quarta-feira, 25 de junho de 2014

Capítulo 56

  Bruno POV’S

  Eu me senti um bobo apaixonado pela forma que eu a cuidava enquanto ela organizava as coisas na casa do pai hoje pela manhã. A forma delicada que ela analisava e guardava as coisas, ou os sorrisos e às vezes lágrimas que ela derramava por se lembrar de algo. A cada minuto que passávamos lá dentro ela passava a ser a pessoa mais forte, se fosse eu no lugar dela, já teria me trancado no quarto.

  Assim que chagamos em casa quase as duas da tarde, ela foi tomar um banho e eu pedir a comida. Depois colocamos as coisas em um dos quartos de hóspedes e arrumamos, não era muita coisa.

  Passamos à tarde sem fazer nada, já tinha até anoitecido e eu estava pensando em algo para fazermos. Lívia estava deitada ao meu lado prestando atenção em um programa na televisão e eu tamborilando os dedos na pernas, até que... Pum! Ideia! Eu sou um gênio! Me estiquei até o criado mudo, peguei um caderno e duas canetas.

- O que tá fazendo? – Lívia perguntou virando seu corpo para o meu lado.

- Vamos fazer! Olha, escreve cinco desejos que queira realizar enquanto estiver aqui.  – Pedi e destaquei uma folha para ela ir fazendo. – Só tem um porém, só vamos poder realiza-los juntos, mesmo se tivermos a oportunidade de fazer separado, realizaremos junto, okay?

- Certo... Isso é incrível! – Ela sorriu. Lívia sentou-se na cama, apoiou a folha na perna e começou a escrever, fiz o mesmo.



  - Eu esqueci, devemos andar sempre com essa folha e só marcar o desejo realizado sem falar nada, mas na presença um do outro. – Expliquei e ela concordou.

- Terminei! – Terminamos juntos e dobramos nossos papéis. O meu eu coloquei no criado mundo ao meu lado e o dela foi posto no criado ao seu lado.

  Eu iria realizar meu primeiro desejo agora. Enquanto ela se ajeitava de baixo dos edredons novamente eu me deitei sobre ela, sem por meu peso todo a beijei de surpresa, para a minha felicidade ela não fez nada, só acariciava meu rosto. Era assim agora, ela não recuaria dos meus beijos, e se depender de mim, seria assim para sempre. Depois de nos perder em nossas próprias bocas, paramos o beijo. Sorri, alcancei meu criado e peguei o papel junto com a caneta.

- Sério isso Bruno? – Lívia gargalhava.

  Desdobrei a folha e apoiei em sua testa, fazendo-a rir mais ainda, e então marquei um X em sinal de realizado.

- Você é tão idiota Bruno! – Ela tentou fingir seriedade, mas riu de novo.

- Não mesmo, aí que você engana! Eu sou um gênio Lívia Kendrick, meu desejo pode ser realizado milhares de vezes! – Eu disse sorrindo vitorioso. É, eu era um gênio mesmo!

- Você não presta isso sim! – Fui empurrado de cima dela e quase caí da cama.

- Não realizo mais desejos com você! – Me recompus e deitei-me virado para a janela, dando as costas para ela.

- Bruuu! Eu to brincando seu idiota! – Ela disse manhosa e eu continuei quieto. – Bru? – Ela beijou minha bochecha e depois cheirou meu pescoço, eu me arrepiei todo.

- Safada! – Resmungo e ela solta um risinho.

- Não sou nada! Não faz birra! – Eu sequer tinha me mexido, apenas resmungado. Lívia como uma boa insistente, fez de novo, beijou minha bochecha e cheirou meu pescoço.

- Não me provoca Lívia! – Viro finalmente meu corpo e ela sorri. – Sabe que sou fraco! – Eu disse.

- Não pedi para ser forte! – Mal acreditei, era um sim para qualquer pergunta maliciosa que eu tivesse.

  Tomei seus lábios com voracidade. Às vezes mordiscava e sugava com mais força, fazendo a gemer contra o beijo.  Antes que ficássemos sem ar eu desci os beijos ao pescoço e logo depois para o início do seu peito, ainda tapados pela minha camiseta. Eu já estava quente, e cada vez que se encostava a ela parecia um choque, uma sensação boa corria por todo meu corpo. 

  Lívia POV’S

  Cada vez que os lábios do Bruno tocavam as extensões do meu corpo ele todo se arrepiava eu via que eu estava completamente entregue e absolutamente nada nos faria parar aquela altura.

