quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Capítulo 37

  Às semanas passaram rapidamente, e por quê? Porque a Lívia aqui está de “folga”, aí tudo passa de pressa! Nos últimos dias conversei e me encontrei com o Bruno normalmente, mas ele estava meio desanimado, distante, talvez por causa do frio, sei lá, não quis invadir a privacidade dele, até porque ele sabe que quando precisar pode conversar comigo então não há necessidade deu correr arás dele, enfim.

   Ontem jantamos eu, a retardada da Tory e o Scott. Foi super divertido, nos aquecemos com um vinho e lareira no restaurante de tacos mexicanos, nada a ver uma coisa com a outra, mas foi o lugar mais quentinho e com comida diferente que achamos além de nossas próprias casas.

  Já hoje é dia quinze de Dezembro e significa o que?! Que meu pai chega hoje! É eu estou morrendo de saudades dele, mesmo que tenhamos nos falado por telefone todo esse tempo, nunca é a mesma coisa.  Falei com ele há uns minutos atrás, ele chegará por volta de uma hora da tarde, finalmente!

  Eu estava animada, porém atrasada, eu tinha que preparar um almoço para esperar o Bruno, ele disse que viria aqui, e já são onze horas! Corri para a cozinha e fiquei fuçando nos armários até decidir o que fazer. Optei por frango grelhado ao molho, torradinhas e salada. Eu não sou uma boa cozinheira, mas frango grelhado é fácil de mais. Grelhei os bifes de frango e preparei o molho, na verdade uma mistura de tomate, cebola, maionese, pimentão e alho batido. É só bater tudo e pronto. O frango já estava pronto e coberto com o molho, só faltava o requeijão nas torradas. Quando fui passar o requeijão na primeira torrada a campainha tocou.

- Oi! – Eu disse assim que abri a porta.

- Oi! Que cheiro bom! – Ele respondeu entrando.

- Frango grelhado, torradas e salada! Gosta? – Perguntei enquanto voltava para a cozinha.

- Se for tão bom quanto o cheiro é bem provável que sim! – Diz ele e se escora na bancada. – Trouxe panquecas de morango com chocolate do Mc Donald’s. – Ergueu a sacola. – Tem que aquecer depois. – Continuou.

    Agradeci e foquei no que estava fazendo, como disse não sou muito boa na cozinha então se eu não prestar atenção em tudo que estou fazendo vou esquecer do frango aquecendo no forno. Terminei as torradinhas e o frango. Arrumei tudo nos determinados pratos e coloquei na bancada, peguei o refrigerante e me sentei na frente do Bruno.

- E aí? Aprovou? – Sorri.

- Wow! Uma delícia! – Ele disse de boca cheia e eu ri.

- Bruno, a salada! – Bati a mão na testa, esqueci-me de lavar as coisas.

- Não vai fazer falta! – Continuou comento.

  Bruno POV’S

   Eu tinha decidido, seria hoje depois do almoço, tinha tudo em mente, ou quase tudo. Depois do dia que ela dormiu lá em casa e disse que era melhor não nos aproximarmos mais eu senti meu coração estremecer e nós cada vez mais distantes um do outro, por isso fiquei mais na minha durante esses dias, tentei esquecer os ”porquês” e os “mas” para tomar uma atitude decente.


  Nós almoçamos tranquilamente, o frango grelhado ao molho com torradas havia ficado muito bom e combinava com um bom vinho, mas refrigerante também é bom, talvez nem seja por combinação e sim por nervosismo da minha parte!  Minhas mãos estão suando e eu estou meio apavorado, todos meus outros namoros não foram assim, digo, nunca me senti uma vara fina prestes a cair com o vento! É idiota, eu sei, mas é verdade carai!

  Fomos para sala assistir televisão e Lívia puxou assunto:

- Tá tão misterioso, o que anda aprontando? – Como é que essa mulher sabe das coisas? Como? Expliquem-me pelo amor de Deus, isso realmente não esta facilitando!

- Eu? – Ri. – Nada! E então, hora de doce não? – Mudei de assunto.

- Uma vez formiga, sempre formiga! – Resmungou e eu ri.

  Ela foi para cozinha e eu fiquei mexendo nos canais da TV como quem não quer nada, acabei deixando no noticiário, mas nem prestei atenção no que estava passando, minha mente girava em torno do que eu falaria que eu ainda não sabia! Peguei a caixinha do anel e escondi do meu lado, assim quando ela voltasse não o veria antes da hora. Sequei a testa pela milésima vez e esperei ela voltar.

  Ouça a música se quiser: Thriving Ivory - Flowers for a ghost

  Quando se aproximou do sofá ela deixou a bandeja toda cair no chão e suas mãos foram à boca e seus olhos lacrimejados fitavam a TV e só então eu prestei atenção no que estava acontecendo. A apresentadora dizia:

O acidente do Voo 121 com destino a Los Angeles na Califórnia com previsão de chegada à uma hora da tarde não tem causa definida, mas acredita-se que tenha sido por causa da nevada forte. Os corpos não foram identificados, mas os documentos recolhidos no local e no próprio aeroporto foram enviados para o Departamento de Polícia de Los Angeles para que os familiares possam reconhecer os documentos dos passageiros a bordo. Logo mais voltaremos com melhores informações. Californianos e Nova-iorquinos estão de luto!“.

