Era o meu dia de folga e outra ultrassonografia, havia
passado boa parte da noite acordada pesquisando nomes de crianças, eu separei
vários, mas não decidiria hoje ao saber o sexo, eu tenho que contar ao pai
antes.
Se eu estou preparada? Não, acho que nunca vou estar e
também acho que já passou da hora, o nosso bebê está batendo na porta e eu não
fiz nada, por outro lado agora na entrada do sexto mês estarei indo a Los Angeles
novamente para fazer o ensaio único do casamento.
- Olá, Lívia! Como estamos? – doutor Beijamim pergunta-me.
- Estamos muito bem, bastante grande e inchada! – aperto sua
mão em forma de cumprimento.
- Pode se acomodar ali. – indica a maca. – Será que hoje
veremos o sexo? – ele aproxima sua cadeira e eu ergo a blusa até a altura dos
seios.
- Espero que sim! – dou um sorriso.
Minhas mãos estavam geladas e eu não sabia o que esperar,
nenhum pressentimento, nenhuma preferência, nenhum palpite, nada, eu apenas
quero que venha com saúda e nada mais.
- Você anda deixando sua mamãe, inchada? – ele aperta a
barriga e eu sinto um incomodo. – Agora, mais do que antes eu recomento muitos
cremes e óleos hidratantes, daqui para frente ele só vai dobrar de peso e
tamanho, você vai ficar inchada, vai engordar e os enjoos vão começar a ficar
menos constantes, e lembre-se que o cansaço faz parte e é bom que diminua os
afazerem pesados. – ele relembra os avisos dos encontros anteriores. - Vejamos,
o bebê pesa cento e quarenta e sete gramas com quatorze centímetros, o que
ótimo então continuaremos com a nossa dieta anterior, aqui vemos o quanto uma
mamãe será boa, assim como você que tem cuidado muito bem da alimentação. –
sinto as lágrimas formando-se nos meus olhos e abro um grande sorriso. - Ei pequeno
humano, mexa só um pouquinho! – o médico diz e aperta um pouco a minha barriga,
outra vez sinto um incomodo. – Não fique com vergonha, vamos lá, a sua mamãe
está ansiosa. – Beijamim diz e passando o aparelho na barriga mais vezes. –
Converse com o bebê.
- Bebê, quando estamos sós você me faz ter cócegas agora
está com vergonha? O que é isso? Mexa-se um pouquinho, amor. – encosto na
barriga e o medico me manda continuar. - Sei que agora, logo depois do almoço é
a hora do soninho, e eu prometo não atrapalhar ele nas próximas, então se mexa
um pouco! – continuo a tocar e falar. – Lembra que a sua Madrinha nos ameaçou
se voltarmos para casa sem o seu sexo, quem vai parir um filho vai ser ela. –
dou risada.
- Sua madrinha não irá precisar ter um bebê porque você terá
um meninão lindo e saudável muito em breve! Parabéns mamãe, ele é um garoto! –
ele sorri para a tela e eu deixo as lágrimas cair. – Mamãe, não deixe de
conversar com ele nunca, pois assim ele fica calmo como agora, ouça.
Seus batimentos mesmo sendo vários por segundo continham um
ritmo, mais lento do que da última vez. Enquanto o médico dava mais uma olhadas
no bebê eu fiquei pensando a fundo como será daqui pra frente.
- Pode limpar-se. – diz largando os aparelhos e seguindo
para a sua mesa.
- Vou lhe dar umas coisas a mais para fazer porque o bebê
não está na posição certa que ele deveria estar nesse mês para ajudar no
nascimento daqui quatro meses. Não quero lhe deixar preocupada, até porque ele
está saudável. Por isso iremos acompanhar isso de perto ou no parto ele irá ter
problemas com o cordão umbilical, por isso poucas mudanças no seu dia a dia,
muita massagem na barriga, caminhadas e conversa. Ok? Veremos se ele vai deixar
de preguiça e endireitar-se! – Beijamim escreve tudo e ao citar a preguiça eu me
lembro do Bruno, como um bom preguiçoso terá um filho igual, acabo sorrindo.
- Nos vemos em dez dias! Até lá! – agradeço pela consulta e
saio feliz com o sexo do bebê em mãos.
Saber que seu filho poderá ter complicações no parto não é
algo que uma mamãe de primeira viagem queira saber, mas apesar da ideia, eu
estava tranquila. Como o doutor Beijamim disse isso pode não passar de preguiça
e algumas mudanças irão fazer com que ele vá para a posição certa rapidamente.
