domingo, 1 de dezembro de 2013

Capítulo 29


Lívia POV’S

  Bruno acabou indo embora em seguida e eu fiquei arrumando a cozinha e pensando! Vou retirar às dúvidas, eu tive dois namorados até hoje, ambos durou dois anos ou pouco mais. O primeiro foi no final da minha adolescência, não tínhamos muito tempo para convivência de casal, nossas propriedades eram finalizar o ensino médio e fazer a faculdade, sabe, tocar a vida, arrumar um bom emprego e ser alguém, isso acabou esfriando nosso relacionamento. Meu segundo namorado foi depois de estar formada e empregada, vivíamos mesmo como um casal, porém nossa relação sexual era estranha, ele tinha sérios problemas e gostos nojentos, digamos que ele brincasse com a minha boca e eu aceitava coisa de uma mulher muito ingênua, mas não durou mais muito mais de dois anos. Por isso eu tenho o pé atrás, eu desacreditei em certas coisas pensando que todos os homens fossem iguais, deixei de curtir a vida como deveria, minhas propriedades começaram a ser as mesmas do meu pai, mas é claro, nunca deixei me afundar como ele.

  E sim, eu era virgem! Não acho que seja vergonhoso uma mulher de vinte e sete anos ser virgem, acredito que tudo acontece em seu tempo da forma que tem que ser, ou seja, mesmo com toda a minha vergonha, medo, desconfiança eu não me arrependo do que fizemos hoje, eu apenas não sei como agir em relação a nossa amizade estranha em que as pessoas transam, mas ah, eu ficar pensando, mirabolando mil coisas para saber como agir na frente do Bruno não vai ajudar, eu sei, tenho apenas que ser eu mesma, o que realmente importa é que ele fez do meu “trauma” uma coisa especial!

  [...]

- E aí, pai. Ficou bom? – Perguntei enquanto recolhia os pratos!

- Não venha enganar um velho de cinquenta anos! Eu vi as notinhas fiscais no lixo! – Ele disse seriamente e eu gargalhei.

- Poxa! Você acabou com qualquer sonho meu de ser cozinheira! – Brinquei e ele riu, afinal combinamos ontem, eu compraria o jantar.

  Organizei as coisas na pia e fui para sala se juntar a ele.

- Seus olhos estão brilhantes! O que aconteceu? – Ele pergunta do nada.

- Nossa! Nada de mais, só almocei com o Bruno! – Sorri e ele largou uma risadinha.

- Eu conheço esses olhos aí melhor do que ninguém! Você não me engana Lívia Kendrick! – Ele disse levantando-se do sofá

- Ah é! Pai, não viaja! – Não vejo porque contar esse tipo de coisa.

- Essas gírias! Mano, vou dormir! – Ele disse sério e eu gargalhei.

- Falou cara! – Rimos juntos. – Boa noite pai! – Nos despedimos e ele subiu, não demorei muito e fiz o mesmo.

    Fui para o meu quarto, tomei um banho rápido e deitei, mas como ainda é cedo aproveitei para ler o livro que eu tinha iniciado a mais de seis meses atrás, eu preciso devolvê-lo para a Tory, já passou da hora. Me afundei na leitura de tal forma que não vi essas duas horas passar, mas graças ao meu celular tocando pude ver o quanto já estava tarde.

- Alô? – Atendi sem olhar quem era.

- Não leu quem era, tenho certeza! – Bruno falou rindo.

- Ah, Bruno! Desculpa, não vi mesmo!

- Atrapalho? – Ele disse e eu pude imaginar seu olhar com sobrancelha erguida.

- Não! Aconteceu alguma coisa?

- É.. Sim! Você tem cinco minutos para se arrumar, já estou chegando! Aprece-se! – Ele falou, mas não com ar de preocupação e sim travessura.

- Não, eu tenho que... – “Tu, tu, tu...”.

- Merda! – Falei comigo mesma.

  Joguei o celular na cama e fui me vestir. Coloquei uma calça jeans preta, uma regata branca e por último uma camisa jeans como casaco. Pus minha sapatilha preta e nos cabelos apenas uma touca também preta, nada de maquiagem, ou acessórios a não ser a corrente que ganhei do Bruno que nunca mais tirei.

  Coloquei o celular no bolso e fui no quarto do pai, ele estava deitado vendo tv, assim que eu abri a porta ele me olhou arrumada e deu uma risadinha.

- Vou sair! – Falei.

- Bruno? – Perguntou com um sorriso torto.


- Sim! – Respondi. 

- Vocês dois, hein! Se cuidem! – Ele disse e atirou um beijo no ar, fiz o mesmo e fechei a porta dele.

  Desci e fui direto para frente da casa e lá estava ele, mais do que pontual.

- Oi. – Ele disse sorrindo quando entrei no carro.

- Oi. Sentiu minha falta?! – Perguntei ironicamente porque nos vimos no almoço.

- É claro, carência é meu sobrenome do meio. – Ergueu a sobrancelha debochadamente e depois riu. – Desculpa se te atrapalhei, mas está uma noite linda para o que iremos ver! – Trocou olhares entre eu e o trânsito.