  Pulei do sofá e agarrei-a em meus braços! A cada lágrima que eu via cair de seus olhos eu sentia todos os sentimentos em relação a minha mãe voltar, como se eu fosse apenas um jovem havaiano indefeso, mas eu não podia...

  A convenci de ficar no quarto enquanto eu ia lá ao departamento, mas antes que eu saísse ela ligou para o Antony, cada vez que chamava era mais angustiante, eu via a tristeza no silêncio em cada segundo que passava e ele não atendia, até por fim a ligação cair e o desespero da Lívia ser pior. Fiquei por mais um tempo ali a acalmando, dizendo que todo ficaria bem e saí.

  Sinto-me perdido, hoje tinha tudo para ser um dia inesquecível para nós, seria o nosso começo e agora eu já não sei o que fazer, a não ser dirigi rapidamente até o departamento de polícia. Já na recepção pedi para ver os documentos das vítimas do acidente. Eu tinha uma pontinha de esperança de não ver seu nome ali, vasculhei toda a folha e não o vi, respirei aliviado e uma moça chamou minha atenção.

- Desculpe, a lista foi atualizada! – Me entregou o papel.  Vítima 84: Antony Kendrick.

  Meu chão se abriu, larguei a folha e voltei para dentro do carro rapidamente, escorei a cabeça no volante e senti algumas lágrimas fujonas passarem por meu rosto enquanto ficava imaginando o que dizer para amenizar a dor da Lívia. Eu não queria ter que dar essa notícia a ela, não queria ter que ver seus olhos tristes me pedindo socorro, eu não queria ter que dizer que ela nunca mais verá seu pai! EU NÃO QUERO!

  Fiquei enrolando dentro do carro até tomar coragem e voltar. Minha mente buscava as melhores palavras para poder dar essa notícia, mas era em vão, nada dava certo e só o que eu queria era o fazer voltar assim como as imagens dos dois juntos em minha memória. Tá tudo errado.

  Já na casa dela, do pé da escada pude ouvir seu choro e quanto mais eu me aproximava mais alto ficava e mais meu peito doía. Ela estava deitada abraçada a um porta retrado deles que ficava sobre o criado mudo dela.

- Me ligaram do aeroporto.  – Falou enquanto eu me aproximava da porta. – Nenhum dos passageiros sobreviveu. Sento e oitenta pessoas. Meu pai. – Disse em grandes pausas.

- Vai ficar tudo bem, sei que é difícil de acreditar. Só sairei daqui quando esse sorriso voltar! – Me abaixei ao lado de sua cama e passei minha mão na lateral do seu rosto.

- Ele não vai voltar Bruno! Não vai! Eu estou sozinha daqui em diante! Sozinha! – Disse agarrando o retrato com mais força.

- Não fale uma coisa dessas, você nunca estará sozinha, porque sempre estarei por perto para lhe ajudar! Sempre! Sairemos dessa, juntos! – Afirmei e ela negou com a cabeça.

- Preciso ficar sozinha Bruno! – Me ignorou, levantou-se da cama e saiu do quarto em direção ao do pai. 

  Suspirei e me sentei na cama dela.

  Será muito pior do que tudo que eu imaginei, sei que ela não vai aceitar pelo fato de estar “sozinha” agora, e eu? Estou tão perdido quanto, não sei o que fazer, não quero sufocá-la, mas não quero ficar longe porque sei que no fundo às vezes só o que queremos é um abraço, mas com a Lívia é tudo diferente, tudo!

  [...]

20 comentários:

  1. Oh my god, eu fui a primeira a ler, babem pessoas do Brasil inteiro, eu sambo ndisnadisoa Cara, pura sacanagem, pra que isso? Não era pro pai dela ter morrido, e agora? Coitada dela, ela não merece ficar sofrendo, já bastava o Fred. E o Bruno, pobrezinho, ficou sem chão, pensou que ia se declarar, mas acabou chorando junto com ela. Para de fazer a gente sofrer junto com os personagens, Julhaaaaaa! Vo te mata u.u Mas tu sabe que ta perfeito como sempre <3

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  2. Ai gente coitada sem or!! Ela nao merece essa dor. Vai ficar matando todo mundo dona julia?! Chorei :'( mas ta perfeito :'''(

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    1. Não pretendo matar mais ninguém, mas quem sabe?! auhsuah. <3

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  3. Beleza, Ju, você sabe como me deixou?
    EU TO CHORANDO QUE NEM UMA LOUCA!!!
    é isso ae, cho-ran-do! Gente, o Bru ia começar uma vida com ela, e me acontece isso! A musica tbm não ajudou a controlar o choro, mas que se dane!

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    1. Agora que virão os bons momentos você vai chorar? Ah não! Música perfeita! :3

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    2. Começa a dar uma de John Green não, Ju!

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  4. Aii meu Deus! E a fic mais perfeita que ja li :3 nossa tadinha da liv ta perdendo to mundo... To chorando junto com ela k mas o bruno ta com ela e os dois vao superar juntos! Mas nao tinha uma hora melhor pra isso acontecer kkk logo agora q o bruno ia pedi-la em namoro? Agora baguncou tudo kkkk #ficperfeita to amando!!! Continua logo juh!!

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    1. Prometo que não mato mais ninguém! uahsuha Obrigada!!! *--* Continuando!

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  5. Logo!!! Please!!! Não aguento mais esperar para saber o que vai acontecer!!!!! Esse capítulo ficou perfeito!!! Eu até choreii kk :3

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