domingo, 29 de setembro de 2013

Capítulo 20


  Finalmente sexta-feira, uhul!!! Na verdade, final de sexta, agora são sete horas, acabei de chagar em casa e já já vou sair de novo. Corri pro quarto, larguei minhas coisas no chão e fui para o banheiro, não tenho muito tempo então meu banho foi the flash! Voltei ao quarto, vesti a calça jeans azul, uma blusa cinza e um bolero de couro pouco mais escuro que a blusa. Calcei meu sapato preto e voltei ao banheiro, penteei meus cabelos e os deixei soltos mesmo, de maquiagem fiz apenas um delineado fino com o delineador e passei algumas camadas de rímel. Pus os brincos. Peguei meu celular e chave dentro da bolsa e coloquei no bolso da calça...


- FILHA O BRUNO CHEGOU, ANDA LOGO! - Meu pai gritou do pé da escada. 

  Bem na hora, desci me despedi do meu pai e avisei-o que não demoraria. Pois é, para quem não se lembra, as irmãs do Bruno chegaram de manhã e hoje é o dia do jantar, eu estou nervosa mas como quem está na chuva para se molhar, então vamos lá.

- Boa noite. – Eu disse quando entrei no carro do Bruno.

- Boa noite minha linda, preparada para conhecer as tagarelas das minhas irmãs? – Bruno falou após me dar um beijo estalado na bochecha e ser retribuído.

- Não! – Ri.

- Sabia, mas vai ser tranquilo! – Me acalmou.

  Fomos conversando animadamente o caminho todo, tanto que eu só me dei conta de termos chegado quando vi o portão elétrico do Bruno se abrindo. Talvez esteja passando por tudo esse nervosismo atoa, mas é estranho, sei que quando conheci a banda dele não fiquei assim e foi pelo simples fato de não termos tocado no assunto relacionamento e agora eu tenho certeza que isso será o assunto ponto da noite, até porque quando conheci a Jaime foi assim, mas ela não insistiu, enfim, não sei mais o que estou pensando...

- Nossa esse gelo na sua mão é nervosismo? – Bruno perguntou quando desceu no carro e segurou minha mãe em sinal de conforto.

- Acho que sim! – Fiz careta e ele riu.

- Apenas fica calma e não leva a sério o que elas vão falar! – Confortou-me.

  Bruno soltou minha mãe, abriu a porta e gritou “cheguei” com a maior delicadeza que falta nele e isso fez com que todos que estavam na sala olhassem para nós. Ali estava o Eric, o Ryan, acho que o Kam, menino que dança bem, o Phil, umas mulheres que devem ser as irmãs Bruno que só sei o nome da Jaime e mais uma que não sei quem é.

- Quer chamar mais atenção, tira cueca e dança no meio da Rua Bruno! – Uma das mulheres falou e todos riram, acabei rindo junto.

- Primeiro, estou na minha casa e chamo atenção do jeito que eu quiser. Segundo, que bagunça, os donos saem e os ratos fazem a festa, bem nessas. E terceiro tenha modos, trouxe quem queria conhecer. – Referiu-se a mim no final, corei, nos aproximamos deles e Jaime foi a primeira se levantar.

- Já estava com saudades de você! – Disse simpática.

- Eu também! – Sorri e nos abraçamos.

- Então, os meninos você já conhece Liv, e essas são Presley, Tiara e Tahiti. – Bruno falou e elas se levantaram também.

- Prazer. – Abracei cada uma.

- Prazer é nosso, duas pessoas falaram muito de você! – Tahiti comentou.

- Nem imagino quem! – Brinquei.

- Bruno e Jaime também não! – Tiara os entregou, rimos todos.

  Cumprimentei os meninos e fui apresentada a outra mulher, Urbana, esposa do Phil. Já tinha ouvido comentários sobre ela e assim com as meninas ela é linda e simpática. Bruno sumiu da sala e chamou os meninos com ele, então ficou eu e ao meu lado Urbana, no sofá ao lado Presley, Tiara, Tahiti e Jaime sentada no braço do sofá.

- Bruno fala muito mal da gente? – Tiara puxa assunto.

- Não, pelo contrário, sempre se mostrou muito orgulhoso em ter vocês como irmãs. – Respondi.

- Isso quer dizer que você mudou ele, porque ele nunca foi assim! – Tahiti fala.

- Claro que não! – Respondi corada e elas riram.

- Não incomodem a Lívia, por favor! – Bruno disse sentando-se no braço do sofá ao um lado.

- Ninguém te chamou na conversa! – Pres deu sua primeira palavra, ela é a mais tímida de todas.

- Que carinho! – Eu ri.

- Não viu nada. – Urbana comenta.

  Os meninos voltaram para a sala e se acomodaram juntos a nós, uns no sofá e outros no chão. Urbana se juntou a eles no assunto da turnê, Presley e Tiara estavam mexendo no celular as outras duas meninas colocavam as notícias em dia com o Bruno, resumindo acabei sobrando, apenas prestava atenção na conversa e ria quando contavam algo engraçado. Urbana saiu do meu lado e Bruno pulou para ali, mais confortável que o braço.

- Não foi tão ruim quanto imaginou, admita. – Bruno disse mostrando as covinhas.

- Não foi mesmo, elas são lindas e simpáticas. Sorri.

- E chatas. – Bruno acrescentou e recebeu um olhar matador da Presley que por mais quieta que estivesse estava prestando atenção em tudo.  

- Você que é chato Bruno! – Eu entiquei.

    Assim a noite foi se estendendo, o jantar foi pizza. Phil, Kam e o Bruno fizeram a competição de quem comeria mais pedaços, Kam venceu, comeu dezenove pedaços, Bruno e Phil empataram com dezesseis. Eu já estava um tanto quanto enturmada, conversei bastante com a Pres, ela é bem tímida e um amor, me contou sobre os micos que ela passou com irmão quando eram crianças, eu contei sobre minha vida, um tempo depois Tiara e Tahiti entraram na conversa, e perguntaram como eu conheci o Bruno, foram exigentes em detalhes, assim feito...

- Gente, vamos ver o comercial? – Jaime pergunta e um couro de “sim” se forma, ela conectou seu pen drive na tv e pronto.

 
  Assovios, gritos e palmas eram só o que se ouvia. Aqui estão todos em meio à família e mesmo assim tudo é feito em segredo, não por desconfiança e sim para surpresa, surpreender a todos, descobri que é assim, tanto com o Bruno quanto com as meninas, eles só divulgam as coisas em família quando finalizado e sempre em reuniões como essa.

- Quando puder divulgar me mandem, quero postar em primeira mão no site da revista! – Avisei.

- E nós se possível queremos uma entrevista! – Disse Tahiti e levou um cutucão da Tiara.

- É só marcar! – Sorri.

