEEEEEI! - Ele grita e joga o controle na cama.

- Parabéns filhão! Seu Tio é mesmo um velho, não é? - Eric faz suas piadinha e então eu o desafio.

  Começamos uma nova corrida, eu e o Eric. Ele ganhou numa volta e eu nenhuma. Comecei a ficar meio sem paciência, minha testa suava e minhas mãos também, mas calma aí, isso é um jogo!

- Meninos, almoço, vamos! - Cindia anuncia, dou pausa e descemos.

- Tomou um suador! - Eric zomba da minha cara e eu dou de ombros.

  Almoçamos e conversamos normalmente, fazia algum tempo que não conseguíamos passar um tempo junto assim tão agradavelmente, só em turnê, mas aí era nós dois e a banda, sabe, não é a mesma coisa.

- Bruno! - Cindia me repreende, eu estava fazendo brincadeira com a comida para o Liam rir.

- Mamãe, olha! - Liam me imitou e riu dele mesmo.

- Filho, com comida não se brinca. - Diz ela limpando suas mãozinhas.

- Desculpa!  - Diz ele.

  Faz parte de ser Tio ensinar coisas erradas, pois os filhos são do seu irmão, então ele que se vire, e eu sei que quando for eu, eles farão o mesmo, então é bom aproveitar. Terminamos de almoçar e ajudei Cindia a retirar as coisas da mesa, até lavaria a louça, mas eu tinha uma batalha imperdível com meu irmão. Final das contas: ele perdeu o controle do carro e eu ganhei!

- Caramba! - Eric fala mexendo os ombros. - Até eu fiquei tenso agora! - Continua e ri.

- O que importa que eu venci e não sou velho! - Afirmo e Liam dá risadas, Eric da de ombros, ele nunca foi competitivo. - Bom, vou embora! Eu não iria nem almoçar, era apenas para dar um "olá". - Digo.

- Tudo bem, foi bom você ter vindo! - Ele diz. Pego Liam no colo e encho seu rosto de beijos, ele solta varias gargalhadas e desce do meu colo e vai limpar o rosto.

- Tchau Cindia! Obrigada pelo almoço! - Dou uma abraço nela.

- Vou te levar até ali. - Eric fala com seu molho de chaves em mãos. - Sabe Bruno, eu sei que você já cansou disso, mas eu vou te dar mais um conselho: Esquece a Lívia, segue a sua vida e se um dia ela voltar, esteja pronto para conversar com ela e dizer tudo que tem para dizer. Não é bom você continuar agindo assim, até nossos fãs já notaram que há algo de errado e nossas atitudes tem um reflexo muito grande sobre eles, esses jovens não merecem isso. Você entende?

- Eu entendo, mas... Não é uma coisa que eu tenha total controle! - Respondo.

- Eu sei, mas, você promete tentar? - Pergunta o Eric.

- Prometo. - Eu sei que será bem complicado, mas talvez seja melhor por enquanto. Demos um abraço rápido e eu entrei no carro.

  Eu não vou desistir, não vou deixar minha vida parar, eu apenas vou deixar isso de lado e viver, Eric tem razão. É melhor que eu esqueça isso e esteja pronto para o dia que eu encontrá-la de novo, até porque, ela pode estar lá levado uma vida boa com outra pessoa enquanto eu tô aqui a esperando! Não é justo!

[...]

terça-feira, 22 de abril de 2014

Capítulo 46

Ouça Birthday da Katy Perry até o final do capítulo se for necessário. 

- Li, está pronta? Ben e o amigo estão quase chegando! – Ela diz. Tapo meu celular e grito de volta que estava no telefone, mas já descia.

  Hoje é meu aniversário e recebi algumas ligações, como do Ryan, outra de todos os outros meninos da banda sem o Bruno, uma de cada uma das irmãs dele, da Tory e logo depois do Scott e agora do Phil.

- Acho que estão te esperando, não é? – Ele pergunta e eu rio.

- Estão sim! Muito obrigada por ligar Phil, eu nem sei o que dizer, você é de mais! – Digo. Engoli a saliva e pisquei várias vezes para não deixar as lágrimas cair. Eu fiquei emocionada com tudo que ele disse.

- Não precisa agradecer! Eu admiro você e sei do quanto você merece ser feliz, só falei verdades! – Phil fala. – Então, uma boa noite! Aproveite!

- Obrigada de novo, boa noite! Beijos! – Respondi e desligamos.

