sexta-feira, 23 de maio de 2014

Capítulo 53

  Lívia POV’S

  Já é o quarto dia que estou aqui, com o Bruno, e todos os dias eu penso em seriamente ir para o Hotel, ao menos lado que não serei tratada ora friamente ora carinhosamente. Eu não sei qual o problema desse homem e olha: desisto de tentar descobrir.

  Ouvi barulho na cozinha e resolvi levantar, eram dez da manhã, provavelmente o Bruno estaria tentando fazer algo para o café. Vesti uma blusa de manga comprida preta em gola v e um shortinho jeans de ficar em casa. No banheiro fiz minha higiene e prendi meus cabelos e desci.

- Precisa de ajuda? – Perguntei chegando à cozinha, parece que alguém tentava fazer panquecas.

- Está tudo sobre controle! – Ele disse colocando a massa na frigideira e então algo dá errado, a massa forma uma bolha e estoura o sujando e talvez queimando.

- Bruno! Deixa eu te ajudar, olha aqui! – Digo mostrando a ele sua blusa coberta por massa.

-Ainda bem que sou um ótimo cantor! – Resmunga baixo e tenta limpar-se com um pano.

- Modesto e convencido também! – Mostro-o língua. – Arruma a bagunça aí enquanto pego outra blusa para você!

- ACHO QUE VAMOS AO STARBUCKS! – Ele grita quando e já estava na metade da escada, solto uma gargalhada e continuo meu caminho.

  Vou até seu closet, pego uma camisa qualquer e quando estava saindo, algo brilhou no chão e me chamou atenção: um solitário dourado. Será que ele está prestes a se comprometer com alguém? Instantaneamente meu coração se apertou, como se realmente devesse, droga!  Encostei a porta e desci com a camiseta e o anel. Respirei fundo e falei:

- Estava no chão do seu closet! – Entregando-o o anel e em sequência a camiseta.

- Ah... Era... Eu, hã...! – Ele tenta falar algo mas desiste, seu semblante muda e ele dá um longo suspiro.

- É lindo! – Respondo simplesmente. Passo ao seu lado e vou tentar terminar de fazer as panquecas. Encho uma concha de massa e antes que eu colocasse na frigideira, ele fala:

- Era para ser seu. Hã... No dia que descobrimos sobre seu pai, meu plano era almoçar com você e te pedir em namoro, claro, você estava sem cabeça e eu adiei então você foi embora sem deixar que eu ao menos tentasse protestar. Eu adiei isso por tempos e quando achei que estava pronto fui impedido e ele está aqui, até hoje, fazendo lembrar-me do quanto eu queria isso. – Bruno despeja as palavras de pressa, como se não conseguisse falar daqui um minuto e eu, bom, fiquei sem reação, meu coração acelerou e eu derrubei toda a massa no lugar errado.

- Sinto muito! – Foi só o que eu disse ainda de costas para ele tentando esconder o nervosismo.

- Não sinta! – Ele faz eu virar para ele. – Eu estive por muito tempo apaixonado pala minha melhor amiga e tinha certeza que ela também, mas tinha medo de se entregar, daí hoje, eu estou com ela sem ao menos saber se ela ainda se importa! Nós agimos como desconhecidos e, eu estou enlouquecendo! Eu estou apaixonado pela minha melhor amiga! 


- Bruno, eu...

- Eu não queria fazer você se sentir desconfortável, não iria dizer isso agora e nem quando diria, mas aproveitei o momento, retirei um peso das minhas costas e agora vou fazer o que eu deveria ter feito a mais de um ano atrás. Lívia, aceita ser minha namorada? – Bruno fitava meu rosto inteiro seriamente, eu congelei .

  Éramos melhores amigos...

- Não confunda as coisas, por favor, olha em volta, olha a vida que temos agora! Eu tenho casa, trabalho em Carolina, você tem fãs, carreira e uma turnê, acha que isso pode dar certo? – Eu não tinha o que falar, apenas na minha cabeça, isso era uma coisa impossível!

- Quer dizer que se estivesse aqui ainda aceitaria? – Seus olhos estão fixos nos meus. Pisco algumas vezes pensando no que dizer, mas ele continua. - Lívia, eu estou pergunto se aceita namorar comigo, e não as coisas que pode nos impedir, caramba, isso resolvemos depois, apenas pensa na sua felicidade, acha que gostaria de ser ver sendo minha? Gostaria de reatar de outra forma toda aquela amizade que tínhamos? A intimidade, companheirismo, confiança... Tudo! – Gostaria, meu coração grita.