  Pedi licença a elas e fui até a cozinha, vou avisar o Bruno que vou embora, já são dez para às onze e além dele estar casando deve estar querendo aproveitar as irmãs. Assim que cheguei Ryan se retirou deixando eu e Bruno a sós, não que fosse preciso, apenas por educação.

- Precisa de ajuda? – Perguntei parando ao seu lado.

- Não! Ninguém vai mexer na bagunça hoje! – Ele largou o pano sobre a pia.

- Tudo bem! Tem algum número de táxi aí? – Pedi.

- Pra que? Já disse que eu vou te levar! – Respondeu sério.

- Não Bruno, tá tarde, é perigoso você ir e voltar! – Argumentei.

- Eu trouxe, eu levo! Sem discussões! –  Um sorriso travesso apareceu em seus lábios e fui deixada sozinha na cozinha.

- Que homem teimoso! – Resmunguei.

- Estou ouvindo! – Ele respondeu e eu saí da cozinha.

- Já estão discutindo a relação? – Phil pergunta assim que chego à sala.

- Sim e não é da sua conta! – Bruno responde depositando os braços no meu ombro, um abraço distante.

- Calma cara! Contem para titio aqui, posso ajudar. – Phil falou e todos riram.

- Ela quer ir embora de táxi, mas não, eu trouxe, eu levo, caso indiscutível. – Afirmou e eu revirei os olhos.

- Concordo! – Diz Jaime.

 – Aproveite enquanto ele é cavalheiro! – Tiara falou e Bruno ofereceu-a o dedo do meio.

- Bom, vamos? – Bruno pergunta e eu respondo positivamente.

  Fui me despedir e as meninas decidiram ir também, elas estão na casa da Jaime, com isso os meninos resolveram ir embora junto, mesmo que sejam cara de pau, prefiram não ficar em casa sem o dono.

- Então, está entregue em segurança! – Bruno disse quando estacionou na frente de casa.

- Meu herói. – Ironizei.

- Bang, bang! – Ele ri, idiota.

- Se cuida na volta o bang, bang! – Pedi.

- Claro, te aviso quando chegar! Agora...

  Ele aproximou seu rosto do meu e antes que eu pudesse virar ele me beijou, hesitei no início, mas acabei cedendo como sempre, tem algo nos beijos dele que me faz continuar sempre, tipo um imã. Não posso xingá-lo nem nada, porque eu poderia ter o empurrado ou sei lá, mas ao invés disso eu aceitei então significa que também queria, ou apenas atração do momento. Selamos o beijo com selinhos, sua mão ainda estava em meu rosto fazendo-me um carinho. Sorri.

- Até que enfim se rendeu! – Ele disse ainda próximo a mim.

- Uma hora acontece! – Respondi e me arrependi de imediato, ele vai contorcer as coisas.

- Então quer dizer que posso fazer o que eu quiser? – Pergunta com um sorriso safado.

- Claro que não! Vai com calma! – Me arrependi de novo.

- Tá bom. Amanhã tenho show e as meninas vão. não quer ir junto? – Bruno muda de assunto.

- E a Mel? – Perguntei.

- Ah é, ué, leva ela, assim já nos conhecemos. – Sugestionou.

- Não, ela vem para cá justo para te conhecer, e isso vai acontecer no final da viagem se não todas as outras coisas que formos fazer vai perder a graça para ela. – Não sei se ele irá me intender.  

- Me senti importante agora. Se pensa assim, tudo bem! – Riu.

- Boa noite e tchau Bruno! – Tirei o sinto para descer e ele trancou as portas do carro.

- Calma! – Me deu um selinho demorado. – Uma despedida descente. – Falou.

- Não se acostuma! – Avisei e ele destrancou o carro.

- Viciei! – Ele disse, ri e desci.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Capítulo 19


  Bruno POV’S

  Mais uma terça-feira, mais um dia de show, mais um dia de emoção... Levantei-me e fui fazer minha higiene matinal, me vesti decentemente – bermuda camuflada, camisa cinza e um boné – e desci.

- Bom dia dona Cissa! – Cumprimentei, ela é senhora que arruma a casa ou cuida quando viajo.

- Bom dia senhor Bruno, café? – Respondeu como sempre atenciosa.

- Não, obrigada. – Falei e fui até a geladeira, só quero um suco.

- O senhor Ryan ligou, disse que é para estar pronto às três horas, ele passa aqui para lhe buscar para passar o som no lugar do show. – Avisou-me enquanto lava a louça.

- Tudo bem, obrigada! – Saí da cozinha e fui para a área beber meu suco e ver o Geronimo.

  Normalmente quando viajamos por um tempo maior, deixo o G num canil muito bem requisitado, para cachorros de celebridades, lá é legal, ele é sempre muito bem cuidado. Ou, quando shows são pertos, ele fica com em casa mesmo sobre os cuidados da Cissa e uma vez ou outra no apartamento do Ryan, é bem corrido, mas ultimamente ele tem ficado em casa sozinho...

- Ei cara! – Me sentei no chão dá área onde ele estava. – Sei que é chato ficar sozinho, prometo que nos próximos shows deixo você no canil... – Fiquei acariciando e conversando com ele por um tempo.

  Coloquei água e comida para ele, dei uma arrumada na cama dele e peguei uns brinquedos novos na dispensa, sei que não faz diferença ter brinquedos e ninguém para brincar, mas por enquanto vai ser isso, não, vou fazer melhor, mas antes um banho!

- CISSA! – Chamei-a.

- Oi senhor Bruno! – Respondeu secando as mãos no pano.

- Liga para Pet e marca um horário pro G ainda hoje! Por favor! – Pedi.

- Claro! – Saiu.

  Assim ele dá uma volta, porque é um pacote completo, é um passeio mais todo tipo de higienização e quando voltar pode ficar dentro de casa comigo!

  Estiquei-me no sofá e fiquei assistindo televisão, estava passando um filme de guerra, mas não prestei atenção, tenho um mal habito de pensar justo quando estou vendo filme, tudo bem, esse está chato e eu já peguei pela metade... Aproveitei e peguei meu celular, havia uma mensagem da Tahiti.

  “Irmãozinho, boas notícias, chegaremos em Los Angeles na sexta de manhã, vamos assinar uns contratos que ficaram pendentes... Poderíamos fazer um jantar aí, convidar os meninos, sua amiga para todos verem a propaganda do We tv que ficou pronta hoje... O que acha? Te amamos, beijos!”

  “Ótimo! Aviso o pessoal hoje. Boa viagem! Amo vocês, beijos!”– Respondi-a.

  Casa cheia, como eu amo isso! - Pensei. 