  Coloquei o celular dentro da bolsa e dei uma arrumada na saia. Olhei no espelho e estava tudo certo, nada de borrões, então saí do quarto e atravessei o corredor para a sala onde a Fay estava.  

  Enquanto eu mostrava um pedaço da barriga a mandato da Fay, ela estava bem mais comportada, camisa de manga comprida e short de renda. É, estávamos lindas!
  
                                                              

  -Gata! – Ela diz. – Vamos esperar eles lá em baixo! – Deu a ideia e eu aceitei.

  Tranquei o apartamento e descemos. Entrou um homem perfumado em um dos andares que passamos. Sorrimos em comprimento uns ao outros e na saída ele apenas desejou uma boa noite. Fay se abanou e eu comecei a rir. Não esperamos muito e Ben estava estacionando na calçada com seu amigo.

- Boa noite meninas! Este é Sean. Sean, esta é a aniversariante Lívia! – Ben fala assim que desce do carro sendo seguido por seu amigo. Estico a mão para cumprimentá-lo, ele a beija e em seguida se apresenta de novo.

- Sean Emmet, prazer! E parabéns!

- Prazer! Muito obrigada! – Respondo e aperto sua mão.

  Dou um beijo seguido por abraço em Ben e entramos no carro. Eu e Sean fomos atrás, Ben dirigindo e Fay ao seu lado.  Nós iríamos a uma choperia com música acústica e bons petiscos. Eu havia dito que nunca tinha ido, então Fay reservou uma das melhores mesas do lugar. E durante essa semana fomos ao shopping comprar roupas e hoje no salão fazer os cabelos e unhas.

  Estacionamos e seguimos para dentro do lugar. Ele era lindo, não havia só shop como diz o nome, e sim todo o tipo de bebida alcoólica do mundo inteiro. Sentou o Sean e Ben, eu e a Fay na frente deles. Fizemos os pedidos e começamos a conversar.

  Descobri que Sean tem vinte e sete anos, a mesma idade que eu hoje, é da Carolina do Sul, está terminando a faculdade de arquitetura e ajuda sua família a distância na imobiliária, ele faz os projetos da loja. Ele não é loiro, não tem olhos azuis, e não do tipo fortão! Ele só é bem arrumado, alto, de cabelos castanhos e olhos também. Um homem normal, tirando sua conta bancária, mas isso não importa, na verdade nada importa.

- Eu lembro quando a Fay tropeçou lá na rádio e caiu! Foi hilário. – Ben falou enquanto quase chorava de rir.

- Foi tanto que até quebrei o pé e ele se quer me ajudou! – Ela falta também rindo.

- Pobrezinha! Me desculpa tá! – Ben disse e beijou a mão dela.

- Eu aposto que ninguém teve um tombo mais bonito que o meu enquanto saia do elevador, eu praticamente 
beijei a bunda de um homem na minha frente e ainda caí! – Sean fala e nós todos gargalhamos.

- Seu safado, eu aqui e você lá tarando a bunda de outro! – Ben fala com voz de gay e eu ri mais alto ainda.

- Vocês não prestam! – Eu disse.

- Gente, vamos dar uma volta por aí? Não está tão tarde! – Sean pergunta olhando no relógio.

- Na praça! – Ben fala e pega a comanda da Fay para pagar.

- Na ponte! Está uma noite linda! – Fay contraria ele.

- Na ponte da praça! – Sean fala rindo acabando com a pequena discussão deles.

  Levantamos da mesa e fomos pagar, quando eu estava retirando minha carteira, Sean  me impede.

- Com licença, eu pago! – Ele pega a comenda da minha mão.

- Não, bem capaz. Eu pago! – Respondi de imediato.

- É seu aniversário e eu nem lhe trouxe nada, deixa comigo. Quem sabe numa próxima! – Ele fala sorrindo e entrega para a moça as duas comandas junto com seu cartão.

- Obrigada! – Digo baixo.

  Fiquei meio contrariada, ele não tinha obrigação nenhuma de me trazer algo e muito menos de pagar, mas não quis ser grossa diante de sua simpatia.  Eles pagaram e fomos para fora.  A praça a qual íamos agora não era longe, então deixamos o carro estacionado ali mesmo e fomos.

  - Nós vamos deitar na ponte não é? O céu está lindo de mais para ser ignorado! – Diz Fay dando uma rodadinha com as mãos unidas.

- Criança! – Eu dou um empurrãozinho nela.

- Chata! – Ela faz o mesmo, com mais força e eu acabo esbarrando no Sean.

