quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Capítulo 40

- Oi! – Eu disse em seu ouvido.

- Senti falta desse sorriso lindo! – Ela disse no meu ouvido também. Sorri mais.

  Sentamos-nos no sofá e ficamos abraçadas. Ela é a única pessoa que talvez possa me conhecer melhor do que eu mesma e por isso ela está tão curiosa. Hoje eu estou bem, mas a angustia anda comigo e ela sabe muito bem, ok, precisamos conversar.

  A puxei para a área da casa e nos sentamos nas poltronas que dão vista a toda Los Angeles  coberta por uma fina camada de gelo, nada que se compare ao centro ou as nevadas fortes que deram dias atrás.

- Você decidiu? – Ela finalmente cortou o silêncio.

  Suspirei profundamente. Falar sobre isso era a última coisa que eu queria, mas não posso fugir.

- Sim, eu decidi! – Respondi e Tory me olhou. Sei o que ela está pensando. – Eu vou!

- Tá, e... Já contou para ele? – Seu olhar de súplica implorou por uma resposta positiva, mas não.

- Eu não sei como, toda vez que eu tento ele abre um sorriso e me desarma totalmente. Não posso fazer isso. – Eu disse com as mãos no rosto.

- Eu não acredito Lívia! – Ela disse alto e bateu com as mãos na perna.

- Ei, shiiiu! Eles vão ouvir!

- Ei, shiu?! Não Lívia! Isso não é certo! Olha o tanto que essas pessoas fizeram por você... Eu sou sua amiga, sempre vou te amar independente, mas acho que isso não é certo! – Ela disse séria.

- Eu sei que não, mas não posso simplesmente ir ali e estragar o Natal do Bruno. – Tentei explicar.

- Desde quando você está decidida? – Ela perguntou.

- Faz três dias! – agora sim ela vai se revoltar.

- Okay, tudo bem! Faça o que você quiser e saiba dos riscos que corre. Eu não posso fazer isso por você, mas independente disso eu sempre estarei aqui! – Ela disse. Levantou-se e me fez levantar também para darmos um abraço.

- Obrigada! – Eu disse.

- Hum-hum! Atrapalho? – Me assustei com o Ryan fazendo voz grossa.

- Não! – Responde a Tory. – E aí? – Continua.  É, sobrei aqui.

- Vamos jogar dorminhoco? – Ele pergunta.

- Opa, claro!

  Entramos e a mesa já estava posta, as cartas separadas apenas esperando por nós. Confesso que não estava muito a fim de jogar, mas como todos vão jogar eu não quero sobrar. O jogo funciona da seguinte forma: Foram separadas as trincas de letras e números conforme a quantidade de pessoas. Quem ficar com quatro cartas deverá começar e para bater deve-se formar uma trinca, depois de pronta abaixe as cartas na mesa discretamente. O último jogador a abaixar as cartas ganhará o título de dorminhoco e deverá beber um copinho de licor de pimenta.  



- Eu aposto que o Dwayne vai beber, porque o que tem de boca não tem de olhos! – Bruno soltou sua primeira piadinha, mas ninguém riu.

- Você é tão engraçado que nem repara que daqui você é o que tem o olho menor! – Dway o responde na maior calma e o Bruno lhe dá amigavelmente o dedo do meio. Todos riem.

  Cindia que preferiu cuidar das crianças começou o jogo dando as cartas e eu como era a última a receber comecei. Minhas cartas estavam todas diferentes então nem me preocupei em escolher, apenas entrei uma carta ao Phil. O jogo prosseguiu muito bem, toda hora que alguém dormia a sala era tomada por gracinhas e risos.

- Eu disse que o Dwayne ia dormir! – Bruno disse sem ao menos perceber que ele era o único que não tinha abaixado às cartas.

- Bruno, boca fechada não entra mosca! – Tiara disse e todos caíram na risada.

- Não vale, eu estava falando! – Ele disse beiçudo.

- Você é tonto por natureza cara, não esquenta! – Ryan disse. – Bebe aí.

  Às risadas eram altas e a bebida forte, eu sentia que minha cabeça ia estourar, parecia que estava de enxaqueca e só bebi quatro copinhos. É, era só o que me faltava. Pedi desculpas por abandonar o jogo e fui para o quarto do Bruno. Tomei um remédio e deitei com as luzes apagadas e um travesseiro no rosto.

  Fazia um ano que eu não sentia essa dor tão forte, mas também eu nunca fiquei num ambiente com tantas risadas altas e bebida forte, era meio óbvio que isso aconteceria. Que merda!

  Ouvi a porta se abrindo e senti alguns passos leves até a cama, retirei o travesseiro do rosto e o Bruno estava bem do meu lado, sorri amarelo.

