terça-feira, 16 de junho de 2015

Capítulo 79

Lívia POV’S

Dormi no apartamento da Tory, que na verdade é a minha futura casa, e acordei toda dolorida. Depois que fizemos o ensaio eu vim para cá e já arrumei algumas coisas minhas aqui e também esvaziei o quarto que será do bebê. Fiquei até tarde tendo ideias para o quarto e até decidi algumas coisas. Foi uma péssima noite de sono.

No meu peito um arrependimento me preenchia e isso me faz ficar acelerada. Tomei suco com bolachas de sal que tinha guardadas e me entreguei ao notebook ainda de manhã cedo, de novo.

Fui acordada desse transe, horas depois, por barulhos na porta, me virei e olhei por cima do sofá alguém entrando, Bruno, ele largou umas sacolas algumas chão e encontrou-me sentada no tapete grosso da sala.

- Eu decidi que o quarto terá tons de azul, amarelo e cinza. Coisas mais alegres e claras. – começo a falar.

Bruno aproxima-se mais do sofá e senta ao meu lado empurrando o notebook das minhas pernas em seguida.

- Não precisa disso! – ele diz e puxa meu tronco para um reconhecido abraço forte. Meu corpo amolece aí.

- Sei que deve querer saber, você terá um menino lindo e forte! – solto dele e pego o envelope da última ultrassonografia que estava ao meu lado, eu havia levado para a Tory ver.

- Estou feliz por você estar cuidando tão bem dele! – Bruno sorri vendo o papel e logo depois suspira. - Eu sinto tanto pela forma que aconteceu e como piorou depois. Errei tão feio que até a vontade de socar a minha já passou, sei que não resolve, eu... Eu descobri quando a Tory mandou uma foto a sua barriga amarrada com um laço azul para o Ryan, não deveria também, mas ele deixou o celular na minha mesa e de repente eu fui verificar as horas e tudo o que vi foi à conversa dele com a Tory. – Bruno fala e eu penso no quanto o Ryan falou convicto no café da manhã, eu nem percebi.

- Ontem eu agi sobre a pressão de algo que me tirava o sono há meses. Sabia que não passaria mais nenhum dia sem que você soubesse do nosso filho, mas o choque da realidade foi mais forte do que quando soube que estava grávida de você e olha, eu perdoo você se é isso que quer saber, não vou esquecer, mas perdoo. Eu passei a noite vendo essas coisas e lembrei-me de quanto eu passava as noites na cama do meu pai e ele dizia que iria ter um momento da vida que alguém próximo iria errar e eu como uma pessoa normal ia surtar e nunca mais querer vê-lo, mas ele disse que era errado, porque as pessoas importantes fazem coisas maravilhosas na nossa vida e nunca reconhecemos, mas aí um erro faz tudo isso, um erro acaba com todas as coisas boas, ele voltava a dizer que o que eu deveria fazer quando essa situação acontecesse era lembrar-se de todas as coisas boas e perdoar. Bruno, eu me lembro de cada coisa boa que você fez, desde quando nos conhecemos, quando o Fred morreu, quando o meu pai morreu e principalmente quando eu fugi de você e fui embora e voltei um tempo depois do nada. Reconheço que errei também, por tanto esqueça o que eu disse ontem, eu sei que magoa, mas a verdade é que quem está voltando a Los Angeles sou eu, pelo nosso filho. Para que ele tenha os familiares presentes, principalmente o pai. Mas não ache que vou voltar para a sua casa e que seremos uma família feliz, essa sim é uma ideia que não existe, porém sempre, a qualquer horário, a qualquer dia você sempre será bem vindo dentro dessa casa, por mim e pelo nosso filho! – eu não olho em seus olhos, apenas para a janela a nossa frente que mostra um tempo fechado prestes a derramar muita chuva.

- Quando disse que não teria mãe melhor para o meu filho, era a isso que eu me referia! – Bruno toca a minha barriga e eu olho. – Você igualmente sempre será bem vinda onde eu estiver.

- Eu sei que seremos ótimos pais! – falo.

O peso que me tirou muitas noites ao pouco ia saindo das minhas costas e aos poucos eu me sentia mais leve, e cansada. Aqui não estava tudo bem, ainda não, mas caminhando para os conformes sim, com o tempo as coisas iriam se ajeitar.

- O médico disse que ele é muito preguiçoso, igual a você! – abro um sorriso ao lembrar da consulta.