- Me desculpa! – Eu disse ficando meio corada. Acho que eu dei um pisão no pé dele.

- Não tem problema! – Ele sorriu.

  Acomodamos-nos sentados na ponte e ficamos balançando nossos pés sobre o rio. Não era nada muito grande.

- Está gostando no aniversário? – Sean pergunta.

- Claro! Está maravilhoso! – Sorri.

- Porque será né? Porque eu aqui que escolhi o lugar! – Fay fala jogando os cabelos pro lado.

- Comi cabelo! – Ben reclama e nós rimos.

- Gente preciso dizer uma coisa muito grave! – Fay faz uma careta de dor.

- O que você aprontou? – Sean pergunta.

- Preciso fazer xixi! – Agora ela faz careta que lembra muito a Boo do filme Monstros S.A.

- Ah, não! Estávamos lá na choperia até agora. Volta lá sozinha! – Eu digo cutucando ela.

- Ah, não mesmo! Ben vai comigo! Não é? – Ela pede.

- Não! Quem quer ir ao banheiro é você e não eu! – Ben responde malcriadamente e leva um puxão de orelha. Ri baixo.

- Você é meu amigo Ben, isso significa que precisa estar comigo nas horas ruins também! – Ela fala e ele 
levanta resmungando. – Eu já volto. Desculpa!

  Eles vão deixando eu e Sean sozinhos. Não falamos nada. Até uma brisa fresca passar e fazer eu me arrepiar. Sean sorriu e perguntou:

- Gosta de frio? – E começa retirar seu casaco fino.

- Eu amo! A melhor estação do ano é esta e a primavera. – Eu digo. Ele me entrega seu casaco. – Não, por favor, não precisa. – Falo.

- Aceita por favor, só porque gosta de frio não quer dizer que precisa passar! – Ele disse sorrindo.

- Obrigada! – Olho nos olhos dele, eles brilham bastante. Vejo seu rosto ficando mais próximo do meu e quando eu penso em o impedir, sua mão segura meu rosto virado para ele e seus lábios me tocam.

  Eu não iria beijá-lo, não queria dar esse tipo de impressão, mas foi rápido de mais, e também foi carinhosamente, a forma que ele tocou meu rosto e nos aproximou mais, e seu beijo, ah, ele beija muito bem. Depois que finalizamos, confesso que a vontade de mais foi imensa e ele pareceu ter sentido o mesmo, tanto que nos beijamos de novo.

- Eu gostei de você! – Ele diz tempo depois.

- Eu também gostei de você, mas me desculpa, eu não...

- Eu sei, eu não quero nada sério, aliás, eu nem sei se deveria ter feito isso, mas é que você é linda, e seus lábios carnudos me provocaram, eu não resisti! – Ele disse com sinceridade.

- Eu também não resistiria! – Eu falei e ri depois.

- Nossa como você é convencida! – Ele ri também. 

  Não falamos mais nada, não tínhamos o que falar! Ele apenas colocou minha mão sobre sua perna e ficou fazendo um carinho nela, eu gostei, mas fiquei na minha. Um longo tempo passou e finalmente dava para ouvir as gargalhadas da Fay, ela deve ter aprontado alguma coisa. 

- Ele caiu! - Ela diz rindo. 

- Eu tropecei! - Ben fala emburrado e eu e Sean rimos. Retirei delicadamente minha mão da sua, parece que ninguém percebeu.

- Vamos cantar parabéns? - Fay pergunta e me entrega uma bandeia com quatro cupcakes com uma vela  rosa em cima de cada um. 



- Aww! - Eu disse me levantando. Arrumei a saia e segurei a bandeja.  

  Eles cantaram o parabéns e eu assoprei as velas. Tiramos umas fotos e Ben queria que me sujassem de chantili, mas não deixei. Dei um bolinho para cada um. Era de chocolate com chantili e no final das contas eu sai com o nariz sujo. Eles são uns filhos da mãe.

- Gatinha suja de chantili, temos que registrar esse comento, juntem-se! - Diz ela. 

  Eu fiquei entre Ben e Sean, ambos com as mãos na minha cintura, mas nada se comparava ao toque do Sean. Depois acabei tirando uma só com a Fay, ambas sujas. 

- Meninas, a noite está ótima mas eu tenho que ir! - Sean fala. Todos concordam. Seguimos até o carro e fomos embora. 

  Não demorou muito estávamos estacionando na frente do meu prédio, agradeci e desci, hoje eu passaria a noite sozinha. 