[…]

  Lívia POV’S

  Cansei, acabei de chegar da minha caminhada, dei duas voltas pela quadra caminhando e mais duas correndo, hoje estou à animação em pessoa! Antes de subir, passei pela cozinha e peguei um iogurte de morango, meu favorito, tomei e fui ao banho. Sequei meus cabelos no secador e saí ainda enrolada na toalha. Vesti uma calça jeans preta, blusa branca soltinha de ombro meio caído. Calcei uma boot e por último coloquei meu anel e mais um colar dourado, mais comprido do que o  Bruno me deu. Voltei ao banheiro, passei o delineador, e rímel.


  Desci, meu pai já estava enfurnado dentro daquele maldito escritório, como sempre. Ainda é cedo, bem cedo, são exatamente dez para as onze, tenho tempo de assistir um filme! Liguei a tv, me aconcheguei no sofá e procurei entre os canais algum filme legal, e achei, “Encantada” é uma animação bem antiga, confesso que um dos melhores filmes infantis, tirando “Monsters INC” que é meu favorito... Dez minutos de filme e o nome do Bruno começa a piscar na tela do meu celular, atendo.

- Oi. – Falei.

- Almoça comigo? – Foi direto.

- Claro, onde? – Aceitei de imediato.

- Aqui em casa! – Imaginei o sorriso perfeitamente desenhado e as covinhas.

- Tá. Até já! – Nos despedimos e desligamos.


  Encantada fica para outra hora! Subi as escadas e avisei meu pai de que iria almoçar com o Bruno, ele me desejou bom almoço e eu o mesmo. Peguei minhas coisas para o trabalho, assim quando sair de lá vou direto para a revista. Entrei no carro e arranquei. Da minha casa são mais ou menos uns quinze à vinte minutos até a do Bruno, então, cheguei. Estacionei ali na frente, antes mesmo deu descer o portão já foi aberto. Peguei minha bolsa, tranquei o carro e desci.

- Oi! – Ele disse sorrindo.

- Oi. Já vadiando?

- O show de hoje é num hotel, bem mais tranquilo! – Respondeu enquanto entrávamos.

- Ah... Então, já aproveitando, o que queria comigo ontem? – Perguntei me referindo ao jantar.

- Até hoje de manhã nada, era só para te ver! Mas minhas irmãs disseram que chegam em Los Angeles sexta de manhã e querem fazer um jantar para todo mundo aqui, e querem que você venha! – Ele sorriu se jogando no sofá.

- Hum, tá legal, mas não posso demorar, terei que acordar cedo no outro dia por causa da Mel! – Ai que vergonha, conhecer as irmãs dele...

- Pois então, tive pensando, vocês poderiam passar lá no estúdio, e aí almoçávamos todos juntos. – Ele deu a ideia.

- Ela vai surtar! – Rimos.

  Conversa vai e vem até uma senhora adentrar a sala, fomos apresentadas, ela é Cissa, quem cuida da casa do Bruno e queria saber o que Bruno quer almoçar hoje, ele ficou meio indeciso mas opitou por macarrão ao molho com legumes, é algo mais prático para ela fazer.

  Não sei se vocês perceberam, mas o Bruno está estranho ou eu estou achando de mais, mas ele parece avoado, sabe? Tem algo o incomodando ou atormentando não sei direito e sinceramente não gosto de ver ele assim, na realidade ninguém, é estranho.

- Bruno, você tá estranho. Aconteceu alguma coisa? – Vai que eu consiga o ajudar.

- Como você sabe? Eu agi normal, na verdade acho que agi... – Ele se admira.

-Então aconteceu algo? É que você parece atormentado com alguma coisa...
 
- Tive um sonho... – Se acomodou no sofá de modo que ficasse de frente a mim.

- E...? – Pedido nudo de mais detalhes.

- Não era um sonho e sim um pesadelo, vi um acidente e minha mãe! – Soltou o ar pesadamente.

- Foi só um pesadelo, deve ser acúmulo de saudade e nervosismo! – Falei.

- Eu não sei... – Ficou pensativo e então tomei a liberdade de abraçá-lo.

  Ele encaixou a cabeça na curva do meu pescoço e soltou o ar pesadamente, pareceu relaxar, eu me arrepiei um pouco por causa de sua respiração rente a minha pele. Já falei sobre o perfume dele? Gente, é muito gostoso, não pensem besteira, o perfume é gostoso nada mais.

  Voltamos a conversar normalmente, ele estava melhor, como se tivesse esquecido o pesadelo... E dona Cissa nos corta novamente, agora anunciando o almoço. Seguimos até a cozinha onde foi servido, e nossa, que cheiro maravilhoso. Achei muito legal o que o Bruno fez, convidando a senhora para almoçar com a gente, hoje em dia são poucas pessoas que agem assim...

- Muito bom dona Cissa! – Elogiei-a e ela sorriu.

- Obrigada senhora...?

- Lívia, só Lívia por favor! – Eu respondi.

- Alguém quer mais? – Bruno pergunta prestes a raspar a panela.

- Tem mais no fogão! – Cissa avisa.

  Bruno comeu feito criança, só faltou lamber o prato, ainda bem que ele não fez isso! Fui ajudar a Cissa arrumar a cozinha ela me impediu dizendo que era esse seu trabalho, e que eu deveria ir fazer companhia ao Bruno, assim fiz, né!

- Obrigada por ter vindo! – Bruno disse quando parei ao lado dele na área da casa.

- Obrigada pelo convite! – Sorri.

- Corro um grande risco de receber um enorme não, mas vou arriscar... Me da um beijo? – Disse na cara de pau.

- Bruno! – Repreendi-o.

- É sério. – Ele faz bico, me aproximei dele e beijei sua bochecha, ele sorrio mostrando as covinhas.

  [...]

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Capítulo 18


- Bom dia! – Eu e Tory falamos juntas assim que abri a porta.

- Bom dia! Estas são Lívia e Vitória e este é Scott, novo membro na empresa e irá trabalhar com vocês! – Gregory apresenta-nos.

- Prazer. –  Respondi.

- Bem-vindo! – Tory sorriu.

  Gregory falou, falou e falou mais um pouco, não prestei tanto atenção porque aquilo não interessa a mim, essas coisas de desenvolvimento da revista não cabem a eu saber... E sinceramente, não gostei muito desse Scott, ele parece ser convencido e metido, torço para estar enganada.

- É isso meninas! Mostrem a ele sua nova sala! Até logo! – Gregory disse e todos se levantaram os dois apertaram as mãos e nós fomos a nossa sala.

- Não gostei dele! – Cochichei para Tory.

- Ele tem um olho lindo! – Suspirou.

- Ai...