  Em meio a caricias, eu fiquei por cima e sorri vitoriosa, eu me divirto primeiro. Sentei propositalmente em suas pernas e ajudei-o a tirar a camisa, depois comecei beijá-lo por toda aquela extensão ao mesmo tempo em que passava as unhas. Bruno contraia o abdômen e trincava os dentes com intuito de segurar o gemido, mas não conseguia. Cheguei na braguilha da calça dele e abri.

- Você sabe que não precisa... – Ele fala ofegante e eu nem tinha feito nada ainda.
- Mas quero! – continuei meu trabalho o ajudando a retirar a bermuda.

  Eu não digo que sou traumatizada com as minhas experiências sexuais, porque não é para tanto, eu apenas não fazia de tudo, não havia a troca de prazer, e bem, agora há. Bruno consegue satisfazer as pessoas de qualquer forma, então como agradecimento, às vezes podemos fazer coisas a mais nos momentos de prazer!

  Seu membro estava pulsante e eu ansiosa, digamos que eu não ache tão ruim essa parte, mas um pouco nojento, mas não importa. Passei a língua em todo seu membro e logo comecei a massagem do “vai e vêm” frenético, tentando o engolir o máximo e dar mais prazer. A vez que olhei para o Bruno ou ele estava de olhos fechados ou revirando-os, e sempre para uma mulher, saber que está satisfazendo um homem sexualmente, faz bem para o seu lado feminino, então qualquer coisa repreendida dentro de mim em relação a isso era esquecida só pelo fato de estar fazendo as coisas certas.

- Para... Eu... Hm... Eu não aguento... Mais! – Sua voz saia mais rouca e baixa do que costume. Fiz mais alguns movimentos e ele empurrou-me delicadamente para não estourar na minha boca e, foi fofo da parte dele.  – Eu poderia não ter aguentado!

- Eu sei e eu não me importo! – Digo enquanto volto a sentar sobre suas pernas, quase encaixada em seu membro, se não fosse pelas minhas roupas.

- Certo! Não vamos falar sobre isso! Agora vem aqui, se eu fui ao paraíso, você também pode ir! – Bruno disse e segurou meu rosto com as duas mãos, eu sorri e o puxei para outro beijo.

  Bruno se virou sem partir o beijo e com agilidade que só ele tem, retirou minha blusa. Enquanto sua boca tocava meu pescoço e às vezes o nódulo da minha orelha, eu arqueei minhas costas para ele fazer o que tanto queria, e ele fez.

  As mãos gordinhas dele estavam em meus seios e a língua em meu sexo. Nada do que eu fazia limitava meus gemidos, fechar a boca, morder os lábios, puxar os lençóis ou até o cabelo do Bruno, então mais do que nunca eu mexia minha cintura num pedido mudo de ser mais invadida, o que era impossível. Senti um desconforto no momento que ele introduziu um dedo em mim, mas logo se tornou prazer e assim foi por uns minutos até eu chegar ao ápice do prazer.



- Isso foi... Maravilhoso! Mas espero que não esteja cansada ainda! – Ele sorriu maliciosamente enquanto voltava a me beijar. Seu corpo quente estava bem colado ao meu.

- Nenhum pouquinho! – Eu sorri.

   Esticando a mão no criado mudo, Bruno pegou uma camisinha numas das gavetas e colocou rapidamente em si, não levanto muito tempo para finalmente estar dentro de mim. Ele brincava comigo, colando seu membro na entrada e tirando, eu estava a ponto xingá-lo quando me senti completa.

  Bruno investia em ritmo normal, às vezes me beijava ou chupava meus seios e eu ficava mais louca ainda. Via-se o suor em sua testa, ele parecia cansado, mas não parava, ainda estávamos longe de chegar ao clímax. Transpassei minhas pernas em sua cintura e ele mordeu meu lábio um pouco mais forte, parecia melhor assim.

  Eu passava as mãos desde o início de sua bunda (ou falta) e arranhava-o até o meio das costas, às vezes apertava seus ombros e ele passava a língua no meu pescoço e dizia coisas desconexas no ouvido, enquanto todas as vezes que eu abria a boca para falar só saia um gemido.

- Estou... Hm, Ah!... Lá! – Eu mal conseguia falar direito, mas foi meu aviso.

- Só mais um pouco! Vamos juntos... – Bruno responde baixinho.

  Concentro-me, Bruno investe mais rápido e eu solto um grito, eu estava indo a um lugar muito além do paraíso.

- Por... Favor! – Chegava doer segurar tudo aquilo.