- Eu vou descer aqui, tenho que passar na casa do meu colega para pegar o notebook da faculdade. Ele mora do outro lado da rua. - Sean se explica e se junta ao meu lado. 

- E vai como depois? Quer que te espere? - Ben pergunta. 

- Não cara, não precisa, eu pego um táxi. - Ele responde. 

  Nos despedimos todos de novo e fica e eu e ele parado se olhando. 

- Bom, eu preciso subir! - Eu disse sorrindo. 

- Tudo bem, antes pode me passar seu número? - Pede Sean. 

- Claro! - Respondo e dito meu número. 

- Te mando uma mensagem mais tarde! Feliz aniversário de novo Lívia! 

- Muito obrigada! Se cuida! - Eu disse espontaneamente. Ele sorriu e deu um beijo no canto da minha boca, qual não foi retribuído. 

  Virei as costas e subi, não acenei nem nada, mas eu podia sentir que estava sendo cuidada. Destranquei o apartamento, retirei os sapatos, a roupa e fui direto para a cama, só de calcinha e sutiã. Não dormi, apenas fiquei revirando na cama, até me assustei quando meu celular apitou no criado mudo. Era sms. 

  "Olá, é o Sean. Vou ficar no meu amigo mesmo, prédio bem na frente do seu. A propósito, eu consigo ver sua casa. Se já estiver dormindo, desculpa qualquer coisa e obrigada pela noite incrível, eu adorei te conhecer. Qualquer hora poderíamos marcar de sair juntos, o que acha? É isso. Uma boa noite, beijos!" 

  Comecei a rir. Salvei o número dele e antes mesmo de responder eu levantei, vesti meu roupão e fui até a sacada da sala. Ele provavelmente estaria em alguma janela ou sacada próxima. Abri a porta de correr e passei meus olhos e encontrei o seu. Sorri. Vi ele mexer no celular e o meu em seguida apitar. 

   "Agora eu vejo você! Sua curiosa!"
  
  Ri baixinho e ele fez o mesmo. Não o respondi, apenas falei boa noite sem omitir som, ele intendeu e respondeu o mesmo, em seguida mandou um beijo. Eu sorri e entrei, fechei a porta e voltei para a cama. 


Capítulo 45

  Acordei com um pouco de dor no braço direito por conta da Mel ter dormido sobre ele a noite toda, mas sem problemas. Desvencilhei-me dela e fui para o banheiro, tomei um banho rápido e voltei para o quarto para me arrumar.

  Desci e tomei um iogurte e voltei para o quarto, eu precisava acordá-la ao menos para avisá-la que estava saindo para o trabalho. Assim fiz.

- Pode dormir aí, estou indo trabalhar. Até mais tarde! – Falei e ela apenas respondeu positivamente com a cabeça sem nem abrir os olhos. Beijei sua bochecha e a deixei ali.

  Entrei no carro e segui para a rádio, bati meu cartão e encontrei Ben e Fay no meio do caminho. Ficamos conversando sobre meu novo apartamento e os futuros jantares que faríamos lá. A forma engraçada que Ben se imponha em relação a isso como se fosse o dono me fazia rir, mas eu concordava, era isso mesmo que faríamos, pela primeira vez em toda a minha vida.

  Bom, de certa forma isso é bom, mas o lado ruim pesa bem mais pelo fato deu só estar tendo essa vida por causa da perda de meu pai, queria ter tido a chance de conhecer Ben e Fay antes e poder tê-los apresentado ao meu pai, tenho certeza que ele gostaria deles assim como gostou da Tory, do Fred e o Bruno... Bruno!

  Conforme os dias vão passando e eu não tenho coragem de me comunicar com ele eu sinto que a falta que ele faz aumenta a cada vez mais, não há o que eu possa fazer, mesmo que eu queria não consigo simplesmente esquecer-se da nossa última conversa e ligar para ele, parece que se eu fizer isso, tudo piorará. Agora ambos estão seguindo tocando a vida, mas não posso mentir, eu sinto falta dele sim, de mais!
  
Retirei esses pensamentos da cabeça e foquei no trabalho. Escolhemos as notícias mais bombásticas e as músicas que mais estão fazendo sucesso por aí para tocar. Era hora do show.

- Muito bom dia musicmaníacos! Que tal começar o dia com uma super promoção? – Pergunta o Ben. Estávamos ao vivo como a maioria das vezes.