- Eu não sei, eu não sei Bruno! – Digo atordoada com tantos pensamentos, não consigo olhar em seus olhos por muito tempo e mais lágrimas escorrem. 



- Só me responde uma coisa: Você era feliz com a nossa relação de amizade?

- Se não fosse, você nunca teria sido meu melhor amigo! – Elas continuavam a escorrer dos meus olhos e ele se aproximou, colocou uma de suas mãos em meu rosto para secá-las.

- Então, porque acha que não daríamos certo? Poxa, acha que eu não seria capaz de fazer as coisas certas? Eu só quero estar bem e querendo ou não você faz parte disso, e eu sei que entende o que eu estou falando, então facilita as coisas, somos melhor que isso.  – Sua respiração próxima de mais, seu toque macio de mais, sua sinceridade de mais, seus sentimentos de mais, tudo de mais estava me deixando louca. – Tudo bem, eu te entendo, ao menos eu retirei um peso das minhas costas, ao menos você sabe de tudo que estava entalado dentro de mim, e se preferir não aceitar, eu vou seguir em frente, lentamente, assim como quando foi embora...

- Bru... – Eu entrelacei nossas mãos e cortei a distância que tinha entre a gente, dando-lhe um selinho. – Eu não tenho certezas, mas ao seu lado, mesmo que indecisamente elas aparecem, e eu posso tentar! – Sorri, ele também tocando meu nariz com o seu.

- Eu me sinto a Katy Perry com foguetes dentro do meu peito! – Ele diz e ri gostosamente.

- Vamos com calma, okay? – Eu pedi e ele assentiu com a cabeça.

[...]

- Aonde vai? Posso ir? – Bruno pergunta erguendo a cabeça assim que me vê descendo as escadas, toda “arrumada”.

- Não! – Respondo firme.

- Poxa, é sério? – Ele torce o nariz.

- É melhor Bruno...

- Eu fico quietinho e posso ser uma ótima companhia! – Lembro de uma criança, mas não, é só o Bruno falando.

- Eu dirijo, você fica quieto e não me segue, okay? – Pergunto ele fecha a boca com um zíper invisível.

- Ao menos o airbag é novo e o cinto é bom! – Ele resmunga baixo suficientemente para eu ouvir.

- Quieto! – Repreendo-o. Ele mostra língua e me abraça enquanto íamos até o carro. Não estou acostumada com isso, mas ignoro.

  Mesmo eu prestando atenção no transito via que o Bruno às vezes olhava para mim e mostrava um sorriso lindo, diferente de todos que eu já vi, às vezes ele olhava para a sua mão e depois para a minha, isso me fazia ter vontade de rir, mas mantive-me quieta. Não muito tempo depois nós chegamos, eu desliguei o carro, retirei o cinto e me virei para o Bruno.

- Fica aqui tá? – Pedi delicadamente.

- Tudo bem! – Ele disse, eu lhe entreguei suas chaves e antes que de eu descer ele segura meu pulso. – Se cuida! – Falou e me deu um selinho, sorri e desci.

  A cada passo que eu dava e me aproximava da entrada eu sentia uma arrepio, e uma sensação diferente. É tudo recente, mesmo depois de um ano. Eu não tinha uma exigência de flores e meu pai também não, então comprei uma toda branquinha e segui entre todas as lápides até achar a sua.

  Sentei-me ali e depositei as flores. Eu não tinha o que falar, apenas chorei com um sorriso nos lábios. Nunca senti tanto orgulho de uma pessoa, mesmo que ele ficasse mais trancado no escritório do que qualquer outro lugar, eu não o julgo, não mais, eu sei que era o que ele amava fazer. Aprendi que temos que ser gratos por fazermos o que gostamos.

  Eu fitava seu nome e sua frase “sigo em um lugar melhor, o meu lugar melhor... E você evolui sozinha, é a sua chance, meu papel acabou”. Em um determinado momento da vida, ele leu isso em um livro e sempre me dizia, mas no tom do futuro, então modifiquei e decidi que essa seria a frase, ninguém precisaria entender, sempre foi eu e ele, então nós sabendo, basta!

