sábado, 7 de setembro de 2013

Capítulo 14


  • Irei demorar mais da próxima vez, preciso dos comentários! 
  • Espero que gostem, boa leitura. 


  Acordei no horário normal de quem não trabalha durante as manhãs, hoje iria dar a minha caminhada pelas quadras próxima, mas com a tempestade que está não sei nem se chego ao trabalho na parte da tarde. Recebi um ótimo café na cama do meu pai, nem preciso dizer o quanto fiquei mais preguiça com isso né? Resumindo, passei a manhã toda na cama, lendo.

  Levantei só as onze para me arrumar pro trabalho, tomei banho e fui escolher o que vestir. Camiseta branca, casaco preto, calça jeans clara e um sapato preto não muito alto. Fiz um coque nos cabelos, e minha maquiagem de sempre, delineador, rímel e um gloss. Coloquei meu anel e a corrente que o Bruno me deu, havia tirado ela para dormir sem ter perigo de estragar.


  Peguei meu notebook e outras coisas que eu poderia precisar no trabalho, guardei tudo, peguei o celular e desci, estou sozinha em casa, após meu café na cama meu pai foi resolver uns problemas, avisou-me que não sabia a hora que voltaria. Peguei as chaves e saí. O trânsito em Los Angeles depois de um temporal é crítico, por isso saí cedo, provavelmente ficaria uma meia hora parada! Enquanto esperava o engarrafamento se desfazer meu celular apita mensagem...

  “Imagino que esteja indo para o trabalho, corte caminho, hoje tá o caos!” – Bruno me avisou, tarde de mais, respondi-o.

  “Juro que teria seguido sua sugestão a uns dez minutos atrás, tarde de mais, já estou presa nisso aqui. Mas obrigada por avisar”

  Guardei o celular e mais algum tempo finalmente consegui dobrar numa ruazinha mais calma para cortar caminho. Finalmente cheguei, bem no meu horário. Entrei no escritório e só estava a Tory, com uma cara enorme de tédio.

- Boa tarde! – Sorri.

- Atrasada!

- Já viu o caos que tá o centro hoje? – Respondi e larguei minhas coisas na mesa.

- Só estou te enchendo a paciência! Mas então, gostou da festa? – Sorriu orgulhosa.

- É claro! Foi perfeito! Mas como conseguiu? Como descobriu o número do Bruno? – Ela é ninja ou o que?

- No seu celular! Eu precisava de ajuda e ninguém melhor como Bruno Mars, e na verdade ele adorou, disse que já tinha vários planos! – Riu.

- Safados! Todos me enganaram...

  Continuamos conversando enquanto eu organizava alguns papéis de contratos que foram deixados na minha mesa, coisas para arquivar. Já eram mais de duas e meia da tarde e nada do Fred chegar...

- Desculpa o atrasado! – Ele entra na sala tirando o silêncio.

- Boa tarde! – Sorri.

- O que aconteceu? Nunca foi de se atrasar tanto! – Tory contestou.

- Estava com uma dor! Mas passou! – Sorriu fraco.

  Bufei, ele não tá bem, eu tenho certeza disso. Quem ele pensa que está enganando? Ele acha o que? Que eu não notei que ele está pouco mais gordinho, digo, com mais barriga que o normal? Que diminuiu a quantidade de cabelo? Que essas dores dele têm sido mais constantes? Que ele anda cheio de compromissos estranhos e fala de hospital e médicos no telefone? Pensei que fossemos amigos, algo retrógrado, ele me ajuda, eu ajudo-o... Mas não!

  Fred percebeu minha irritação, passou pela Tory e cochichou algo, logo em seguida ela saiu da sala, ele puxou sua cadeira de rodinhas para perto de mim, me virei para onde ele sentaria e cruzei os braços...

- Vai continuar brava comigo? – Ele pergunta.

- Não estou brava, apenas preocupada! Você anda muito diferente, a meses! – Digo e ele desvia o olhar.

- Desculpa.. É... É que as pessoas mudam! – Frase melhor ele não tinha, né?

- Ou ficam doentes! – Escapou da minha boca, não deveria ter falado assim, já era. – Eu sei que você não tá bem, eu te conheço, noto como as coisas mudam! Mas se não quiser me contar não vai ter como eu te ajudar! – Eu disse.

- Tira isso da cabeça tá legal? – Se levantou. – Não tem como me ajudar, na real, ninguém pode mudar isso. – Falou alto e se apoiou na minha mesa e uma das mãos colocou em abdômen.