- Que tal... Hum... CD e camiseta de um dos maiores fenômenos pop da atualidade? Um que tem dois Grammy e teve a maior plateia que Michael Jackson, Madonna e Beyonce no Super Bowl? – Fay falou e eu senti meu coração bater mais rápido, eu nem sabia que tínhamos prêmios para sortear hoje, ainda mais do Bruno.

 - Ficou fácil não é? Então ligue para rádio e diga por que você merece receber na sua casa esse prêmio. No final do programa revelamos o vencedor! – Ben fala.

- Já que estamos falando de fenômeno pop, vamos com ele: Bruno Mars em Locked Out Of Heaven! – Fay anuncia a música.

  Eu retiro os fones e desligo o microfone. Fay me olha com cara de interrogação, esperando que eu falasse alguma coisa, mas eu não tinha o que falar.

- Vamos conversar depois Li! – Diz ela. Será que eu reagi tão mal assim para ela desconfiar de algo? Merda!

  O programa transcorreu perfeitamente, eu anunciei falei das novidades no mundo das celebridades e nós três falamos juntos o nome do vencedor, agora era hora voltar para o escritório para preparar a matéria para a tarde.


- Ben, busca um café para mim e dá uma voltinha por aí. – Fay fala e ele obedece. Ele havia ouvido o que ela disse quando estávamos lá no auditório apresentando o programa.

- Mandona! – Eu disse e ela apenas riu. Puxou sua cadeira de rodinhas para o meu lado e ficou me olhando.

- Porque aquela sua cara de pavor quando falamos do cantor? – Pergunta ela. Não ache estranho, porque quando se trabalha um dia inteiro com uma pessoa você passa a conhecê-la cada vez mais, e é isso que vem acontecendo entre a gente, um benefício e ao mesmo tempo malefício sobre amizade no trabalho.

- Não foi nada, apenas fiquei surpresa não sabia que teria promoção hoje! – Respondi. É, eu menti em partes pelo simples fato de não querer contar tudo que aconteceu antes deu vir para cá.

- Mentirosa! Ah Li, para com isso! Você sabe que eu te conheço muito bem apesar do tempo. Esse é o meu maior defeito, eu percebo tudo... – Diz ela desviando o olhar para a janela, como quem diz “você não confia em mim suficientemente para isso?”.

- Ai, é uma longa história... Olha, eu prometo que te conto, mas não hoje tá?

- Então você o conhece pessoalmente? - Pergunta ela com um largo sorriso na boca. Lembrei-me da nossa entrevista e quão legal foi fazê-la com ele.

- Eu o entrevistei em Los Angeles para a revista! – Respondi e não deixei de sorrir, afinal não tivemos só momentos ruins, fomos amigos de verdade e isso foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.

- Eu tenho certeza que não foi só isso! Não vai me contar mesmo? – Pergunta ela quase fazendo cara de 
emburrada, eu rio e ela cruza os braços.

- É complicado... Nós viramos melhores amigos e de uma semana para outra não nos falamos mais, até hoje. Já faz quase três meses... E para piorar, eu tento o esquecer, mas a rádio não deixa porque todo dia toca pelo menos uma música dele. – Eu disse. Meus olhos estavam começando a ficar marejados. – Eu não quero falar disso, tá? Desculpa!

- Eu não vou te forçar, mas se você realmente quer falar com ele, deveria ir atrás disso, talvez ele se sinta como você! – Fay fala se levanta e empurra sua cadeira para perto da sua mesa. Fico encarando-a. É claro que não faria isso, temos que nos esquecer.

  Voltei-me ao trabalho e mal percebi que já era hora do almoço. Eu não estava a fim de sair da rádio, então pedi uma tele-entrega de café. Ben e Fay saíram para almoçar juntos como sempre.  Aproveitei que estava sozinha e liguei para a Tory.

- Olá! – Eu disse.

- Vai almoçar comigo hoje? – Brincou ela.

- Quem dera. Já pedi eu café aqui mesmo na rádio. – Respondo.

- Nem sabe quem me ligou hoje... Uma pessoa alta, de cabelos compridos, apelidado de Potira! – Ela fala e ri.

- Sério? O que o Ryan queria? – Eu perguntei. Ele nunca mais havia ligado especialmente para conversar algo legal com ela.

- Me convidou para sair e eu vou! – Diz ela. – Será que ele se arrependeu?

- Hum... Quem sabe! Mas você não vai se entregar ou vai?

- Não, eu gosto dele, mas não como gostava antes, somos apenas amigos! – Ela responde convicta e eu rio.

- Não custa mudar né!