  Passei pela sala dos equipamentos e peguei uma caixa para por algumas das coisas que ainda ficaram na sala e são do Fred, irei guardar tudo, absolutamente nada será usado por esse Scott. Entrei na nossa sala e fui direto para a ex-mesa do dele, abri as gavetas e retirei tudo que era dele, seus enfeites de mesa, a caneta favorita, agenda, o bloquinho de anotações, tudo e guardei na caixa. No fundo da última gaveta tinha uma foto nossa uma das primeiras festas que fomos juntos, logo que nos conhecemos.

- O que é isso? – Tory tira a foto da minha mão. - Não acredito que ele guardou isso por tanto tempo! – Sorriu ela.

- É, e vai continuar guardado até eu decidi o que fazer com suas coisas! – Retirei da mão dela que me olhou assustada.

- Posso entrar? – Scott bate na porta em seguida abrindo-a.

- Claro! Sua mesa é está! – Tory indica.

- Obrigada.

  Apenas ignoro sua presença aqui, não deve ser tão difícil. Coloquei a caixa já fechada ao lado da minha mesa e ouvi meu celular tocar, corri até minha bolsa e peguei-o. Um sms do Bruno.

  “Bom dia, como vai? Então... Quer jantar comigo hoje? Beijos.”

  “Bom dia. Irei pensar hoje o dia será puxado. Respondo-te no final da tarde. Obrigada pelo convite, beijos.” – Respondi-o.

  Jantar em plena segunda-feira? Que estranho! Enfim, se eu sair no horário normal daqui eu vou, caso contrario não. Como de costume, tinha muita coisa para atualizar, os finais de semana são sempre o ponto gafe de muitos famosos. Continuei atualizando as coisas, ri sozinha várias vezes pelas fotos estranhas e comprometedoras de algumas celebridades ...

- Liv, que postar sobre o primeiro show dele? – Tory tirou o silencio da sala.

- Hum, claro! Tem fotos? – Pedi.

- Sim, várias, parece ter sido bom! – Disse pensativa.

- Show de quem? – Scott se meteu.

- Bruno Mars. – Sorrindo Tory responde.

- Ele é o cara, suas músicas são ótimas! – Elogiou.

  Fiquei quieta, recebi as fotos do show do Bruno por e-mail da Tory, editei todas e postei junto a uma breve matéria. Ele e sua banda ficaram no topo das postagens no site, era um dos shows mais esperados pelos leitores da revista, as matérias com o Bruno sempre rende milhares de visualização ou vendas quando é na revista. Ele virou a estrela da revista. 

  Será que eu estou ficando paranoica em relação ao Scott? Tudo bem, eu não o conheço, mas isso não muda o fato dele ter cara de metido e convencido. Tentarei ser menos curta e grossa... Sabe quando você trabalha e se desliga completamente do tempo? Pois é, já está na hora do almoço e eu nem notei.

- Liv, vai almoçar? Eu estou indo! – Tory falou pegando sua bolsa.

- Não, me trás um choco? – Pedi.

- Claro, choco com café pra levar! Até mais! – Deixou beijinhos no ar e saiu.

  Voltei minha atenção ao notebook e as milhares de atualizações que ainda restam postar. Do mundo das celebridades - desde modelos, cantores, atores, escritores, dançarinos, políticos – é nós quem deve postar sobre, apenas três pessoas para falar desse monte de gente, então é fácil de perceber que às vezes não damos conta...

- Não costuma almoçar? – Scott puxa assunto.

- Sim, mas hoje tem muita coisa para atualizar! – Respondi sem o olhar.

- Por um momento pensei que não tivesse gostado de mim. – Soltou um risinho baixo.

- Ah, não! Desculpa... Não está sendo muito fácil lidar com a perda do nosso amigo! – Sorri pra ele, mentira bem esfarrapada, eu sei, mas nem sempre se pode dizer o que pensa.

- Tudo bem. Desculpa a curiosidade, mas o que aconteceu com ele? – Virou-se para mim.

- Câncer no fígado. – Suspirei.

- Poxa, que barra! – Deu um sorriso de canto.

- É... – Nunca sei o que dizer quando aparece aquele clima chato, tipo agora, prefiro ficar em silêncio, às vezes resolve.

  Voltei a digitar, agora uma breve matéria sobre o novo clipe da Avril Lavigne, Rock N Roll. Por falar nela, que mulher, parece que a cada ano fica mais linda, parece não, fica! Que inveja!

   [...]

- Boa noite meninas, até amanhã! – Disse Scott.

- Boa noite, amanhã entramos à uma hora, segundas, terças e quartas são assim! – Avisei-o.

- Ah, até! – Sorriu e saiu.

  Ainda tenho mais dois posts para editar e algumas fotos e a dor de cabeça já tomou conta... Trabalho o dia todo sentada na frente de um notebook e isso cansa também, da dor nas costas, cansa as vistas... Nenhum emprego é perfeito por mais que você ame o que faz.

- Já está se dando bem com ele? – Tory deu um olhar de “você é rápida e não me engana”.

- Não sei, ele puxou assunto e eu fui educada em responder. Prometi que não serei grossa sem motivos. – Sorri.

- Ele parece legal, além de ser lindo! – Só falou babar.

- Não acho tudo isso! – Respondi.

- Claro, sua queda é por homens morenos, baixinhos e de cabelos enrolados! – Sorriu sapeca com a sobrancelha erguida.

- Que? Não! Agora cala a boca, quero terminar isso hoje! – Torci os lábios e ela riu de novo.

  Quando ela falou as características do Bruno me deu um estalo sobre ele, o convite de jantar fora! Já são sete horas da noite e eu nem terminei tudo, acabo de dar um bolo! Peguei meu celular para mandar um sms a ele.

  “Bru, desculpa a demora! Eu ia adorar ir jantar com você, mas ainda nem saí da revista e estou muito cansada. Pode ser outro dia? Desculpa mesmo!” – Mandei e dê imediato veio sua resposta.

  “Claro, sem problemas! L Melhoras. Se cuide, beijos.”

  Odeio dar bolo ou furar com as pessoas, mas realmente não estou em boas condições para jantar fora. Sei que quando eu chegar a casa, vou apenas comer algo, tomar um banho e dormir, meus olhos não vão aguentar muito tempo...

- Chega! Vamos deixar o resto para amanhã! Não somos escravas! – Tory levantou batendo as mãos.

- É, concordo! Minha cabeça vai estourar! – Reclamei.

- Você não fez nenhum intervalo né, ficou o dia todo olhando para o notebook, isso que dá! Dá próxima vez vai almoçar comigo! – Tory me “xingou” enquanto arrumava suas coisas.

- Desculpa mãe! Até amanhã, beijos! – Sorri e saí, finalmente.

  Entrei no carro e segui o mais rápido possível para casa, sem fiz questão de ligar rádio nem nada. Estacionei e entrei em para casa.

- Chegou tarde! – Meu pai disse quando abri a porta.

- O dia foi longo! – Tranquei a mesma.