- Ei, eu não sou preguiçoso! – ele tenta defender-se.

- Se o bebê não for para a posição certa vamos ter problemas no nascimento. – encosto na barriga. – Ele não está onde deveria.

- Ei pequeno, de acordo com a mamãe eu sou o preguiçoso e não precisamos de mais um então vamos fazer o que deve ser feito! – Bruno fala e sinto seus chutes na lateral da barriga.

- Bruno, me da a sua mão, rápido! – seguro firme sua mão e levo onde ele chuta.

- Ele já tinha ouvido a minha voz? – ele olha para mim.

- Duas vezes enquanto andávamos de carro tocou músicas suas e eu disse que era sua, mas não sei se ele reconhece isso. – falo.

- Eu acho que sim, porque ele está bem animado! – Bruno sorri.

Bruno POV’S

Flashback

- Cara, me alcança a partitura das demos? – peço ao Ryan que estava sentado do meu lado mexendo no celular.

Fico olhando para o caderno e a caneta na minha frente enquanto dedilho a minha próxima música com os acordes quase prontos. Estava ficando ótima. Era só mais uma alteração aqui e ali e sei que ela seria um sucesso.

Larguei o instrumento no lugar, e peguei o celular do Ryan para ver as horas, mas o que vi não foi isso! A tela desbloqueada mostrava uma conversa dele com a Tory e uma foto. Meu coração quase saiu pela boca e minha cabeça deu voltas.

Tory: olha como está o meu meninão!
Ryan: Não acredito que é menino!
Tory: acredite meu amor! O B vai ficar doido.
Ryan: Tenho certeza que sim, se eu já estou imagina ele!
Tory: Guarda isso para quanto tivermos o nosso amor! Haha.
Ryan: Eu sei, eu sei! Haha.

Com o celular ainda na mão eu saí da sala como um furacão e fui atrás dele. Eu não sabia se tremia de raiva ou de surpresa. Entrei na sala, onde guardávamos os instrumentos e todas as partituras, e tranquei a porta.

- PORQUE NÃO ME DISSE? – joguei o celular em sua direção, ele pega rapidamente.

- Que? – seus olhos dobram de tamanho quando ele entende o que eu quero dizer. – Eu...

- VOCÊ DEVERIA TER ME CONTATO, RYAN! – coloco as mãos na cabeça e viro de costas para ele.

- Não, eu não deveria, assim como não fiz. – sua voz mantém o tom.

- Por quê?

- O filho não é meu, se eu não contei foi porque certamente alguém decidiu assim a decisão não foi 
minha não me culpe pelo seu erro! – Ryan aponta o dedo para mim.

- Minha? Ah, pelo amor de Deus! – jogo as mãos para o alto.

- Claro que sim, não fui eu que fiz esse filho e ela sozinha muito menos, então sim, se existe culpa saiba que metade dela é sua, então não exija de mim algo que eu não tenho obrigação de falar. – ele joga a pasta na mesa, destranca a porta e some.

Faço o mesmo caminho que ele, pego as minhas chaves e aviso os meninos que por hoje, estavam liberados, era pouco mais de duas da tarde, mas eu não me importava com isso. Cheguei em casa em menos de vinte minutos.

Peguei uma garrafa de whisky e fui para perto da piscina com ele embaixo do braço. Sento na borda e coloco os pés na água. Já não sentia mais raiva, só surpresa. Queria saber por que ela escondeu isso por cinco meses, eu tenho um filho de cinco meses e nem sabia.

Olho o celular do meu lado e fico pensando em ligar, pedir explicações e desisto. Eu espero que ela tenha uma ótima razão para não me contar e principalmente, que isso não demore.

Meus pensamentos voam com o passar do tempo que fico ali, imagino o quarto ao lado do meu todo decorado em tons claros, cheio de bichinhos e todas essas coisas que bebês usam. Imagino que com o tempo, um chorinho agudo no meio da noite e no futuro um pequeno eu correndo na volta da piscina.

Flashback off

Aos poucos o corpo dela foi amolecendo ali no sofá e eu me vi obrigado a levá-la para o único quarto que tinha uma cama. Peguei no colo e cuidadosamente larguei seu corpo na cama. Ela deu um suspiro longo e aconchegou-se melhor. Encostei a porta e voltei para a sala.