- Fred? Fred? O que você tem? – Levantei.

- Nada, vai passar! – Falou com dificuldade, fechando os olhos com força.

- Vou levar você para o hospital! – Afirmei.

  Peguei minha bolsa, o ajudei a se mover até o elevador enquanto reclamava da tal forte dor, encontramos com a Tory e ela perguntou o que houve expliquei a dor e disse que levaria ele ao hospital central para ela avisar no Gregory e ir me encontrar lá. . Assim que chagamos no hospital saí correndo atrás de um médico para retirá-lo do carro e por na cadeira de rodas, ele não conseguia se mexer direito de tanta dor...

  Fiquei na recepção preenchendo a fixa dele, uns vinte minutos depois Tory chegou, agora era duas mulheres tremulas e nervosas a ponto de chorar!

- O que ele tem?

- Não sei, os médicos não saíram da sala desde que chagamos! – Respondi.

  Permanecemos sentadas ali por mais quarenta minutos, sem notícia alguma dele, todos os médicos que passavam pelo corredor não podiam nos dar informações concretas de seu estado ou não o conhecia. Os minutos pareciam horas e sabe aquela angústia de que algo está errado? Algo vai acontecer? Então, me sinto assim, como um buraco negro dentro do peito.

- Acompanhantes do paciente Fred Wells? – Finalmente um médico apareceu.

- Nós! – Respondemos juntas.

- Uma só, por favor!

- Já volto Tory! – Disse e ela acediu positivamente, segui o médico até sua sala.

- O que é do paciente? – Puxou assunto.

- Amiga.

- Sente-se. – Indicou a cadeira.

- Sabe que o caso em que ele se encontro é crítico né? Suas chances de sobrevivência diminuem a todo instante! – Não foi direto e meu coração foi parar na garganta.

- Não doutor! Não sei de nada, ele não quis me contar o motivo das dores.

- Pois bem. O Fred tem câncer hepático no fígado, se desenvolveu ali por meio de uma bactéria, no caso dele a massa já tomou quase todo seu fígado e está partindo para outros órgãos numa velocidade grande, é impossível reverter o caso dele agora. Ele se tratava aqui a algum tempo mas parou, disse que se sentia bem e pausou o tratamento e agora as dores voltaram, pois a massa está o matando...  

  O médico falou, falou, falou e falou mais um pouco e só o que eu ouvia foi “ele vai morrer e não há nada que possa fazer”, quase as mesmas palavras do Fred mais cedo. Meu irmão/amigo tem câncer, nunca me falou e agora eu vou o perder, para sempre! As lágrimas estavam a postos e meu coração em pedaços...

- Senhora? – Doutor me tirou do transe.

- Ah, oi... O que eu posso fazer agora? O que é aconselhável? – Implorei por uma sugestão menos dolorosa que a perda.

- Ele quer que desligue os aparelhos que o mantem acordado, a dor é cada vez maior e já é tarde de mais para tomar atitudes, o fígado está no fim e o outros órgãos estão sendo tomados. Talvez se ele tivesse descoberto antes! – Respondeu.

- Não doutor! O senhor tem que salvá-lo, qualquer coisa!

- Me desculpe! De coração, é melhor acabar com o sofrimento dele agora! – Respondeu e se retirou da sala.

  Não posso acreditar... Saí da sala com as mãos no rosto, não conseguia racionar nada, sua frase final ficou na minha mente.

- Liv, o que aconteceu, pelo amor de Deus!

- Ele vai morrer! – Disse pausadamente.

- Que? O que ele tem?

- Câncer hepático que já tomou quase todo seu fígado e está partindo para outros órgãos. Sua dor é cada vez maior e o menos dolorido a fazer é desligar os aparelhos! – Tentei explicar resumidamente.

- Não... Eles tem que ajuda-lo!

- Se ao menos ele tivesse descoberto antes seria possível salvá-lo, mas nesse estado não mais.

- Desde quando ele tem isso? – Perguntou sem me olhar.

- Algum tempo, ele foi um irresponsável em brincar com a própria vida dizendo que estava bem e poderia parar o tratamento!

- Não... Eu não acredito! Ele sempre pareceu bem! – Seu olhar era distante, nós estávamos distantes.

- Isso o mata por dentro, cada momento um pouco mais. – Apenas repassei tudo que o doutor disse, mas ainda não faz sentido.