- Vai tomar um banho, preparo algo para você comer e já levo lá! – Respondeu atencioso.

- Sei que já disse, mas você é o melhor pai do mundo! Brigada! – Beijei-o e ele sorriu.

  Subi, dias como hoje me fazem odiar escadas. Enfim, larguei as coisas no chão do quarto e fui direto para o banheiro, meu corpo espera ansiosamente pela água morna do chuveiro. Despi minhas roupas e entrei, não tem como explicar, é apenas uma sensação relaxante e faz você ficar leve. Ouvi os barulhos do meu pai adentrando o quarto, provavelmente com minha comida e só de pensar nela meu estômago deu sinal de vida. Saí. Enrolei-me na toalha e fui para o quarto, e ele não estava mais lá, vesti meu pijama quentinho, liguei a tv e sentei para comer.

  Meu pai tem mãos de anjo, qualquer comida simples tem um sabor especial. Comi as torrada com muito gosto, bebi todo suco, enfim alimentada, pronta para dormir! Larguei a bandeja sobre minha mesa, escovei os dentes, peguei meu celular, arrumei o despertador e me aconcheguei em meio ao edredom e travesseiros macios. Não adormeci, apaguei, desliguei-me! 

  #Comentem - Amei a quantidade de comentários do capítulo anterior! Continuem assim, muito obrigada!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Capítulo 17


  Estava me sentindo uma fã, a mais sortuda do mundo, ver eles todos cantando e dançando para mim é algo surreal, minha admiração por eles é cada vez maior, sei da capacidade de cada um, principalmente do Bruno, ele é o tipo de cantor que realmente canta, e se tivesse que subir num palco apenas com o violão faria a noite especial para cada presente ali, ele e a banda sabe como envolver a plateia, sinceramente, é a melhor banda atual do pop.

- Gostou? – Bruno e os meninos se aproximaram de mim após guardar os instrumentos.

- Amei. – Sorri gratificante.

- Chega de ensaios, vamos arrebentar amanhã! Tô vazando! – Disse Phil.

- Vai tirar o pai da forca cara? – Um deles o zoou.

- Toma naquele lugar, Kam! – Saiu da sala de ensaio do estúdio.

  Aos poucos os meninos foram se despedindo e indo embora, afinal depois de show um banho é essencial. Acabou ficando apenas eu e o Bruno, ele guardou algumas coisas, trancou as portas, apagou as luzes para nós podermos sair.

- Pode me levar para casa?

- Posso, mas queria que ficasse lá comigo. – As covinhas fizeram-se presente.

- Não, você tem que descansar para amanhã!

- Ainda é cedo, descanso mais tarde!

- Você é muito convincente! – Ele riu.

  Fomos para sua casa, ele dizia o quanto estava animado para seu primeiro show oficial depois de quase um ano. Não que eu não esteja prestando atenção no que Bruno diz, mas meus pensamentos estão no Fred. Ainda quando estava assistindo o ensaio dos meninos, eles cantaram um pedacinho de Count On Me que é a música que significa muito para mim e isso mexeu comigo, por mais que me esforce, não consigo parar de pensar no Fred e tudo que aconteceu.

- Você está calada, o que aconteceu? – Bruno notou, dividiu olhares entre o trânsito e eu, suspirei.

- Só estava pensando no Fred. – Olhei para janela onde tudo passava por nós rapidamente.

- No pior momento da minha vida você esteve comigo, aprendi milhares de frases com você, umas que levarei para vida e outra que vou repetir para você agora. Você é forte e ele não deve estar feliz em te ver assim!

- Você diz isso para tentar ajudar o outro, mas para você essa frase não faz a menor diferença, porque a pessoa que foi nunca mais voltará! Nunca, uma palavra forte e a que mais me machuca no momento. – Sei que não estou facilitando as coisas.

  Bruno respirou fundo, sei que ele entende o que eu disse, assim que o sinal fechou ele fez um carinho leve no meu pescoço, um sinal de em casa resolvo isso, fique calma, minha vontade era abraça-lo, porém dentro do carro é impossível, ainda mais com ele em movimento. Permanecemos em silêncio até finalmente chegarmos a sua casa. Descemos do carro e entramos, ele deu-me um beijo na testa e disse que já voltava. Sentei-me no sofá.

  Sei que meus pensamentos estão estragando a tarde divertida que tivemos, mas o que eu posso fazer? Não é fácil pra ninguém esquecer uma pessoa importante que passou por sua vida. Merda. Fui tirada dos pensamentos por Bruno sentando-se ao meu lado.

- Desculpa estragar a tarde legal que estávamos tendo!

- Sabe que não estragou nada, é melhor que coloque tudo de ruim que está sentindo para fora! – Virou-se para mim e escorregou o corpo, quase se deitando.

- O que ele conversou com você aquele dia?

- Pediu apenas para que eu cuidasse das duas pedras raras dele. – Bruno disse olhando nos meus olhos e colocou sua mão direita em meu rosto fazendo um carinho, fechei os olhos para acompanhar.

- Ele já tinha falado isso, eu e a Tory erámos sua raridade desde que sua família não o apoiou mais. – Senti uma lágrima em meus olhos.

- Quer falar disso?

- Não, obrigada! – Ele sabe levar as coisas, é, ah.

- Huum, eu vou comer cupcake. Quer? – O covinhas lindas que ele tem.

- Claro, perguntar para uma formiga se ela quer doce é meio óbvio, não? – Não precisamos falar de coisas tristes.

  Fomos para cozinha e Bruno tirou uma bandeja com seis cupcakes da geladeira, aí depois eu o chamo de gordo e ele acha ruim.

- Temos de Nutella, Ferrero Rocher, Brownie, Red Velvet, Cherry Coce e Chocolate com Cream Cheese . Qual quer?

- Cream Cheese! – Minha boca salivou só de olhar essas belezuras.

- Ótima escolha, mas Ferrero Rocher é melhor! E meu! – Guardou o resto dos bolinhos.

  Sinceramente o que o Bruno escolheu estava com uma decoração linda, uma cama de chocolate muito maior, mas prefiro o meu. Voltamos para a sala, ele ligou a tv. O bolinho delicioso.

- Não vai querer experimentar? – Ele perguntou mostrando-me seu bolinho, mas é claro que eu quero, né!

  Mordi um pedacinho pequeno e ele sujou todo o canto da minha boca, gnomo!

- Sacanagem Bruno! – Fingi chateação.

- Eu limpo. – Ele virou meu rosto.

  Senti seu rosto se aproximar de mim, é, ele realmente vai fazer o que imaginei. Um beijo “limpante”. Ele ia deitando aos poucos seu corpo sobre o meu e sem que eu percebesse ele tirou o bolinho das nossas mãos e pôs sobre a mesa de centro da sala sem cortar o beijo, sentia suas mãos passeando pelas laterais do meu corpo, desde o braço até a barra da blusa. Cortei o beijo.