- Desculpe ficar aqui calada, mas eu não tenho o que falar, é o que acontece quando alguém faz da sua vida a de outra, eu sou totalmente grata. Mesmo doendo às vezes, por você ter ido, sei que isso foi bom, sei que de alguma forma que não tenha descoberto ainda, isso foi o melhor. Ah pai, eu estou feliz, apenas com saudades, e uma coisa que eu tenho é consciência e estar aqui agora é totalmente diferente de quando estive lá com a mamãe, lá eu estava triste, só reclamava, chorava e me lamentava, enquanto eu o tinha, agora eu não lamento, só agradeço, porque né, mesmo com tudo, estou feliz, tocando a minha vida... – Sorrio ao lembrar-me do Bruno. – Bom... Eu não sei se você acha certo, mas eu acho que sim, decidi vender nossa casa, ela é grande e solitária de mais para mim, talvez outra família possa ser feliz lá como nós fomos, não quero desperdiçá-la. Prometo que vou vender a pessoa certa, e sobre nossas coisas, eu sinto muito, eu não tenho onde colocá-las, não tudo, mas darei um jeito, okay? Bom, eu só vim aqui te agradecer por tudo, dizer que estou bem e que sinto sua falta, mas vou levando. Ah, diga a mamãe, que eu estou feliz agora, sei que vocês estão juntos, de novo, um dia, nós estaremos juntos, todos os três! Eu amo vocês! Preciso ir! – Sorri engolindo as lágrimas, ele está bem, feliz e bem acompanhado, eu não preciso temer nada.

  Levantei do chão, limpei minha roupa e olhei uma última vez para sua lápide. Sussurrei: “eu amo vocês, para sempre”, larguei um beijo no ar como fazia quando saia de casa e segui andando até o carro.

  Mesmo o tempo fechado e uma brisa fria que balançava meus cabelos, eu não tirava o sorriso e, não, não sou louca e muito menos egoísta, estou grata, e a melhor forma de mostrar a gratidão é sorrindo, agradecendo pelo que se tem.

  Ergui meu olhar e Bruno estava escorado lado de fora do carro observando eu caminhar lentamente, sorri para ele que abriu os braços e eu me aconcheguei ali.

- Está melhor? – Pergunta ele em meu ouvido.

- Com certeza! – Disse apertando meus braços em sua cintura ele em minhas costas, logo em seguindo dando-me um beijo no topo da cabeça. Fomos para sua casa.

- Tem planos para hoje? – Ele pergunta após se jogar no sofá.

- Não fazer nada conta como plano? – Respondo-o com outra pergunta com a mão apoiada no queixo.

- Se me incluir nisso, sim, com toda certeza! – Ele fala e eu dou uma gargalhada. – Vem cá! – Ele bate as mãos no sofá e eu me sento ao seu lado. – Sobre a distância, não se preocupe com isso.  Eu posso ir sempre que quiser para lá, durante ou nos finais, assim como você vir para cá, pode tirar férias. Podemos nos falar via internet e telefone. Eu posso dizer te dizer bom dia todos os dias se for te deixar melhor, eu posso mostrar que vale a pena, tá? Confia em mim? Será capaz de me ajudar nisso?  

- Claro que sim! – Digo. – Sempre que precisa ou não precisar! – Sorrio. Ele enfia a mão no bolso e tira o anel, mais cedo eu não dei chance dele poder confirmar as coisas, mas agora, tenho  certeza que não será só eu, será nós então podemos sim confirmar as coisas.

- Obrigada por me mostra como se apaixonar de novo! – Diz ele e põe o anel em dedo.

  Ficamos em silêncio apenas curtindo um o carinho do outro, sem amasso, apenas afeto, mas sempre tem algo que interrompe o que é bom, e dessa vez foi o celular do Bruno!

- Phil diz: eu não acredito que a loirinha não decidiu ainda fazer a nossa janta, poxa, eu to com saudades dela... Bruno, põe uma pressão aí. – Bruno leu uma mensagem em voz alta me fazendo gargalhar e sacudir a cabeça negativamente. – E então, ideias?!

- Acho que se não fizermos o jantar, Philip terá um treco! – Digo e ele concorda, responde o amigo e continuamos o que estávamos fazendo: nada!


6 comentários:

  1. AWNS' NÃO ACREDITO QUE ELES ESTÃO JUNTOS <3
    tomara que esse namoro a distancia não atrapalhe em nada !

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  2. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH obrigada Deus, Jesus, Santos e a você Julia que fez esse dia chegar finalmente! Agora os dois tem que driblar a distância, e eu sei que eles vão conseguir! Amo esse casal, que isso <3 Enfim, amei tanto que nossa <3 Tá lindo, foda e eu chorei! <3

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  3. Apego totaaaaaaaaaaaaal nessa fic cara!!Tô muito apaixonada nesses dois!!

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  4. Ansiosa pra esse jantar :) !continua

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  5. AHHHHH casal mais fofo da face da terra <3 .. Quero mais !

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  6. Quando sai o próximo ? Quero mais um ..

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