Capítulo 13

  Acordei suada, não por pesadelo e sim pelo calor, acho que esse é o dia mais quente do verão americano, todos os outros foram tão agradáveis... Levantei, estava sozinha no quarto, provavelmente a noite da Tory foi ótima. Peguei meu celular para ver as horas, dez e meia da manhã. Olhei na mochila o que a ela havia separado para mim, ali tinha apenas um conjunto biquíni branco e um short jeans curtíssimo e uma blusa de ombro caído, branca quase transparente!

  Fui para o banheiro, tomei um banho rápido, sem lavar os cabelos, me vesti e fiquei me admirando no espelho, aquele biquíni eu comprei a uns anos, mas nunca usei, sempre achei ele muito ousado e meu corpo não era modelado de uma forma bonita a ponto de entrar nele , diferente de hoje, modéstia parte.

Vesti o short e a blusa, desci, passei meus olhos pela sala e ouvi vozes vindas da área, fui em frente.

- Bom dia! – Sorri.

- Bom dia! – Couro feito por Ryan, Tory e Bruno.

- Vamos para piscina? – Bruno perguntou batendo as mãos.

  Todos concordaram, Ryan e Bruno foram os primeiros, fiquei meio envergonhada e Tory percebeu, piscou para mim num sinal de vai fundo. Desabotoei o short e retirei-o, senti os olhares do Bruno, continuei e retirei a blusa, segui até a piscina e me sentei na borda, o calor é grande e o gelo da água também!

- Acho que vou ficar aqui fora mesmo!

- Nem pensar! Ou entra ou eu te jogo! – Bruno disse.

- Nem tá gelada, é que você saiu do banho a pouco! Agora entra! – Tory ajudou e começou a me jogar água, enquanto outra pessoa me puxava para dentro da piscina, que perigo.

- Conseguiram! Parabéns! – Fingi chateação!

  Bruno deu um sorriso torto e veio nadando na minha direção, enquanto o casal ternura ia para o outro lado da piscina se “comer”!

- Tem quartos para isso! – Gritei e Bruno gargalhou.

- Aqui é melhor, tem plateia! – Tory respondeu.

  Fiquei incrédula com a resposta dela, plateia? Vergonha na cara não existe, acabei rindo. Fiquei observando o céu que estava lindo, bem azul, nuvens brancas e um sol brilhoso de rachar a cuca, ignorei completamente a presença do Bruno ao meu lado... Ele tocou meu braço de leve, sorri e fui cercada, seu corpo próximo ao meu prensava-me contra a borda, enquanto seus braços me cercavam, ficamos cara a cara...

- Vamos ficar só olhando? – Perguntou.

- Chato né? – Adoro quando o Bruno entende minhas resposta subliminares!

                                                                                                                                              

  Me beijou, suas mãos acariciavam meu corpo, indo até o pescoço e voltando a minha cintura, eu grudei o pescoço dele e dei leves puxões em seus cachinhos, ele retribuiu sua “dor” em mordidas leves em meu lábios. Já disse que a boca do Bruno tem um gosto forte de hortelã e menta? Ou as vezes de whisky? Agora o sabor predominante é o de hortelã e menta, que me faz ter mais cede ainda de seus lábios carnudos! 

   

  Separei-nos, e ele sorriu abertamente e eu fiquei meio corada! Sentei-me na borda da piscina e Bruno se encaixou entre as minhas pernas, ficamos conversando enquanto eu mexia em seus cachinhos, o toque quente do dele em minhas pernas as vezes me vaziam arrepiar e sentir um friozinho na barriga, tentei não demonstrar.

  Esse final de semana foi incrível, perfeito e tenho a mais pura certeza de que foi inesquecível! Já tínhamos saído da piscina e almoçado. Arrumei minhas coisas e presentes, decidi ir embora, tenho que ficar um pouco com o meu papis. Despedi-me do pessoal, Tory disse que iria com o Ryan e amanhã conversávamos direito, concordei e saí, Bruno me acompanhou.

- Queria que ficasse mais! – Fez o bico torto.

- Tenho que ficar com meu pai também!

- É verdade... Quando nos veremos de novo? – Sorriu.

- Quando quiser! Nos falamos! – Ele me deu um selinho, sorri.

  Abri a porta do carro e seguramos juntos, ele ri e parece lembrar-se de algo... Fechei a porta e abaixei o vidro.

- All I knew is weheld the door! You’ll be mine and I’ll be yours! - Disse convicto, neguei com a cabeça e comecei a rir.  