- Nós não podemos Bruno. – Falei recuperando o ar.

  Ele se acomodou no sofá e eu fiz o mesmo, prendi meus cabelos num coque e ele permaneceu sério. Não fiz nenhum movimento a mais, apenas fixei meus olhos na tv tentando esquecer aquilo. Eu gosto de beijá-lo, mas não podemos, não quero confundir nada com ele agora.

- Porque não podemos? – Virou-se para mim.

- Por que... Porque eu tenho medo de nós nos machucarmos com isso! – É verdade.

- Acha que eu seria capaz de lhe machucar? – Coçou a cabeça.

- Não, digo... Na verdade...

- Não acha que somos adultos e maduros suficientes? – Bruno arqueia a sobrancelha.

- Acho, mas. Ah, Bruno! Por favor! – Eu tenho medo, antes um amigo fiel do que um namorado infiel.

- Desculpa, prometi que daria seu tempo, mas é que... – Meu telefone tocou, dei graças a Deus por isso.

- Oi Tory. – Atendi.

- Segunda vai ter reunião às oito e meia, chega cedo! – Respondeu.

- Hum, ok. Tudo bem? – Perguntei.

- Sim, estou dando uma volta com o Ryan! – Imaginei seu sorriso.

- É, eu sei! – Ri.

- Ah, Bruno?

- Aham, então. Beijos, até mais. – Ela respondeu mandando beijos e em seguida desligamos.

  Bruno estava me encarando de canto com um leve sorriso nos lábios, não intendi muito bem mas dei de ombros. Ambos ficaram olhando para tv sem dizer uma se quer palavra, isso estava me incomodando, então falei:

- Pode me levar para casa?

- Já? – Fez bico.

- Sim, sei de um certo gnomo que tem show amanhã, precisa está descansado! – Sorri.

- Tá bom, vai! – Levantou-se.

[...]

  Segunda-feira que tristeza! Levantei-me com mais preguiça que o normal, abri minha janela e um dia nublado apareceu, mas não frio, olha a explicação da minha preguiça! Fui para o banheiro, tomei um banho rápido e já fui me vestir. Coloquei uma blusa rosinha de um ombro só, um cintinho dourado, calça jeans escura e um sapato rosa claro aberto na frente. Deixei meus cabelos soltos mesmo, ao natural. Passei uma make leve e coloquei os brincos.

  
  Peguei minhas coisas e desci, passei reto direto para a garagem, já que meu pai saiu bem antes de mim hoje e eu estou quase atrasada nem passei pela cozinha. Liguei o carro e fui, na rádio começou a tocar a música Just The Way You Are do Bruno, seu primeiro sucesso solo, aumentei um pouco o volume e aquela nossa conversa no sábado pareou em minha mente de novo, parece que algo não ficou bem esclarecido, parece não, ficou. Por falar em música, ontem teve o primeiro show dele, mandei uma mensagem o desejando sorte e bem mais tarde ele respondeu, disse que foi ótimo e agradeceu.

  Estacionei na garagem da revista e saí correndo, três minutos para reunião. Passei como um foguete de salto por algumas pessoas e entrei na nossa sala. Tory já estava lá, pus a mão no peito.

- Calma menina! Tem mais quinze minutos, vai atrasar! – Ela disse.

- Aff. – Resmunguei e ela riu.

  Acomodei-me em minha mesa, olhei para o lado e senti um aperto no coração por ver o lugar do Fred vazio... Respirei fundo e puxei assunto com ela.

- Como foi o passeio com o Ryan?

- Perfeito, ele dormiu lá em casa, mas não rolou nada, antes que pergunte! – Sorriu fraco.

- Imaginei isso!

- E o seu com o Brunitão? – Fez um coração com a mão e eu lhe dei o dedo do meio.

- Sábado assisti o ensaio deles para o show de ontem, apenas isso! E domingo aproveitei o pai, ele anda sozinho. – Dei de ombros.

- Acho que se o Tony arrumar uma namorada ele vai ficar mais feliz! Esse Tio só trabalha, nunca vi! – Concordei com ela.

  Nossa conversa foi interrompida pelo assistente do Chefe nos chamando para a reunião. Pegamos nossas agendas da revista, caneta e fomos para o quinto andar.


#Comentem 


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Capítulo 16


  [...]

  Lívia POV’S

  Na tarde em que Fred se... Foi, eu e Bruno conversamos praticamente a noite inteira, meus sentimentos estavam confusos a ponto de fazer-me perder completamente o sono, e conversar com ele foi bom, aliviou algumas coisas. Essa semana foi a pior da minha vida, porque no outro dia à tarde tivemos que trabalhar como se nada tivesse acontecido e isso sim machucou. E sabe, sempre imaginei que a Tory amasse o Fred, mas não esse amor que nós temos e sim amor, amor de verdade e é por isso que ela não está completamente curada, e mesmo com a ajuda do Ryan não é a mesma coisa, não que eu esteja bem, mas estou melhor que ela. É, vocês não vou me entender!

- I need your love. I need your time. When everything’s wrong. You make ir right, I feel so high… - Meu celular ecoava no quarto, não disse, mas mudei meu toque porque depois da minha conversa com o Bruno eu viciei mais na música da Ellie.

- Alô. – Eu disse, nem olhei quem era.

- Que jeito carinhoso de me tratar, hein! – Disse o Bruno eu sorri.

- Ah, desculpa, não olhei quem era antes de atender! Como vai? – Ah, esqueci-me de ver quem era, ué.

- Bem, Ryan comprou a passagem da sua prima, posso te mandar as coisas por mensagem?

- Claro! Pra quando? – Sou curiosa, ansiosa e quase tudo que termina com “osa”.

- Próximo sábado, e a volta uma semana depois, no domingo.

- Que ótimo! Obrigada Bruno! – Agradeci.

- De nada, e então, o que vai fazer nesse sábado, primeiro dia de Agosto e Outono?

- Ah, Outono! Acho que vou fazer compras com a Tory, ela não está totalmente recuperada. – Senti um aperto no coração, ao menos a dor é menor.

- Esquece, ela irá almoçar com o Ryan, eles vão para o shopping!

- Nossa! Acabei de levar um fora da amiga! Então não sei o que vou fazer! Planos? – Perguntei.

- Hum, acho que vamos ensaiar durante a tarde, que ir assistir?

- Que convite especial, assistir Bruno Mars e Hooligans ensaiando não é para qualquer uma, é claro que vou! – Quem teria uma chance dessas?!

- Ótimo, te busco às duas! Beijos.

- Beijos. – Desligamos.

