terça-feira, 9 de junho de 2015

Capítulo 77

Era o meu dia de folga e outra ultrassonografia, havia passado boa parte da noite acordada pesquisando nomes de crianças, eu separei vários, mas não decidiria hoje ao saber o sexo, eu tenho que contar ao pai antes.

Se eu estou preparada? Não, acho que nunca vou estar e também acho que já passou da hora, o nosso bebê está batendo na porta e eu não fiz nada, por outro lado agora na entrada do sexto mês estarei indo a Los Angeles novamente para fazer o ensaio único do casamento.

- Olá, Lívia! Como estamos? – doutor Beijamim pergunta-me.

- Estamos muito bem, bastante grande e inchada! – aperto sua mão em forma de cumprimento.

- Pode se acomodar ali. – indica a maca. – Será que hoje veremos o sexo? – ele aproxima sua cadeira e eu ergo a blusa até a altura dos seios.

- Espero que sim! – dou um sorriso.

Minhas mãos estavam geladas e eu não sabia o que esperar, nenhum pressentimento, nenhuma preferência, nenhum palpite, nada, eu apenas quero que venha com saúda e nada mais.

- Você anda deixando sua mamãe, inchada? – ele aperta a barriga e eu sinto um incomodo. – Agora, mais do que antes eu recomento muitos cremes e óleos hidratantes, daqui para frente ele só vai dobrar de peso e tamanho, você vai ficar inchada, vai engordar e os enjoos vão começar a ficar menos constantes, e lembre-se que o cansaço faz parte e é bom que diminua os afazerem pesados. – ele relembra os avisos dos encontros anteriores. - Vejamos, o bebê pesa cento e quarenta e sete gramas com quatorze centímetros, o que ótimo então continuaremos com a nossa dieta anterior, aqui vemos o quanto uma mamãe será boa, assim como você que tem cuidado muito bem da alimentação. – sinto as lágrimas formando-se nos meus olhos e abro um grande sorriso. - Ei pequeno humano, mexa só um pouquinho! – o médico diz e aperta um pouco a minha barriga, outra vez sinto um incomodo. – Não fique com vergonha, vamos lá, a sua mamãe está ansiosa. – Beijamim diz e passando o aparelho na barriga mais vezes. – Converse com o bebê.

- Bebê, quando estamos sós você me faz ter cócegas agora está com vergonha? O que é isso? Mexa-se um pouquinho, amor. – encosto na barriga e o medico me manda continuar. - Sei que agora, logo depois do almoço é a hora do soninho, e eu prometo não atrapalhar ele nas próximas, então se mexa um pouco! – continuo a tocar e falar. – Lembra que a sua Madrinha nos ameaçou se voltarmos para casa sem o seu sexo, quem vai parir um filho vai ser ela. – dou risada.

- Sua madrinha não irá precisar ter um bebê porque você terá um meninão lindo e saudável muito em breve! Parabéns mamãe, ele é um garoto! – ele sorri para a tela e eu deixo as lágrimas cair. – Mamãe, não deixe de conversar com ele nunca, pois assim ele fica calmo como agora, ouça.

Seus batimentos mesmo sendo vários por segundo continham um ritmo, mais lento do que da última vez. Enquanto o médico dava mais uma olhadas no bebê eu fiquei pensando a fundo como será daqui pra frente.

- Pode limpar-se. – diz largando os aparelhos e seguindo para a sua mesa.

- Vou lhe dar umas coisas a mais para fazer porque o bebê não está na posição certa que ele deveria estar nesse mês para ajudar no nascimento daqui quatro meses. Não quero lhe deixar preocupada, até porque ele está saudável. Por isso iremos acompanhar isso de perto ou no parto ele irá ter problemas com o cordão umbilical, por isso poucas mudanças no seu dia a dia, muita massagem na barriga, caminhadas e conversa. Ok? Veremos se ele vai deixar de preguiça e endireitar-se! – Beijamim escreve tudo e ao citar a preguiça eu me lembro do Bruno, como um bom preguiçoso terá um filho igual, acabo sorrindo.

- Nos vemos em dez dias! Até lá! – agradeço pela consulta e saio feliz com o sexo do bebê em mãos.

Saber que seu filho poderá ter complicações no parto não é algo que uma mamãe de primeira viagem queira saber, mas apesar da ideia, eu estava tranquila. Como o doutor Beijamim disse isso pode não passar de preguiça e algumas mudanças irão fazer com que ele vá para a posição certa rapidamente.