- Shh! – E então, soltamos o gemido final, juntos.

  Permanecemos conectados, Bruno encostou a cabeça no meu peito e eu podia sentir seus batimentos e também sua respiração totalmente descompassada. Deixei uma de minhas mãos repousada em sua cabeça e fiquei fazendo-lhe um carinho, era só o que eu conseguia, minhas pernas estavam moles e eu sem muito ar.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Capítulo 55


  Acordei com o quarto totalmente claro e isso me deu uma forte dor de cabeça. Retirei os braços do Bruno de cima de mim e fui até a janela fechar a cortina, me espreguicei enquanto espiava o lindo dia. Fui ao banheiro, fiz minha higiene e desci as escadas, ainda tinha que procurar um bendito comprimido para a dor.

  Revirei os possíveis lugares e nada, nem vestígio de algo para dor de cabeça e nem nada de bom para comer, a única saída era espera o Bruno acordar. Peguei um copo e servi um pouco de água e me sentei na bancada que ficava de frente para a sala de jantar do Bruno. Fiquei com as mãos na cabeça e de repente lembrei que ainda não tinha visto nada em relação ao que eu vim de fato fazer aqui e eu só tinha mais oito dias para resolver tudo. E iria começar de hoje!

  Larguei o copo na pia e dei de cara com o Bruno, levei um susto e isso fez minha cabeça latejar mais ainda.

- Bom dia meu amor! – Ele disse todo carinhoso e eu sorri.

- Bom dia Bru! – Respondi e fui a sua direção. Seus cabelos estavam meio bagunçados, e seu rosto pouco amassado, mas havia sinal de água em seu rosto ainda.

- Que carinha é essa? – Ele toca meu rosto.

- Muita dor de cabeça! – Torço os lábios e ele ri.

- Não achou o remédio? – Pergunta e eu nego. – Bom, se arruma para irmos tomar café que eu pego o remédio e te levo! – Bruno beija o topo da minha cabeça e eu vou para o quarto de hóspedes.

  Vesti a uma calça jeans, uma camiseta cinza com o símbolo do Batman e nos pés o vans cinza que comprei no dia que fui ao shopping com a Tory. Desembaracei meus cabelos e fiz um coque soltinho. Coloquei a pasta de documentos da casa e todo o resto de coisas úteis dentro de uma bolsa azul grande e pronto.

- LIV, TÁ PRONTA? – Bruno deu um grito quando eu estava quase chegando na cozinha, onde ele estava, pus as mãos na cabeça e pedi para ele não gritar. – Desculpa, desculpa e desculpa, não sabia que estava aqui!

- Não tem problema! Achou o remédio? – Pergunto e ele aponta para o balcão ao lado da pia.

[...]

- Tem certeza que quer fazer isso mesmo? – Bruno estava segurando minha mão enquanto eu abria a porta da frente da casa.

- Eu preciso, essa casa representa tantas coisas na minha vida que eu não acho justo ela ficar fechada para sempre, outra família pode ter a chance de ser feliz aqui como eu fui! – Explico e ele fica me olhando.

- Você poderia morar aqui, assim nunca a deixaria! – Ele diz e eu viro para ele antes de abrir a porta definitivamente.

- Bruno, é complicado, é doloroso, não é porque eu fui feliz que eu possa ser de novo aqui, nesse mesmo lugar. Eu não conseguiria,  sufoca, mesmo que eu esteja bem com tudo que aconteceu, não é a mesma coisa, eu tenho que fazer isso por mim, não há nada lá dentro que deva ser meu, não mais! Existem coisas que devemos passar adiante, remoer nem sempre faz bem – Respondo e ele parece entender o que eu quero dizer, mas não fala nada, então viro-me de novo para a porta e abro-a.

  Vários arrepios passam pelo meu corpo todo e eu solto um longo suspiro, é, não será fácil. Dei uma olhada na sala e decidi que ali só levaria comigo alguns retratos, coloquei-os dentro de uma das caixas que trouxemos e fui na cozinha. Estava tudo como antes, exatamente igual, mas nada que devesse ficar comigo dali, então fui aos quartos.

-  Liv, olha para mim! – Ele estava seguindo meus passos e finalmente parou. – Tudo que você quiser ficar, desde móveis a documentos é para deixar separado, tá bom? – Bruno perguntou.

- Eu não quero levar nada de mais daqui, eu nem tenho onde deixá-las, vou retirar apenas o necessário. – Respondo e ele nega.