  Agora são exatamente dez horas da manhã, já levantei faz um tempo, até já tomei café e conversei com o paps, na verdade iria ler agora, porém tenho que ligar para a Marie.

- Liiiiiv! – Mel atendeu.

- Oi minha flor, sua mãe pode falar?

- Só um minuto. Mãããe, eu disse que era para você, ela quer falar é com você não comigo! – Acabei rindo.

- Oi Lívia, como vai? – Marie disse tempo depois.

- Bem, a Mel vai pode vir para cá né? – Tive que perguntar, vai que mudou de ideia.

- Se não for incômodo...

- Claro que não! Seguinte, o voo dela é dia oito, próximo sábado. – Já disse que estou feliz por isso?

- Que bom, e quando volta? Ela não pode perder aula.

- No final de semana seguinte, no domingo, dia 14, pela manhã. – Tive que calcular a data, tinha esquecido ao certo.

- Ah, tudo bem! Sobre o cantor?

- Shiiu, vou fazer uma surpresa, não fale nada! – Sorri orgulhosa.

- Tudo bem, tudo bem! E ah, obrigada. Ela quer falar com você.

- Menina ansiosa, Beijos. – Disse e pude ouvir ela dizer “de mais” e passar o telefone para a Mel.

- E aí? Me faaaala! – Deu um gritinho.

- Você vem, na próxima semana. E sobre o Bruno, não tem nada certo, se sua agenda não tiver lotada ele dará um jeito de entrar em contato. – Menti.

- Ah, tudo bem, pelo menos vou ir aí!

- Tenho que desligar, mando as coisas da passagem por mensagem, bom final de semana, nos falamos. Beijos. – Nos despedimos e eu desliguei.

  O sms do Bruno já estava ali, apenas copiei o texto e enviei a Marie. Larguei o celular na cama ao meu lado e me deitei na mesma... Domingo, no caso amanhã, Bruno começa fazer os shows de sua segunda turnê mundial e isso quer dizer que irei vê-lo muito pouco, mas não tem problema, sei o quanto ele está feliz e ansioso por isso.

  Levantei da cama e fui pro banheiro, ainda é cedo, mas quero ficar um pouco com o meu pai. Tomei um banho rápido e saí. Vesti um short jeans branco e uma camisa amarela queimado claro e uma sapatilha preta (ou alpargata, como conhecida em outros lugares). Penteei meus cabelos e  prendi minha franja fazendo uma “onda”, por ultimo a maquiagem, delineador de rímel.  



[...]

- Filha, ele chegou! – Meu pai avisou.


- Nossa, pontual, hein! Beijos, não sei que hora eu volto! – Disse ele respondeu apenas “cuide-se”. 

  Fechei a porta de casa e fui até o carro do Bruno, dei uma batidinha no vidro e ele destrancou a porta para que eu pudesse entrar.

- Oi. – Sorri.

- Oi. – Me deu um beijo amigável na bochecha e foi retribuído.

- Ansioso pela turne? – Puxei assunto.

- De mais, quero que você vá em um dos shows! – Trocou olhares com o trânsito e eu.

- Que chique! Só me avisar quando! – Respondi.

  A rádio estava ligada baixinho, tocando só os clássicos, Elvis, Michael, The Police, não é meu estilo favorito, mas gosto de algumas músicas. Alguns minutos passados finalmente chegamos. Estou louca para ver como é um estúdio musical, como funciona os ensaios deles, como eles agem juntos sem certas regras, uma sensação nova.

- Não se assusta com a bagunça deles! – Bruno disse quando saímos do carro.

- E quem vê acha que você nem ajuda, né! – Retruquei e ele riu.

  Entramos, estavam todos atirados pelo sofá preto e os pufes dali, alguns com o celular na mão e outros notebooks na perna.

- Vagabundos! – Bruno falou.

- Nós estamos aqui desde antes do almoço, diferente de você senhor Galanteador. – Um deles respondeu e eu corei.

- Não fala merda Jam, e vamos ensaiar que tem visita! – Todos se levantaram e Bruno me guiou a outra parte do estúdio.

  Na verdade era um escritório, uma mesa enorme de mixagem, alguns instrumentos, computadores, caixas de som, dois pufes, tudo organizado e muito aconchegante Bruno e os meninos tem muito bom gosto! Ele abriu uma porta no armário e pegou uma pasta preta.

- Vamos lá atrás?

- Claro! – Saímos.

  Entramos numa sala maior que a minha casa toda mais ou menos. As paredes eram todas revestidas de veludo, normalmente usado para abafar o som. Além de vários instrumentos, caixas de som entre outras coisas.

- Wow! – Falei baixo analisando tudo.

- Nunca tinha entrado num estúdio antes? – Phil perguntou parando ao meu lado, junto com outro menino do qual não lembro o nome.

- Musical não! – Sorri.

* Capítulo bem grande, então cortei essa parte! Até mais, comentem! *

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Capítulo 15


  Fred POV’S

  Eu tinha sido o único culpado, único irresponsável por tudo isso e agora esse é o preço, mas sabe, aprendi muitas coisas com a vida, e uma delas a frase da minha Lívia, ela sempre diz isso, “ você vem para terra em uma missão, e quando ela acaba você deve voltar a sua origem”, acredito muito nisso, minha missão acabou, eu não sei exatamente qual foi ela, mas acabou e pelo visto fiz tudo corretamente. Não estou triste e sim cos os pés no chão, focado, para onde quer que eu vá irei segui-las, protege-las, eu amo-as, sim, eu digo da Lívia e a Tory!

  Eu havia decidido desligar os aparelhos e parar com o sofrimento de todos, mas tinha que conversar com o Bruno antes...

- Com licença! – Ele disse após bater na porta e entrar.

- Bruno... Eu amo-as, por anos fui seu único amigo e hoje você chegou, senti ciúmes e esse é o preço que estou pagando. – Falei pausadamente, tenho que respirar também.

- Não diga isso cara. – Ele se aproximou.

- É o meu fim, e mesmo com tudo, todas as vezes que eu tive vontade de acabar com você uma pontinha de felicidade surgia dentro de mim, porque você está a fazendo feliz, muito mais do que eu, e nem precisa se esforçar por isso, porque o sentimento de vocês não é como o dela comigo, de irmão. – A cada segundo é mais difícil de falar, tossi.

- Para de falar essas coisas, ela precisa de você tanto quanto precisa de mim! – Tentou reverter à situação.

- Não faz diferença agora Bruno, vocês vão ficar juntos, sei que vão enfrentar dificuldades, mas o que vai prevalecer é o sentimento aí de dentro, então... Eu só quero que cuide dela por mim, não a faça sofrer, ela é boa de mais para isso, e quanto a Tory, eu a amo também, sei que ela vai encontrar alguém que a mereça e a faça feliz assim como você e a Lívia, mas peço para que sempre que ela precisar ajude-a também. Essa foi minha responsabilidade por tempo, cuidar de duas pedras raras e agora lhes entrego elas. – Tentei sorrir, Bruno continuava imóvel, talvez assimilando tudo.