Cheguei em casa e piquei uma maça e uma pera para o lanche da tarde e fui para o quarto. Antes de 
ligar para a Tory eu peguei uma fita azul no armário e dei um laço na barriga e coloquei um top preto. Sentei com as minhas frutas e peguei meu celular para chamar a Tory no face time.

- É menina ou menino? – fala antes mesmo de me dar oi.

- Veja! – coloco a câmera do celular na frente da barriga com o laço azul e ela começa a falar coisas desconexas.

- Eu não posso falar muito e principalmente alto, mas meu afilhado vai ser lindo igual à mãe e talentoso igual ao pai! Fica aí, vou tirar print! – ela fica mais seria.

- Não vai ficar mando isso aí para os outros! – a repreendo.

- Apenas para o Ryan! – diz.

- Ele trabalha com o Bruno, ele é amigo do Bruno! – bufo e largo as frutas de lado.

- Se o Bruno descobrir ótimo né, já que é capaz dele nascer e o pai não estar sabendo. – respiro fundo, o Scott deveria estar bem na sua frente ouvindo tudo e me achando uma completa irresponsável.

- Scott está aí? – eu pergunto.

- Para a sua sorte, não, ele não está! – ela sorri.

- Certo! Não me crucifixa tá? Mas tá difícil para mim e eu vou contar a ele, eu disse que iria. – coloco pedaços de maçã e pera na boca.

- Desculpa, só quero que os direitos dos dois sejam vistos, pois assim como eu estou te incomodado, vou incomodar ele se fizer algo errado também. – diz Tory.

- Eu sei e obrigada! – abro um sorriso. – Então eu estou mesmo grávida, vou mudar coisas rosa da minha vida para azul e viver para outra pequena pessoa!

- Isso é lindo! – vejo que enquanto ela fala, seus olhos prestam atenção em algo na frente que deve ser o computador da revista.

- Eu quero que pense a respeito de morar aqui, eu acho que aqui é a sua casa e sempre será. Aqui você vai ter eu, principalmente o seu filho vai ter, muitos familiares, tios, tias, primos e o pai. Pensa nisso, eu não quero que fique sozinha ai, e eu sei que tem a Fay, mas ela está com o Ben e eu não acho que eles estejam levando a serio isso de te ajudar e nem tem obrigação, mas eu sim e eu não estou ajudando, eu não consigo ajudar como eu prometi se você estiver aí. 

- Hoje na ultrassonografia o médico disse que eu preciso de umas mudanças porque ele não está na posição que deveria, talvez por preguiça, mas isso me dará problemas no parto. – digo e ela para rapidamente o que faz e me olha.

- É disso que estou dizendo, aqui você sempre vai ter pessoas para te socorrer, pessoas que saberão lidar com esses imprevistos que podem acontecer. O Ryan está doido para que você venha para cá, ele ama crianças, eu também, o Bruno apesar de não saber nem se fala e você sabe disso, aqui tem o Scott, os meninos da banda, as irmãs do Bruno, o avô, aqui você tem tudo!

- Pode parecer que não, mas eu estou pensando sobre tudo isso, eu sei que se eu precisar e pode ser que aqui não tenha tudo. Mas eu também vejo o lado ruim das coisas, se o Bruno não aceitar? – eu 
tinha medo, só isso.

- Não acho que ele tenha essa mentalidade e se for o caso vai ser só ele, porque eu tenho certeza sem qualquer dúvida que todos vão adorar a ideia de um bebê! E você soube que o Phil será papai de novo? Imagina só, ele terá um amigo ou amiga da mesma idade! – seu sorriso se abre, eu sabia que ela estava tentando me comprar.

- Vou pensar mais, eu juro. E em duas semanas estou de volta aí!

- Okay, cuidem-se! E me mande fotos matinais ou eu serei obrigada a te ligar cedo! – ela ri e nos despedimos.

Terminei de comer e dormi uns cinquenta minutos, até a hora da Fay chegar do trabalho e eu poder dizê-la que é um menino. Ela estava contagiada, dizia que iria ajudar na decoração, que iria comprar várias coisinhas de menino para ele e eu acabei voltando ao pensamento de Los Angeles, eu poderei acabar com isso.

- Olha, eu vou jantar na casa dos pais do Ben e pedi para o Sean vir pra cá, caso precise dele. – ela sorri docemente e eu agradeço.