- Não, vai levar o que acha importante e o que não quiser se desfazer, vamos colocar tudo num dos quartos de hóspedes, espaço não será um problema, não se preocupa!  - Abri um largo sorriso e continuei na direção que eu ia, do meu quarto e sim, se é o que querem saber, estou evitando o quarto do meu pai, mas sei que vou ter que entrar ali.

  Não parecia que era meu quarto, mesmo com muitas coisas minhas, era como se não fizesse mais parte de mim, não de uma forma ruim, eu não sei explicar. Abri meu guarda-roupa e comecei a olhar as poucas peças dali, eu não queria nada, não por desprezo, eram roupas que eu não usava nem quando ainda morava aqui. Peguei todas elas e coloquei dentro da caixa, não era muita coisa. Na parte dos sapatos, eu optei por ficar com tudo, a maioria estava em ótimas condições e eu sempre usava.

  Tudo estava separado, não tinha mais o que arrumar. Foram ao total de três caixas com objetos e sapatos que eu levaria para o Bruno e o resto iria para adoção. Descemos as coisas e colocamos no carro.

- Eu nunca conheci pessoa mais forte do que você! – Bruno falou encostando-se no carro. Ele passou a mão na testa e ficou me olhando.

- Por fora todos nós somos, a verdade é que eu estou me sentido sem chão de novo, mas não quero que isso piore, então tento esquecer e digo para eu mesma mil vezes por minuto que está tudo bem! – Nesse momento, uma lágrima escorre.

- Eu sei como se sente, é difícil, eu queria fazer isso no seu lugar, mas sei que por um lado é importante, vai ser bom você se livrar de tudo e ficar com as boas lembranças. Eu não fui separar as coisas da minha mãe, uma amiga da família quem fez isso, nós doamos as coisas e eu coloquei a casa à venda, foi o certo, e você também está no mesmo caminho! Quero que não reprima o que sente só porque eu estou aqui, quero que aja como se estivesse sozinha e a diferença é que se precisar terá a minha ajuda!

 - Eu sei, obrigada! – Forcei um sorriso.

- Bom, vamos voltar ao trabalho para poder ir almoçar depois. Essa é a parte mais importante! – Bruno se desencostou do carro e me abraçou de lado para seguirmos juntos para dentro da casa.

  Subi de novo aquelas escadas e parei na porta do meu pai e abri-a sem pensar duas vezes, da mesma forma que eu fugia eu precisava. Seu cheiro misturado um pouco com o mofo me embriagava, ver tudo da forma que ele deixou me trazia diversas lembranças, como das noites que eu não conseguia dormir e exigia de forma engraçada que ele me cuidasse e ele sempre respondia a mesma coisa:  "para sempre minha filha", então eu colocava a cabeça no seu ombro e me sentia a pessoa mais protegida do mundo.. Abri a janela e me sentei na cama para pensar onde eu mexeria primeiro, eram tantas coisas... 



  Comecei por suas roupas e sapatos, eu não ficaria com nada, então coloquei tudo em caixas. Depois fui para o computador, que eu ficaria, desmontei-o cuidadosamente e coloquei na caixa com folhas de jornal amassadas. Agora só faltavam as gavetas de sua mesa, dei uma rápida olhada e peguei só a pasta com documentos, de resto pagaria alguém para fazer.

- Está bem? – Bruno disse enquanto eu olhava umas folhas que não me interessavam muito, virei para ele com os olhos cheios de lágrimas e neguei. Eu nunca ficaria feliz me desfazendo das coisas de pessoas que eu amo.

- Isso é absolutamente a coisa mais dolorosa que já fiz na vida. – Digo jogando os papéis no lixo. – Quero ir embora! – Continuo meio manhosa.

- Acha que precisa guardar mais alguma coisa? – Ele pergunta e eu nego. – Tudo bem, vai para o carro que eu termino.

- Já desço! - Eu disse e ele intendeu. 

  Me sentei na cama novamente e agarrei seu travesseiro em meio a algumas lágrimas. Eu não me arrependo das coisas que eu já fiz, mas será que eu era perfeita como ele queria? Será que eu consegui o orgulhar como ele planejava? Eu sempre fiz o que pude, mas será que era o necessário? As vezes eu fico em dúvida sobre as minhas atitudes, pois nem sempre o que é bom para um é bom para o outro, e se fosse assim com a gente? Eu nunca iria saber, bom, na verdade ele sempre disse que sim, mas se fosse só para me agradar? 