Cheguei em casa e piquei uma maça e uma pera para o lanche
da tarde e fui para o quarto. Antes de
ligar para a Tory eu peguei uma fita
azul no armário e dei um laço na barriga e coloquei um top preto. Sentei com as
minhas frutas e peguei meu celular para chamar a Tory no face time.
- É menina ou menino? – fala antes mesmo de me dar oi.
- Veja! – coloco a câmera do celular na frente da barriga
com o laço azul e ela começa a falar coisas desconexas.
- Eu não posso falar muito e principalmente alto, mas meu
afilhado vai ser lindo igual à mãe e talentoso igual ao pai! Fica aí, vou tirar
print! – ela fica mais seria.
- Não vai ficar mando isso aí para os outros! – a repreendo.
- Apenas para o Ryan! – diz.
- Ele trabalha com o Bruno, ele é amigo do Bruno! – bufo e
largo as frutas de lado.
- Se o Bruno descobrir ótimo né, já que é capaz dele nascer
e o pai não estar sabendo. – respiro fundo, o Scott deveria estar bem na sua
frente ouvindo tudo e me achando uma completa irresponsável.
- Scott está aí? – eu pergunto.
- Para a sua sorte, não, ele não está! – ela sorri.
- Certo! Não me crucifixa tá? Mas tá difícil para mim e eu
vou contar a ele, eu disse que iria. – coloco pedaços de maçã e pera na boca.
- Desculpa, só quero que os direitos dos dois sejam vistos,
pois assim como eu estou te incomodado, vou incomodar ele se fizer algo errado
também. – diz Tory.
- Eu sei e obrigada! – abro um sorriso. – Então eu estou
mesmo grávida, vou mudar coisas rosa da minha vida para azul e viver para outra
pequena pessoa!
- Isso é lindo! – vejo que enquanto ela fala, seus olhos
prestam atenção em algo na frente que deve ser o computador da revista.
- Eu quero que pense a respeito de morar aqui, eu acho que
aqui é a sua casa e sempre será. Aqui você vai ter eu, principalmente o seu
filho vai ter, muitos familiares, tios, tias, primos e o pai. Pensa nisso, eu
não quero que fique sozinha ai, e eu sei que tem a Fay, mas ela está com o Ben
e eu não acho que eles estejam levando a serio isso de te ajudar e nem tem
obrigação, mas eu sim e eu não estou ajudando, eu não consigo ajudar como eu
prometi se você estiver aí.
- Hoje na ultrassonografia o médico disse que eu preciso de
umas mudanças porque ele não está na posição que deveria, talvez por preguiça,
mas isso me dará problemas no parto. – digo e ela para rapidamente o que faz e
me olha.
- É disso que estou dizendo, aqui você sempre vai ter
pessoas para te socorrer, pessoas que saberão lidar com esses imprevistos que
podem acontecer. O Ryan está doido para que você venha para cá, ele ama
crianças, eu também, o Bruno apesar de não saber nem se fala e você sabe disso,
aqui tem o Scott, os meninos da banda, as irmãs do Bruno, o avô, aqui você tem
tudo!
- Pode parecer que não, mas eu estou pensando sobre tudo
isso, eu sei que se eu precisar e pode ser que aqui não tenha tudo. Mas eu
também vejo o lado ruim das coisas, se o Bruno não aceitar? – eu
tinha medo, só
isso.
- Não acho que ele tenha essa mentalidade e se for o caso vai
ser só ele, porque eu tenho certeza sem qualquer dúvida que todos vão adorar a
ideia de um bebê! E você soube que o Phil será papai de novo? Imagina só, ele
terá um amigo ou amiga da mesma idade! – seu sorriso se abre, eu sabia que ela
estava tentando me comprar.
- Vou pensar mais, eu juro. E em duas semanas estou de volta
aí!
- Okay, cuidem-se! E me mande fotos matinais ou eu serei
obrigada a te ligar cedo! – ela ri e nos despedimos.
Terminei de comer e dormi uns cinquenta minutos, até a hora
da Fay chegar do trabalho e eu poder dizê-la que é um menino. Ela estava
contagiada, dizia que iria ajudar na decoração, que iria comprar várias
coisinhas de menino para ele e eu acabei voltando ao pensamento de Los Angeles,
eu poderei acabar com isso.
- Olha, eu vou jantar na casa dos pais do Ben e pedi para o
Sean vir pra cá, caso precise dele. – ela sorri docemente e eu agradeço.