- Tudo bem! – Sorri.

  Encostei minha cabeça no banco do carro e fiquei analisando a noite que como ele disse está linda. Olhando as coisas passar rapidamente por nós notei que estávamos cada vez mais afastados do centro movimentado e barulhento de Los Angeles, encontrava-se apenas uma casinha, um grande campo e mais adiante outra casa, cada vez uma mais longe da outra, lugar que a cada segundo ficava menos iluminado...

- Bruno, onde estamos indo?! – Perguntei e ele fez sinal de silêncio.

  Fiquei na minha e voltei a observar a rua sem qualquer movimentação, tudo tão mais tranquilo do que eu estou habituada a ver, chega a ser estranho. Bruno estacionou o carro no acostamento da rua e desceu, fiz o mesmo. Ele pegou um pano no banco de trás e escancarou todas as quatro portas, fiquei parada tentando entende-lo, via ele se movimentar rapidamente ligando a rádio e subindo no capo do carro...?! Mas o que?

- Pronto! – Disse de pé sobre o capo me estendendo a mão para subir, assim fiz. – Não pisa no vidro, é perigoso. – Avisou-me.

  Com um pouco de dificuldade consegui subir, ele se deitou e me chamou para fazer o mesmo, agora sim entendo. Às luzes de Los Angeles tapam todo o brilho de um céu estrelado como hoje, nunca vi o vi da forma que vejo agora, tão limpo e ironicamente cheio de luz!

- O que achou? – Bruno pergunta ao mesmo tempo em que faz eu deitar sobre seu peito.

- Lindo! – Sorri e senti seu toque por toda extensão de meu braço.

- Eu estava pensando... Sabe que dia é hoje? – Ele perguntou.

- Dia dois de Outubro... Nossa! Como tem passado rápido esse ano! – Eu disse.

- Muito! Eu lembro quando você chegou lá em casa a primeira vez, toda tímida e sem saber onde enfiar a cara! – Riu.

- Não tem graça tá legal?! Era minha primeira entrevista importante com uma pessoa conhecida mundialmente! – Ergui a cabeça para olhá-lo.

- Eu sei! – Riu de novo. – Mas foi engraçado e sinceramente parece que nos conhecemos a mais de sete meses!

  Parei para pensar no que ele acabará de dizer, realmente parece que somos amigos há anos, eu confio nele tanto quando confio na Tory e eu a conheço a mais de cinco anos, é estranho.

- Hey, seu aniversário. Já sabe o que vai fazer? – Perguntei, só agora lembrei, faltam seis dias.

- Não, estaremos fazendo shows em Paris... – Pareceu triste.

- E isso não é bom?

- É, mas estarei longe, sabe... Minhas irmãs, meu pai, meus tios, você! Não sei se conseguirei passar a data ao lado de todos. – Seu semblante mudou rapidamente, eu entendo seu primeiro aniversário sem a mãe.

- Em compensação estará com os meninos da banda e milhares de fãs enlouquecidas que te amam! – Disse e ele riu.

  Ficamos conversando por um longo tempo, ouvimos músicas e analisamos todas as estrelas do céu, desde as menores as maiores com mais brilho. Lembrei-me da fábula das estrelas que meu pai me contava quando era criança, basicamente assim: às estrelas pediram a Deus para vir a Terra e naquela noite teve uma chuva linda, elas se impregnaram em casas, carros, campos, tendo assim tudo um brilho especial. O tempo passou e todas voltaram ao céu porque a Terra era um lugar com violência, miséria, maldade e injustiça, um lugar imperfeito. Deus concordou dizendo que o céu era um lugar perfeito para elas, mas durante a contagem deram falta de uma, a estrela chamada esperança, ela ficou aqui no coração de cada uma das pessoas. Moral da história, todos nascem com esperança e não se pode deixa-la perder o brilho, caso contrário o mundo tudo que há de ruim tomara os sentimentos bons das pessoas boas. Faz sentido, não?!
  
Descemos do carro, ajudei o Bruno a fechar as portas e fizemos o trajeto de volta. Já estava sentindo meus olhos pesarem...

- Liv, deita o banco do carro e vai descansando. – Bruno falou passando a mão em minha perna, feito isso não demorei a pegar no sono.

[...] 

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4 comentários:

  1. Awwwn, Bru romântico que cuuuuuute :3
    E eu amei a fábula ><

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  2. awwwn tô morrendo de raiva, porque eu escrevi um baitaaaaa texto pra comentar e não foi, essa porcaria dessa internet! Enfim, eu amei esse capítulo, e por fim ela era mesmo virgem, e como perdeu com ele, pode ter - vai ter -, um significado muito especial nisso. Tomara, eu não vejo a hora deles se declararem um para o outro, tá mais do que na cara que eles se amam, só que eles não querem ver isso.
    Faz ela ir pra Paris com ele :p ndisaondiosa cidade do romance e tal <3
    Continua princess <3

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