- Eu farei tudo, e você não pode ir, sei que não começamos bem, nunca pensei que falaria isso, mas eu preciso de você também, elas precisam! – Ele suava e passava as mãos pelo cabelo, Bruno nervoso?

- Se eu estive em boas condições provavelmente te daria um soco, mas não! Minha missão acabou agora é com você! Estarei os guiando sempre! – Tentei sorrir com dificuldade, tentei mostrar que estava em paz.


  Ele se aproximou da cama, seus olhos estavam lacrimejados, e aquele barulho chato de batimentos cardíacos caindo estava ecoando na sala, minha respiração estava mais ofegante, meus olhos se fechavam lentamente, minhas forças estavam no fim, minha vez de adormecer em paz.

  Bruno POV’S

  Quando Lívia me ligou eu recém tinha saído da reunião, havia acabado de fechar o contrato com a banda que iria abrir a Tour, estava feliz, estava louco para contar pra ela sobre as primeiras datas, tudo... Mas eu quem foi surpreendido, eu não conseguia acreditar e a única coisa que estava em minha mente era o estado emocional em que Liv se encontrava ver aquele rosto lindo com o semblante triste, os olhos vermelhos e pouco inchados, rosto abatido, era como se tivessem cravado uma estaca em meu coração e agora ele está partido em pedacinhos, e o que eu posso fazer é apenas abraça-la e confortá-la.

  Foi ainda pior depois da conversa com o Fred, ele estava sendo tão sincero, inclusive quando disse que iria me acertar um soco se estivesse em seu estado normal. Eu o vi morrer, e o que eu fiz? Nada! Estou confuso e ao mesmo tempo não, decidi que irei cuidar delas, irei das os devidos toques ao Ryan, mas é como se algo estivesse faltando, mas não sei o que é.

  Agora nós estávamos sendo expulsos do hospital, liguei para o Dre e pedi que ele viesse buscar o meu carro porque vou ficar na casa dela. Depois liguei para o Ryan, expliquei a situação e ele disse que nos encontraríamos na casa da Tory. Então a deixaria em casa e partiria para a da Lívia, passaria a noite lá e se ela estiver melhor no outro dia eu iria trabalhar. 

- Vamos? – Eu disse e elas acederam positivamente.

  Larguei a Tory em sua casa e avisei-a que logo Ryan chegaria, ela agradeceu por tudo e entrou. Segui para a da Lívia, ela ficou quieta boa parte do trajeto e eu respeitei.

- Bruno, não precisa ficar! E você trabalha amanhã, não quero te atrapalhar.

- Não interessa, eu vou ficar, mesmo que não queira. – Depositei minha mão em sua perna e ela sorriu sem mostrar os dentes, isso deixou transparecer o quanto ela está vulnerável. 

  Estacionei o carro na frente de sua casa e ela desceu, sem nem me esperar, imagino tamanha sua angustia ou dor. Segui-a, ela abriu a porta e seu pai levantou do sofá, as vezes acho que eles conversam por telepatia, ela apressou os paços e se jogou em seus braços, quanto a mim, sobrei! Fechei a porta e fiquei próximo a eles.

- Oi Bruno! – Antony me cumprimentou.

- Boa noite. – Sorri.

  Lívia subiu, e nós dois fomos para cozinha, ele estava sem intender tudo, sabia apenas que Fred tinha morrido. Eu o expliquei exatamente o que fiquei sabendo, consegui me abrir com ela e contar a minha conversa com o Fred pouco antes de sua morte, era dolorido, mas eu precisei contar mesmo que isso não seja normal da minha parte...

- Vai ficar aqui, não é? – Antony perguntou terminando de arrumar a bandeja com café para a Liv.

- Se importa?

- Claro que não! Confio em você! Será bom para ela! – Ele disse e me entregou a bandeja.

  Já disse que gosto do pai dela? Ele é legal, é o primeiro pai de uma mulher, tanto as que eu já fiquei, namorei que eu me dou bem... Isso é bom, eu acho. Subi as escadas e abri a porta de seu quarto de leve, ela estava deitada na cama de bruços, mas não chorando, essa cena já se repetiu, larguei a bandeja sobre sua mesa e me aproximei dela que nem se mexeu.

- Me lembro de uma frase inteligente, “as pessoas vem a terra com uma missão, e depois que ela acaba eles voltam a sua origem”.

- Obrigada. – Levantou sentou-se na cama e eu a sua frente, a puxei para um forte abraço.

- Você precisa comer e depois descansar! – Avisei.

  Ela negou, mas acabou comendo, comi apenas uma maçã que tinha e ela não quis. Retirei a bandeja de cima dela e coloquei na mesinha novamente, deitei ao seu lado e a puxei para mim, fazendo ela repousar em meu peito. Fiquei fazendo um carinho em seu braço por longo tempo e nada dela pegar no sono ou relaxar.

- Quer que eu saia para você relaxar?

- Não! Por favor, fica! – Se encostou com mais força em mim, me prendendo ali.

- Então relaxa, o dia foi difícil!

- Como foi seu dia? – Ignorou meu pedido, soltei um risinho baixo, menina teimosa.

- Fechamos contrato com a banda que vai abrir alguns shows da Tour. – Contei.

- Quem foi o sortudo?

- Ellie Goulding. Conhece? – Nos encaramos.

- Claro, eu adoro a música I Need You Love.

- Por um momento pensei que você sentiria ciúmes... – Ergui a sobrancelha.

- Não devo sentir ciúmes de você! – Isso doeu, soou como um “não temos compromisso”.

- Mas eu sinto de você! – Pensei em falar, mas desisti isso é errado, na verdade já falei de mais.

- Vou levar as coisas lá para baixo, já volto! – Desvencilhei dela.

  Peguei a bandeja e desci. Antony estava na sala ainda, e isso é estranho, estar na casa e o pai da menina também. Tentei ignorar sua presença. Coloquei as coisas na pia e voltei...

- Bruno, precisa de uma roupa? – Já disse que ele é legal?

- Ah, sim! Por favor! – Aceitei.

  Subimos as escadas e parei em frente o quarto dele, ele foi ao guarda-roupa e me jogou uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca, dá para o gasto.

- Obrigada. – Virei-me para ir e ele falou.

- Obrigada por cuidar dela!

- Ela já cuidou de mim, nada mais justo, além do mais, gosto da companhia dela. – Sorrimos, dei alguns paços e fui para o quarto da Lívia.

  O cheiro do shampoo feminino dela pairava no ar, ele é tão gostoso. Fiquei sentado na beirada da cama dela a esperando.