terça-feira, 10 de setembro de 2013

Capítulo 15


  Fred POV’S

  Eu tinha sido o único culpado, único irresponsável por tudo isso e agora esse é o preço, mas sabe, aprendi muitas coisas com a vida, e uma delas a frase da minha Lívia, ela sempre diz isso, “ você vem para terra em uma missão, e quando ela acaba você deve voltar a sua origem”, acredito muito nisso, minha missão acabou, eu não sei exatamente qual foi ela, mas acabou e pelo visto fiz tudo corretamente. Não estou triste e sim cos os pés no chão, focado, para onde quer que eu vá irei segui-las, protege-las, eu amo-as, sim, eu digo da Lívia e a Tory!

  Eu havia decidido desligar os aparelhos e parar com o sofrimento de todos, mas tinha que conversar com o Bruno antes...

- Com licença! – Ele disse após bater na porta e entrar.

- Bruno... Eu amo-as, por anos fui seu único amigo e hoje você chegou, senti ciúmes e esse é o preço que estou pagando. – Falei pausadamente, tenho que respirar também.

- Não diga isso cara. – Ele se aproximou.

- É o meu fim, e mesmo com tudo, todas as vezes que eu tive vontade de acabar com você uma pontinha de felicidade surgia dentro de mim, porque você está a fazendo feliz, muito mais do que eu, e nem precisa se esforçar por isso, porque o sentimento de vocês não é como o dela comigo, de irmão. – A cada segundo é mais difícil de falar, tossi.

- Para de falar essas coisas, ela precisa de você tanto quanto precisa de mim! – Tentou reverter à situação.

- Não faz diferença agora Bruno, vocês vão ficar juntos, sei que vão enfrentar dificuldades, mas o que vai prevalecer é o sentimento aí de dentro, então... Eu só quero que cuide dela por mim, não a faça sofrer, ela é boa de mais para isso, e quanto a Tory, eu a amo também, sei que ela vai encontrar alguém que a mereça e a faça feliz assim como você e a Lívia, mas peço para que sempre que ela precisar ajude-a também. Essa foi minha responsabilidade por tempo, cuidar de duas pedras raras e agora lhes entrego elas. – Tentei sorrir, Bruno continuava imóvel, talvez assimilando tudo.

- Eu farei tudo, e você não pode ir, sei que não começamos bem, nunca pensei que falaria isso, mas eu preciso de você também, elas precisam! – Ele suava e passava as mãos pelo cabelo, Bruno nervoso?

- Se eu estive em boas condições provavelmente te daria um soco, mas não! Minha missão acabou agora é com você! Estarei os guiando sempre! – Tentei sorrir com dificuldade, tentei mostrar que estava em paz.


  Ele se aproximou da cama, seus olhos estavam lacrimejados, e aquele barulho chato de batimentos cardíacos caindo estava ecoando na sala, minha respiração estava mais ofegante, meus olhos se fechavam lentamente, minhas forças estavam no fim, minha vez de adormecer em paz.

  Bruno POV’S

  Quando Lívia me ligou eu recém tinha saído da reunião, havia acabado de fechar o contrato com a banda que iria abrir a Tour, estava feliz, estava louco para contar pra ela sobre as primeiras datas, tudo... Mas eu quem foi surpreendido, eu não conseguia acreditar e a única coisa que estava em minha mente era o estado emocional em que Liv se encontrava ver aquele rosto lindo com o semblante triste, os olhos vermelhos e pouco inchados, rosto abatido, era como se tivessem cravado uma estaca em meu coração e agora ele está partido em pedacinhos, e o que eu posso fazer é apenas abraça-la e confortá-la.

  Foi ainda pior depois da conversa com o Fred, ele estava sendo tão sincero, inclusive quando disse que iria me acertar um soco se estivesse em seu estado normal. Eu o vi morrer, e o que eu fiz? Nada! Estou confuso e ao mesmo tempo não, decidi que irei cuidar delas, irei das os devidos toques ao Ryan, mas é como se algo estivesse faltando, mas não sei o que é.

  Agora nós estávamos sendo expulsos do hospital, liguei para o Dre e pedi que ele viesse buscar o meu carro porque vou ficar na casa dela. Depois liguei para o Ryan, expliquei a situação e ele disse que nos encontraríamos na casa da Tory. Então a deixaria em casa e partiria para a da Lívia, passaria a noite lá e se ela estiver melhor no outro dia eu iria trabalhar. 

- Vamos? – Eu disse e elas acederam positivamente.

  Larguei a Tory em sua casa e avisei-a que logo Ryan chegaria, ela agradeceu por tudo e entrou. Segui para a da Lívia, ela ficou quieta boa parte do trajeto e eu respeitei.

- Bruno, não precisa ficar! E você trabalha amanhã, não quero te atrapalhar.

- Não interessa, eu vou ficar, mesmo que não queira. – Depositei minha mão em sua perna e ela sorriu sem mostrar os dentes, isso deixou transparecer o quanto ela está vulnerável. 