  Desde que eu optei vender a casa e me desligar de tudo aqui, não foi por mal e sim sobrevivência e pode ser que sim, que um dia eu me arrependa, mas por hora é tudo que eu posso e quero fazer. As vezes parece que nem me caiu a fixa de que tudo mudou de vez.

  Respirei fundo e parei de olhar o nada, sequei meu rosto e levantei da cama, fechei as janelas, coloquei duas caixas empilhadas e saí do quarto, batendo a porta com dificuldade. A casa já estava toda fechada e o Bruno me esperava do lado de fora. Coloquei as coisas no carro e tranquei a porta da frente. 

- Espero que outras pessoas possam ser felizes aqui! - Sequei meus olhos novamente e virei-me para o Bruno que me abraçou. 

- Estou orgulhoso de você meu amor! - Ele beijou minha bochecha e eu forcei um sorriso sem mostrar os dentes.

  Entramos no carro e eu fiquei olhando aquela fachada enquanto ele manobrava o carro. Era um adeus definitivo. Não sei se eu estava triste ou aliviada, mas tinha algo muito bom dentro de mim que me fazia achar que essa foi a escolha certa.


  • Por favor, não digam que eu abandonei, eu disse que iria finalizar e vou, então por favor, mesmo que eu demore não pensem isso! Fico grata! (:


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Capítulo 54


  Bruno decidiu que era melhor irmos a um restaurante, e a escolha foi: tacos mexicanos. Aqui estamos nós a caminho. O trânsito está meio parado por causa do horário, e eu torço para que isso não seja um problema.

  Não levamos mais de quarenta minutos para chegar, dei graças a deus. Bruno manobrou o carro no estacionamento do restaurante e logo nós descemos. Antes de entrar, Bruno segurou minha mãe, eu o olhei e ele apertou mais, mas mesmo assim não me senti segura o suficiente, então a soltei.

- Não acredito que está de volta! – Phil fala alto de mais, atraindo olhares na nossa direção. – O Bruno, meu amor! – Ele diz passando reto por mim e abraça o Bruno, dou uma gargalhada.

- Desculpa a demora amor! – Bruno disse com voz de gay, entrando na onda do Philip.

- Mentira, sai pra lá, te vejo quase todo dia! – Ele faz careta. – Ei loirinha! – Ele me abraça fortemente e eu retribuo claro.

- Senti sua falta careca! – Digo sorrindo.

- Eu também loirinha, eu também! – Ele repete.

   Cumprimentei a Urbana e o resto dos meninos. Era divertido estar com todos eles, ouvir suas histórias, rir das palhaçadas, lembrar-se dos momentos, é inevitável, eu amo esses meninos. É tão relaxante estar ao lado deles que nem o tempo você ver passar. Já estava na quarta taça de vinho e eu mal notei.

- Deu de vinho para gente, né Mars?! – Perguntei baixinho só para o Bruno ouvir.

- Não se preocupe com isso, aproveita! – Ele fala e faz um carinho na minha perna descoberta pelo tecido do vestido por baixo da mesa.

- E então, como vai o trabalho? Namoros? Vida na Carolina do Norte? Conta aí! – Phil puxa assunto.

- A rádio é boa e vocês fazem bastante sucesso por lá! Carolina do Norte é um lugar incrível, e eu gostei bastante, mesmo que já tenha prometido a mim mesma que nunca sairia da Califórnia, lá é legal! – Sorri e ignorei o assunto “namoros”, não preciso lembrar-me do Sean.

- Baby, me diz, qual o lugar do mundo que não fazemos sucesso?! Somos Hooligan loirinha! – Philip falou com voz de locutor e arrancou gargalhada de todos.

- E são bem modestos também, não é? – Urbana é quem brinca e nós rimos.

- Como são festas e as mulheres de lá? Se tiver gatas, volto com você! – Jam brincou.

- Eu também, a maré aqui não tá pra peixe. – Kam concorda como se fosse à coisa mais normal do mundo.

- Festas admito que só fui em duas, é normal e mulheres também! – Respondo-o.

- Jamero, acha que ela percebe as mulheres? Ela tá de olho nos homens! – James brinca e o Bruno suspira fundo do meu lado.

- Nem um, nem outro! – Digo simplesmente.

- Repara sim, gatinha! – Me assusto com a voz da Tory no meu ouvido.

- Boa noite casalzinho! – Ignoro-a.

[...]

- Qual o drama Bruno? Fechou a cara por quê? – Pergunto assim que chegamos a casa e percebo que sua cara não é nada amigável.

