Lívia POV’S
Bruno acabou indo embora em seguida e eu
fiquei arrumando a cozinha e pensando! Vou retirar às dúvidas, eu tive dois
namorados até hoje, ambos durou dois anos ou pouco mais. O primeiro foi no
final da minha adolescência, não tínhamos muito tempo para convivência de casal,
nossas propriedades eram finalizar o ensino médio e fazer a faculdade, sabe,
tocar a vida, arrumar um bom emprego e ser alguém, isso acabou esfriando nosso
relacionamento. Meu segundo namorado foi depois de estar formada e empregada,
vivíamos mesmo como um casal, porém nossa relação sexual era estranha, ele
tinha sérios problemas e gostos nojentos, digamos que ele brincasse com a minha
boca e eu aceitava coisa de uma mulher muito ingênua, mas não durou mais muito mais de dois anos. Por isso eu tenho o pé atrás, eu desacreditei em
certas coisas pensando que todos os homens fossem iguais, deixei de curtir a
vida como deveria, minhas propriedades começaram a ser as mesmas do meu pai,
mas é claro, nunca deixei me afundar como ele.
E sim, eu era virgem! Não acho que seja
vergonhoso uma mulher de vinte e sete anos ser virgem, acredito que tudo
acontece em seu tempo da forma que tem que ser, ou seja, mesmo com toda a
minha vergonha, medo, desconfiança eu não me arrependo do que fizemos hoje, eu
apenas não sei como agir em relação a nossa amizade estranha em que as pessoas
transam, mas ah, eu ficar pensando, mirabolando mil coisas para saber como agir
na frente do Bruno não vai ajudar, eu sei, tenho apenas que ser eu mesma, o que
realmente importa é que ele fez do meu “trauma” uma coisa especial!
[...]
- E aí, pai.
Ficou bom? – Perguntei enquanto recolhia os pratos!
- Não venha
enganar um velho de cinquenta anos! Eu vi as notinhas fiscais no lixo! – Ele
disse seriamente e eu gargalhei.
- Poxa! Você
acabou com qualquer sonho meu de ser cozinheira! – Brinquei e ele riu, afinal combinamos ontem, eu compraria o jantar.
Organizei as coisas na pia e fui para sala se
juntar a ele.
- Seus olhos
estão brilhantes! O que aconteceu? – Ele pergunta do nada.
- Nossa! Nada
de mais, só almocei com o Bruno! – Sorri e ele largou uma risadinha.
- Eu conheço
esses olhos aí melhor do que ninguém! Você não me engana Lívia Kendrick! – Ele disse
levantando-se do sofá
- Ah é! Pai,
não viaja! – Não vejo porque contar esse tipo de coisa.
- Essas gírias!
Mano, vou dormir! – Ele disse sério e eu gargalhei.
- Falou cara! –
Rimos juntos. – Boa noite pai! – Nos despedimos e ele subiu, não demorei muito
e fiz o mesmo.
Fui para o meu quarto, tomei um banho rápido
e deitei, mas como ainda é cedo aproveitei para ler o livro que eu tinha
iniciado a mais de seis meses atrás, eu preciso devolvê-lo para a Tory, já
passou da hora. Me afundei na leitura de tal forma que não vi essas duas horas
passar, mas graças ao meu celular tocando pude ver o quanto já estava tarde.
- Alô? – Atendi
sem olhar quem era.
- Não leu quem
era, tenho certeza! – Bruno falou rindo.
- Ah, Bruno!
Desculpa, não vi mesmo!
- Atrapalho? –
Ele disse e eu pude imaginar seu olhar com sobrancelha erguida.
- Não!
Aconteceu alguma coisa?
- É.. Sim! Você
tem cinco minutos para se arrumar, já estou chegando! Aprece-se! – Ele falou,
mas não com ar de preocupação e sim travessura.
- Não, eu tenho
que... – “Tu, tu, tu...”.
- Merda! – Falei
comigo mesma.
Joguei o celular na cama e fui me vestir. Coloquei
uma calça jeans preta, uma regata branca e por último uma camisa jeans como
casaco. Pus minha sapatilha preta e nos cabelos apenas uma touca também preta,
nada de maquiagem, ou acessórios a não ser a corrente que ganhei do Bruno que
nunca mais tirei.
Coloquei o celular no bolso e fui no quarto
do pai, ele estava deitado vendo tv, assim que eu abri a porta ele me olhou
arrumada e deu uma risadinha.
- Vou sair! –
Falei.
- Bruno? – Perguntou
com um sorriso torto.
- Sim! –
Respondi.
- Vocês dois,
hein! Se cuidem! – Ele disse e atirou um beijo no ar, fiz o mesmo e fechei a
porta dele.
Desci e fui direto para frente da casa e lá estava ele, mais do que pontual.
- Oi. – Ele disse sorrindo quando entrei no carro.
- Oi. Sentiu
minha falta?! – Perguntei ironicamente porque nos vimos no almoço.
- É claro,
carência é meu sobrenome do meio. – Ergueu a sobrancelha debochadamente e
depois riu. – Desculpa se te atrapalhei, mas está uma noite linda para o que
iremos ver! – Trocou olhares entre eu e o trânsito.