  Fiquei sentada, com os braços apoiados na perna e a cabeça nas mãos, o chão era minha visão e parecia que a cada segundo um buraco se formava ali e eu estava prestes a cair, na verdade o Fred estava.

- Moças, antes de o paciente adormecer, ele pediu para que chamassem seus pais e um rapaz chamado Bruno. Daqui a três horas, quando ele acordar, deixaremos aberto para visitas. – Disse o mesmo médico.

- Lhe restam quanto tempo de vida? – Ser forte não cabe mais a mim, estou em pedaços.

- Cinco horas!

- Vocês tem a hora para mata-lo e para salvá-lo? – Tory levantou o tom o de voz.

- Nos desculpe senhora, mantenha a calma! Não há nada que possamos fazer a essa altura! O câncer é avançado de mais.  – O medico disse e saiu de perto.

- Merda! – Tory disse e saiu.

- Aonde você vai?

- Pensar, preciso de ar! – Virou as costas.

- Se cuida, por favor! – Pedi e ela continuou.

  Agora são quatro horas da tarde e o horário de visitas será só às sete horas... O que fazer? O que fazer? O que fazer? Isso se repetia na minha cabeça... Bruno! O médico disse que ele havia pedido para falar com os pais e o Bruno, mas porque o Bruno? Até onde eu lembre eles não se deram tão bem! Segui a recepção.

- Olá, tem como o hospital entrar em contato com os pais de um paciente hospitalizado aqui? – Perguntei a recepcionista sorridente.

- Posso ver. Qual o nome do paciente?

- Fred Wells. – Respondi e ela digitou no computador.

- Aqui. Quer que os avise sobre seu filho? Isso?

- Aham, obrigada! Ah, vou deixar meu número com você tá? Vou dar uma saída, se acontecer qualquer coisa entra em contato comigo, por favor! – Falei e a moça respondeu positivamente, deixei meu número com ela, agradeci e saí do hospital.

  Fui até o estacionamento entrei no carro e peguei meu celular para falar com o Bruno. Disquei seu número, chamou algumas vezes, quando ia desligar ele atendeu.

- Oi Liv.

- Oi, tá muito ocupado? – Perguntei, não quero atrapalhá-lo mais.

- Não! Aconteceu alguma coisa? – Sua preocupação me atingiu, senti meu peito arder mais.

- Sim... Pode me encontrar agora na Starbucks perto do hospital central? – Nunca é bom dar notícias fortes por telefone.

- Claro! O que você tem? – Perguntou mais preocupado.

- Lhe explico lá, é melhor! Até! – Desliguei na cara dele.


14 comentários:

  1. Este na minha opinião foi um dos melhores, muito triste, mas incrível!... Eu não queria q ele morresse, ele e o melhor amigo dela, e completamente compreensível a sua tristeza e angustia, nossa eu estou chorando de vdd!... Volto a repetir foi um dos melhores na minha opinião, pq não existe amor mais lindo e verdadeiro do que de um amigo de vdd!! Queria mais logo!! :/

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  2. Ah, agora eu vi essa tua ideia doida de não postar mais, o que eu faço com as lágrimas, e a curiosidade de saber o próximo capítulo? Caramba, eu preciso de mais, e agora, que eu faço? :\ Ai Ju, é triste isso, mas eu sei o quão é chato não ter os comentários na fic.. Mas enfim, tomara que tu consiga voltar a postar! >) Te amo Ju

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  3. Não queroo que o fred morra :'(
    e não para de postar please.

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    1. :( Só postarei quando tiver uma boa quantidade de comentários boa, tipo agora! ^^

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  4. Aaaaahh o Fred vai morreeer :( posta o proximo capitulo logo pf.

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  5. Carambaaaa que cap foi esse? Fiquei com o coração apertado aqui, não quero que ele morra mas sinto que vou precisar de alguns lenços :/ Continua Juh Por favor!!! Parabéns pelo cap, perfeito!

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  6. Ai cara , eu tinha minhas dúvidas já que o fred tinha câncer . Que triste :'c Poste logo está perfeito . Ele vai pedir pro Bruno cuidar dela né ? ♥

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    1. Shiiiiu menina, tem bola de cristal é? aushauhuah... Quem sabe? :3

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  7. aah não acredito nãããaoo que triste cara ele não pode morrer, salva ele, aah posta mais logo Juh, por favooor

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