  Continuamos conversando e sem querer ela deixou escapar que o Bruno anda tomando uns porres bem fortes de bebida, que até já desconfiaram que ele pudesse estar usando outras coisas, mas ele mesmo afirma que não. Na hora que ouvi fiquei meio em choque, mas daqui eu não posso me apegar as suas escolhas, não posso me preocupar com algo que não serei capaz de ajudar. Então logo retirei isso da cabeça e voltei a trabalhar.

  Certas coisas você só descobre quando “muda de vida”, como por exemplo os estágios dessas mudanças, eu já estou no segundo. Passei pela felicidade de tudo novo, onde tudo era incrível, tá, ainda é e sempre será porque de certa forma eu estou feliz, mas agora veio o segundo estágio, o da saudade, mesmo as coisas estando perfeitamente bem eu arrumo uma forma de me abater e a saudade pesa. Sei que não posso estacionar agora, até porque quero conhecer os outros.



[...]

terça-feira, 8 de abril de 2014

Capítulo 44


  Bruno POV’S

  Os dias estavam passando, as semanas e os meses mais rápido ainda, daqui a pouco fará três meses que eu não falo mais com a Lívia e só de imaginar que não tenho previsão alguma de quando a verei de novo meu peito dói. Já peguei o telefone para ligar várias vezes, cheguei a digitar o número com código restrito, mas quando ouvi sua voz eu desisti. Eu não sou covarde, okay?

  Minha intenção era deitar e dormir, porque recém saímos de um show e tanto, aliás, todos têm sido incríveis, nós voltamos com tudo. Mas Phil apareceu no meu quarto e começou a me comprar para sair. Ele disse que estou ficando deprimido por não sair mais tanto quanto antes e ainda disse que isso é efeito colateral de paixão, um absurdo, eu sei.

- Bruno, nós estamos fazendo show há quase três meses, e eu tenho certeza que já fomos a pelo menos umas trinta festas e disso tudo você só foi a duas... Qual é cara? – Ele fala e gesticula com as mãos me fazendo rir.

- Eu to cansado, tá legal? Eu pulo e canto a noite toda sobre um palco! – Eu imito suas gesticulações.

- Que incrível, eu também, e mesmo assim to animado para curtir com os meus amigos. – Ele retruca e eu bufo. Abusado!

- Tá legal, Phil, mas amanhã, se me acordar eu vou dar um pé na bunda. – Eu falo seriamente e ele solta uma gargalhada, qual é, eu dou mesmo!

- Aham... Vai se arrumar logo Bruno. – Phil fala e sai do quarto.

  Tomei um banho rápido para espantar o sono, cansaço e preguiça e comecei a me vestir. Calça jeans preta, flanela xadrez verde e um casaco de couro preto por cima. Nos pés pus o all star e nos cabelos passei as mãos para arrumar e coloquei o chapéu, já que a única forma de usá-lo totalmente solto é com escova.

  Desci.

- E aí valentão, pensei que ia demorar mais um pouco! – Phil fala.

- Bruno valentão? Vish! – John comenta alto de mais.

- Ele quer me dar um pé na bunda! – Phil continua e todos riem.

- Briga, briga, briga! – Eles gritam em couro. Phil fica em posição de ataque, com o braço esticado pronto para dar um soco. Eu rio e puxo seu braço em direção a van.

- Sem graça! – Jam resmunga logo atrás.

  Eles realmente queriam ver uma briga, mesmo que de mentira. Sabe aquela animação antes de uma festa? Pois é, os meninos têm de sobra e me contagiaram, eu to mesmo a fim de curtir, ainda mais com uma música alta dessa maneira dentro de uma van, é impossível não se animar.

  No club eu fui direto ao bar, pedi whisky e fui nem dançar, por causa do horário a pista ainda nem estava cheia, só tinha uns casaizinhos dançando, o que é sem grassa. Voltei para os pufs com os meninos.

- Valentão, porque não quis brigar? – Phred pergunta rindo.

- Porque eu quero curtir! – Digo bebendo outro gole do meu whisky.

- Graças a quem? A eu mesmo, o Super Phil! O que te atura te tira da fossa e te ama! Eu sou o cara, falem aí. – Phil faz voz de gay e arranca risos.

  Estava divertido. Música alta, dança, bebida, mulheres. Eu nem dei bola para as pessoas que às vezes me olhavam sem acreditar e algumas garotas perceberam isso rapidamente, tanto que vieram dançar mais perto. Eu apenas sorria e me mexia conforme a música. Também nem me lembrava em qual copo de bebida estava, já misturei de tudo, mas ainda sei fazer um quatro. A há!