Eu nunca comparei pessoas, mas depois da conversa com a Tory
no telefone eu coloquei a nossa amizade na balança sem querer, uma pessoa que
está comigo há anos e implora para eu voltar para que ela possa me cuidar, não
no sentido de ter uma babá e sim uma amiga, do outro lado uma amiga de pouco
tempo a qual após saber o sexo e diz que vai sair para jantar e pediu um amigo
para ficar aqui. Isso não é ruim, o Sean nunca se negaria, pelo contrário ele
vem sem que seja pedido, mas isso não é certo. A Tory não tem uma
responsabilidade, mas ela tem pequenas coisas que ninguém terá.
Eu não sei se serei compreendida, mas ela é a minha melhor
amiga, a Fay é uma pessoa importante, mas não... Chega! Eu não vou pensar mais
nisso! Estou deixando o meu filho agitado e por falar nisso a cada dia que se
passa eu o sinto mais, era a partir do quinto mês que ficamos mais sensíveis
aos movimentos e eu acho que é verdade, já consigo sentir mais tudo isso, às
vezes até me assusto.
[...]
Terminei de fechar novamente a mala para ir a Los Angeles.
Duas semanas voaram e eu me sinto com o dobro de tamanho, no meio da semana
fomos ao médico e o médico disse que ele cresceu bastante e ainda anda um pouco
preguiçoso, pois de cinco dedos de distância de uma posição a outra ele
moveu-se apenas dois e meio, a metade do que deveria.
Despedi-me do Ben e fui para o embarque, havia pedido para
ele me deixar no aeroporto e depois deixar o carro em casa, assim eu não
gastaria com o valor do estacionamento.
Ao final de semana que passou eu saí para comprar algumas
coisas de bebê, eu não tenho muita noção ainda, mas comprei roupas de recém
nascido, meias, blusa, calças e muitos bodys. Confesso que quase fiquei louca
na loja, era tanta coisa linda que eu imaginava o rostinho do meu bebê dentro
de todas as peças. E em casa eu separei todas as coisas que eu comprei em uma
caixa grande de plástico e coloquei no meu armário. Mal tinha comprado coisas e
já estava sem espaço. Sem contar que a Tory disse que havia comprado mais
coisas, eu não sei o quanto mais ela comprou, mas disse o Ryan ajudou.
No meio da viagem eu pedi uma água de coco e isso acordou
meu filho. Ele começou a movimentar o que eu acho ser sua mão a cada vez que eu
tomava a água, no começo fiquei com medo de fosse ruim, mas conforme eu ia
tomando ele ficava mais calmo e me empurrava cada vez menos. Fiquei tocando
onde ele mexia e sorrindo, tentei filmar, mas não deu para ver nada.
- Está de quanto tempo? – a senhora ao meu lado
pronuncia-se.
- Vinte semanas! – abro um sorriso.
- É o primeiro filho?
- Sim, um menino! – olho para a pança de novo, o meu melhor
passa tempo tem sido olha-lo e é o que me deixa mais calma.
- Parabéns, é uma barriga linda! Você verá que é a melhor
coisa que aconteceu na sua vida, independente das consequências, quando ele
aprender a falar e disser que você é o único amor da vida dele qualquer esforço
para esse pequeno sorriso vai valer a pena. – ela estica sua mão apara alcançar
onde eu apoiava a mão e sorriu.
- Eu tenho certeza que sim! Obrigada! – respondo e na mesma
hora ele mexe um pouco.
A senhora sorriu e voltou a sua posição normal e manteve-se
em silêncio o resto do caminho, assim como eu. E não ache que eu tirei da
cabeça o que ela disse, achei que mesmo com certo pesar na sua voz a sua
mensagem era de amor.
Demorei um dia a mais do que eu deveria porque aproveitei para escrever três capítulos, e sim, eu consegui! Huahsuha! Estou me adiantando para atingir uma ideia legal que tive em relação ao tempo da fanfic! :P
Espero que tenham gostado e que comentem, acho que irão gostar dos próximos capítulos! É isso, beijos e até logo!
"acho que irão gostar dos próximos capítulos" daqui há quantos meses? Já vou ter ganho um filho quando isso acontecer :p
ResponderExcluirAgora sério, sem brincadeira, PARA DE DEMORAR. Para de olhar pra parede, e vai escrever, simplesmente isso é uma intimação.
Ai Julia! Quero tanto saber mais da fic, mais do reencontro dela com o Bruno e do que ele irá falar pra ela quando descobrir, mas tu é ruim, coisa xarope!!!!
Amei <3