- Não é nada! – Ele diz largando as chaves na mesa.

- Qual é não sou qualquer uma a ponto de não reconhecer suas atitudes, Bruno! Para com isso! – Digo fazendo-o parar de frente a mim no pé da escada.

- Só não gostei do assunto “ver homens”. – Ele fala. Ah há, eu sabia, sabia também que era exatamente isso.

- Você não precisa gostar, só esquecer, porque se isso acontecia ou não, não é o que vai acontecer daqui para frente! – Cruzei meus braços. É bom que ele saiba com quem está lidando, que essa pessoa não é qualquer uma.

- Esquentadinha!

- Realista!

- Cala a boca, vai! – Ele ri. Bruno me puxa para perto de si e demos um selinho.  – Ei, ei, aonde vai? – Ele perguntou. Eu ia à direção do quarto de hóspedes.

- Trocar de roupa e tirar a maquiagem?! – Respondo com uma pergunta com e sobrancelhas arqueadas.

- Espera aí! – Ele diz e entra correndo no quarto, volta logo em seguida com uma blusa. – Veste, por favor. Seu perfume floral e madeira me enlouquecem! – Ele disse sorrindo e eu revirei os olhos, ele é bobo.

  Vou até o quarto de hóspedes, retiro a roupa e o sapato e visto a blusa que ele queria, é uma cinza que fica pouco acima do meio da minha coxa, é, bem curta. Vou ao banheiro, lavo bem o rosto e retiro toda a maquiagem, escovo os dentes e dou uma espirrada do perfume na blusa, volto para o quarto, pego meu celular e vou ao do Bruno.

  Ele vestia apenas uma calça de moletom, estava deitado sobre as cobertas com as mãos de baixo da cabeça, sorri e fui a sua direção, deitei na cama e ele me abraçou.

- Queria que ficasse aqui em Los Angeles. – Ele comenta.

- Sabe que atualmente, eu também, mas por enquanto não tem como.

- Eu sei e também... Não iria adiantar, já que você iria ficar boa parte do tempo sozinha por causa da turnê. – Continuamos abraçados, com a televisão ligada, mas sem prestar atenção nela.

- Tava pensando... Poderíamos fazer algo mais interessante não é? – Bruno pergunta e de longe é notável o sorriso safado nos lábios dele.

- Talvez, não é?! – Uso o mesmo tom que o dele. Bruno rapidamente se levanta e deita sobre o meu corpo.

- Tá a fim de me provocar? – Ele pergunta ao pé do meu ouvido enquanto morde o nódulo da minha orelha. Fico toda arrepiada. – Você é quem será provocada! – Diz ele e eu sorrio.

  Bruno faz uma trilha de beijos do ouvido ao pescoço e de volta a poça. Sua mão esquerda está apoiada no colchão e a outra está entre meus cabelos e as minhas estão em suas costas fazendo um livre carinho de vai e vem freneticamente. Eu não estava a fim de parar por ali e estava me sentindo bem, pois nunca poderia ter sido melhor, minha primeira vez com ele, e provavelmente a segunda também.

- Você ficou séria, fiz algo que não queria? – Bruno parou com os beijos.

- Claro que não, só estava pensando... – sorri e puxei-o e lhe dei um beijo, enquanto mordiscava seus lábios, ele nos separou tempo depois.

- Antes de me enlouquecer, me fala o que pensou! – Bruno deu um sorrisinho.

- Minha primeira vez foi com você, à segunda também e eu espero que sejam todas com você! – Eu disse. Bruno foi o único, em vários momentos na minha vida e eu espero de coração que ele continue sendo, porque ninguém faz nada como ele.

- Você acabou com o meu coração! Eu até... Bom, isso foi tão bonitinho que eu nem tenho mais clima! – Eu ri bem alto e o Bruno deu uma coçadinha na nunca, isso mostra que ele ficou sem jeito.

- Retiro o que eu disse, minha segunda vez será com você e espero que todas as próximas também! – Brinquei com ele, nos ajeitamos melhor na cama e ficamos nos fitando. – Quando você faz essa carinha, eu tenho vontade de te abraçar muito, muito apertado mesmo! – Falei e eu mesma ri.

  Bruno sentou-se rapidamente na cama, soltou uma risadinha, abriu os braços rapidamente e disse:

- I’m sexy and I know it.


- Não se acha! – Dou de ombros e vou de encontro ao seu abraço, faço exatamente como eu disse, aperto-o.

- Não me quebra! – Ele brinca, mas não me solta, e também me aperta.