Eu nunca comparei pessoas, mas depois da conversa com a Tory no telefone eu coloquei a nossa amizade na balança sem querer, uma pessoa que está comigo há anos e implora para eu voltar para que ela possa me cuidar, não no sentido de ter uma babá e sim uma amiga, do outro lado uma amiga de pouco tempo a qual após saber o sexo e diz que vai sair para jantar e pediu um amigo para ficar aqui. Isso não é ruim, o Sean nunca se negaria, pelo contrário ele vem sem que seja pedido, mas isso não é certo. A Tory não tem uma responsabilidade, mas ela tem pequenas coisas que ninguém terá.

Eu não sei se serei compreendida, mas ela é a minha melhor amiga, a Fay é uma pessoa importante, mas não... Chega! Eu não vou pensar mais nisso! Estou deixando o meu filho agitado e por falar nisso a cada dia que se passa eu o sinto mais, era a partir do quinto mês que ficamos mais sensíveis aos movimentos e eu acho que é verdade, já consigo sentir mais tudo isso, às vezes até me assusto.

[...]

Terminei de fechar novamente a mala para ir a Los Angeles. Duas semanas voaram e eu me sinto com o dobro de tamanho, no meio da semana fomos ao médico e o médico disse que ele cresceu bastante e ainda anda um pouco preguiçoso, pois de cinco dedos de distância de uma posição a outra ele moveu-se apenas dois e meio, a metade do que deveria.

Despedi-me do Ben e fui para o embarque, havia pedido para ele me deixar no aeroporto e depois deixar o carro em casa, assim eu não gastaria com o valor do estacionamento.

Ao final de semana que passou eu saí para comprar algumas coisas de bebê, eu não tenho muita noção ainda, mas comprei roupas de recém nascido, meias, blusa, calças e muitos bodys. Confesso que quase fiquei louca na loja, era tanta coisa linda que eu imaginava o rostinho do meu bebê dentro de todas as peças. E em casa eu separei todas as coisas que eu comprei em uma caixa grande de plástico e coloquei no meu armário. Mal tinha comprado coisas e já estava sem espaço. Sem contar que a Tory disse que havia comprado mais coisas, eu não sei o quanto mais ela comprou, mas disse o Ryan ajudou.

No meio da viagem eu pedi uma água de coco e isso acordou meu filho. Ele começou a movimentar o que eu acho ser sua mão a cada vez que eu tomava a água, no começo fiquei com medo de fosse ruim, mas conforme eu ia tomando ele ficava mais calmo e me empurrava cada vez menos. Fiquei tocando onde ele mexia e sorrindo, tentei filmar, mas não deu para ver nada.

- Está de quanto tempo? – a senhora ao meu lado pronuncia-se.

- Vinte semanas! – abro um sorriso.

- É o primeiro filho?

- Sim, um menino! – olho para a pança de novo, o meu melhor passa tempo tem sido olha-lo e é o que me deixa mais calma.

- Parabéns, é uma barriga linda! Você verá que é a melhor coisa que aconteceu na sua vida, independente das consequências, quando ele aprender a falar e disser que você é o único amor da vida dele qualquer esforço para esse pequeno sorriso vai valer a pena. – ela estica sua mão apara alcançar onde eu apoiava a mão e sorriu.

- Eu tenho certeza que sim! Obrigada! – respondo e na mesma hora ele mexe um pouco.


A senhora sorriu e voltou a sua posição normal e manteve-se em silêncio o resto do caminho, assim como eu. E não ache que eu tirei da cabeça o que ela disse, achei que mesmo com certo pesar na sua voz a sua mensagem era de amor.


Demorei um dia a mais do que eu deveria porque aproveitei para escrever três capítulos, e sim, eu consegui! Huahsuha! Estou me adiantando para atingir uma ideia legal que tive em relação ao tempo da fanfic! :P
Espero que tenham gostado e que comentem, acho que irão gostar dos próximos capítulos! É isso, beijos e até logo! 

Um comentário:

  1. "acho que irão gostar dos próximos capítulos" daqui há quantos meses? Já vou ter ganho um filho quando isso acontecer :p
    Agora sério, sem brincadeira, PARA DE DEMORAR. Para de olhar pra parede, e vai escrever, simplesmente isso é uma intimação.
    Ai Julia! Quero tanto saber mais da fic, mais do reencontro dela com o Bruno e do que ele irá falar pra ela quando descobrir, mas tu é ruim, coisa xarope!!!!
    Amei <3

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