- Como você tá? – Perguntou e imitou minha pose na cama: barriga para cima e mãos cruzadas.

- Com dor! – Reclamei baixinho.

- Quer um remédio? Quer ir ao médico?

- Não, obrigada! Isso deve ser da bebida, risadas altas e o emocional afetado. – Eu disse. Fazia todo sentido e eu só me lembrei  agora.

- Quer que eu fique aqui com você? – Pergunta ele agora me olhando.

- Não, vai lá aproveitar o jogo e vê se não dorme! – Sorri.

- Se precisar, é só chamar! – Bruno depositou um beijo na minha bochecha e saiu.

  No momento que a porta foi fechada um nó tomou conta da minha garganta. Porque ele tem que fazer isso? Tá, ele não tem culpa das decisões que eu tomo, mas toda vez que ele age carinhosamente eu sinto totalmente errada, na verdade eu estou, mas também acredito ser o melhor... AH! Eu vou enlouquecer.

- Pai, queria o senhor aqui comigo! – Eu disse baixinho como se ele estivesse próximo de mais para eu falar alto. Coloquei o braço nos olhos e engoli as lágrimas.

  Estou errada e perdida. Talvez pareça que eu estou me fazendo de coitadinha, e antes fosse, mas eu realmente estou perdida. A pessoa que eu mais amava foi e eu não aprendi o suficiente para andar com as minhas próprias pernas. Sinto-me uma criancinha com medo de levantar e acender a luz do quarto por causa dos alienígenas. É mais complicado do que parece.

  Nada é mais como antes. Aquela casa parece maior, mais sombria e nostálgica do que qualquer outro lugar. O brilho que você nas coisas quando está feliz não é tão forte quanto agora, é como se estivesse tudo fosco e sem graça. Eu não quero mais viver dentro daquela casa e passar todos os dias pela porta do seu quarto sem poder lhe dar um bom dia. E é por isso que tomei tal decisão, outro rumo. A minha Los Angeles não será mais a mesma. 

  Me manter fechada é mais prático e eu tenho medo de talvez nunca mais me recuperar.

  Acabei pegando no sono em meio aos pensamentos que mais me assustam. Acordei com vozes no quarto.

- Cala a boca, vai acordá-la. – Parecia o Bruno.

- A Culpa não é minha se você me deu um banho de licor de pimenta. – Ryan respondeu e os dois riram baixinho. Acho que estavam escolhendo uma roupa no closet.

- Pronto, some! Vou chamá-la para comer. – Bruno disse.

- Awn, você fica lindinho assim todo preocupado! – Ryan debochou.

- Vai tomar no cu Ryan e já aproveita para sair daqui!

- Que bicha estressada! – Ryan retrucou e eu acabei rindo um pouco, mas não o suficiente para ser notada.
  Tirei o braço do rosto e virei para de lado.

- Não quis te acordar! – Ele diz.

- Já estava na hora mesmo! – Levantei. Me espreguicei e fui ao banheiro.

  Passei uma água fria no rosto e penteei os cabelos, dei uma desamassada na roupa e voltei para o quarto.

- Está melhor? Quer conversar? – Ele pergunta.

- Vou ficar! Amanhã. – Eu falei. Talvez assim eu consiga tomara coragem de conversar com ele.

  Descemos para a sala e alguns dos meninos já estavam se despedindo. Já era hoje de jantar, fiz tantas coisas que nem vi o tampo passar, principalmente o cochilo. Resolvemos pedir lanches para todos, logo em seguida as meninas iriam para a casa da Jaime com o Eric. Elas ficariam lá até o ano novo e depois iriam todos a Las Vegas para assistir o show de réveillon da banda.

- Você vai né loirinha? – Ryan pergunta. Esse apelido pegou graças ao Phil.

- Vamos ver! – Sorri.

  Nossos lanches chegaram, eu e a Tory arrumamos a mesa e logo todos se puseram a ela. A fome era tanta que quase nem conversaram. Pres me ajudou a arrumar a cozinha, que era coisa rápida e o resto das meninas foram organizar suas coisas para ir embora.

  Despedimos-nos e restou apenas eu e o Bruno na casa, todos já tinham ido, foi até engraçado eles se apertados nos carros para não ter que ligar para um táxi, enfim, é hora de dormir.

- Bruno, vou me deitar no quarto de hóspedes. – Não era preciso dormirmos juntos novamente com todos esses quartos sobrando.

- Não! Quero que durma comigo de novo. – Ele disse do sofá enquanto eu estava escorada na escada.

- Tem quartos sobrando, vai aproveitar a sua cama!

- Mas... Tá, ok. – Finalmente ele concorda meio contrariado, mas concorda.