  Comecei sentir minha cabeça a rodar, pedi licença para as meninas e fui ao banheiro, nada a fim de ficar bêbado, só curtir numa boa. Não tinha ninguém, então aproveitei para passar uma água no rosto. Sorri para mim mesmo e saí. Antes deu cruzar a porta para as pistas de dança alguém me puxa e eu quase caio.

- Ei, volta aqui! – Uma das meninas que estavam na rodinha dançando comigo fala. Sorri. – Aqui está quente de mais não acha? – Diz ela com suas mãos macias sobre os botões da minha camisa, ela tenta abrir e eu a impeço. – O cantor não me quer? Posso ir embora? – Ela pergunta e eu nego, claro.

  Foi rápido de mais, eu neguei e no mesmo instante eu senti seus lábios nos meus, sua boca tinha um gosto estranho, eu mal podia acreditar que isso era... Ah! Eca, que nojo! Eu a empurrei.

- Eu preciso ir ao banheiro de novo! – Disse. Virei às costas e entrei rapidamente, corri para pia e fiz uns três gargarejos e nada daquele gosto sair. Eu podia até sentir o cheiro de... Credo! Eu não acredito que fiz isso, não mesmo.

  Saí bufando do banheiro, a garota nem estava mais lá. Peguei um copo de tequila no bar e bebi no tudo de uma vez, e ainda assim não adiantou nada. Pedi outra bebida e fui ao encontro dos meninos, eu preciso ir embora, só isso.

- Hum, sumido! – John comenta com voz de tarado que só ele sabe fazer.

- Não me lembra disso cara, por favor! – Digo fazendo careta e ele ri.

- Traveco meu? – Ryan chega do meu lado e pergunta.

- Volta lá para as suas mulheres e não fala merda! – Não quis ser grosso, mas o Ryan é muito metido. – 
Dre, me leva embora? – Peço e ele apenas diz que sim, pega suas chaves e vai saindo. Eu vou atrás.

- Bruno, Bruno! Espera, onde vai? – Phil pergunta.

- Embora, amanhã conversamos. – Disse e segui caminho.

  Deitei-me na van e fomos para o hotel, era cerca de vinte minutos de distância. Agradeci ao Dre e fui direto para o quarto, abri minha mala atrás das roupas e achei outra coisa, a caixinha do anel que eu iria dar a Lívia, pois é eu levo sempre comigo mesmo que não devesse. Peguei-o na mão e me sentei na cama.

  Perdi a noção do tempo olhando para a janela com aquele anel na mão, eu fiquei imaginando como seria sem que ela visse aquela notícia na TV, seu sorriso quando visse o que lhe esperava e os milhares de momentos bons se eu tivesse reagido antes de tudo acontecer.

Me atirei para trás na cama e adormeci com a roupa mesmo e o gosto de degustação corporal na boca.

  [...] Uma semana depois.

  Lívia POV’S

  O celular estava despertando pela sexta vez, e eu não estava nem afim de levantar, por mim virava de novo pro lado, abafava o som e voltava a dormir, mas eu vou me atrasar... VOU NÃO, JÁ ESTOU!

  Pulei da cama e comecei a me arrumar, nem tomei banho. Vesti uma roupa um pouco mais leve, já que o frio está cessando e dando vida a primavera. Pus uma calça jeans, um blusa fina e um casaco não muito grosso, um sapato de salto alto, meus cabelos eu apenas penteei e os joguei pro lado e saí correndo.  

- Bom dia Mel, tchau Mel! – Eu disse pegando as chaves e batendo a porta da frente, eu nem ouvi se ela respondeu, mas sei que sim.

  Entrei no carro e sete minutos depois eu já estava na rádio. Cumprimentei algumas pessoas e fui direto para a sala. Fay e Ben estavam rindo de algo e pararam assim que me viram entrar feito foguete.

- Calma Li, vai morrer sem ar aí. – Fay ri da minha cara, para variar.

- Quer uma aguinha? – Ben fala ironicamente. Eu mereço!

- Já mandaram vocês tomar naquele lugar? Se não, eu mando agora, vão! – Eu disse sentando na minha mesa e colocando a mãos na cabeça. Nunca havia subido escadas tão rápido, até dor de cabeça deu.

  Além de dor de cabeça eu podia sentir o sono ainda em efeito, meus olhos estavam pesados. Eu realmente não deveria ter ficado jogando vídeo game com a Melody até tão tarde.