Coloquei o que eu tinha comprado na mesa da cozinha e organizei para ela almoçar assim que acordasse. Fiquei meio perdido no que fazer, sentei no sofá e voltei a olhar a ultrassonografia do meu filho. Ele era tão pequeno.

Tirei uma foto da ultrassonografia e coloquei no chão onde estava. Voltei ao quarto, beijei a testa da Lívia e em seguida a barriga.

- Seja lá o que for acontecer daqui para frente, quero que saiba que sempre estarei aqui, e amar você vai ser a única coisa que não irei permitir erros!  - faço um leve carinho na barriga e saio do quarto, não iria ficar aqui.

Lívia POV’S

Acordei eram quase uma hora da tarde, me assustei com a hora. Me vi deitada na cama e lembrei de quando fui trazida para cá e até da voz do Bruno conversando com o bebê. Sorri. Me espreguicei e levantei.Tomei um banho rápido e guardei o que eu levaria de volta na mala e a carreguei para perto da sala. 

O apartamento estava completamente silencioso e com um cheiro ótimo de comida. Vou até a cozinha e vejo um prato, suco e salada com um bilhete ao lado.

“Espero que ainda seja o seu prato favorito! Bom almoço, não se esqueça de aquecer! Beijos, Bruno.”

De certa forma isso tudo estava começando a me fazer bem, Bruno mostrando-se interessado em qualquer coisa que vá fazer bem ao nosso filho me deixa completamente satisfeita. Esquento a comida e devoro tudo, eu estava comendo o dobro do que comia antes, é estranho!

Troco algumas mensagens com o Bruno sobre o almoço e sobre o meu voo daqui a pouco. Não dou bola ao seu interesse. Organizo as coisas na cozinha e ligo para o taxista, eu tinha que voltar para Carolina e se eu demorar muito vou perder o voo! Desço e sou obrigada a pedir um guarda-chuva na recepção, o mundo está se acabando de tanta água.

- Esperando algo? – ouço a voz do Bruno, um pouco distante.

- Um táxi! – vou a sua direção.

- Não mais! – ele sorri. Bruno pega a mala da minha mão e vai colocando no porta malas, não iria negar uma carona, não nessa chuva.

- Muito obrigada! – agradeço quando ele abre a porta e fecha em seguida que eu entro.

Olho ele contornar o carro e acomodar-se no banco do motorista. Ficamos em silêncio durante todo o caminho. Mas dessa vez não era aquele silêncio crucial e estranho.

Tento fazer o check-in e sou impedida por motivos de voo cancelado. Que ótimo. Eles não tinham nem previsão de quando os voo seriam liberados. Era mesmo o que me faltava.

- A senhora preguiça de um Hotel para ficar, até que sejam liberados os voo? – o homem que faria meu check-in pergunta.

- Não, ela não precisa obrigada! – Bruno sorri gentilmente ao homem enquanto pega a minha mala.

- Ei, como assim não? Não posso ficar no apartamento da Tory assim, aliás, eu não posso nem ficar aqui porque amanhã eu trabalho! – passo as mãos no cabelo.

- Você vai ficar na minha casa porque realmente não tem como ficar no apartamento da Tory, e bom, você ganhou um dia de folga graças a chuva! – ele estava feliz, como pode?

- Aaah, Bruno! Não!


- Me deixa curtir o meu filho só um pouco? – abro um sorriso com aquele par de olhos cheio de brilho. Ah, o que eu mais odeio na gestação são esses hormônios! 



Eu bem que iria continuar esse capítulo, mas vi que ele tá grande e deixei as emoções para o próximo! O que estão achando? Tem bem pouquinho comentário. 
Até daqui uns dias, espero que possam comentar para eu saber o que estão achando. Beijos! 

2 comentários:

  1. Grande? ¬¬ Depois não quer que a gente te xingue! Vou é te bater, af. Ai Julia, que que eu faço com esses dois? Quero mandar o Bruno tomar no cu por ter feito aquilo, e agora ter se arrependido, mas quero também abraçar ele e dizer que a Lívia vai perdoar ele. Porque eu sei que vai bdusandioa
    amei <3

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  2. Os hormônios, ah esses hormônios! Devo dizer que tb os odeio auhsuhas Ju eu amo vc cara, obrigada por esse cap, eu precisava desse cap, ou então passaria os dias como uma Razel da vida kkkkk Bjssss e não demore (Pat)

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