- Tudo bem! –
Sorri.
Encostei minha cabeça no banco do carro e
fiquei analisando a noite que como ele disse está linda. Olhando as coisas
passar rapidamente por nós notei que estávamos cada vez mais afastados do centro
movimentado e barulhento de Los Angeles, encontrava-se apenas uma casinha, um
grande campo e mais adiante outra casa, cada vez uma mais longe da outra, lugar
que a cada segundo ficava menos iluminado...
- Bruno, onde
estamos indo?! – Perguntei e ele fez sinal de silêncio.
Fiquei na minha e voltei a observar a rua sem
qualquer movimentação, tudo tão mais tranquilo do que eu estou habituada a ver,
chega a ser estranho. Bruno estacionou o carro no acostamento da rua e desceu,
fiz o mesmo. Ele pegou um pano no banco de trás e escancarou todas as quatro
portas, fiquei parada tentando entende-lo, via ele se movimentar rapidamente
ligando a rádio e subindo no capo do carro...?! Mas o que?
- Pronto! –
Disse de pé sobre o capo me estendendo a mão para subir, assim fiz. – Não pisa
no vidro, é perigoso. – Avisou-me.
Com um pouco de dificuldade consegui subir,
ele se deitou e me chamou para fazer o mesmo, agora sim entendo. Às luzes de
Los Angeles tapam todo o brilho de um céu estrelado como hoje , nunca vi o vi
da forma que vejo agora, tão limpo e ironicamente cheio de luz!
- O que achou? –
Bruno pergunta ao mesmo tempo em que faz eu deitar sobre seu peito.
- Lindo! –
Sorri e senti seu toque por toda extensão de meu braço.
- Eu estava
pensando... Sabe que dia é hoje? – Ele perguntou.
- Dia dois de
Outubro... Nossa! Como tem passado rápido esse ano! – Eu disse.
- Muito! Eu
lembro quando você chegou lá em casa a primeira vez, toda tímida e sem saber
onde enfiar a cara! – Riu.
- Não tem graça
tá legal?! Era minha primeira entrevista importante com uma pessoa conhecida
mundialmente! – Ergui a cabeça para olhá-lo.
- Eu sei! – Riu
de novo. – Mas foi engraçado e sinceramente parece que nos conhecemos a mais de
sete meses!
Parei para pensar no que ele acabará de
dizer, realmente parece que somos amigos há anos, eu confio nele tanto quando
confio na Tory e eu a conheço a mais de cinco anos, é estranho.
- Hey, seu
aniversário. Já sabe o que vai fazer? – Perguntei, só agora lembrei, faltam
seis dias.
- Não,
estaremos fazendo shows em Paris... – Pareceu triste.
- E isso não é
bom?
- É, mas
estarei longe, sabe... Minhas irmãs, meu pai, meus tios, você! Não sei se
conseguirei passar a data ao lado de todos. – Seu semblante mudou rapidamente,
eu entendo seu primeiro aniversário sem a mãe.
- Em
compensação estará com os meninos da banda e milhares de fãs enlouquecidas que
te amam! – Disse e ele riu.
Ficamos conversando por um longo tempo,
ouvimos músicas e analisamos todas as estrelas do céu, desde as menores as
maiores com mais brilho. Lembrei-me da fábula das estrelas que meu pai me
contava quando era criança, basicamente assim: às estrelas pediram a Deus para
vir a Terra e naquela noite teve uma chuva linda, elas se impregnaram em casas,
carros, campos, tendo assim tudo um brilho especial. O tempo passou e todas
voltaram ao céu porque a Terra era um lugar com violência, miséria, maldade e
injustiça, um lugar imperfeito. Deus concordou dizendo que o céu era um lugar
perfeito para elas, mas durante a contagem deram falta de uma, a estrela
chamada esperança, ela ficou aqui no coração de cada uma das pessoas. Moral da
história, todos nascem com esperança e não se pode deixa-la perder o brilho,
caso contrário o mundo tudo que há de ruim tomara os sentimentos bons das
pessoas boas. Faz sentido, não?!
Descemos do carro, ajudei o Bruno a fechar as
portas e fizemos o trajeto de volta. Já estava sentindo meus olhos pesarem...
- Liv, deita o
banco do carro e vai descansando. – Bruno falou passando
a mão em minha perna, feito isso não demorei a pegar no sono.
[...]
#COMENTEM
Awwwn, Bru romântico que cuuuuuute :3
ResponderExcluirE eu amei a fábula ><
uahsuah <3
Excluirawwwn tô morrendo de raiva, porque eu escrevi um baitaaaaa texto pra comentar e não foi, essa porcaria dessa internet! Enfim, eu amei esse capítulo, e por fim ela era mesmo virgem, e como perdeu com ele, pode ter - vai ter -, um significado muito especial nisso. Tomara, eu não vejo a hora deles se declararem um para o outro, tá mais do que na cara que eles se amam, só que eles não querem ver isso.
ResponderExcluirFaz ela ir pra Paris com ele :p ndisaondiosa cidade do romance e tal <3
Continua princess <3
aushuahu... vai demorar!
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