- Ansiosa pela chave do apartamento? – Ben pergunta de repente, me fazendo acordar, eu cochilei com a cabeça nas mãos.

- Hum... Sim! – Bocejo. – O EMAIL! – Falo mais alto. Eu me esqueci de checá-los para ver se o Cilas conseguiu organizar as coisas para eu poder pegar a chave amanhã.

  O dia não passou nada rápido, mas eu finalmente podia ir pegar a chave do meu novo apartamento, estava tudo certo. Ah, eu não comentei, mas acho que é óbvio de mais, meu carro chegou!

- Lívia, que você faça um ótimo proveito do apartamento! Se quiser cancelar o aluguel ou qualquer outra coisa, sabe como me encontrar! – Cilas diz sorrindo. Ele parece bem animado com isso.

- Muito obrigada Cilas! Até logo! – Eu disse. Despedimos-nos normalmente e ele me deixou sozinha no apartamento.

  Fui olhar os quartos e banheiros de novo. Retiraram roupas de cama, travesseiro, e coisas decorativas, ficaram apenas os abajures, bancos e tapetes. Na cozinha todos os armários e geladeira estavam vazios. Eu tenho muito o que arrumar, não é? Exato, mas não agora, não hoje! Preciso comer e dormir.

  Voltei para a casa da Marie e as duas estavam jantando. Cheguei do lado delas e antes que pudessem falar qualquer coisa balancei o molho de chaves do apartamento.

- Eu tenho uma segunda casa! – Mel fala e continua a comer, sei que ela ainda é meio contra a isso.

- Pois é! Então... Mudo-me em alguns dias, depois que tudo estiver organizado por lá. Tudo bem? – Eu pergunto diretamente para Marie.

- Claro! Sabe que será sempre bem vinda aqui... – Diz ela.

- Eu sei, aliás, muito obrigada por tudo! Eu não sei o que faria sem vocês! – Sorri. – E Mel, eu preciso da sua super ajuda para comprar as coisas que faltam lá, posso contar com você? – Pergunto.

- Sim, claro! – Responde Mel sem ao pior olhar.
- Ei! – Me agacho do seu lado. – Nós já conversamos sobre isso, lembra? E é bem pertinho daqui você sabe o caminho melhor do que eu! – Argumento e ela sacode a cabeça positivamente.

  Conversei mais um pouco e avisei que iria tomar um banho, assim fiz. Aquela água morda me fez relaxar mais ainda e só o que eu precisava era da minha cama, mais nada. Vesti meu pijama e saí do banheiro e voltei para o quarto. Estava me organizando para dormir quando a Mel aparece no quarto.

- Liv, posso ficar aqui com você essa noite? – Pergunta ela.

- Claro que sim, meu amor! – Respondo e ela sorri. Termino de guardar o que eu arrumei e deito. Ela se deita ao meu lado e eu passo meu braço em baio de seu pescoço, para que ela use de travesseiro.

- Eu te amo Liv! – Diz ela com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu também! – Sorrio e retiro os seus cabelos do rosto. Ela apenas fica me olhando e eu fecho meus olhos. – Boa noite! – Acaricio sua cabeça.

- Boa noite.

  Ficamos nos olhando por um tempo até que ela finalmente pega no sono. A  algum tempo atrás eu disse que ela se apega muito rápido aos outros, mas na verdade não é só ela, eu nem sei como isso é possível, eu a conheci muito pequena e depois nos falamos algumas vezes até ela ir lá para casa, e agora eu morar aqui, nós ficamos ainda mais grudadas, até acho que a Marie sente um pouco de ciúmes. Hoje eu me sinto mais do que uma prima distante, talvez uma irmã, eu me importo com ela, com sua saúde, sentimentos, amizades, tudo, eu me preocupo toda vez ela que ela diz que vai sair talvez eu seja mais chata que a Marie nesse ponto.


  Quero que meu filho se pareça com ela, mas isso não vem ao caso, é cedo para pensar em ser mãe sem ao menos ter um namorado! Boa noite! 

  • Desculpa a falta de criatividade, mas foi o que deu! :/ Eu estou tentando melhorar, mas é que essa fase da fic é chatinha mesmo. Desculpem! Espero que gostem mesmo assim e comentem, por favor. Até a próxima! <3 
  • Já ia esquecendo, eu não diminui o tamanho do capítulo, ao contrário, aumentei um pouco, mas também mexi na largura do post para poder acrescentar a aba do "apartamento". Fiquem a vontade para olhar lá, Ben e Fay também já estão na aba dos "personagens".