- Amanhã conversamos. Boa noite! – Lhe atirei um beijo com as mãos e subi.  

  Peguei minhas coisas em seu quarto e levei para o do lado. Passei uma água quente no corpo, escovei os dentes, vesti o pijama e me deitei.  Ótimo proveito do ar quente ligado. Ferrei no sono em questão de segundos.

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27 comentários:

  1. Apesar de tu não ter comentado os meus, eu comento os teus né u.u! A Lívia vai embora? Fala sério, ela não pode abandonar o Bruno assim, do nada, não pode mesmo. Ele está completamente apaixonado por ela, e ela também sente algo por ele. Ela deveria dar uma chance para ele fazer ela criar uma nova família, feliz ao lado dele. ELA NÃO PODE EMBORA XULHA mdnsabu9dnsampo como sempre, tá perfeito.

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    1. Eu comentei! u.u Vai, na verdade foi. Lembra quando eu disse que achava que não passava do 65? Pois é, esquece! Eu tenho mais história para colocar! <33

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  2. Maosq??? Como assim a Livia vai embora? Vc não ta nem louca. Ja não basta ter matado o pai dela? Deixa de ser má u.u (Pat)

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  3. ~Leitora nova~A sua fic é a melhor fic q eu já li.É simplesmente PERFEITA!!A Livia vai embora!?Como assim!?Não admito.Ela tem q ficar e agarrar logo o Bruno rs.Continua sua DIVA!!

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    1. Fico grata por isso! <333 Sim, vai, mas ainda tem muita história pela frente! :3

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  4. Eu estava lendo a antiga fic da Bê e amei,no final vi que tinha essa e to amando,vc é ótima,nunca fui de ler e li as duas fic em uma semana,dá até medo de acabar..Estou amando a Liv e o Bruno,parabéns!E sobre ela ir embora,talvez seja melhor,assim o Bruno sente falta e a pede em namoro

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    1. woooow, ninja de fics. Muito obrigada, sou grata por isso. Será que você pegou mesmo o espírito da coisa? Que linda! auhsua <3

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  5. Não vai mais postar??Poxaaaa :(

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  6. Cadê vc juh ? .. quero mais

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  7. to curiosa pra ver a reação do Bruno quando ela dizer que vai embora
    #ComeBack

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  8. Ela ñ pode ir embora :/

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  9. Não quero que ela vá embora :(

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  10. Cadê o restante da história?? Necessitooo!!

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    1. Estou escrevendo, falta o final que ainda não tá como eu quero, desculpa! :/

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  11. Aff nao acredito que o comentario nao foi de novo!! --'
    Bom..espero que esse va.

    Oiiiieee :)
    Sentiu minha falta juh? Creio que nao mt..mais eu senti mt falta da sua fic..:/ fiquei sem net por um bom tempo e bem minha vida anda mt corrida..aff mais nunca deixo de ler os cap.So nao da pra comenta-lo sempre..:// mais enfim to de voltaa e super sedenta!! Rsrsrs
    Quero um cap. Hot o maos rapido o possivel heim!! Chega de choros e tristezas menina, ja deu pra estragar mtos emocionais..rum
    Amei o cap anterior...finalmentro bru ta caindo na real ne?!! Vc nao pode deixar a liv ir embora...ela nao pode!!! Chega de perdas..vc sabe que eu viajo legal nas suas fics e aimda fica fazrndo essas coisas..''/
    Espero q no proximo cap. As coisas melhore!! Ahhh eu axo que nao vou aguentar quando essa fic acabar ( axo bom que ja tenha comecado uma nova rum! Ai de vc..u.u)
    Bom...posta logo o prox cap. Porr favooooor!!!
    Bem ê isso...
    Bjos flor e ate o prox. Embarque ne...:*
    Sua fã ,

    Carol L.

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    1. Awww, claro que senti sua falta, você sempre me anima nos comentários! <3 Sobre o capítulo Hot, huum, com o Bruno talvez demore um pouco, mas não tem só ele de homem no mundo não é?! auhsuah. Beijos fã!

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  12. P.s : ahhhh..eu tentei mandar convite pra vc no face..mais nao foi :/ se vc puder coloca o link do seu perfil aki pra me tentar adicionar! Bjooos

    Carol L.

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    1. Não é mas fácil você me mandar o seu? Mas aqui: https://www.facebook.com/juh.hernandez

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  13. PQP!!Pq faz isso comigo cara??Custa postar mais um capítulo??Se vc já está escrevendo o final,q custa postar o 41??Caramba,nem dormir eu durmo!!

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    1. Eu tô escrevendo o final do 41, na verdade terminei e vou postar hoje! Não me xinga! uahsuah <33

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