  Estacionei o carro na frente de sua casa e ela desceu, sem nem me esperar, imagino tamanha sua angustia ou dor. Segui-a, ela abriu a porta e seu pai levantou do sofá, as vezes acho que eles conversam por telepatia, ela apressou os paços e se jogou em seus braços, quanto a mim, sobrei! Fechei a porta e fiquei próximo a eles.

- Oi Bruno! – Antony me cumprimentou.

- Boa noite. – Sorri.

  Lívia subiu, e nós dois fomos para cozinha, ele estava sem intender tudo, sabia apenas que Fred tinha morrido. Eu o expliquei exatamente o que fiquei sabendo, consegui me abrir com ela e contar a minha conversa com o Fred pouco antes de sua morte, era dolorido, mas eu precisei contar mesmo que isso não seja normal da minha parte...

- Vai ficar aqui, não é? – Antony perguntou terminando de arrumar a bandeja com café para a Liv.

- Se importa?

- Claro que não! Confio em você! Será bom para ela! – Ele disse e me entregou a bandeja.

  Já disse que gosto do pai dela? Ele é legal, é o primeiro pai de uma mulher, tanto as que eu já fiquei, namorei que eu me dou bem... Isso é bom, eu acho. Subi as escadas e abri a porta de seu quarto de leve, ela estava deitada na cama de bruços, mas não chorando, essa cena já se repetiu, larguei a bandeja sobre sua mesa e me aproximei dela que nem se mexeu.

- Me lembro de uma frase inteligente, “as pessoas vem a terra com uma missão, e depois que ela acaba eles voltam a sua origem”.

- Obrigada. – Levantou sentou-se na cama e eu a sua frente, a puxei para um forte abraço.

- Você precisa comer e depois descansar! – Avisei.

  Ela negou, mas acabou comendo, comi apenas uma maçã que tinha e ela não quis. Retirei a bandeja de cima dela e coloquei na mesinha novamente, deitei ao seu lado e a puxei para mim, fazendo ela repousar em meu peito. Fiquei fazendo um carinho em seu braço por longo tempo e nada dela pegar no sono ou relaxar.

- Quer que eu saia para você relaxar?

- Não! Por favor, fica! – Se encostou com mais força em mim, me prendendo ali.

- Então relaxa, o dia foi difícil!

- Como foi seu dia? – Ignorou meu pedido, soltei um risinho baixo, menina teimosa.

- Fechamos contrato com a banda que vai abrir alguns shows da Tour. – Contei.

- Quem foi o sortudo?

- Ellie Goulding. Conhece? – Nos encaramos.

- Claro, eu adoro a música I Need You Love.

- Por um momento pensei que você sentiria ciúmes... – Ergui a sobrancelha.

- Não devo sentir ciúmes de você! – Isso doeu, soou como um “não temos compromisso”.

- Mas eu sinto de você! – Pensei em falar, mas desisti isso é errado, na verdade já falei de mais.

- Vou levar as coisas lá para baixo, já volto! – Desvencilhei dela.

  Peguei a bandeja e desci. Antony estava na sala ainda, e isso é estranho, estar na casa e o pai da menina também. Tentei ignorar sua presença. Coloquei as coisas na pia e voltei...

- Bruno, precisa de uma roupa? – Já disse que ele é legal?

- Ah, sim! Por favor! – Aceitei.

  Subimos as escadas e parei em frente o quarto dele, ele foi ao guarda-roupa e me jogou uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca, dá para o gasto.

- Obrigada. – Virei-me para ir e ele falou.

- Obrigada por cuidar dela!

- Ela já cuidou de mim, nada mais justo, além do mais, gosto da companhia dela. – Sorrimos, dei alguns paços e fui para o quarto da Lívia.

  O cheiro do shampoo feminino dela pairava no ar, ele é tão gostoso. Fiquei sentado na beirada da cama dela a esperando. 

8 comentários:

  1. Juuuu sua coisa, porq ?? Ai, to chorosa com o Fred aqui !!!

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  2. Juh pq??? pq?? Manda um balde pra mim por favor obrigada! :( Aproveita e põe uns lenços tb

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  3. Sempre que leio capítulos de morte eu me sinto péssima, e choro bicas, isso e terrível... Eu não queria que ele tivesse partido, mas...
    “As pessoas vem a terra com uma missão, e depois que ela acaba eles voltam a sua origem”. Vou carregar esta frase para o resto da minha vida.

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  4. Aí pra desgraçar tudo de uma vez, tu coloca essa música. Chorei mares aqui. Eu me sinto tão vulnerável quanto a capítulos de morte, tanto quanto penso que poderia ser realidade. Tomara que o Bruno ajude a Li a superar isso, e dê apoio á ela mais que nunca. Já disse que eu amo tua fic?
    É, eu amo ela <3 e te amo também :p
    Jujuba <3

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    1. uahsuahush, vai ter momento pior! :c Esse ainda foi o Nível Fácil! u.u

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