  Como ele se lembrou da música? E principalmente dessa parte? Consequentemente eu fiquei com a música na cabeça, e nada melhor do que ouvi-la até gastar ou até sair de sua mente. Cheguei a casa, meu pai estava atirado no sofá assistindo o canal de notícias.

- Mas já? – Ergueu as sobrancelhas.

- Claro, vim ficar um pouco com meu pai amado!

- Que filha querida! – Riu.

- Sou mesmo! Ideias do que fazer?

- Baralho, faz tempo que não ganho de você! – Beijou os ombros.

- Babaca! Vou tomar banho, organiza as coisas aí! – Pedi.

  Nossa, você chamou seu pai de babaca Lívia, que falta de educação! Não é isso tá legal, nós xingamos também, principalmente na brincadeira como agora, e sabemos quando é a hora certa de tudo. Larguei a mochila no chão do quarto e fui direto pro banho, sem muita demora saí, vesti meu pijama confortável, peguei meu celular e desci.

- Preparado para perder? – Desafiei-o.

- Só se for para vencer! – Respondeu no mesmo tom e nós gargalhamos.

  Conectei meu pen drive na tv e deixei tocando música baixo. Peguei uma garrafa de vinho e duas taças e pus na bancada. Nada melhor do que a companhia de pai, um jogo de baralho mais música...

- Escooova!!! – Bati pela milésima vez.

- Ah, vai desligar a música, ela tá te dando sorte! Palhaçada!

- Quantas escovas eu tenho mesmo? – Ri.

- Vou pedir o jantar, tábua de carnes! Tá? – Mudou de assunto.

- Ótimo!

  Meu pai saiu e foi ligar para o restaurante. Tábua de carne é uma variedade de carne assada, picada numa caixa de madeira semelhante à de uma pizza. Ali dentro vem salada, molhos, farofas e a carne, é uma delícia. Pedíamos muito nas minhas férias, ficávamos jogando e comendo carne até tarde.

- Chega em quarenta minutos! – Avisou-me.

- Ótimo, tenho mais tempo para ganhar!

- Cala a boca e da essas cartas, que agora eu quem vai ganhar! – Brincou.

- Uia, bravo assim? Sem chances!

  Embaralhei e quando fui distribuir, meu celular apitou mensagem, e piscou na tela o nome do Bruno, sorri, olhei para o meu pai e ele cuidou o celular, o deixei sobre a bancada mesmo, abri a mensagem.

  “O que faz de bom? Acho que a Tory e o Ryan vão engatar num romance, será que eles dão certo? Uma índia brutamonte com uma menininha? Se já estiver dormindo, uma boa noite! Beijos, até! <3”

Meu pai leu o sms de ponta cabeça, e riu juntamente a mim, o respondi.

  “Jogando baralho com o papis e esperando o jantar! E você? Acharia legal eles juntos, uma combinação diferente!”

  Não me despedi, sabia que ele responderia em breve. Continuei dando as cartas e meu pai deu o ar das perguntas desnecessárias, coisas de pai!

- Vocês já... - Não terminou.

- Não, pai! Já te disse isso! – Ri.

- É que o jeito que vocês se tratam, parecem um casal! Alguma vez já se beijaram? – Putz, vou ter que dizer a verdade, respirei fundo.

- Somos amigos, somos carinhosos, nos apoiamos... Mas já nos beijamos! – Não o olhei.

- Quando? – Se interessou.

- Hoje e naquela festa que fomos! – Respondi, não é preciso saber de todas às vezes, sem mais detalhes.

- Ficaria feliz em saber que vocês são um casal! Admiro o Bruno, ele é um rapaz legal, te respeita! Confio nele! – Não acreditei, ele não “falou mal”?

- É... Ele é um amor de pessoa, gosto muito dele, mas não sei daríamos certo! – Fui sincera.

- Se nunca tentarem, nunca irão saber! – Meu pai está me apoiando? É isso mesmo? Isso é o cúmulo do meu‘alonismo’!

  Quando fui responder outra coisa meu celular apitou e a campainha tocou. Meu pai foi atender e eu ler o sms.

“Divertido... Vou deitar, não tenho nada para fazer! Bom jogo para vocês. Boa noite, beijos!”

“Sem drama senhor Hernandez, passei o final de semana aí, não chateia! Boa noite, beijos! <3”

[...]

- Pai, vou dormir! – Avisei-o.

- Tudo meu bem amor, uma boa noite! – Retribuiu com um beijo na testa.

  Com o celular em mãos fui para o quarto, novamente meus olhos estão lutando para ficar abertos, foi banho de piscina, jogo, isso tudo cansa, sinto-me como se tivesse passado uma carreta por cima do meu corpo. Escovei os dentes e fui para cama, adormeci sem demora!